Acre
Audiência Pública na Aleac debate Piso Nacional do Magistério e reconstrução da tabela do PCCR
Na manhã desta terça-feira (09), durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) para debater sobre o Piso Nacional do Magistério e a reconstrução da tabela do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), além da aplicação da Lei 5.230/23, que assegura o piso salarial para os funcionários de apoio.
O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) iniciou seu discurso reconhecendo a presença e o papel fundamental de todas as trabalhadoras e trabalhadores em educação, ativos e inativos. O comunista fez questão de destacar a evolução da luta sindical ao longo dos anos, ressaltando a importância de adaptar essa luta às novas demandas e desafios enfrentados pela categoria.
O parlamentar também fez menção ao movimento dos “Cabeças Brancas”, que representa os aposentados do setor educacional, elogiando o esforço desse grupo em trazer à pauta de discussão as questões relacionadas aos profissionais inativos. Ao parabenizar a iniciativa, Magalhães mostrou-se comprometido com a inclusão e a representatividade de todos os segmentos da categoria, enfatizando a necessidade de unir esforços para enfrentar os desafios que se apresentam.
Além disso, Edvaldo expressou sua preocupação com possíveis retrocessos, como a tentativa de redução do interstício na tabela da carreira dos profissionais da educação. Essa medida, segundo ele, representa não apenas um golpe contra uma conquista histórica da categoria, mas também um ataque à própria essência da educação como um direito fundamental. Em suas palavras, “Estamos prestes a iniciar uma data base, que já tem um golpe, mais um golpe, sendo montado, sendo arquitetado na discussão mais importante da categoria que agora é essa data base.”
Ao finalizar sua intervenção, o parlamentar reafirmou seu compromisso e o compromisso de seus colegas em defender os direitos e as conquistas dos trabalhadores e trabalhadoras em educação. Ele destacou a importância de manter a unidade e a mobilização da categoria diante dos desafios que se apresentam, ressaltando a relevância da audiência pública como espaço de diálogo e construção coletiva de soluções para os problemas enfrentados pelo setor educacional no Acre.
Durante a audiência pública, a representante sindical Rosana Nascimento, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), expressou sua frustração com a falta de apoio e reconhecimento por parte da base governista na casa legislativa, ressaltando que a luta pelos direitos dos trabalhadores em educação muitas vezes recai apenas sobre um pequeno grupo de parlamentares, como o deputado Edvaldo. Ela destacou a importância da data base e lamentou as injustiças cometidas contra a categoria, como a redução nos percentuais do PCCR, afirmando que apenas na área da educação houve tal diminuição.
“Há falta de cumprimento das promessas governamentais, dificuldade em obter reajustes salariais, o sistema da educação está em crise, com profissionais sobrecarregados e adoecidos. A mobilização dos aposentados representados pelo movimento ‘Cabeças Brancas’ é essencial para fortalecer a luta sindical e cobrar por justiça. Temos um estudo que demonstra as perdas salariais significativas enfrentadas pelos profissionais da educação nos últimos anos, evidenciando a necessidade urgente de medidas corretivas por parte do governo”, asseverou.
O servidor de apoio Enoque, com 39 anos de dedicação à educação, destacou as dificuldades enfrentadas pelos profissionais da área e expressou sua frustração por não receber benefícios e reconhecimento adequados, mesmo após décadas de serviço. Ele resumiu sua experiência pessoal e profissional ao afirmar: “Não tenho direito à profissão, não tenho direito à VDP, mesmo fazendo parte há muito tempo da gestão das escolas, ou seja, eu trabalho para que os outros recebam VDP, mas não tenho direito.”
Durante sua intervenção, a deputada Michele Mello (PDT) expressou sua profunda gratidão aos profissionais da educação, ressaltando que sua trajetória como médica e deputada estadual só foi possível graças aos professores que a guiaram e ensinaram ao longo de sua vida. Ela enfatizou a importância de acolher e ouvir as reivindicações desses profissionais, que dedicaram suas vidas às salas de aula e ao futuro da sociedade.
A parlamentar trouxe à tona o caso da professora aposentada Maria Santana, de 86 anos, que compareceu à audiência pública em busca de ser ouvida, mas lamentavelmente não foi respeitada pela ausência dos representantes do governo. Michele destacou o desrespeito e a falta de consideração com os trabalhadores da educação, que merecem ser ouvidos e ter suas demandas atendidas pelo governo. Ela ressaltou a indignação com a perda salarial significativa enfrentada por muitos ao se aposentarem, evidenciando a necessidade urgente de garantir dignidade e respeito a esses profissionais que tanto contribuíram para a sociedade.
