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Cotidiano

Área plantada com soja no Brasil é maior que a Itália

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Levantamento do MapBiomas constata que área de lavouras anuais triplicou entre 1985 e 2020

 

Por MapBiomas – O crescimento da agricultura entre 1985 e 2020 impressiona: as áreas mapeadas de algumas lavouras anuais, como soja e milho, triplicaram; lavouras perenes, como café e citrus, tiveram expansão semelhante (2,7 vezes); no caso da silvicultura, o crescimento foi de cinco vezes.  Estes são alguns dos dados obtidos pelo MapBiomas por meio da análise de imagens de satélite entre 1985 e 2020. O levantamento foi apresentado dia 20 de outubro pelo YouTube. Ele inclui novas categorias de uso da terra: além da soja e da cana, serão apresentados dados sobre algumas áreas mapeadas de café e citrus, dados de irrigação com pivô central e arroz irrigado.

A área total de agricultura mapeada no Brasil passou de 19 milhões de hectares em 1985 para 55 milhões de hectares em 2020.  Desse total, 36 milhões são de soja.  Sozinha, ela ocupa 4,3% do território nacional – área equivalente a todo a República do Congo e superior a países como Itália, Vietnã ou Malásia. Metade desse total está no Cerrado, onde ela avançou sobre 16,8 milhões de hectares nos últimos 36 anos.

A área total ocupada pela agricultura é ainda maior. Além das áreas mapeadas diretamente como cultivo agrícola, existe uma fração indefinida das áreas mapeadas como mosaico de agropecuária (45,3 Mha) que também incluem cultivos agrícolas não perenes assim como parte das áreas de cultivos perenes como café, cacau e citrus que ainda não foram mapeados. O mesmo vale para silvicultura que tem um nível de omissão de 30% que refere-se a área que podem estar ainda classificadas como floresta ou mosaico agropecuário.

Na Amazônia, o crescimento da soja se deu a partir do início dos anos 2000 e somou 5,2 milhões de hectares, ou 14% do total nacional. Lá, o recente avanço sobre vegetação nativa pode ser observado no lavrado – área com características de cerrado que existe dentro do bioma no estado de Roraima. Outros 26% da área de soja do país ficam na Mata Atlântica, onde a soja se expandiu por 7,9 milhões de hectares entre 1985 e 2020.

O crescimento da área ocupada pela agricultura pode ser observado em todos os biomas brasileiros, mas de forma mais acentuada no Cerrado: o dado mais recente mostra que quase metade (42%) da agricultura do Brasil está no Cerrado.  Entre 1985 e 2020, a área de agricultura no Cerrado cresceu 464%.  Em segundo lugar, vem a Mata Atlântica, que representa 34% da área de agricultura, seguida por Amazônia e Pampa, com 11% cada. O Pampa é o bioma com a maior parcela do território ocupado pela agricultura mapeada (31%).

Como constatam os estudos  relacionados, o Cerrado, bioma de maior crescimento da agricultura e que tem a maior área dedicada à atividade, é também um dos mais frágeis às alterações do regime pluviométrico causadas pelo desmatamento da Amazônia.  É também uma das regiões de maior risco climático. O último relatório do IPCC prevê uma redução de 20% nas precipitações no Brasil Central e um aumento da temperatura de 4 ºC a 5ºC – cenário que irá comprometer as atuais atividades agrícolas na região.

Dentro do Cerrado, a dinâmica de ocupação da terra varia entre os estados com áreas consolidadas há mais tempo e o Matopiba, de ocupação mais recente. Na fronteira entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, o avanço da agricultura sobre vegetação nativa é mais intenso, entre 2000 e 2020, considerando intervalos de 5 anos, 76% da expansão da agricultura na região se deu sobre vegetação nativa; nos demais estados do bioma, esse percentual é inferior a 10% considerando o mesmo período.

“De forma geral, o que se percebe em todos os biomas é que não há necessidade de converter vegetação natural em áreas lavráveis porque já há muita terra aberta com aptidão agrícola e o Cerrado não é exceção”, afirma Moisés Salgado, da equipe do MapBiomas responsável pelo levantamento de agricultura e diretor de tecnologia na Agrosatélite. “Com exceção da Amazônia e Mata Atlântica, os demais biomas possuem poucas unidades de conservação demarcadas, o que dificulta o trabalho de recuperação das paisagens. Isso reforça a necessidade de conservação das áreas de vegetação nativas restantes, especialmente do Cerrado, que já perdeu metade de sua cobertura original”, destaca.

