Brasil
Artigo: Esfaquearam Jair Bolsonaro e agora assassinar a verdade
ARCHIBALDO ANTUNES, DA CONTILNET
Resisti ao ímpeto de externar ideias no calor dos acontecimentos que marcaram o atentado ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), na última quinta (6), no interior de Minas Gerais. Não foi fácil, sobretudo ante o que li da Sra. Andréa Zílio, secretária de Comunicação do governo Tião Viana. E também das palavras ditas pela ‘presidenta’ escorraçada do cargo Dilma Rousseff. Como bem sabemos, ambas – Zílio e Rousseff – são do PT. E o que alguns talvez não saibam é que o autor do crime contra o candidato do PSL foi filiado do PSOL. As duas siglas são de esquerda – o que não é apenas mero detalhe neste círculo de horrores a que assistimos, estarrecidos.
Em relação ao que disse a Sra. Andréa Zílio logo após o esfaqueamento de Bolsonaro – a sugerir que tudo não passaria de um golpe publicitário – alguns internautas foram precisos nas respostas que lhe deram. Eu, sinceramente, não poderia ter feito melhor.
Ainda assim, registro minha repulsa não apenas à pressa com que a secretária reagiu às primeiras notícias, tratando de desqualificá-las com base no mais pueril dos argumentos: não havia ‘sangue na faca’ usada pelo criminoso, conforme seu ‘laudo pericial’, feito através de imagens publicadas pelos jornais.
Mais grave que essa estultice – e vou explicar por que se trata de uma – foi a conclusão de que Bolsonaro se encarrega, de acordo com Andréa Zílio, de ‘espalhar ódio por onde passa’, e que, sendo assim, a ira alheia (em forma de tentativa de homicídio) não faria dele uma vítima.
Nem mesmo vou me dar ao trabalho de recorrer ao Código Penal para demonstrar o tamanho do disparate a que esta senhora, do alto de sua estupidez, achou por bem recorrer na tentativa de desqualificar o adversário político. Internautas e leitores – votem ou não em Bolsonaro – já identificaram a inconsequência de tão asinina ilação.
Resta lembrar apenas que dona Andréa Zílio ocupa um cargo no primeiro escalão da administração estadual, na condição de responsável pela comunicação social do governo. Daí a conclusão de que deveria ser menos precipitada em suas declarações públicas e mais perspicaz nos argumentos. Principalmente quando for abordar temas de tamanha gravidade como o foi o atentado a um candidato à Presidência da República.
Agora tratemos sobre a alegação da senhora Zílio de não haver sangue na faca. O gastrocirurgião Marcos Belotto, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, explicou a alguns jornais que se trata de um fato normal, “e ocorre porque geralmente o sangramento ocorre dentro da barriga e não fora”. A secretária, claro, não tem obrigação de saber disso, mas o problema é outro: ela recorreu à própria ignorância para sugerir uma orquestração midiática em favor de Bolsonaro.
Repercutidas as sandices de Andréa Zílio, ela foi – no sentido retórico do termo – espancada por leitores e internautas. E só então voltou à rede social para afirmar, desta vez em postagem no Facebook, não haver “dúvida” de que Bolsonaro fora vítima de um crime. A postagem reproduz o título de um artigo escrito por um dos escribas do site The Intercept Brasil – outro veículo dedicado a propagar as ideias da esquerda. Lá se pode ler, em outro artigo, que Jair Bolsonaro “(…) é o agressor e o agredido. Recebe a mesma violência que propaga”.
No mesmo tom, a ‘presidenta’ defenestrada do Palácio do Planalto afirmou que “Quando se planta ódio você colhe tempestade”. Na cadeira de presidente, Dilma plantou incompetência, e nós, agora, colhemos miséria.
