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Brasil poderá crescer mais de 4% em 2021, diz Campos Neto, presidente do BC

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, diz que o principal risco para a retomada econômica é uma segunda onda do novo coronavírus
Anna Russi, Do CNN Brasil Business
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que em 2020 o Produto Interno Bruto (PIB) deve recuar 5%. No entanto, projeta que a atividade econômica poderá avançar mais de 4% no ano que vem.
“Eu acredito que este ano vamos cair por volta dos 5%, com crescimento do ano que vem um pouco acima dos 4%”, disse em entrevista virtual à Bloomberg.
Na avaliação de Campos Neto, a queda histórica de 9,7% do PIB no segundo trimestre é relflexo do passado. Ele acredita que os próximos trimestres vão mostrar uma aceleração da atividade econômica brasileira.
“O segundo trimestre é como olhar no retrovisor. Agora, já vemos a economia se recuperando. Conforme vamos avançando, essa queda de 9,7% vai recuar”, comentou.
Campos Neto destacou ainda que nas últimas semanas as projeções do mercado para a recessão econômica de 2020 estão melhorando. Na edição desta semana do Boletim Focus, a estimativa dos analistas para o desempenho do PIB recuou para queda de 5,28%.
Já o ministério da Economia estima contração de 4,7% no PIB de 2020 e um avanço de 3,2% em 2021.
Na visão de Campos Neto, o maior risco da retomada seria uma segunda onda da pandemia de Covid-19. “Uma segunda onda é o principal risco para a recuperação do crescimento econômico. Temos ainda o fator medo que vai mudar o comportamento das pessoas. A população tende a se manter em casa e não comprar”, explicou.
Segundo o presidente do BC, já há consenso de que a atividade econômica terá desempenho positivo no terceiro trimestre, no entanto, ainda restam dúvidas sobre o quarto trimestre. “A dúvida é se o quarto trimestre vai crescer mais ou se o crescimento vai desacelerar um pouco por conta da expansão fiscal. Tendemos a pensar que o quarto trimestre será melhor do que o mercado está prevendo”, ressaltou.
Setor agro é motor
O presidente do BC comentou ainda que o resultado do PIB no segundo trimestre reforçou o papel do setor agropecuário na economia brasileira. “Vemos que o setor agro no Brasil está muito bem, temos um número positivo, o que significa que o setor nunca parou”, observou.
“O crescimento do Brasil tem sido concentrado no setor agro, no qual o país tem se tornado um dos maiores produtores do mundo, e as pessoas precisam comer. É um setor que continua crescendo em meio a tudo e isso coloca o Brasil em uma posição diferente dos outros países emergentes”, completou.
Ele destacou que o “novo normal” do comércio global após a pandemia vai favorecer a maior participação do Brasil no comércio exterior. “Alguns países agora entendem que ter a produção de um suprimento importante concentrado em um único país não é o melhor jeito. Vemos uma deslocamento no valor do comércio global. Precisamos estar inclusos”, reforçou.
Pouco espaço para corte da Selic
Campos Neto também comentou que o atual patamar da Selic é estimulativo e que o espaço da política monetária para um novo corte na taxa básica de juros é pequeno. Atualmente, a Selic está na mínima histórica de 2% ao ano.
“Se ainda há espaço para cortar a Selic, esse espaço é muito pequeno. Estamos próximos do limite inferior para a taxa de juros. Explicamos bastante o que consideramos o nosso lower bound e acredito que o mercado tenha entendido”, observou.
Para ele, a agenda reformista do atual governo, junto ao cenário internacional, favorecem a manutenção do juros baixos por “bastante tempo” no Brasil.
Disciplina fiscal
Ele reforçou ainda a importância da retomada da disciplina fiscal no ano que vem para atração de investimentos privados que promovam o crescimento sustentável.
“O futuro é voltar para o que achamos que faz sentido para o Brasil. O que faz sentido para o Brasil é ter disciplina fiscal. O que faz sentido para o Brasil é abrir e libertar a economia, privatizar e diminuir o tamanho do Estado. A Covid representa um atraso, nós tivemos uma piora no nosso problema fiscal porque precisamos cuidar da população. Precisamos passar a mensagem de que somos sérios sobre o ajuste fiscal e sérios sobre um crescimento liderado pelo ajuste fiscal”, defendeu.
Na avaliação dele, a retomada da agenda no Brasil será mais fácil, uma vez que já está organizada. “Todas as medidas tomadas pelo governo no enfrentamento à pandemia se encerram no dia 31 de dezembro. Outros países precisarão ir ao Congresso para encerrar suas medidas. Além disso, temos o teto que nos força a voltar, a não gastar mais do que o orçamento do ano. As pessoas estão preocupadas de como organizar a saída, mas a saída no Brasil já está organizada, porque tem um prazo para acabar”, argumentou.
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Bolsonaro passará por perícia médica na próxima quarta-feira