Lomário do Valle, que participou da audiência representado a Secretaria de Estado da Fazenda do Acre, abordou a questão dos números e da arrecadação do Estado. Ele mencionou o contingenciamento feito pelo Governo Federal, que pode impactar indiretamente na economia local e nos repasses para o Tesouro Estadual.
“A Secretaria está levantando dados e informações sobre o comportamento da arrecadação e esses números serão apresentados em reuniões técnicas posteriores. Destaco a disponibilidade da Secretaria para esclarecer dúvidas e analisar as informações apresentadas e concluo mencionando que irei analisar os dados levantados pela Rosana Nascimento e compará-los com as informações que possuímos”.
Em sua consideração sobre os resultados da audiência, o diretor da Secretaria de Estado de Educação, Reginaldo Prates, destacou a continuidade dos estudos técnicos com os números, algo que já estava em andamento em colaboração com os três sindicatos. Ele enfatizou que, com o pedido da Assembleia, esse trabalho será mantido, aguardando as movimentações de receita e realização de receita do Estado.
Prates afirmou: “Foram deliberados os estudos técnicos com os números. Isso que a Secretaria de Educação já vem fazendo com todos os três sindicatos. E agora, com o pedido da Assembleia, a gente vai continuar o que já está sendo feito, aguardando, é óbvio, as movimentações de receita, de realização de receita do Estado.”
Em sua consideração final, o deputado Edvaldo Magalhães ressaltou a importância de buscar pontos de convergência para avançar no diálogo entre todas as partes envolvidas. Ele elogiou a disposição das partes para promover uma discussão técnica sobre a reestruturação da tabela salarial dos trabalhadores da educação. O parlamentar argumentou que, tecnicamente, já foi comprovado que os recursos previstos comportavam a manutenção da tabela salarial anteriormente proposta, refutando a justificativa de crise na arrecadação apresentada pelo governo.
Magalhães propôs que as equipes técnicas do governo, das secretarias da Educação e da Fazenda, juntamente com os sindicatos e com a mediação da Assembleia, se unam para discutir a questão de forma aprofundada. O objetivo seria comprovar, por meio de análises técnicas, a viabilidade da reestruturação da tabela salarial e discutir também o déficit da Previdência, destacando que a maior parte desse déficit não é causada pela educação, mas sim por outros setores, como a Polícia Militar. Ele concluiu sua fala chamando para o diálogo e enfatizando a importância de negociar e reestruturar os direitos perdidos pelos trabalhadores da educação.
Texto: Andressa Oliveira
Fotos: Ismael Medeiros
Fonte: Assembleia Legislativa do AC
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Morador em situação de rua é esfaqueado no pescoço em Rio Branco
Um homem de 50 anos, identificado como Edilmo Inácio Pereira, foi vítima de um ataque a faca na noite desta quinta-feira (25) no bairro 6 de Agosto, em Rio Branco. Ele caminhava pela Rua Seis de Agosto quando foi abordado por um homem armado com uma faca, que desferiu um golpe no pescoço da vítima.
Edilmo conseguiu caminhar até um posto de combustíveis próximo, onde desabou com intenso sangramento. O SAMU foi acionado e o levou ao Pronto-Socorro de Rio Branco, onde deu entrada em estado estável, mas com risco de agravamento.
A Polícia Militar esteve no local e iniciou as investigações, que agora seguem com a Polícia Civil, que busca identificar e prender o autor do crime.
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Acre deve arrecadar R$ 6,4 bilhões em impostos em 2025, aponta Impostômetro
Valor representa 0,16% da arrecadação nacional e supera em R$ 500 milhões o total de 2024; até 25 de dezembro, contribuintes já pagaram R$ 6,3 bilhões

Em comparação até o fim de novembro de 2025, os recursos recolhidos por prefeituras, governo estadual e União somavam R$5,8 bilhões no estado. Foto: captada
A arrecadação de impostos municipais, estaduais e federais no Acre deve alcançar cerca de R$ 6,4 bilhões em 2025, segundo estimativa do Impostômetro, ferramenta mantida pela Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). O valor corresponde a aproximadamente 0,16% de toda a arrecadação nacional.
