Acre
Após 14 dias, polícia aguarda laudos para concluir investigação sobre morte de cantora no AC
Nayara Vilela foi achada morta em casa no dia 25 de abril. Análise preliminar da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) não viu indícios de feminicídio, mas caso foi passado à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).
Após 14 dias da morte da cantora Nayara Vilela, encontrada sem vida em casa no dia 25 de abril em Rio Branco, a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), que assumiu o caso, aguarda a confecção de laudos periciais para concluir a investigação. A informação foi confirmada ao g1 pela delegada titular da Deam, Elenice Frez. Ainda de acordo com a delegada, não há um prazo para a conclusão das investigações.
“Nós estamos aguardando a chegada dos laudos periciais, que vão trazer um pouco mais de luz a essa questão. Eles é que vão dar pra gente a diretriz de como continuar. Então, são vários exames, e eu estou aguardando para verificar quais são as próximas providências. Vai depender da chegada desses próximos laudos”, explica.
Inicialmente, a Polícia Civil investigou se a cantora foi instigada ao suicídio pelo marido Tarcísio Araújo, ou se o crime se trata de um feminicídio. Araújo chegou a prestar depoimento e foi liberado. De acordo com o delegado Karlesso Nespoli, a análise preliminar feita pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) descartou possibilidade de feminicídio, e o caso foi enviado à Deam. O Ministério Público também acompanha o caso.
“A DHPP descartou na época o crime [de feminicídio]. Encaminhei pra Deam, ainda tem perícias que vão ser feitas. Está lá para apurar esse tipo de conduta, e também dirimir de uma vez por toda a dúvida se [o marido] realmente teve algum envolvimento na morte dela. A gente atendeu no primeiro, no segundo dia a gente fez o encaminhamento”, diz.
Morte e repercussão
A cantora Nayara Vilela, de 32 anos, foi encontrada morta em casa na noite do dia 24 de abril, na Estrada das Placas, em Rio Branco. Imagens que circularam nas redes sociais mostram uma discussão entre a cantora e o marido momentos antes e foram esses vídeos que levaram a Polícia Civil a levantar a suspeita do crime de induzimento ou instigação ao suicídio.
A cantora foi velada no dia 26 de abril na Capela Esperança, na cidade de Sena Madureira, interior do Acre, onde mora parte da família dela.
A morte da artista causou comoção e amigos fizeram homenagens pelas redes sociais. A família informou que a cantora seria enterrada em Rio Branco, no cemitério Morada da Paz.
A deputada federal do Acre, Meire Serafim (União Brasil), que é de Sena Madureira, usou as redes sociais para lamentar a morte da cantora, a quem ela chamou de amiga e disse que Nayara se destacava por seu talento e alegria.
“A Nayara profissional mostrava comprometimento e dedicação em tudo que fazia. Eu tive a honra de ter a Nayara na minha equipe, e tive o privilégio de dizer a ela o quanto sua contribuição foi importante para o nosso projeto se consolidar. Sobretudo, conheci a Nayara mãe, filha, esposa, amiga e ser humano. De tantos papéis, foram estes os que mais me chamaram a atenção. Nayara sempre atenciosa, humilde, companheira e muito alegre. E como todos nós, Nayara tinha seus medos e ansiedades, mas fazia questão de evidenciar sua força e vontade de vencer”, diz na postagem.
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Deputada federal do Acre usou as redes sociais para lamentar a morte da cantora — Foto: Reprodução
O que diz o marido
Dias após o crime, o marido e empresário de Nayara, Tarcísio Araújo, fez um desabafo sobre as críticas e acusações que tem recebido nas redes sociais e pediu respeito.
Na postagem, feita no dia 29 de abril, Tarcísio Araújo rebate as acusações, diz que amava a esposa e jamais faria algo para machucá-la. O empresário explica também o motivo que levou ele a gravar imagens da esposa abalada antes do suicídio. (Veja a íntegra da publicação após este texto)
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Tarcísio Araújo e Nayara Vilela se casaram em uma cerimônia luxuosa em março deste ano — Foto: Arquivo/Jozadarque Photoart AC
“Eu entendo que o que aconteceu foi uma tragédia e que muitas pessoas estão procurando respostas e culpados para essa situação. Mas eu peço a todos que tenham um pouco de empatia e considere a minha dor e a dor da minha família. Eu amava muito a minha esposa e jamais faria algo para machucá-la ou causar-lhe algum mal. Nós tivemos momentos muitos felizes juntos, mas também passamos por momentos difíceis e desafiadores. A doença dela era uma questão que nós lidávamos juntos, com muito amor e respeito”, diz na publicação.
