Acre
Associação acusa Saúde do Acre de negligência em morte de bebê
Bebê de 11 meses com sopro no coração aguardava transferência.
Gerente de hospital diz que vaga no TFD é escolhida por sistema nacional.
G1/ac
O presidente da Associação Nacional de Defesa do Consumidor (Andecon) Rodnei Lafaete vai entrar com uma representação junto ao Ministério Público Estadual (MPE) por eventual prática de improbidade administrativa por parte da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre). Para ele, houve negligência do Tratamento Fora de Domicílio (TFD) no caso da bebê de 11 meses, portadora de síndrome de Down e com um sopro no coração de 1 mm, que aguardava transferência do Acre para um hospital fora do estado.
Isabela foi internada no dia 14 de maio na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital da Criança de Rio Branco. Segundo Lafaete, apesar de a criança ter uma vaga garantida no Instituto do Coração (Incor) na cidade de São Paulo, para a realização da cirurgia de correção do problema cardíaco, o TFD não realizou os trâmites burocráticos necessários para garantir a transferência da criança a tempo. O bebê morreu no último dia 19.
“Eu posso afirmar com certeza que houve negligência por parte da Secretaria Estadual de Saúde do Acre, tendo em vista que retardaram, demoraram, burocratizaram um ato que deveria ter sido feito de imediato. Eu vou representá-los (os pais de Isabela) e tenho como provar que se o TFD do Acre tivesse sido competente, e feito a parte dele, ela teria sido transferida muito antes”, afirma.
Em entrevista concedida ao G1 no último dia 20, após a morte da criança, Ana Carvalho, coordenadora do Complexo Regulador da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) afirmou que a viagem de Isabela já estava autorizada, no entanto, ela não viajou pois não havia vaga na UTI do hospital para onde a paciente seria transferida, na cidade de Recife.
Porém, de acordo com o presidente da Andecon, o médico pediatra que acompanhava o bebê já havia enviado desde o dia 10 de maio um encaminhamento recomendando a transferência da paciente para o Incor em caráter de urgência, dado a gravidade do caso.
“Com esse laudo do médico, mais um relatório do Hospital da Criança, o TFD deveria mandar a documentação para São Paulo, o que não foi feito. Por que estavam tentando vaga em Recife se em São Paulo já estava garantida?”, questiona.
Saúde rebate
A gerente-geral do Hospital da Criança do Acre, Lorena Seguel, explica que o local para onde o paciente deve ser encaminhado para fazer o tratamento fora de domicílio não é escolhido à nível local, mas por meio de um sistema de regulação. “No sistema de regulação que a gente tem por obrigação de seguir, os nomes são lançados e o próprio sistema regula o paciente. A gente não interfere no sistema, automaticamente ele procura o local mais próximo e onde a vaga está disponível mais cedo”, fala.
Sobre o quadro de saúde do bebê, Lorena garante que houve todo o acompanhamento necessário. E além de ser aguardada a vaga, Isabella apresentava um problema de broncoespasmo, falta de ar, que deixava a viagem um pouco mais delicada. O avião precisava ser equipado com ôxigênio.
“Aguardávamos duas coisas: a vaga e que o avião com oxigênio estivesse disponível. Nesse ínterim, a criança teve uma piora no quadro infeccioso, mesmo porque ela não tinha só o problema da cardiopatia, mas tinha um broncoespasmo, que é a falta de ar. E a infecção dela não regredia. Por isso, naquele momento, a criança não estava em condições de viajar”, explica.
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Acre
Sesacre aponta números e ações que marcaram a saúde pública do Acre em 2025

Foto: Reprodução
A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) divulgou um balanço destacando números e ações que marcaram a saúde pública acreana ao longo de 2025. De acordo com os dados apresentados, o ano foi caracterizado pela ampliação do acesso aos serviços e pela interiorização dos atendimentos especializados.
Entre os principais resultados, a Sesacre informou a realização de mais de 27 mil atendimentos por meio do programa Saúde Itinerante, que levou serviços de saúde a municípios do interior do estado. Outro dado destacado foi a execução de mais de 12 mil cirurgias pelo programa Opera Acre.
O balanço também aponta a retomada de centros cirúrgicos, ampliação da oferta de exames, fortalecimento da rede hospitalar e avanços considerados históricos na área da oncologia. Segundo a secretaria, houve ainda recorde de atendimentos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ao longo do ano.
A Sesacre mencionou, ainda, a implantação de programas voltados ao atendimento de urgência e à redução da mortalidade, como o Conecta Coração e o AVC – Segundos Importam, voltados para situações críticas em que o tempo de resposta é determinante.
Os dados foram divulgados em um vídeo publicado nas redes sociais da secretaria, que apresenta um resumo das ações realizadas em 2025 e projeta a continuidade das iniciativas para o próximo ano.
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Acre
Nível do Rio Acre se aproxima dos 11 metros após fortes chuvas na capita

