Cotidiano
“A queda do dólar está apenas começando”: o impacto da pandemia na moeda mais forte do mundo (e como ela afeta a América Latina)
“A queda do dólar está apenas começando”, Stephen Roach, professor da Universidade de Yale e ex-presidente do banco de investimentos Morgan Stanley na Ásia BBC Mundo.
BBC World
Um dos efeitos da recessão econômica causada pela pandemia covid-19 é que o mundo foi inundado de dólares.
O Federal Reserve (FED) dos Estados Unidos – cuja missão é controlar a política monetária do país, já que todos os bancos centrais reduziram drasticamente a taxa de juros para quase 0%.
E uma vez que a taxa de juros é igual ao custo do dinheiro de um país, quanto mais baixa, menos vale a sua moeda.
Paralelamente, o FED deu rédea solta à impressão de notas para a compra de títulos (tanto no setor privado como no setor público), com o objetivo de mitigar os efeitos da crise.
Tanto que 2020 foi o ano em que mais dólares foram impressos do que nunca.
Essa injeção de dinheiro permitiu financiar o aumento dos gastos fiscais e deu oxigênio aos mercados.
Mas, ao mesmo tempo, ajudou a empurrar o valor do dólar para baixo em relação às principais moedas do mundo nos últimos 10 meses.

Stephen Roach, professor da Universidade de Yale e ex-presidente do banco de investimentos Morgan Stanley na Ásia, prevê uma queda de 35% do dólar até o final de 2021.
Isso pode ser verificado em um dos índices que acompanha a evolução da moeda, o Bloomberg Dollar Index (BBDXY), que atingiu a máxima de quase 1.300 pontos em 23 de março.
E a partir daí começou uma queda que não parou até agora, como mostra o gráfico.

Trata-se de uma queda de mais de 12% nos últimos 10 meses (percentual que pode variar um pouco dependendo do índice que acompanha a evolução da moeda).
Atualmente, está em seu nível mais baixo desde o início de 2018 e muitos especialistas concordam que a moeda continuará a se desvalorizar.
“O dólar vai continuar caindo”
“A queda do dólar está apenas começando”, Stephen Roach, professor da Universidade de Yale e ex-presidente do banco de investimentos Morgan Stanley na Ásia BBC Mundo.
O acadêmico prevê que a moeda poderá cair mais de 35% até o final deste ano com base em três grandes motivos.
A primeira é que há um aumento acentuado do déficit em conta corrente dos EUA, ou seja, o país paga mais no exterior pela troca de bens, serviços e transferências do que recebe.
Sua projeção é de que esse déficit continue a impulsionar a queda da moeda.

Roach prevê que o Federal Reserve pouco faria para impedir a queda do dólar.
A segunda razão é a ascensão do euro, depois que os governos da Alemanha e da França concordaram com um pacote de estímulo fiscal, além da emissão de títulos.
E a terceira é que Roach prevê que o Federal Reserve pouco faria para impedir a queda do dólar.
Com os Estados Unidos cada vez mais dependentes do capital estrangeiro para compensar seu crescente déficit de poupança interna, explica ele, e com as políticas adotadas pelo Fed que criam um grande excesso de notas, “o argumento para um forte enfraquecimento do dólar parece mais atraente. do que nunca “, argumenta.
Em relação aos efeitos que a desvalorização do dólar tem sobre os mercados emergentes (como Brasil, México, Argentina, Colômbia, Peru ou Chile na América Latina), o especialista sugere que podem ocorrer aumentos em algumas bolsas desses países.
Enquanto o Federal Reserve não aumentar as taxas de juros, que é o que Roach presume que acontecerá, “a fraqueza do dólar deve causar aumentos nos mercados acionários estrangeiros em geral e nas ações dos mercados emergentes em particular”, explica.
“Não exagere”
No entanto, outros economistas argumentam que, embora a moeda esteja um pouco fraca este ano, em nenhum caso um crash deve ser esperado.
“A queda do dólar não deve ser exagerada”, escreveu Mark Sobel, presidente americano do Fórum Oficial de Instituições Monetárias e Financeiras (OMFIF), no início de janeiro no site do centro de estudos.
Sua posição é que há uma perspectiva “muito deprimente” para o dólar no meio ambiente .

“O dólar pode cair este ano, mas uma narrativa muito negativa não se justifica”, diz Mark Sobel.
“O dólar pode cair este ano, mas uma narrativa muito negativa não se justifica”, diz Sobel.
Um dos argumentos é que o dólar já caiu bastante (13% em 2020 em relação ao pico de março).
Outra é que, em meio às incertezas globais, não é tão certo que os investidores prefiram arriscar e apostar em outras moedas que não o dólar.
Paralelamente, o economista também acredita que pode haver condições monetárias relativamente mais favoráveis nos EUA e que o atual ciclo de dólar forte está simplesmente chegando ao fim.
Efeitos na América Latina
Na região, a queda do dólar veio defasada em relação a outras partes do mundo.
Um dos motivos que explicam esse atraso em sua queda em relação às moedas das economias latino-americanas é que são mais arriscadas, como explica Diego Mora, executivo sênior da consultoria XTB.
Portanto, embora a moeda esteja caindo, na região ela ainda é exigida por sua qualidade de refúgio quando há incertezas.
“A desvalorização do dólar na América Latina começou há apenas quatro ou cinco meses”, diz Mora em diálogo com a BBC Mundo.

