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Anticorpos para o coronavírus diminuem com o tempo, diz estudo

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Não se sabe o suficiente para determinar se os anticorpos fornecem qualquer nível de imunidade para Covid-19, ou por quanto tempo as pessoas podem ser imunes para reinfecção com o coronavírus.

Jen Christensen, da CNN

Um estudo com centenas de milhares de pessoas na Inglaterra sugere que a imunidade ao coronavírus está gradualmente desaparecendo, pelo menos de acordo com métrica de avaliação.

Pesquisadores que enviaram testes de picada no dedo para mais de 365 mil pessoas selecionadas aleatoriamente na Inglaterra descobriram uma queda de mais de 26% nos anticorpos para Covid-19 em apenas três meses.

“Observamos um declínio significativo na proporção da população com anticorpos detectáveis ao longo de três rodadas de vigilância nacional, usando um teste de fluxo lateral autoadministrado, 12, 18 e 24 semanas após o primeiro pico de infecções na Inglaterra”, escreveu a equipe em uma versão inicial (pré-impressão) de seu relatório, divulgada antes da revisão por pares.

“Isso é consistente com a evidência de que a imunidade aos coronavírus sazonais diminui ao longo de seis a 12 meses após a infecção e os dados emergentes no SARS-CoV-2 que também detectaram uma diminuição ao longo do tempo nos níveis de anticorpos em indivíduos acompanhados em estudos longitudinais”.

O estudo foi publicado na segunda-feira (26) pelo Imperial College London e Ipsos MORI, uma empresa de pesquisa de mercado. No início do estudo, em junho, 6% dos que fizeram os testes apresentaram respostas de anticorpos IgG ao coronavírus. Em setembro, eram apenas 4,4% deles. Para profissionais de saúde, as taxas permaneceram quase as mesmas.

Os anticorpos são as proteínas que o seu corpo gera naturalmente para combater infecções. O IgG é um deles – os testes não foram projetados para detectar outros tipos de anticorpos. Outras equipes de pesquisa descobriram que outros tipos de anticorpos podem persistir mais do que IgG.

Os resultados também confirmam estudos anteriores que mostraram que as pessoas que não apresentavam sintomas de Covid-19 têm probabilidade de perder anticorpos detectáveis mais cedo, em vez de aquelas que tiveram infecções mais graves.

Segundo os pesquisadores, pessoas mais jovens que se recuperaram do Covid-19 tiveram uma perda mais lenta de anticorpos, em comparação com pessoas com mais de 7 anos que sobreviveram a uma infecção.

Ainda assim, não se sabe o suficiente para determinar se os anticorpos fornecem qualquer nível de imunidade para Covid-19, ou por quanto tempo as pessoas podem ser imunes para reinfecção com o coronavírus.

Kit de diagnóstico molecular para coronavírus de Bio-Manguinhos/Fiocruz.

Algumas doenças infecciosas, como o sarampo, causam o que é conhecido como imunidade esterilizante: pessoas infectadas apresentam anticorpos que podem ser detectados por muitos anos após a infecção

O estudo tem limites. As amostras não foram coletadas das mesmas pessoas repetidamente, mas de pessoas diferentes ao longo do tempo. É possível que as pessoas que foram expostas ao coronavírus tenham menos probabilidade de participar de pesquisas com o passar do tempo e isso pode ter distorcido os números, disseram os pesquisadores.
“Este estudo, muito amplo, mostrou que a proporção de pessoas com anticorpos detectáveis está caindo com o tempo”, contou Helen Ward, da faculdade de medicina da escola de saúde pública do Imperial College London.

“Ainda não sabemos se isso deixará essas pessoas em risco de reinfecção com o vírus que causa Covid-19, mas é essencial que todos continuem a seguir as orientações para reduzir o risco para si e para os outros”, acrescentou Ward, que trabalhou no estudo.

Pesquisas de prevalência nacionais anteriores que determinaram quantas pessoas tiveram Covid-19 na Islândia registraram uma resposta de anticorpos durável ao longo de quatro meses a partir do momento da infecção. Outros estudos mostraram que fatores diferentes podem afetar a rapidez com que os anticorpos diminuem. Idade, comorbidades e a gravidade da doença inicial são fatores que parecem desempenhar um papel.

O Ministro da Saúde do Reino Unido, Lord James Bethell, classificou o estudo como uma “pesquisa crítica” que pode ajudar a informar o governo britânico sobre como tomar as medidas certas para controlar a disseminação da Covid-19.