Comparativo anual:
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2025 (previsão): R$ 6,4 bilhões
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2024 (realizado): R$ 5,9 bilhões
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Até 25/12/2025: R$ 6,3 bilhões já arrecadados
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Até novembro/2025: R$ 5,8 bilhões acumulados
Principais tributos pagos pelos acreanos:
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Impostos sobre produção e circulação: ICMS e ISS
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Tributos sobre renda: Imposto de Renda (pessoa física e jurídica)
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Impostos sobre propriedade: IPTU e IPVA
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Taxas de comércio exterior e outros encargos
Destinação dos recursos:
Os valores arrecadados são utilizados para:
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Custeio da máquina pública (salários e manutenção)
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Financiamento de obras e infraestrutura
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Execução de programas governamentais
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Pagamento de servidores públicos
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Quitação de dívidas do estado e municípios
O crescimento da arrecadação reflete tanto a expansão da atividade econômica no estado quanto a melhoria na eficiência da cobrança tributária. Entretanto, especialistas alertam que o Acre continua com uma das menores participações na arrecadação nacional, refletindo suas limitações econômicas estruturais e baixa densidade populacional.
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Acre
Cânticos de fé e acolhimento transformam Natal de pacientes no PS

Foto: Cedida
Corredores do Pronto-Socorro de Rio Branco foram tomados por um som diferente do habitual nesta quarta-feira (24). Em meio à rotina intensa da unidade, servidores se reuniram para realizar um cântico natalino, levando música, palavras de fé e gestos de acolhimento a pacientes e profissionais que permanecem em serviço durante a data.
A iniciativa, que já se tornou tradição, tem como propósito aproximar o verdadeiro significado do Natal de quem passa esse período longe de casa. Para muitos pacientes, a internação na véspera da data simboliza medo e solidão. Para os servidores, é o desafio de cumprir o dever de cuidar enquanto a família celebra à distância. O cântico surge, então, como um gesto simples, mas carregado de sensibilidade, capaz de aquecer corações e renovar esperanças.
Para o gerente de Assistência do Pronto-Socorro, Matheus Araújo, a ação representa uma forma de humanizar ainda mais o atendimento e fortalecer os vínculos dentro da unidade.
“O Natal fala sobre amor, cuidado e presença. Sabemos que muitos servidores passam essa data longe de suas famílias e que muitos pacientes gostariam de estar em casa. Esse momento é para lembrar a todos que eles não estão sozinhos, que aqui existe acolhimento, humanidade e compromisso com o cuidado”, destacou.
A programação percorreu diferentes setores do hospital e contou com a participação de servidores da gestão, do corpo de enfermagem, supervisores e colaboradores do Núcleo de Atendimento ao Servidor (NAST). A organização da ação é feita de forma voluntária e colaborativa, com recursos arrecadados entre os próprios profissionais, que se mobilizam todos os anos para tornar o momento possível.
Além do simbolismo, o cântico também revela o outro lado do cotidiano do pronto-socorro: o cuidado que vai além da técnica e alcança o emocional e o espiritual. Em um cenário marcado por desafios e dias difíceis, a iniciativa ajuda a reforçar para a população que, diariamente, a unidade trabalha com dedicação, empatia e compromisso com a vida.
A enfermeira emergencista Jonnyka Lima, que atua na linha de frente do atendimento, ressaltou o impacto do momento tanto para os pacientes quanto para os profissionais.
“Esse momento toca profundamente quem está aqui dentro. Para o paciente, é um alívio no coração; para nós, profissionais, é uma renovação de forças. Às vezes, tudo o que alguém precisa é ouvir uma música, uma palavra de carinho, sentir que não foi esquecido. O Natal nos lembra exatamente isso: cuidar do outro também é um ato de amor”, afirmou.
Após a apresentação, as reações falavam por si. Olhares emocionados, sorrisos tímidos, lágrimas discretas e palavras de gratidão marcaram o encerramento da ação. Muitos pacientes relataram que precisavam exatamente daquela música ou daquela mensagem. Entre os servidores, o sentimento era de comunhão e fortalecimento coletivo.
Em meio à urgência, ao cansaço e aos desafios diários, o cântico reafirmou que o Natal pode acontecer em qualquer lugar, inclusive dentro de um hospital e que, onde há cuidado, há também humanidade, esperança e amor.



























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