Acre
Acre é o 14° estado mais violento para mulheres
São 6,4 homicídios a cada 100 mil mulheres na capital acreana.
Rio Branco é a décima capital brasileira mais violenta no mesmo ranking
O Acre é o 14° estado mais violento em relação ao número de homicídios femininos. Nas capitais brasileira, Rio Branco é a 10° capital mais violenta do país para as mulheres, com 6,4 homicídios a cada 100 mil mulheres. Os dados são do Mapa da Violência sobre o Homicídio de Mulheres no Brasil realizado pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), publicado em 2012.
Segundo a diretora de Direitos Humanos da Secretaria de Políticas para as Mulheres do Acre (SEPMulheres), Joelda Pais, de 2010 a 2012 foram registrados 54 homicídios de mulheres, sendo 20 homicídios em 2012, 12 homicídios em 2011 e 16 no ano de 2012. Nesses últimos três anos também foram registrados 6.122 boletins de ocorrência de casos de violência contra mulheres.
Em Rio Branco, a Casa Rosa Mulher é uma das principais instituições de apoio à mulher. Segundo a coordenadora da instituição, Vanessa Motta uma média de 2 mil mulheres foram atendidas no local em 2012.
Na segunda maior cidade do Acre, Cruzeiro do Sul, o número de denúncias de violência contra a mulher aumenta a cada ano. A delegada Carla Ívane de Brito, da Delegacia de Proteção à Mulher de Cruzeiro do Sul, explica que em 2012 foram instaurados 311 inquéritos, um acréscimo de 110% em relação ao ano anterior. Só nos dois primeiros meses de 2013 a polícia já abriu 45 procedimentos de investigação.
Rosalina de Oliveira Souza, coordenadora do Centro de Referência de Cruzeiro do Sul avalia que os trabalhos de prevenção realizados com grupos de mulheres pela cidade têm despertado as vítimas. “Nós sabemos também que com a vinda de uma delegada, as mulheres ficam mais a vontade para relatar o que estão passando. Nada contra o delegado que atendia anteriormente, mas hoje é uma conversa de mulher pra mulher”, avalia.
Em 2011, por exemplo, foram registrados 140 inquéritos por agressão. No ano passado, este número chegou a 311 casos, sendo 3 homicídios e duas tentativas de assassinato. Nos dois primeiros meses de 2013 a polícia já abriu 45 procedimentos de investigação.
Os homicídios femininos ou feminicídios acontecem geralmente na esfera domésticas. Segundo a pesquisa do Cebela, 68,8% das mulheres que sofrem violência doméstica no Brasil sofrem as agressões em suas residências, e 42,5% dos casos é realizado por parceiros ou ex-parceiros.
Tipos de Violência
Os maiores índices de violência contra a mulher são de violência física, segundo Joelda Pais. “Pelas estatísticas, os índices mais altos são de agressão física, mas quando acontece esse tipo de agressão significa que os outros tipos de violência estão acontecendo há algum tempo” comentou a diretora da SEPMulheres.
A violência doméstica que constitui crime pode ser classificada em cinco tipos, sendo elas violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. A violência física é a mais conhecida, sendo aquela em que há agressão a integridade ou saúde ao corpo mulher.
Também existe a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima, limitando as possibilidades da mulher crescer como pessoa, tentando degradar ou controlar ações, comportamentos, crenças e decisões. “Por exemplo, não deixa a mulher estudar ou não deixa ir no posto de saúde fazer algum tipo de atendimento, tem casos que não deixa a mulher nem ir à igreja” explicou Joelda.
Violência sexual é aquela conduta que obriga a pessoa a presenciar, manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força. “É quando a pessoa força uma relação sexual quando a mulher não quer, às vezes isso acontece dentro do próprio matrimônio e a mulher não sabe que isso é violência sexual. O estupro vai além da Lei Maria da Penha, chega ao código penal”, comenta a diretora da SEPMulheres.