“Também é importante que todos saibam o que isso significa: este estudo ajudará em nossa luta contra o vírus, mas o teste positivo para anticorpos não significa que você seja imune à Covid-19”, explicou o ministro em um comunicado à imprensa. “Independentemente do resultado de um teste de anticorpos, todos devem continuar a cumprir as diretrizes do governo, incluindo distanciamento social, autoisolamento e obtenção de um teste, se você tiver sintomas, e sempre se lembrar do trio ‘Mãos, Rosto e Ambiente’”.

Tubos com material para teste de diagnóstico da Covid-19 – Foto: Raquel Portugal/Fiocruz 

A doutora Claudia Hoyen, especialista em doenças infecciosas pediátricas do University Hospitals of Cleveland, achou o estudo interessante e encorajador, pois sugere que, pelo menos no que diz respeito aos anticorpos, esse coronavírus age como outros coronavírus. Tal como com num resfriado, os anticorpos diminuem e as pessoas podem pegar um resfriado mais de uma vez. Da mesma forma que acontece com um resfriado, pessoas com sistema imunológico robusto, geralmente os mais jovens, não apresentam uma queda tão rápida nos anticorpos quanto aquelas com sistema imunológico mais velho.

“Este estudo é realmente a primeira peça do quebra-cabeça que realmente nos dá a indicação de que, sim, esses anticorpos não parecem durar para todos”, disse Hoyen. “Pelo menos neste caso, este vírus está agindo como podemos prever, o que é uma coisa boa porque tudo sobre o vírus tem sido tão estranho”. Hoyen disse que o estudo também “confirma o fato de que ficaremos com máscaras por um tempo”.

“Sei que todos querem que isso acabe logo, mas acho que não é assim”, disse ela.

“Quanto mais cedo nos decidirmos sobre o que temos que fazer para superar a pandemia, mais cedo podemos aceitar e seguir em frente. Esses dados mostram claramente que seus anticorpos desaparecem. Então, só porque você já teve uma vez, não o torna imune e significa que você pode ser contagioso novamente”.

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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal

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Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada 

O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.

O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.

Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).

As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.

Assinatura eletrônica

O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.

A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.

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Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho

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Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada 

Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.

Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.

O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

Veja vídeo:

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Trio é preso por lavagem de dinheiro e R$ 2,5 milhões são apreendidos em mala

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A Polícia Civil do Amazonas seguirá com as investigações para determinar a origem exata do dinheiro e a rede criminosa por trás do esquema

Com eles, foi encontrada uma mala contendo R$ 2.500.000 (dois milhões e quinhentos mil reais. Foto: cedida 

Com Assessoria e D24am

A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado do Amazonas (FICCO/AM) efetuou a prisão em flagrante de três indivíduos em Manaus, suspeitos de dissimulação e ocultação de valores provenientes de atividades criminosas, configurando o crime de lavagem de dinheiro. A operação teve início após a FICCO/AM receber uma denúncia anônima através de seu canal oficial, que detalhava o envolvimento de um dos investigados em um possível esquema de lavagem de capitais. Com eles, foi encontrada uma mala contendo R$ 2.500.000 (dois milhões e quinhentos mil reais).

Diante da gravidade da informação e da alta possibilidade de flagrante delito, uma equipe policial da FICCO/AM, com o apoio tático da Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam) da Polícia Militar do Amazonas, deslocou-se imediatamente ao local indicado para averiguação.

Durante as diligências, foi possível interceptar os três homens. Com eles, foi encontrada uma mala contendo R$ 2.500.000 (dois milhões e quinhentos mil reais), quantia que estava acondicionada de forma suspeita e apresentava fortes indícios de ser fruto do crime de lavagem de dinheiro.

Os três indivíduos foram presos em flagrante e encaminhados às autoridades competentes para os procedimentos legais. A Polícia Civil do Amazonas seguirá com as investigações para determinar a origem exata do dinheiro e a rede criminosa por trás do esquema.

A FICCO/AM, que é composta por integrantes de diversas forças de segurança, reafirmou em nota seu compromisso com o enfrentamento qualificado ao crime organizado. A Força Integrada também ressaltou a importância fundamental da colaboração da sociedade por meio de denúncias anônimas, que são cruciais para o sucesso das operações e o desmantelamento de esquemas criminosos.

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