Ainda na publicação, Tarcísio Araújo diz que gravou os vídeos para enviar para a mãe da cantora, que era a pessoa que conseguia acalmar ela. Argumenta também que a intenção era ajudar a esposa e pede desculpa se as imagens causaram desconforto a alguém.
Tarcísio Araújo e Nayara Vilela se casaram em uma cerimônia luxuosa em março deste ano. Nas redes sociais, Nayara postava declarações e fotos do casamento.
“Eu sei que não posso mudar o que já aconteceu, mas espero que as pessoas consigam entender que não existe uma única verdade ou explicação para essa tragédia. Eu estou sofrendo muito, e peço que sejam respeitosos com a minha dor e com a memória da minha esposa”, lamenta.
Publicação na íntegra
“Mas agora tudo isso se tornou um grande pesadelo, e estou sofrendo muito com tudo o que está acontecendo. As acusações e julgamentos na internet estão sendo muito difíceis de lidar e não consigo entender como as pessoas são capazes de julgar sem ao menos saber a verdade por completo.
Eu entendo que o que aconteceu foi uma tragédia, e que muitas pessoas estão procurando respostas e culpados para essa situação. Mas eu peço a todos que tenham um pouco de empatia e considere a minha dor e a dor da minha família.
Eu amava muito a minha esposa, e jamais faria algo para machucá-la ou causar-lhe algum mal. Nós tivemos momentos muitos felizes juntos, mas também passamos por momentos difíceis e desafiadores. A doença dela era uma questão que nós lidávamos juntos, com muito amor e respeito.
Peço desculpas se o vídeo causou algum desconforto a alguém, mas preciso reiterar que foi feito pra enviar pra sua mãe pois só ela conseguia lhe acalmar, foi feito com a intenção de ajudar a pessoa que eu amava. Peço também que respeitem o momento de dor que estou passando, e que pensem duas vezes antes de fazer julgamentos sem conhecimento pleno dos fatos.
Eu sei que não posso mudar o que já aconteceu, mas espero que as pessoas consigam entender que não existe uma única verdade ou explicação para essa tragédia. Eu estou sofrendo muito, e peço que sejam respeitosos com a minha dor e com a memória da minha esposa.
Agradeço a todos que estão me oferecendo suporte e conforto nesse momento difícil, e espero que juntos possamos encontrar a força para seguir em frente.”
Atenciosamente,
Tarcísio Araújo
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Acre
Vídeo: Homem é espancado e morto a tiros em plena luz do dia em Cruzeiro do Sul
Um crime brutal chocou os moradores de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, na tarde desta segunda-feira (14). Sandro Júnior Paula da Silva, de 28 anos, foi espancado por um grupo e, em seguida, executado com três tiros na Travessa Raimundo Luiz de Souza, bairro Cohab.
Segundo informações da Polícia Militar do Acre (PM-AC), testemunhas relataram que Sandro foi cercado por vários rapazes, que iniciaram as agressões físicas. Após ser brutalmente espancado, ele foi alvejado por disparos de arma de fogo. Os autores do crime fugiram logo após o ataque.
“Chegando ao local, encontramos a vítima jogada ao solo e o Samu também estava lá. O médico constatou o óbito. Era conhecido da Polícia Militar, foi alvejado com três tiros e estamos nas ruas para capturar os criminosos”, declarou o tenente Antônio Avelino, da PM.
O local do crime foi isolado para os trabalhos da perícia, e o corpo de Sandro foi removido pelo Instituto Médico Legal (IML). A Polícia Civil já iniciou as investigações para identificar os envolvidos e esclarecer a motivação do homicídio.
De acordo com a PM, a vítima era usuária de drogas e possuía antecedentes criminais. Até o momento, ninguém foi preso.
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Acre
Processo de extradição de ex-prefeito binacional pode levar até 90 dias; Constituição brasileira impõe restrições
Interpol Bolívia busca repatriar Luís Gatty Ribeiro, preso no Acre com documentação brasileira; STF decidirá com base no tipo penal

O diretor da Interpol Bolívia, Carlos Bazoalto, confirmou a colaboração com autoridades brasileiras para extraditar Luís Gatty Ribeiro. Foto: captada
O diretor da Interpol Bolívia, Carlos Bazoalto, confirmou a colaboração com autoridades brasileiras para extraditar Luís Gatty Ribeiro – ex-jogador da seleção boliviana e ex-prefeito de Cobija – preso em Epitaciolândia (AC) em 11 de abril.
