Acre
Servidores do Ifac de Xapuri são contra o fim da greve na instituição
Professores do Instituto Federal de Educação em Xapuri protestaram através de uma carta aberta contra a votação em assembleia que deflagrou o fim da paralisação da categoria no município. A carta é assinada por 16 professores e conta detalhadamente o andamento da paralisação, que cerca de um mês.
Entre as reivindicações, os servidores federais, seguindo a mesma linha da classe que também está em greve em vários Estados do Brasil, é contra o corte de 10,4 bilhões de Reais que praticamente paralisa a pesquisas para os próximos anos e podem conduzir a categoria a perdas salariais de até 20%. Ao todo são 54 pautas. Porém a maioria, em Xapuri, votou pelo retornos aos trabalhos por considerar que os alunos estão sendo prejudicados.
Abaixo a carta dos professores contra o fim da paralisação:
CARTA ABERTA À COMUNIDADE DO IFAC XAPURI
SOBRE A GREVE QUE NÃO DEU EM NADA EM 2015
No período de aproximadamente um mês em que os servidores do IFAC Campus Xapuri estiveram em greve foram realizadas seis assembleias do movimento nas quais, além das pautas nacionais, foram discutidas 54 pautas para negociação com a Direção do Câmpus e a Reitoria. Os estudantes participaram ativamente pela primeira vez de todo o processo, formando o seu próprio Comando de Estudantes, elaborando também pontos de pauta para negociação sobre os problemas que lhes atingem diretamente.
A maioria dos 54 pontos de pauta para negociação local foram apenas atualizações da pauta da greve do ano passado cujo andamento de suas resoluções estava completamente paralisado até a decisão da entrada em greve que foi anunciada com mais de um mês de antecedência.
Até alguns dos servidores mais antigos que estavam de férias compareceram as assembleias que tinham em média 04 horas de duração, realizadas até duas vezes por semana, demonstrando seu compromisso com os alunos, com a comunidade, com o ensino, com a pesquisa e extensão, com suas profissões para além do que a lei exige.
Após todo o trabalho que deu a construção dos 54 pontos da pauta local, todo o compromisso e dedicação para estudar e debater no mais alto nível o contexto da pauta nacional na conjuntura econômica, social e política atual do país (com grevistas sofrendo retaliações para as quais o Ministério Público Federal orientou a abertura imediata de processos) o Comando de Greve foi impedido de negociar as melhorias pelas quais tanto lutou faltando menos de uma semana para a reunião agendada com a gestão.
Um grupo ligeiramente maioritário de servidores, alguns com uma média de 04 meses na instituição, ganhou a votação pela saída da greve na primeira assembleia que participaram sem querer nem ao menos tomar conhecimento dos 54 pontos de pauta para negociação, desconsiderando totalmente todo o trabalho intenso de mais de um mês dos colegas, sem debater nem apresentar nenhuma única alternativa sequer para a solução dos problemas apontados na pauta, fazendo o Campus Xapuri se retirar da greve da mesma forma que entrou, sem ganhar absolutamente nada.
As impressionantes justificativas apresentadas pelos três servidores que falaram em média 05 minutos cada um em um debate que durou quase 04 horas para defender a saída da greve foram as de que não queriam prejudicar os alunos com o atraso do ano letivo, que haveria outras formas de conseguir atingir os objetivos sem a necessidade de utilizar da greve como recurso, e a de que é necessário repensar a continuidade de um curso tecnologicamente avançado como o de biotecnologia em uma cidade como Xapuri.
De nada adiantou argumentar que os alunos só perderam 11 dias de aula, pois a greve foi deflagrada pouco antes do recesso do meio de ano em que estes estavam de férias e que nunca ouvimos falar que tenha havido na história uma greve onde os trabalhadores saíssem faltando uma semana para uma reunião de negociação da pauta que passaram mais de um mês construindo.
