Brasil
TSE autoriza inclusão de nove militares em inspeção da urna eletrônica
Prazo para os trabalhos é prorrogado até sexta-feira

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) conclui a assinatura digital e lacração dos sistemas eleitorais que serão usados nas eleições de outubro (José Cruz/Agência Brasil)
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou a inclusão de nove militares no grupo de técnicos das Forças Armadas que inspeciona o código-fonte da urna eletrônica. O prazo para os trabalhos, que terminaria na última sexta-feira (12), foi prorrogado para o dia 19 deste mês.
Assinado nesta terça-feira (16), o ofício com a autorização foi um dos últimos atos do ministro Edson Fachin como presidente do TSE. Em cerimônia na noite de ontem, ele transmitiu o cargo ao ministro Alexandre de Moraes.
Na autorização, Fachin expressou o reconhecimento do TSE à contribuição das Forças Armadas no âmbito da Comissão da Transparência Eleitoral (CTE), “sobretudo pelo valioso suporte operacional e logístico prestado por elas em todas as últimas eleições”.
A inclusão dos nove militares havia sido solicitada pelo ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira, na semana passada. De acordo com o ministro, os indicados são técnicos com conhecimento nas linguagens de programação C++ e Java, necessários para a inspeção aos códigos-fonte.
A indicação dos novos integrantes temporários pela Defesa ocorreu dois dias após o TSE ter excluído o coronel Ricardo Sant’Anna da equipe de inspeção das Forças Armadas. A medida foi tomada porque mensagens publicadas pelo militar nas redes sociais “foram rotuladas como falsas e se prestaram a fazer militância contra as mesmas urnas eletrônicas” que pretendia fiscalizar, disse Fachin, em ofício.
Ao pedir a inclusão dos nove militares, Paulo Sergio Nogueira renovou “a permanente interlocução” do Ministério da Defesa com o TSE, “tendo como maior propósito contribuir para fortalecer o processo eleitoral brasileiro”.
Entenda
Códigos-fonte são as linhas de comando que compõem os programas de computador, que, por sua vez, são empregados no funcionamento de algum equipamento eletrônico. No caso da Justiça Eleitoral, a integridade dos códigos do sistema de votação é fundamental para impedir fraudes.
A inspeção aos códigos-fonte do sistema eletrônico de votação é uma das etapas obrigatórias do processo eleitoral e pode ser feita por dezenas de instituições autorizadas. A lista inclui partidos, Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal (PF), universidades, Tribunal de Contas da União (TCU), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Forças Armadas, entre outras.
Em eleições anteriores, a abertura dos códigos para inspeção ocorreu sempre seis meses antes do pleito. No atual processo eleitoral, porém, o TSE decidiu abrir o acesso aos códigos em outubro de 2021, um ano antes da votação. Na época, o então presidente da corte eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso, disse que a medida foi tomada para aumentar a transparência.
Entretanto, a inspeção dos códigos-fonte pelas Forças Armadas começou somente neste mês, dois dias após o Ministério da Defesa ter pedido acesso “urgentíssimo” aos dados. Em resposta, o TSE informou que tal acesso encontrava-se aberto desde outubro, bastando que, para isso, fosse feito o cadastramento da equipe para realizar a inspeção na sede do tribunal.
Edição: Nádia Franco
Comentários
Brasil
Papa Leão XIV revela por que escolheu o nome e fala em nova Revolução Industrial com IA
O nome incorporado por um papa não é mera formalidade. Ele traz uma mensagem ou proposta para o pontificado que se inicia. Além da referência a santos, também é comum homenagear outros pontífices