O México é o país onde o dólar mais se depreciou, seguido pelo Chile, Colômbia e Brasil.
Ao analisar as maiores economias da região, o analista afirma que o México é o país onde o dólar mais se desvalorizou , seguido pelo Chile, Colômbia e Brasil.
As consequências do colapso variam substancialmente, dependendo dos diferentes atores econômicos.
Por um lado, os consumidores latino-americanos se beneficiam – destaca o especialista – porque muitos dos bens que consomem são importados, como automóveis e produtos tecnológicos.
Porém, a história não é tão simples, pois ao mesmo tempo os preços de algumas matérias-primas alimentícias subiram, alerta.
Milho, trigo, cacau e outros produtos básicos subiram mais de 30% devido à desvalorização do dólar.
Hakan Aksoy, gerente sênior de portfólio da empresa Amundi, explica que com o dólar mais fraco, ele espera que os preços das matérias-primas subam , o que beneficia os países latino-americanos.
Por outro lado, um dólar mais fraco significa que haverá uma política fiscal e monetária mais flexível nos EUA, disse ele à BBC Mundo.
Assim, “ os países emergentes podem tomar empréstimos com mais facilidade , o que ajuda suas demandas de financiamento externo”, ressalta Aksoy.
Tudo isso seria positivo para o crescimento e a percepção de risco dos investidores.

O consenso entre os analistas é que, apesar das diferenças entre os países, a desvalorização do dólar traz mais benefícios do que desvantagens para a região.
O consenso entre os analistas é que, apesar das diferenças entre os países, a desvalorização do dólar traz mais benefícios do que desvantagens para a região.
“A desvalorização do dólar é definitivamente positiva para as economias latino-americanas”, diz Joseph Mouawad, gerente de fundos da Carmignac, especializada em mercados emergentes.
“Um dólar fraco vem com preços mais altos das matérias-primas”, disse ele à BBC Mundo.
Em relação à dívida em dólares dos países latino-americanos, Diego Mora explica que, como há mais moeda no mundo e as taxas de juros são baixas, os Estados Unidos têm menos poder de negociação.
Assim, “ a dívida em dólares dos países latino-americanos pode ser renegociada com juros menores”.
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Chuva aumenta e Defesa Civil alerta para riscos na captação de água e navegação no Rio Acre
O coordenador também detalhou o comportamento do rio ao longo da semana. Segundo ele, o nível oscilou de 6,68 metros na segunda-feira para 5,43 metros na manhã desta sexta

Cláudio Falcão explicou que a Defesa Civil segue acompanhando a evolução do cenário e reforçou que o período chuvoso está apenas começando. Foto: captada
Suene Almeida
Apesar de Rio Branco não registrar volumes extremos de chuva nos últimos dias, a Defesa Civil Municipal tem monitorado de perto o comportamento do Rio Acre e suas consequências para a capital. Em entrevista nesta sexta-feira (5), o coordenador municipal da Defesa Civil, tenente-coronel Cláudio Falcão, detalhou a situação, chamou atenção para riscos menos aparentes e reforçou que o momento exige cautela.
Segundo Falcão, até a manhã de hoje o acumulado de chuva dentro do perímetro urbano estava em cerca de 18 milímetros. No entanto, o volume que atinge a cidade desde o início da tarde tende a alterar esse cenário. “Daqui a pouco, quando a gente finalizar essa chuva aqui, vamos perceber que o que choveu hoje equivale praticamente à semana inteira”, explicou.
Ele reforça que, embora o índice acumulado não pareça alto dentro de Rio Branco, o quadro regional é mais preocupante. “Mesmo não tendo chovido muito na cidade, nós temos um acumulado na bacia de 250 a 300 milímetros só nesta primeira semana de dezembro, que nem terminou ainda. Ainda é sexta-feira.”
Oscilações do nível do Rio Acre preocupam
O coordenador também detalhou o comportamento do rio ao longo da semana. Segundo ele, o nível oscilou de 6,68 metros na segunda-feira para 5,43 metros na manhã desta sexta, uma queda significativa em poucos dias. Apesar disso, Falcão esclarece que não há risco de enchente neste momento.
O alerta da Defesa Civil, porém, está focado em outro ponto, que é na presença de balseiros, grandes aglomerados de troncos e vegetação que descem com a correnteza e podem causar danos a estruturas e embarcações.
“Existe uma preocupação atual nossa em relação a essa oscilação de nível, que é a formação de balseiros. Esses balseiros colocam em risco a captação de água e a navegação, trazendo grandes possibilidades de acidentes”, afirmou o tenente-coronel.
Ele explica que, mesmo sem perspectiva de transbordamento, o comportamento irregular do rio traz desafios que exigem vigilância constante. “A gente não está preocupado com o transbordamento, que não vai acontecer agora, mas estamos atentos às outras consequências que o nível do rio traz quando ele oscila dessa forma”, destacou.
Cláudio Falcão explicou que a Defesa Civil segue acompanhando a evolução do cenário e reforçou que o período chuvoso está apenas começando, “Essas primeiras chuvas já mostram que a gente precisa ficar alerta. O momento é de atenção, não de pânico”, concluiu.
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Prefeito de Rio Branco anuncia pagamento do salário e 13º de servidores para o dia 19 de dezembro
Tião Bocalom afirmou que os depósitos devem injetar cerca de R$ 80 milhões na economia local e destacou que a gestão mantém todos os pagamentos em dia