De nada adiantou pedir que dessem alguma proposta para reverter o corte de 10,4 bilhões de Reais que praticamente paralisa nossas pesquisas para os próximos anos e podem nos conduzir a perdas salariais de até 20%, sem recorrer à luta pela greve como propunham, assim como nada adiantou dizer que Xapuri é justamente quem mais precisa de um curso tecnologicamente avançado na área de biotecnologia por estar localizada em meio à floresta que tem a maior biodiversidade por metro quadrado do mundo.
Finalizaremos as satisfações que vimos através desta carta aberta dar à comunidade citando o nome de alguns dos servidores que foram voto vencido em assembleia assim como de outros que, apesar de não estaremos presentes, não vão arcar com a responsabilidade frente à história por terem abandonado a luta sem nenhuma justificativa e sem ganhar nada, posto que nossa vontade era fazer cumprir o hino acriano onde consta que os filhos deste estado lutarão até o fim “sem recuar, sem cair, sem temer”, como bem tem dado o exemplo os nossos colegas da educação do Estado.
Mas não finalizaremos sem antes citarmos a fala da representante do Comando de Estudantes na assembleia que deliberou a saída dos servidores de Xapuri da greve, declarando que estava vendo, a partir do terceiro ano, os seus colegas do quarto e último saindo de um curso profissionalizante de técnico em biotecnologia sem nunca terem podido entrar em um laboratório da área:
“Eu tenho vergonha de vocês que vão votar contra a continuidade do movimento porque vocês não estão desistindo da greve… vocês meus professores estão desistindo de mim”.
ASSINAM ESSA CARTA, OS SEGUINTES SERVIDORES DO IFAC CAMPUS XAPURI:
1. Alana Chocorosqui
2. Armando Pompermaier
3. Cássio Almeida
4. Cláudia Macedo
5. Cibelle Araújo Souza
6. Eliana Pereira de Oliveira
7. Graciele Hoffmann
8. Iusseny Vieira
9. José Márcio Malveira
10. Júnior Moreira
11. Liandro Beserra
12. Lissandro Augusto
13. Kácio D’Angelys
14. Ricardo Hoffmann
15. Sandro Mesquita
16. Julielmo Correa
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Acre
Associação Família Azul deve suspender atendimentos e cobra apoio do poder público ao autismo; mais de 100 crianças ficarão sem acompanhamento
Dell Pinheiro
A falta de recursos financeiros levou a Associação Família Azul do Acre a suspender integralmente seus atendimentos a crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O anúncio foi feito pela presidente da entidade, Heloneida da Gama, em um vídeo divulgado nas redes sociais, no qual ela faz um apelo direto às autoridades e denuncia a ausência de apoio do poder público à causa do autismo no Estado.
Segundo Heloneida, o encerramento das atividades deixou mais de 100 crianças sem acompanhamento especializado, sem qualquer previsão de retomada. A dirigente afirma que, apesar da relevância social do trabalho desenvolvido pela associação, não houve até o momento articulação concreta para garantir a continuidade dos serviços.
Durante o desabafo, a presidente questionou a destinação das emendas parlamentares dos deputados estaduais. De acordo com ela, cada parlamentar dispõe de aproximadamente R$ 4,5 milhões, sendo cerca de R$ 2,5 milhões obrigatoriamente direcionados à saúde e à Educação, enquanto o restante pode ser aplicado conforme a escolha de cada deputado.
Para Heloneida, pequenas parcelas desses recursos seriam suficientes para manter o atendimento de entidades que atuam diretamente com famílias atípicas. “O que custa combinar com outro deputado e dizer: cada um contribui com R$ 50 mil ou R$ 80 mil?”, questiona, ao destacar que valores considerados modestos dentro do orçamento parlamentar poderiam assegurar a continuidade de serviços essenciais.
A presidente também fez um apelo às famílias e aos eleitores, lembrando que 2026 será ano eleitoral. Ela orienta que a população cobre dos candidatos, durante a campanha, quais ações efetivas foram realizadas em favor do autismo e se houve destinação concreta de recursos para associações como a Família Azul.