E antes que digam que minha indignação é seletiva, quero lembrar que no dia 11 de maio deste ano, na coluna Pimenta no Reino, registrei o seguinte, por ocasião de um episódio em que um grupo de dirigentes e militantes do PT foi ameaçado por três homens: “(…) este colunista se opõe às ofensivas sectaristas e ao jugo da intolerância. O combate às práticas políticas que se supõem daninhas, contraproducentes ou nefastas deve se dar no campo das ideias e das eleições, durante as quais as armas vêm a ser os debates – e a munição, o discernimento. A investida de três indivíduos dispostos a sabotarem um encontro partidário composto por dezenas de pessoas é inadmissível até mesmo em uma democracia em desenvolvimento, como a nossa”. O título da coluna já deixava clara a minha posição sobre o assunto: “Ameaças feitas a petistas do Acre é afronta à democracia e um risco à civilidade”.
Esperei, portanto, as manifestações sobre o atentado a Bolsonaro por parte dos membros do PT. Sobretudo os do Acre. Nada vi.
Da senadora Gleisi Hoffmann, a expressão do repúdio só veio após ter sido cobrada pelo site O Antagonista. Mas isso é o de menos. Essencial é atentarmos para a inversão da lógica dos que recorrem à tática calhorda de acusar os adversários dos crimes que eles próprios costumam cometer. Em outras palavras, não foi Jair Bolsonaro quem dividiu o país e disseminou o ódio – isso coube ao PT durante os governos de Lula e Dilma. E até bem antes disso.
O apartheid que incita ao ódio e agrava as relações entre negros e brancos, héteros e homossexuais, pobres e ricos, empregados e patrões, mulheres e homens, e etc. é um método das esquerdas em todos os países nos quais chegaram ao poder. Essa tática de dividir as pessoas em grupos antagônicos, e assim submetê-las mais facilmente ao jugo dos poderosos, está descrita no livro mais famoso de Nicolai Maquiavel, publicado em 1532.
No Brasil, o último episódio de violência contra um postulante ao Palácio do Planalto ocorreu no dia 25 de julho de 1966, ainda no período inicial da ditadura militar. O alvo era o marechal Arthur da Costa e Silva. Os representantes da esquerda, na época, também afirmaram – ora veja o leitor! – que a bomba que matou duas pessoas da comitiva de Costa e Silva fora plantada por militares.
Não me parece coincidência o fato de que o atentado a Jair Bolsonaro tenha ocorrido em um ambiente acirrado pela prisão do maior líder da esquerda do país e pela deposição da sua sucessora. O ódio, nesse caso, se soma ao rancor.
Mas com isso não estou nem ao menos sugerindo que o PT seja responsável pela ação de um bandido que a imprensa afirma ter problemas mentais. E o fato de ele ter sido filiado ao PSOL não caracteriza qualquer indício de culpa da sigla no episódio criminoso. Ocorre que não me soa casual que Adelio Bispo de Oliveira, o agressor, tenha sido doutrinado nas cartilhas vermelhas.
Grosso modo, quando as esquerdas não fuzilam, enforcam ou esfaqueiam, tratam, no mínimo, de tentar assassinar a verdade.
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Ex-deputado Daniel Silveira pede ‘saidinha’ de Páscoa a Alexandre de Moraes
Daniel Silveira foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por defender pautas antidemocráticas, como a destituição de ministros do tribunal e a ditadura militar

Ex-deputado Daniel Silveira pediu para deixar a prisão na Páscoa. Foto: Zeca Ribeiro/Agência Câmara
O ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) pediu autorização do STF (Supremo Tribunal Federal) para deixar temporariamente o regime semiaberto e passar a Páscoa com a família. Cabe ao ministro Alexandre de Moraes decidir se autoriza ou não a “saidinha”.
A defesa argumenta que ele já cumpriu mais de um sexto da pena – um dos requisitos previstos na Lei de Execuções Penais para a concessão do benefício. O outro é o bom comportamento, que segundo seus advogados ele também já comprovou ao se dedicar ao trabalho e a atividades acadêmicas.