Também é considerada violência sexual induzir alguém a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição.
É entendido como violência patrimonial qualquer comportamento que configure retenção, destruição parcial ou total de objetos “É quando o homem destroi objetos da mulher, documentos, objetos de trabalho, as vezes ate a própria casa”, afirma Joelda.
O último tipo é a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria. “É quando faz insinuações das atitudes morais dela, dizendo que ela vai para escola só para trair ou que ela não é confiável”, falou a diretora de direitos humano da SEPMulheres.
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Assis Brasil se prepara para a 1ª Expo Fronteira
Nos dias 29, 30 e 31 de agosto de 2025, Assis Brasil será palco de um dos maiores eventos já realizados no município: a 1ª Expo Fronteira. Serão três dias, de rodeio, vaquejada, shows musicais e uma grande feira de negócios, agricultura familiar e produtos extrativistas, reunindo tradição, oportunidades e diversão para toda a população.
O evento tem como objetivo movimentar a economia local, valorizar os produtores rurais, empreendedores e trabalhadores que fortalecem a base econômica do município. Além disso, a Expo Fronteira será um espaço de lazer e integração social, reunindo famílias, turistas e amantes da cultura regional.
O prefeito Jerry Correia destacou a importância da realização:
“A Expo Fronteira é um sonho de nossa comunidade. Este evento vai além da diversão: é uma oportunidade para mostrar o potencial de nossa agricultura, do comércio local e de nossa cultura. Estamos preparando tudo com muito carinho para que seja um marco na história de Assis Brasil”, disse o prefeito.
A Expo Fronteira é uma realização da Prefeitura de Assis Brasil, com apoio do Governo do Acre, reforçando o compromisso da gestão municipal em promover o desenvolvimento econômico e social do município.
Programe-se! Três dias de festa, negócios e cultura esperam por você.
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Líder do Governo na Aleac aponta alternativa para fim dos conflitos em Xapuri

Deputado Manoel Moraes concedeu entrevista ao repórter Jorge Natal
Manoel Moraes diz que o plantio e cultura do café seriam saídas econômica e fator de geração de renda para ex-seringueiros abandonados pelo poder público
Criada em 1990, a Reserva Extrativista Chico Mendes (Resex) foi pioneira no Brasil no conceito de unidade de conservação de uso sustentável, no qual as populações tradicionais pudessem ter permissão de não só morar dentro da floresta mas também realizar o extrativismo de bens naturais, como a castanha, a seringa e até a madeira – desde que dentro de um plano de manejo sustentável. Tudo, aliás, como defendia o líder sindical Chico Mendes, abatido a tiros dois anos antes de criação da Reserva que leva o seu nome. Da forma como foi criada, a Resex daria a seus moradores produtos como a castanha, a borracha, o açaí, os óleos vegetais e até a madeira, tudo poderia ser explorado racionalmente.
O tempo mostrou que que isso não deu certo. Propalada como alternativa à proteção do meio ambiente, mesmo quando a derrubada de árvores e retirada de madeira for uma atividade comercial intensa, o chamado manejo florestal, pelo menos nas florestas do Acre, não passou de uma farsa e as pessoas que deveriam ser beneficiárias pela exploração econômica, além de abandonadas pelo poder público, ficaram cada vez mais pobres.
Para piorar a situação, os seringais de cultivo do Centro-Sul do País acabaram de vez de sepultar qualquer possibilidade de extração de borracha de forma comercial rentável. A também difundida bioeconomia foi outra falácia – ou seja, as indústrias de fármacos e cosméticos nunca se instalaram por estas paragens. Resumo da ópera: não existe possibilidade de se auferir renda, o governo federal não oferece alternativas e as populações tradicionais estão abandonadas à própria sorte. Fomos até Xapuri, cidade que voltou a ser palco de luta agrária, para conversar entre os ocupantes da Resex que, aos poucos, foram se tornando fazendeiros – mas, ainda assim criadores de gado em pastagem que deveriam ter permanecido como floresta em pé, para conversar com o deputado estadual Manoel Moraes (Progressistas), que é líder do governo do Estado na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac).