Foto: David Medeiros
As fortes chuvas que atingem Rio Branco nas últimas horas provocaram alagamentos em diversos pontos da cidade e elevaram rapidamente o nível do Rio Acre. Entre as áreas mais afetadas estão a Estrada do Calafate, a região da Igreja da Pista do Poço e a Baixada da Sobral, especialmente nos bairros Boa União e Plácido de Castro, onde a água invadiu várias residências.
Durante acompanhamento ao vivo feito pela equipe, foi constatado que, apesar de uma breve trégua na chuva, o volume de água nos rios segue aumentando. Imagens mostram que o nível do Rio Acre se aproxima dos 11 metros e continua em elevação, embora, até o momento, a Defesa Civil Municipal ainda não tenha divulgado boletim oficial atualizado.
Na região da Ponte Metálica, a força da correnteza chamou atenção pelo grande volume de balseiros descendo pelo rio, indicando que a chuva atingiu toda a bacia hidrográfica.
Mesmo diante da situação de risco, moradores dos dois lados do rio aproveitaram a cheia para pescar. Durante a transmissão, duas pescadoras foram flagradas capturando peixes da espécie pintado. Segundo elas, apesar de alguns peixes serem pequenos, a pescaria rendeu o suficiente “para garantir o caldo”.
Outro episódio inusitado chamou a atenção durante a cobertura. Um homem foi visto dormindo sobre um dos pilares da Ponte Metálica, próximo à marca de medição do Rio Acre, onde há registro histórico de até 16 metros. Mesmo com o fluxo intenso de veículos sobre a ponte, o homem permaneceu dormindo tranquilamente, despertando surpresa entre os que acompanhavam a transmissão.
A equipe segue monitorando, em tempo real, os pontos de alagamento pela capital acreana. Novas informações sobre o nível do Rio Acre e ações da Defesa Civil devem ser divulgadas a qualquer momento.
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Acre
Governo do Acre entra em alerta total com monitoramento de rios e auxílio a famílias

Foto: José Caminha/Secom
O governo do Estado do Acre, por meio da Defesa Civil Estadual e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), emitiu um alerta sobre a intensificação do período chuvoso na região. Nas últimas 24 horas, o volume de precipitação causou uma elevação rápida no nível dos principais mananciais.
Em Rio Branco, o Rio Acre registrou uma elevação rápida, de quase três metros nas últimas 24 horas mobilizando equipes de socorro para prestar assistência imediata às famílias atingidas.
De acordo com o coordenador estadual da Defesa Civil, Cel. Carlos Batista, a bacia do Rio Acre vem sendo monitorada, pois o nível das águas está subindo.
“Esta é uma subida muito rápida, provocada pela grande quantidade de chuvas em toda a calha do Rio Acre, desde Assis Brasil até a capital, passando por Brasileia, Epitaciolândia, Xapuri e a área rural de Capixaba”, explicou o Coronel.
Além do Rio Acre, a bacia do Rio Tarauacá também registrou índices pluviométricos acima da média, mantendo as equipes locais em estado de atenção.

Foto: José Caminha/Secom
A preocupação das autoridades não se restringe apenas aos grandes rios. O monitoramento foi estendido aos igarapés que cortam a capital, que costumam transbordar rapidamente e atingir áreas povoadas.
Enquanto as equipes técnicas monitoram os níveis, as equipes do Corpo de Bombeiros Militar do Acre vem ajudando moradores como o senhor José Garcia Rodrigues, de 65 anos, que reside em uma área de risco há oito anos.
“A alagação já chegou. Agora vou tirar minhas coisas para levar para a casa da minha filha. Quando a água baixar, eu volto”, conta o aposentado.
Mesmo enfrentando problemas de saúde, ele destaca a importância do apoio que recebe: “Falei com os bombeiros e eles vieram ajudar. Todo ano a gente vai para o Parque de Exposições. Eles carregam as coisas para nós e a gente ajuda como pode”.
O Cel. Batista reforçou que a integração entre o Estado, as prefeituras e o Corpo de Bombeiros é total. O objetivo é garantir que os planos de contingência sejam executados com rapidez caso o nível dos rios atinja a cota de transbordo.
“O Estado está em alerta total e em contato direto com as coordenadorias municipais. Estamos preparados para atender as populações que moram em áreas de risco e nas regiões mais impactadas”, garantiu o coordenador.


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