“Durante o período de reclusão, o reeducando dedicou-se de maneira constante ao trabalho e aos estudos conforme se atesta no (e-doc 603/604), desenvolvendo atividades produtivas que contribuíram significativamente para a sua ressocialização”, diz o pedido.
Daniel Silveira foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por defender pautas antidemocráticas, como a destituição de ministros do tribunal e a ditadura militar.
O ex-deputado chegou a ser colocado em liberdade condicional, mas voltou a ser preso na véspera do Natal por descumprir o horário de recolhimento domiciliar noturno (de 22h às 6h) estabelecido como contrapartida para a flexibilização do regime de prisão.
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Projeto de lei torna crime a perturbação da paz com pena de até 2 anos de prisão
O autor da proposta, deputado Kim Kataguiri (União-SP), afirma que a atualização da norma é necessária para as autoridades agirem de forma eficaz contra eventos que causam transtornos à população

Deputado Kim Kataguiri alega que projeto torna mais claro identificar perturbação da paz. Foto: Pablo Valadare/Agência Câmara
Da Agência Câmara
O Projeto de Lei 4315/24 transforma em crime a perturbação da paz, que hoje é uma contravenção penal. A proposta define o crime da seguinte forma: organizar, promover ou executar evento não autorizado pelo poder público, em via pública ou em prédio particular, que cause transtorno à vizinhança pelo uso de som elevado ou aglomeração que impeça ou dificulte o trânsito de pessoas ou veículos.
A pena prevista é detenção de 6 meses a 2 anos, podendo aumentar em 1/3 até a metade se:
– o evento for realizado à noite;
– o evento for realizado em sábado, domingo ou feriado;
– houver a presença de crianças ou adolescentes no evento;
– o evento for organizado por associação criminosa ou milícia privada;
– o evento atrapalhar as atividades de escola ou hospital e outras consideradas essenciais.
Conforme a proposta, incorre nas mesmas penas:
– o artista de qualquer espécie que se apresenta no evento;
– a pessoa que cede, a título gratuito ou oneroso, equipamento sonoro para a realização do evento;
– a pessoa que participa, de qualquer modo, desse tipo de evento.
Contravenção penal
Atualmente, a Lei das Contravenções Penais pune com 15 dias a três meses de prisão e multa quem perturbar o trabalho ou o sossego alheios:
– com gritaria ou algazarra;
– exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com a lei;
– abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;
– provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem a guarda.
Atualização necessária
O autor da proposta, deputado Kim Kataguiri (União-SP), afirma que a atualização da norma é necessária para as autoridades agirem de forma eficaz contra eventos que causam transtornos à população.
“Ao estabelecer penalidades claras e proporcionais, o projeto visa a reprimir a realização de eventos irregulares, promovendo um ambiente urbano mais seguro e harmonioso”, argumenta. A proposta será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de ser votada pelo Plenário da Câmara. Para virar lei, a medida precisa ser aprovada pelos deputados e pelos senadores.
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Governo lança ações para enfrentar temperaturas extremas no Brasil
Para enfrentar as altas temperaturas, uma das ações é o Programa Cidades Verdes Resilientes, que tem o objetivo de aumentar a qualidade ambiental e preparar os municípios para lidar com a mudança do clima

Ministério do Meio Ambiente adota medidas para reduzir impacto das altas temperaturas. Imagem: YouTube
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima articula com os ministérios da Educação e da Saúde o enfrentamento das ondas de calor que atingem o país. O objetivo é alertar a população sobre os cuidados necessários para lidar com a elevação das temperaturas e viabilizar ações para minimizar seus impactos, principalmente nas escolas.
Em janeiro, a média de temperatura global esteve 1,75ºC acima dos níveis pré-industriais (1850-1900), de acordo com o Copernicus, observatório climático da União Europeia.
O Brasil sofre os efeitos do aquecimento global, entre eles, o aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como ondas de calor severas. Há previsão de temperaturas intensas para as próximas semanas, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), em especial para o Sul do país. Em alguns municípios, os termômetros devem registrar mais de 40°C.
