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Autismo: a urgência de uma ação governamental eficaz

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Por Francisco Araújo (*)

Ao falarmos sobre o autismo, é imperativo entender que nos referimos a um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta milhões de vidas em nosso país. Oficialmente conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA), o autismo manifesta-se através de desafios significativos na comunicação, no comportamento e na interação social. Os primeiros sinais geralmente aparecem na infância, podendo variar em intensidade e forma, como um mosaico complexo de experiências humanas.

A detecção precoce é crucial, pois os primeiros sinais podem ser percebidos logo nos primeiros meses de vida. Entre eles, destacam-se a falta de contato visual, a dificuldade de interação, interesses intensos e restritos, bem como comportamentos repetitivos. Um diagnóstico precoce, por volta dos dois a três anos de idade, pode transformar a vida de uma criança autista, proporcionando-lhe o suporte necessário para um desenvolvimento pleno.

No Brasil, a política pública para autistas inclui a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), que consagra o direito à inclusão e à igualdade de oportunidades para pessoas com deficiência. Além disso, programas como a Rede de Cuidados Básicos de Saúde (RBHS) e o Programa de Saúde da Família (PSF) desempenham um papel fundamental no apoio às famílias e indivíduos com TEA.

Contudo, a realidade nos impele a reconhecer que tais medidas ainda são insuficientes. Estima-se que cerca de 2,1 milhões de brasileiros vivem com autismo. São indivíduos que, muitas vezes, encontram barreiras intransponíveis no acesso aos serviços de saúde, educação e inclusão social.

A Lei Brasileira de Inclusão, enquanto marco legislativo, garante os direitos das pessoas com autismo, promovendo sua inclusão em diversas áreas da vida pública. No entanto, a sua mera existência não basta. É necessário que os princípios consagrados em lei transcendem o papel e se materializem na vida cotidiana, oferecendo um sistema de suporte robusto e eficiente.

A Constituição Brasileira, embora não mencione diretamente o autismo, assegura direitos fundamentais às pessoas com deficiência. Os planos de saúde, por exemplo, são obrigados a fornecer atendimento integral às pessoas com TEA, conforme disposto na LBI. Todavia, relatos de desrespeito e negação de atendimento são frequentes, evidenciando a necessidade de uma fiscalização rigorosa e penalidades severas para os infratores.

Especificamente, a Unimed, assim como outras operadoras, enfrenta desafios na implementação desses atendimentos. Em alguns casos, o atendimento a pessoas com autismo foi suspenso, uma situação que clama por uma intervenção governamental célere e contundente.

Quando os direitos são negligenciados, cabe à sociedade recorrer ao Poder Judiciário para a devida reparação. A ação de mandado de segurança é um instrumento eficaz para garantir o cumprimento de direitos já estabelecidos em lei, incluindo o atendimento de saúde a autistas.

Por fim, é imprescindível que o governo adote uma postura proativa e não reativa. A criação de políticas públicas eficazes e a implementação de programas específicos voltados às necessidades dos autistas são urgentes. É uma questão de justiça social, de dignidade humana e de compromisso com os princípios constitucionais de igualdade e inclusão.

Assim como o jurista Ruy Barbosa pregava a defesa intransigente dos direitos, é nosso dever, como sociedade, exigir do governo uma ação mais eficaz e comprometida com a inclusão e o bem-estar das pessoas com autismo. Somente assim poderemos honrar a nossa Constituição e construir um país verdadeiramente justo e inclusivo.


(*) Francisco Araújo. Advogado e jornalista. Graduado em Direito pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), com sedes em Brasília e São Paulo. Atua no jornalismo há mais de 30 anos. Sócio do escritório Araújo & Mendes Advocacia.

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Governo do Acre firma termo para apoiar atletas de natação

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A Secretaria Extraordinária de Esporte e Lazer (SEEL) firmou o Termo de Fomento nº 58/2025 com a Federação Aquática do Estado do Acre, destinado a apoiar a participação de atletas acreanos em competições de natação. O decreto foi publicado na edição do Diário Oficial desta sexta-feira, 5.

Conforme o extrato publicado, o Governo do Estado, por meio da SEEL, repassará à entidade o valor de R$ 80.239,68 em parcela única, diretamente na conta da Federação Aquática. O recurso será aplicado de acordo com o Plano de Trabalho aprovado pela secretaria.

O termo está vinculado ao órgão 718 – Secretaria Extraordinária de Esporte e Lazer, Unidade Gestora 001, sob o Programa de Trabalho 2096.0000 e Elemento de Despesa 44 50 42 00 00, com fonte de recursos 1.500.0100.

Vigência e possibilidade de prorrogação
O convênio terá vigência de um ano a partir da assinatura, podendo ser prorrogado mediante solicitação formal da entidade beneficiada, desde que apresentada com pelo menos 30 dias de antecedência e aprovada pela SEEL. Caso haja atraso no repasse dos recursos por parte do Governo, a prorrogação poderá ocorrer de ofício, limitada ao período correspondente ao atraso, sempre por meio de termo aditivo.

O Termo de Fomento foi assinado em 13 de novembro de 2025 pelo secretário extraordinário de Esporte e Lazer, Joziney Alves Amorim, e pelo presidente da Federação Aquática do Acre, Ricardo Sampaio Santos.

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Joaquin Assaf bate recorde estadual absoluto nos 100 metros livres

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Foto arquivo pessoal: Joaquin ainda disputará três provas no Brasileiro

Joaquin Assaf(Miragina) bateu nesta quinta, 4, durante a disputa do Campeonato Brasileiro Júnior, no parque aquático do Flamengo, no Rio de Janeiro, o recorde estadual absoluto na prova dos 100 metros livres 54”18. A marca colocou o atleta acreano na 29ª colocação no torneio nacional.

“O Joaquin baixou 16 centésimos da sua marca e isso é um resultado expressivo. Poderia ter sido ainda melhor”, declarou o presidente da Federação Aquática do Estado do Acre (FAEA), professor Ricardo Sampaio.

50 borboleta

Joaquin Assaf disputa nesta sexta, 5, a prova dos 50 metros borboleta e a meta é novamente diminuir o tempo.

“A meta precisa ser baixar o tempo. É necessário realizar uma grande prova e esperar o resultado”, afirmou Ricardo Sampaio.

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Equipe da APA termina na última colocação na Copa de Acesso 2025

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Foto leofclemos.foto: Time acreano fechou a competição sem vitória

A equipe da Associação de Paratletas Acreanos(APA) terminou na última colocação na Copa de Acesso, competição promovida pela Confederação Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas(CBBC) em Niterói, no Rio de Janeiro.

O time acreano fez quatro jogos na primeira fase do torneio e foi derrotado pelas equipes do Coyotes, do Pará, Manaus, do Amazonas, Vida Ativa, de Rondônia, e Águia, do Amapá.

Atletas da Seleção

A APA fechou o evento nacional em 2024 na última posição e para 2025 contratou as atletas Gabriela Oliveira e Débora Costa, ambas da Seleção Brasileira, e mesmo com os reforços a equipe acreana não conseguiu vencer nenhuma partida.

ADESUL é campeã

A ADESUL, do Ceará, venceu o Coyotes, do Pará, por 58 a 49 e nesta quinta, 4, conquistou o título da Copa de Acesso.

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