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O ex-presidente Jair Bolsonaro passará por uma perícia médica na próxima quarta-feira (17). A data foi agendada pela Polícia Federal (PF) após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A perícia será realizada por peritos da PF na sede do Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília.
O procedimento foi determinado pelo ministro, que vai decidir se autoriza Bolsonaro a deixar a prisão para realizar uma cirurgia recomendada pelos médicos particulares.
Na mesma decisão, Moraes determinou que o exame de ultrassom realizado neste domingo (14) por Bolsonaro seja enviado aos peritos. O exame confirmou diagnóstico de hérnia inguinal. O procedimento foi feito com um equipamento portátil e autorizado por Moraes.
Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.
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Mais de 900 instrutores estão credenciados para emissão da nova CNH no Acre

O Acre já possui 910 instrutores de trânsito credenciados para atuar no processo de emissão da nova Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Os dados são do Ministério dos Transportes, do Governo Federal, e foram consultados nesta segunda-feira (15). A maior concentração desses profissionais está na capital, Rio Branco, seguida por Cruzeiro do Sul, principal polo regional do interior do estado.
Os instrutores credenciados desempenham papel fundamental na implementação da nova CNH, sendo responsáveis pela formação, orientação e avaliação dos candidatos, além de garantir que o processo siga os critérios técnicos e pedagógicos exigidos pela legislação de trânsito. A presença desses profissionais habilitados é considerada estratégica para assegurar qualidade, segurança e padronização na formação de novos condutores.
Distribuição dos instrutores por município:
• Rio Branco – 531
• Cruzeiro do Sul – 138
• Senador Guiomard – 36
• Epitaciolândia – 23
• Tarauacá – 21
• Sena Madureira – 20
• Brasiléia – 20
• Feijó – 18
• Acrelândia – 14
• Porto Acre – 13
• Xapuri – 12
• Plácido de Castro – 12
• Mâncio Lima – 12
• Capixaba – 8
• Rodrigues Alves – 8
• Bujari – 7
• Assis Brasil – 6
• Marechal Thaumaturgo – 5
• Manoel Urbano – 2
• Jordão – 2
• Porto Walter – 1
• Santa Rosa do Purus – 1
Adesão ao aplicativo CNH do Brasil no Acre
Desde o lançamento do programa, na terça-feira (9), até a quinta-feira (11), o aplicativo CNH do Brasil já havia alcançado 7,4 milhões de usuários em todo o país. No Acre, o número chegou a 1.590 usuários, indicando adesão inicial ao sistema digital que integra serviços e informações sobre a nova CNH.
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Caixa paga Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 5

A Caixa Econômica Federal paga nessa segunda-feira (15) a parcela de dezembro do novo Bolsa Família aos beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 5.

O valor mínimo corresponde a R$ 600, mas com o novo adicional o valor médio do benefício sobe para R$ 691,37. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, neste mês o programa de transferência de renda do Governo Federal alcançará 18,7 milhões de famílias, com gasto de R$ 12,74 bilhões
Além do benefício mínimo, há o pagamento de três adicionais. O Benefício Variável Familiar Nutriz paga seis parcelas de R$ 50 a mães de bebês de até 6 meses de idade, para garantir a alimentação da criança. O Bolsa Família também paga um acréscimo de R$ 50 a gestantes e nutrizes (mães que amamentam), um de R$ 50 a cada filho de 7 a 18 anos de idade e outro, de R$ 150, a cada criança de até 6 anos.
No modelo tradicional do Bolsa Família, o pagamento ocorre nos últimos dez dias úteis de cada mês. No entanto, por causa das festas de fim de ano, o calendário de dezembro é antecipado em cerca de dez dias, para dar tempo de os benefícios serem depositados antes do Natal.
O beneficiário poderá consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas no aplicativo Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.
Pagamento unificado
Os beneficiários de 179 cidades receberam o pagamento no dia 10 de dezembro, independentemente do NIS. A medida beneficiou os moradores de 120 municípios do Rio Grande do Norte e 32 do Paraná. Também foram beneficiadas cidades em cinco estados: Sergipe (9), São Paulo (7), Roraima (6), Amazonas (3) e Piauí (2). Entre as cidades paranaenses com pagamento unificado, está Rio Bonito do Iguaçu, que teve 90% das construções destruídas por um tornado.
Essas localidades foram afetadas por chuvas ou por estiagens ou têm povos indígenas em situação de vulnerabilidade. A lista dos municípios com pagamento antecipado está disponível na página do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social.
Desde o ano passado, os beneficiários do Bolsa Família não têm mais o desconto do Seguro Defeso. A mudança foi estabelecida pela Lei 14.601/2023, que resgatou o Programa Bolsa Família (PBF). O Seguro Defeso é pago a pessoas que sobrevivem exclusivamente da pesca artesanal e que não podem exercer a atividade durante o período da piracema (reprodução dos peixes).
Regra de proteção
Cerca de 2,33 milhões de famílias estão na regra de proteção em dezembro. Essa regra permite que famílias cujos membros consigam emprego e melhorem a renda recebam 50% do benefício a que teriam direito por até dois anos, desde que cada integrante receba o equivalente a até meio salário mínimo.
Somente neste mês, 169,9 mil domicílios saíram do Bolsa Família e entraram na regra de proteção, informou o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.
Em junho, o tempo de permanência na regra de proteção foi reduzido de dois para um ano. No entanto, a mudança só abrange as famílias que entraram na fase de transição desde junho. Quem se enquadrou na regra até maio deste ano continuará a receber metade do benefício por 2 ano.

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