Para enfrentar as altas temperaturas, uma das ações é o Programa Cidades Verdes Resilientes, que tem o objetivo de aumentar a qualidade ambiental e preparar os municípios para lidar com a mudança do clima.
O programa é implementado a partir de ações baseadas em seis eixos temáticos: áreas verdes e arborização urbana; uso e ocupação sustentável do solo; infraestrutura verde e azul e soluções baseadas na natureza; tecnologias de baixo carbono; mobilidade urbana sustentável e gestão de resíduos urbanos.
No guarda-chuva do programa, está a iniciativa AdaptaCidades, que fornecerá apoio técnico para que estados e municípios desenvolvam planos locais e regionais de adaptação. Ao aderir ao projeto, os governos estaduais devem indicar dez municípios com alto índice de risco climático para receber a capacitação. Também podem ser beneficiados consórcios intermunicipais e associações de municípios em caráter excepcional. A aprovação das indicações será feita pelo MMA com base em critérios técnicos, considerando o risco climático e o número de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Até o momento, 21 estados já participam da iniciativa.
Cidades Verdes Resilientes e AdaptaCidades estão alinhados ao Plano Clima, que será o guia das ações de enfrentamento à mudança do clima no Brasil até 2035. Em elaboração por 23 ministérios, sob a presidência da Casa Civil e a coordenação do MMA, o plano tem um dos eixos voltados à adaptação dos sistemas naturais e humanos aos impactos da mudança do clima. O segundo pilar é dedicado às reduções de emissões de gases de efeito estufa (mitigação), cujas altas concentrações na atmosfera causam o aquecimento do planeta.
Além das Estratégias Nacionais de Mitigação e Adaptação, o Plano Clima será composto por planos setoriais: são sete para mitigação e 16 para adaptação. Traz ainda Estratégias Transversais para a Ação Climática, que definirão meios de implementação (como financiamento, governança e capacitação) e medidas para a transição justa, entre outros pontos.
O MEC tem retomado as atas de registro de preços do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) que oferecem ganhos de escala, produtos padronizados e de qualidade aos entes federados, que ficam desobrigados a realizar processos licitatórios próprios (podendo aderir a ata da Autarquia). Já está disponível ata de registro de preços para compra de ventiladores escolares e está prevista ata para aparelhos de ar-condicionado ainda no primeiro semestre de 2025.
Além das ações coordenadas pelo governo federal, planos de contingência para período de extremo calor devem ser desenvolvidos por cada rede de ensino, considerando o princípio constitucional da autonomia federativa e as realidades locais.
Cuidados e dicas
As ondas de calor são caracterizados por temperaturas extremamente altas, que superam os níveis esperados para uma determinada região e época do ano. Esses períodos de calor intenso podem durar dias ou semanas e são exacerbados pelo aquecimento global, que tem aumentado tanto a frequência quanto a intensidade do calor em várias partes do mundo.
Esses episódios são potencializados em áreas urbanas devido ao efeito das ilhas de calor, fenômeno em que a concentração de edifícios, concreto e asfalto retém mais calor e aumenta ainda mais as temperaturas.
A saúde de toda a população pode ser afetada nessas situações, em especial os mais vulneráveis — como idosos; crianças; pessoas com problemas renais, cardíacos, respiratórios ou de circulação; diabéticos; gestantes; e população em situação de rua. O calor excessivo pode causar tontura; fraqueza; dor de cabeça; náuseas; suor excessivo; e alterações na pele. Ao notar esses sintomas, é essencial buscar ajuda médica.
Entre os cuidados para se proteger, é recomendável beber água regularmente, ainda que sem estar com sede; evitar exposição ao sol das 10h às 16h; usar roupas leves, chapéu e óculos escuros; refrescar-se com banhos frios e utilizar toalhas úmidas; e nunca deixar pessoas ou animais em veículos fechados.
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