O processo, que deve durar 60 a 90 dias, esbarra em questões jurídicas delicadas devido à dupla nacionalidade (boliviana e brasileira), do detido.
Os entraves legais
Status de naturalização:
- Ribeiro foi preso portando documentação brasileira, mas sua condição de naturalizado (se confirmada) limita a extradição:
- Crimes comuns anteriores à naturalização
- Tráfico de drogas (única exceção para crimes posteriores)
- Ribeiro foi preso portando documentação brasileira, mas sua condição de naturalizado (se confirmada) limita a extradição:
Natureza do crime:
- A Constituição de 1988 veda a extradição por:
- Crimes políticos ou de opinião (art. 5º, LII)
- Brasileiros natos (art. 5º, LI)
- A Constituição de 1988 veda a extradição por:
Competência do STF:
- Caberá ao Supremo Tribunal Federal analisar:
- A data da naturalização de Ribeiro
- O tipo penal alegado pela Bolívia
- Caberá ao Supremo Tribunal Federal analisar:

O processo, que deve durar 60 a 90 dias, esbarra em questões jurídicas delicadas devido à dupla nacionalidade (boliviana e brasileira). Foto: captada
Próximos passos
- A Polícia Federal já encaminhou o caso ao Ministério da Justiça, que deve repassá-lo ao STF.
- A Interpol Bolívia aguarda a notificação formal do governo brasileiro para dar sequência ao pedido.
Enquanto as autoridades avaliam a legalidade do pedido, Gatty Ribeiro permanece sob custódia no Brasil. O caso terá análise do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por decidir sobre extradições.

Gatty estava com documentação de nacionalidade brasileira quando foi detido pelas policia federal na região de fronteira entre Brasiléia, Epitaciolândia e Cobija. Foto: arquivo
Contexto adicional
Ribeiro foi detido na região de fronteira, na regional do alto acre (Brasiléia/Epitaciolândia/Cobija). Fontes não confirmadas sugerem que a prisão estaria ligada a investigações sobre corrupção – o que, se comprovado como crime comum, poderia viabilizar a extradição.
Em resumo
O desfecho dependerá de uma análise minuciosa pelo STF sobre o tempo de naturalização e a classificação legal do crime. Se configurado como político, o Brasil negará o pedido; se comum e anterior à cidadania, a extradição terá base legal.
Veja vídeo com TVU pando:
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Acre
Museu do Xapury reabrirá nesta terça-feira revitalizado com presença de autoridades e homenagem à história acreana
Governador Gladson Cameli e presidente da FEM participam da cerimônia nesta terça (15), que celebra a memória cultural e a luta dos seringueiros

A Fundação de Cultura Elias Mansour convida toda a comunidade local, estudantes, autoridades e interessados na história do Acre a prestigiarem o evento. Foto: cedida
Um dos mais importantes espaços de memória do estado, o Museu do Xapury, será reaberto oficialmente nesta terça-feira (15), às 16h, após passar por um processo de revitalização. Localizado na Rua Coronel Brandão, nº 160, em Xapuri (AC), o evento contará com as presenças do governador Gladson Cameli e do presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), Minoru Kinpara.
A iniciativa, promovida pelo Governo do Acre por meio da FEM, busca preservar e valorizar a cultura e a história regional, destacando a luta dos seringueiros, o movimento socioambiental e a trajetória de personalidades como Chico Mendes, símbolo da resistência amazônica. O museu abriga relíquias e documentos que narram a saga do povo acreano.
Revitalização e resgate da memória
Em suas redes sociais, Minoru Kinpara expressou satisfação com a reabertura:
“Nesta terça-feira (15), às 16h, o governador Gladson Camelí fará a entrega da revitalização do Museu do Xapury. Estou muito feliz em ver nossos espaços culturais reabrindo as portas para a população. Preservar a memória é valorizar quem fomos, quem somos e quem queremos ser”, afirmou.
A FEM convida comunidade local, estudantes, autoridades e interessados na história do Acre para prestigiarem a cerimônia. A reabertura do Museu do Xapury marca não só a recuperação de um patrimônio, mas também o reforço da identidade cultural acreana.
Serviço:
Data: Terça-feira, 15 de abril
Horário: 16h
Local: Rua Coronel Brandão, nº 160 – Xapuri (AC)
Entrada livre
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