Embora tenha nascido em Rio Branco, o parlamentar é radicado há muitos anos no município e, além disso, tem como principal ação parlamentar as causas do homem do campo. Moraes também é fiscal ambiental de carreira do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, o Ibama, autarquia federal que tem como missão primordial proteger o meio ambiente, garantir a qualidade ambiental e assegurar a sustentabilidade no uso dos recursos naturais. Em sua casa, ele nos concedeu esta entrevista.
O Aquiri – Como a política entrou na sua vida?
Manoel Moraes – A política faz parte da vida da gente e eu sempre ajudei as pessoas. A gente se ressentia de uma boa representação tanto no parlamento quanto aqui no executivo. Eu perdi duas eleições: uma para deputado estadual e outra para prefeito. Depois que ganhei a primeira eleição em 2010, não perdi mais de lá para cá. Já são quatro mandatos consecutivos.
“A política, para mim, é um instrumento de transformação quando colocada verdadeiramente a serviço do povo.”
Deputado Manoel Moraes é o líder do Governo na Aleac
Aquiri – Quais são as principais bandeiras de luta do seu mandato? Manoel Moraes – Ao longo da minha trajetória como deputado estadual, sempre pautei minha atuação pelo compromisso com os que mais precisam, em especial o homem e a mulher do campo, que enfrentam desafios diários para produzir e sustentar suas famílias. A política, para mim, é um instrumento de transformação quando colocada verdadeiramente a serviço do povo. Por isso, tenho atuado com responsabilidade nos 22 municípios do Acre, com destaque para Xapuri, onde destino emendas todos os anos para melhoria da infraestrutura da cidade, entre outras áreas essenciais. Durante minha trajetória política, em prol do povo xapuriense, tenho lutado pela construção da ponte da Sibéria. Um sonho histórico da população, e que em breve se tornará realidade juntamente com a estrada da variante.
O Aquiri – E como é ser líder do governo? Liderar uma bancada que só diz amém ao Governo é bom para o seu mandato? Manoel Moraes – Como líder do governo na Aleac, tenho buscado sempre o equilíbrio e o diálogo entre os poderes, representando o povo dentro dessas articulações, construindo soluções em parceria com o governador Gladson Cameli e com a vice-governadora Mailza, que têm demonstrado compromisso com as pautas dos municípios e com o desenvolvimento regional. Meu mandato também tem se dedicado a outras cidades, como Tarauacá, Mâncio Lima, Bujari, e às demais destino recursos para áreas essenciais como saúde, educação, assistência social e infraestrutura. Dizem que existe uma “maldição” do líder do governo não se reeleger e até encerrar a sua carreira política. Acredito que isso não irá acontecer, mas admitir que é uma função muito espinhosa.
O Aquiri – O senhor é um dos políticos que mais luta pela regularização fundiária. Comente sobre isso Manoel Moraes – Uma das causas que abracei com mais firmeza foi a da regularização fundiária, tanto nas áreas urbanas quanto nas áreas rurais. A falta de segurança jurídica tem travado o progresso de muitas famílias e comunidades que esperam, há décadas, pelo reconhecimento oficial de suas terras. Como resposta a essa realidade, propus e conseguimos aprovar a Lei nº 4.587, que foi sancionada pelo governo do Estado e garante a redução do prazo mínimo de ocupação para a regularização dos polos e quintais agroflorestais. Isso significa justiça para centenas de produtores, que antes eram penalizados pela burocracia, agora têm a chance de finalmente ter acesso ao título definitivo de suas terras. Cerca de 70% das propriedades no Acre não possuem documentação.