A confirmação foi feita durante coletiva de imprensa realizada na Praça da Revolução. Segundo o gestor, os dois pagamentos devem injetar aproximadamente R$ 80 milhões na economia local. Foto: captada
O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, anunciou em coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (5) que o salário de dezembro e o 13º salário dos servidores municipais serão depositados no próximo dia 19. Segundo o gestor, os pagamentos devem injetar aproximadamente R$ 80 milhões na economia da capital.
Bocalom destacou que a política da administração municipal é a de antecipar parte do 13º apenas mediante solicitação do servidor, prática que, de acordo com ele, é pouco comum.
— A grande maioria dos nossos trabalhadores deixa para receber tudo no final do ano, como foi pensado quando o 13º foi criado — afirmou.
O prefeito explicou ainda que adiantar o pagamento no meio do ano pode reduzir o impacto financeiro do benefício devido aos descontos obrigatórios, o que, em sua visão, “desvirtua” o propósito original da gratificação natalina. Ele também reafirmou o compromisso da gestão com a pontualidade nos pagamentos.
— Nunca atrasamos salários, férias ou qualquer outro direito. Fechamos o ano mais uma vez com tudo em ordem, pagando todos os nossos trabalhadores — completou Bocalom.
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Obra do viaduto Mamedio Bittar em Rio Branco é adiada para março de 2026
Prefeitura culpa atraso na entrega de insumos vindos de outros estados; estrutura, orçada em R$ 24 milhões, estava prevista para dezembro de 2025

A prefeitura admitiu que não conseguirá entregar a obra ainda este ano e divulgou que a nova previsão é o primeiro trimestre de 2026. Foto: captada
A Prefeitura de Rio Branco admitiu que não conseguirá entregar ainda este ano a construção do viaduto Mamedio Bittar, na confluência das avenidas Ceará, Dias Martins e Isaura Parente. Em nota divulgada nesta quarta-feira (4), a gestão municipal adiou a conclusão da obra para março de 2026.
O novo prazo é o terceiro anunciado pela administração: inicialmente, a entrega estava prevista para outubro de 2025, depois foi adiada para dezembro e, agora, para o primeiro trimestre do ano que vem. Segundo a prefeitura, o atraso se deve à demora na chegada de insumos metálicosnecessários para a estrutura.
— Ressaltamos que não houve má-fé nem por parte da empresa executora, nem da gestão municipal. Trata-se de uma situação logística, considerando também a distância geográfica do Acre em relação aos centros produtores — justificou o município.
De acordo com a nota, os últimos vãos da passagem estão sendo concretados e, após a conclusão do viaduto, ainda serão realizados serviços de acabamento. A prefeitura não informou se o custo inicial de R$ 24 milhões foi alterado.
O viaduto Mamedio Bittar é considerado essencial para desafogar o trânsito em uma das áreas de maior fluxo da capital acreana, especialmente nos horários de pico. A previsão atual é que a obra seja entregue totalmente concluída e dentro dos padrões de qualidade até março do próximo ano.

Segundo a prefeitura, o atraso se deve à demora na chegada de insumos metálicos necessários para a estrutura. Foto: captada
Nota da Prefeitura de Rio Branco
A Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura, esclarece que o atraso na entrega do Elevado Mamedio Bittar ocorreu em razão de dificuldades no fornecimento dos insumos metálicos utilizados na obra.
O material é fabricado sob medida, de forma milimétrica, e adquirido junto a grandes siderúrgicas do sul do país, como a Usiminas e a Gerdau, que atendem não apenas o Brasil, mas também o mercado internacional. Houve, portanto, atrasos na produção e na entrega dessas estruturas, o que impactou diretamente o cronograma da obra.
Ressaltamos que não houve má-fé nem por parte da empresa executora, nem da gestão municipal. Trata-se de uma situação logística, considerando também a distância geográfica do Acre em relação aos centros produtores.
Neste momento, os últimos vãos estão sendo concretados e os serviços de urbanismo já foram iniciados. Após a conclusão da estrutura, ainda serão executados os acabamentos do tabuleiro, passeios, laterais, pintura e toda a urbanização na parte inferior do elevado.
A Prefeitura reforça que não irá inaugurar a obra de forma inacabada. A previsão é de que o Elevado Mamedio Bittar seja entregue totalmente concluído e dentro dos padrões de qualidade no primeiro trimestre de 2026, mais precisamente até o mês de março.

Ainda segundo a nota, os últimos vãos da passagem estão sendo concretados e que, após a conclusão do viaduto, ainda haverá serviços de acabamento. Foto: captada


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