Papa Leão XIV participa da primeira reunião formal com cardeais depois de assumir o comando da Igreja Católica. Foto: Divulgação/Vatican News
O papa Leão XIV explicou neste sábado (10) por que escolheu este nome para seu pontificado e apontou a inteligência artificial (IA) como um dos principais desafios do mundo hoje.
Em sua primeira audiência formal com os cardeais como líder da Santa Sé, o americano-peruano Robert Prevost disse que vai dar sequência às reformas da Igreja Católica iniciadas pelo seu antecessor, o papa Francisco.
No encontro, ele citou o argentino Jorge Bergoglio várias vezes e afirmou que está completamente comprometido com as ideias do Concílio Vaticano 2º, que promoveu mudanças estruturais importantes a partir dos anos 1960.
Prevost também confirmou que o papa Leão XIII, que comandou o Vaticano entre 1878 e 1903, foi uma inspiração para a escolha do seu nome. O pontífice da virada do século 19 para o 20 é fundador da Doutrina Social da Igreja e foi o primeiro a incluir em uma encíclica (a Rerum Novarum, de 1891) os problemas da classe operária, após a Revolução Industrial.
“Em nossos dias, a Igreja oferece a todos o tesouro de seu ensino social em resposta a outra revolução industrial e aos desenvolvimentos no campo da inteligência artificial, que colocam novos desafios para a defesa da dignidade humana, justiça e trabalho”, destacou.
Leão XIV afirmou ainda que o avanço da IA eleva o risco de transformar as relações entre humanos em algoritmos. Os alertas sobre a inteligência artificial também foram uma tônica de Francisco, que chegou a afirmar que essa tecnologia contém a “sombra do mal”.
Por que os papas mudam o nome?
O nome incorporado por um papa não é mera formalidade. Ele traz uma mensagem ou proposta para o pontificado que se inicia. Além da referência a santos, também é comum homenagear outros pontífices.
O nome é uma opção do papa eleito, e é anunciado após o conclave, reunião de cardeais que define o novo líder da Igreja Católica. A escolha costuma funcionar como uma indicação dos objetivos e da linha a ser seguida durante seu pontificado.
João é o nome mais frequente entre os papas até hoje – ao todo, 21 pontífices escolheram ser chamados como o apóstolo. O último deles, João XXIII, comandou a Igreja de 1958 a 1963 e um período de significativas reformas.
Francisco (2013-2025) foi o primeiro a usar esse nome.
Comentários
Brasil
AGU pede bloqueio de bens de empresas e pessoas físicas por fraudes em descontos do INSS
Ação amplia investigação da Operação Sem Desconto e mira R$ 23,8 milhões repassados ilegalmente a agentes públicos por meio de associações e intermediários.
A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou nesta sexta-feira (9) à Justiça Federal o bloqueio de bens de mais seis empresas e oito pessoas físicas investigadas por envolvimento em um esquema de descontos irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A medida representa um aditamento à ação cautelar ajuizada na quinta-feira (8), com base em solicitação da Controladoria-Geral da União (CGU).
Com respaldo na Lei nº 12.846/2013, a chamada Lei Anticorrupção, a AGU também pediu a suspensão das atividades financeiras dos investigados, além do levantamento dos sigilos bancário e fiscal. Segundo o órgão, as empresas incluídas no novo pedido atuavam como intermediárias no repasse de vantagens indevidas a agentes públicos ligados ao INSS e a outras pessoas físicas envolvidas.
De acordo com a petição, já foram identificados repasses ilegais estimados em R$ 23,8 milhões. “As investigações em curso revelam fortes indícios de que as empresas mencionadas participaram diretamente da intermediação de valores milionários”, afirmou a AGU, destacando a existência de um esquema criminoso estruturado para desviar recursos por meio de descontos indevidos.
A AGU argumenta que as pessoas jurídicas envolvidas serviram como instrumentos para práticas ilícitas de natureza penal, administrativa e civil, permitindo a captação de valores extraídos de forma irregular dos benefícios previdenciários.
Além disso, foi instaurado procedimento preparatório com vistas ao ajuizamento de ação por improbidade administrativa contra os agentes públicos citados na Operação Sem Desconto. Na petição original, o órgão já havia solicitado o bloqueio de R$ 2,56 bilhões em bens e ativos de 12 entidades associativas e seus dirigentes, além da quebra de sigilo fiscal e bancário.
Comentários
Brasil
Lula e outros líderes usam símbolo polêmico em desfile militar na Rússia

Foto: Lula em jantar oferecido pelo Presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin • Ricardo Stuckert / PR
Chefes de Estado de vários países, inclusive o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, utilizaram um símbolo polêmico no peito durante as comemorações pelos 80 anos da vitória da antiga União Soviética e seus aliados contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial.
A fita de São Jorge tem listras em laranja e preto e é usada desde os tempos do Império Russo para homenagear soldados mortos em combate ou atos de bravura em guerras.
No entanto, a fita ganhou uma conotação política muito mais forte nos últimos anos, com críticos dentro da Rússia e no exterior acusando o Presidente Vladimir Putin de promover o seu uso como um emblema de apoio ao seu governo e à guerra na Ucrânia.
Além de Lula, o presidente da China, Xi Jinping, e vários outros nomes adotaram a sugestão dos organizadores de utilizar o símbolo.
Muitas ruas de Moscou também foram enfeitadas com faixas nas cores da fita de São Jorge. Veteranos de guerra, crianças e apoiadores de Putin também usaram o distintivo com orgulho.
Muitos afirmaram que ele é apenas um gesto de respeito para homenagear os milhões de mortos em guerras anteriores, especialmente a Segunda Guerra Mundial.
A CNN entrou em contato com a assessoria do presidente Lula e aguarda uma resposta.
Você precisa fazer login para comentar.