O Aquiri – Logo após a morte do Chico Mendes, o senhor veio coordenar o Ibama aqui em Xapuri. Como sobre isso. Manoel Moraes – A classe dos trabalhadores rurais e dos fazendeiros eram muito fortes e me jogaram aqui em Xapuri, que é uma localidade complexa. Por ter uma origem humilde e ter trabalhado na extinta Sudhevea (Superintendência da Borracha), tive algumas facilidades e ganhei o respeito das duas classes. Fui chefe aqui no município por dez anos e depois fui responsável pela fiscalização no Acre. Eu trabalhei na primeira picada da Resex. Alguns anos depois, que vim para o ICMBio
*”O morador, por não conseguir mais viver do extrativismo, teve que desmatar para buscar outras fontes de renda. O gado virou alternativa porque é uma fonte de renda segura para as famílias ”
Manoel Moraes nasceu em Rio Branco mas radicou-se em Xapuri
O Aquiri – O que está acontecendo aqui na zona rural de Xapuri?
Manoel Moraes – Isso é uma coisa altamente complexa. A Resex é do lado esquerdo de quem desce o rio e do lado direito de quem sobe. Apenas num local ela atravessou o Rio Acre e justamente onde está acontecendo essa confusão. As pessoas não sabiam que área era protegida e pensavam que era reserva de uma fazenda. A Resex foi criada em 1990, mas vieram colocar só 2006. Foram isso tem outro problema. O morador, por não conseguir mais viver do extrativismo, teve que desmatar para buscar outras fontes de renda. O gado virou alternativa porque é uma fonte de renda segura para as famílias. É preciso criar reservas e protegê-las, mas precisamos defender quem mora nela. Essa conta não está fechando. Existe um limite para a criação de gado, porém quem tem dez cabeças hoje, quer ter vinte amanhã e assim por diante, o que é natural no empreendedorismo rural. Existem casos de duas gerações ocupando a terra. Precisamos urgentemente de alternativa para esses moradores. Eu acredito que o café seja uma delas, mesmo porque essa cultura não vai trazer danos para o meio ambiente.
O Aquiri – Por que não existe uma única agroindústria em Xapuri? Manoel Moraes – Para existir indústrias é preciso ter matéria prima em escala, ou seja, produção. Em nossa região, a pecuária já está consolidada. Podemos usar os 20% permitido em lei e diversificar a produção de culturas vocacionais, principalmente com a sensação do momento que é o café. Quem vai resolver o problema de Xapuri e do Acre são os produtores rurais e uma cultura empreendedora. Mesmo com uma terra boa e um povo trabalhador, existem poucos estudos e investimentos nas nossas cadeias produtivas.
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CRM proíbe estágio de alunos de medicina do exterior em unidades do Acre

© Fernando Frazão/Agência Brasil
O Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) publicou nesta quinta-feira, 24, no Diário Oficial da União (DOU) uma recomendação que proíbe a realização de estágios e internatos por estudantes de medicina oriundos de instituições estrangeiras nas unidades de saúde públicas e privadas do estado. A medida está formalizada na Recomendação CRM-AC nº 1, e entra em vigor 180 dias após sua publicação oficial.
A decisão leva em consideração a ausência de convênios ou acordos oficiais entre faculdades estrangeiras e instituições acreanas, conforme exigem as normas do Ministério da Educação e a Resolução CFM nº 1.650/2002, que regulamenta a prática.
Segundo o texto, o exercício da medicina por estudantes não habilitados ou não registrados no Conselho é considerado ilegal. O CRM alerta que qualquer convênio ou permissão informal para atuação desses estudantes pode gerar responsabilizações éticas, civis e criminais.
A recomendação é direcionada a secretários de saúde, diretores de hospitais, médicos e demais gestores do setor. Caso a norma seja descumprida, os profissionais devem comunicar o Conselho para que as medidas legais cabíveis sejam adotadas.
A medida também foi motivada por uma requisição do Ministério Público do Estado do Acre, por meio da 1ª Promotoria Especializada de Defesa da Saúde, diante do aumento de casos de atuação de estudantes estrangeiros sem a devida autorização legal.
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