A evolução da área irrigada mapeada mostra um crescimento de 293%, passando de 819 mil  hectares em 1985 para 3.217 mil hectares em 2020.  A área de irrigação por pivôs centrais, que respondia por apenas 8,5% do total de área irrigada em 1985, é responsável por 45,7% em 2020. Nesse período, a superfície de água do país teve uma retração de 3,1 milhões de hectares.  Desde o começo dos anos 1990, o Brasil perdeu 15% de sua superfície de água.  As bacias hidrográficas com maior índice de uso de água por pivô central são Paracatu (MG), Alto São Francisco (BA) e Alto Paranapanema (SP), as três com retração da superfície de água nas últimas três décadas.

“Embora a irrigação seja a alternativa para o agricultor quando há deficiência hídrica, ela não é autorizada em casos de crises, como a que o país enfrenta agora”, explica Moisés. “A tendência é de diminuição da água no Brasil, por isso o uso mais conservador da água na agricultura é fundamental para o sucesso futuro da atividade”, completa.

Outras culturas

O levantamento do MapBiomas mostra que, no caso da cana de açúcar, o crescimento da área mapeada foi de 291% entre 1985 e 2020, ano em que essa lavoura ocupava 9 milhões de hectares – o equivalente a um quarto da área de soja.

As áreas de café foram mapeadas nos estados com maior área plantada, como Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Paraná e Goiás. No total,  o crescimento da área mapeada  foi de 43% nas últimas três décadas, alcançando 804 mil de hectares em 2020.

O levantamento de citrus foi feito no estado de São Paulo e  mostra um total de  31 mil hectares em 2020.

A silvicultura, que teve um crescimento de cinco vezes na área mapeada, passou de 1,4 milhões de hectares em 1985 para 7,5 milhões de hectares em 2020.  Os estados com maior área mapeada de silvicultura são Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.

Imagem: Reprodução

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Federação Acreana de Futebol cai para 23ª posição em ranking nacional da CBF

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FFAC perde uma posição para a federação do Tocantins, que superou a vantagem de pontos do Acre na última temporada

Sede da Federação de Futebol do Acre (FFAC), anexa ao estádio Florestão, em Rio Branco. Foto: internet

A Federação de Futebol do Acre (FFAC) caiu uma posição no Ranking Nacional das Federações 2026, divulgado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), e agora ocupa a 23ª colocação entre as 27 entidades estaduais. Com 2.306 pontos, a FFAC foi ultrapassada pela Federação Tocantinense de Futebol, que somou 2.435 pontos.

A queda está relacionada ao desempenho do time tocantinense Tocantinópolis-TO, que superou a vantagem de 136 pontos que o Acre mantinha na temporada anterior. A melhor colocação histórica da FFAC ocorreu em 2018, quando chegou ao 18º lugar, impulsionada pela campanha do Atlético Acreano, que quase alcançou o acesso à Série B.

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Eriano Santos avalia amistosos e espera evolução na Copinha

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Foto arquivo pessoal: Eriano Santos acredita em uma grande campanha do Galvez

O técnico Eriano Santos avaliou de maneira positiva os amistosos do Galvez visando à disputa da Copa São Paulo de 2026. O Imperador foi derrotado pelo Tanabi, América e Mirassol, todos de São Paulo, e pelo Nacional, do Amazonas.

“Se formos olhar pelos resultados, não foi bom. Precisamos avaliar os amistosos pelo condicionamento físico, entrosamento, evolução e por esses aspectos foi muito bom. Essa iniciativa da nossa diretoria é inédita e os resultados podem ser satisfatórios”, comentou Eriano Santos.

Reta final

Com um treino regenerativo nesta quarta, 24, em São José de Rio Preto, São Paulo, o elenco do Galvez começou a reta final de treinamentos para a Copinha. O Imperador estreia no torneio no dia 2 de janeiro contra o Votuporanguense, de São Paulo.

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Diretoria da Adesg antecipa 1º pagamento do elenco e quer grande campanha

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Foto Manoel Façanha: Paulinho do Cras quer garantir todas as condições para os atletas

O presidente da Adesg, Paulinho do Cras, confirmou nesta quarta, 24, o pagamento, de maneira antecipada, dos dias trabalhados de dezembro do elenco profissional.

“Resolvemos antecipar o pagamento por causa do Natal. Essa é uma data importante para todas as famílias e o nosso objetivo é garantir as condições ideais dos atletas”, declarou Paulinho do Cras.

Ganha folga

Os jogadores da Adesg realizaram um treinamento nesta quarta e ganham uma folga nesta quinta, 25.

“Estamos trabalhando forte desde o início da preparação e por isso a comissão técnica resolveu garantir um descanso no dia 25. Voltamos ao trabalho na sexta(26)”, disse o diretor de futebol, Erismeu Silva.

Estreia no dia 15

A Adesg enfrenta o Humaitá no dia 15 de janeiro, na Arena da Floresta, no jogo de estreia no Campeonato Estadual. O leão terá mais 21 dias de treinamentos.

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