Outro ponto levantado foi a fragilidade da rede pública de atendimento no Acre. Segundo Heloneida, atualmente há mais de 5 mil crianças e adolescentes aguardando a primeira consulta, além de outras 4 mil na fila da segunda avaliação. Ela também denuncia a escassez de psiquiatras, especialmente para o acompanhamento de adolescentes acima dos 17 anos, e a demora excessiva no diagnóstico, fatores que comprometem o tratamento precoce.
A dirigente destacou ainda o peso financeiro enfrentado pelas famílias e pela própria associação. Somente a folha de pagamento mensal da entidade gira em torno de R$ 20 mil, valor inviável de manter sem apoio institucional. Mesmo diante do fechamento dos atendimentos, segundo ela, nenhum deputado estadual se manifestou publicamente em defesa da associação.
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Acre
Ex-prefeito de Sena Madureira, Nilson Areal, morre aos 63 anos
O ex-prefeito de Sena Madureira, Nilson Areal, morreu no final da tarde deste domingo (14), aos 63 anos, após sofrer uma parada cardíaca. Ele estava internado no Hospital João Câncio Fernandes, onde realizava tratamento contra um câncer de pulmão. O óbito foi confirmado por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que atenderam a ocorrência na unidade hospitalar.
Nilson Areal teve trajetória marcante na política acreana. Foi prefeito de Sena Madureira por dois mandatos consecutivos, entre 2005 e 2012, período em que conduziu importantes ações administrativas no município. Além da atuação no Executivo municipal, também exerceu o cargo de deputado estadual.
O ex-prefeito deixa esposa, dois filhos e três netos. A morte causou grande comoção em Sena Madureira e entre lideranças políticas do Acre.
O governador Gladson Cameli divulgou uma nota de pesar, na qual lamentou a morte do amigo de longa data e destacou a contribuição de Nilson Areal para a vida pública e o desenvolvimento do município.
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Acre
Mailza arrecada mais de 2 mil brinquedos para crianças com Corrida Solidária
A Corrida Solidária com Mailza, realizada neste sábado, 13, reuniu milhares de corredores em um grande ato de solidariedade, esporte e celebração da vida. Promovida pela vice-governadora Mailza Assis, em comemoração ao seu aniversário, a iniciativa arrecadou mais de 2 mil brinquedos, que serão destinados a crianças em situação de vulnerabilidade neste Natal.
Com clima favorável, sol aparecendo ao longo do percurso e muita animação, a corrida transformou-se em uma verdadeira festa popular. Antes da largada, os participantes cantaram parabéns para a vice-governadora. Ao final, além da entrega das medalhas, teve bolo de aniversário e um animado banho de mangueira garantido pelo Corpo de Bombeiros, fechando o evento em clima de alegria e confraternização.
Mailza agradeceu a participação do público e destacou o significado da ação. “Quero agradecer a cada pessoa que colaborou, que sonhou comigo esse momento, que trouxe um brinquedo e participou dessa corrida. É um gesto que simboliza compartilhar, solidarizar com as famílias que mais precisam, especialmente as nossas crianças. Também é cuidar da saúde, rever amigos e viver um momento de descontração. Esse evento foi preparado com muito amor e carinho, e juntos vamos fazer um Natal diferente para muitas crianças”, afirmou ela que também é secretária de Assistência Social e Direitos Humanos.
Entre os participantes, histórias de inclusão e afeto marcaram o evento. Regimar Souza do Nascimento e Leide Fernandes prestigiaram a corrida acompanhados da filha Jayane, de 24 anos, que tem paralisia cerebral.
“Ela quis vir, disse: ‘mãe, eu quero ir’. Trouxemos ela para participar e também homenagear o aniversário da vice-governadora”, contou Leide.
Regimar também parabenizou a iniciativa. “É uma ação linda. Ela transforma o próprio aniversário em um presente para quem mais precisa, para as crianças. Isso é algo que Deus abençoa, e que inspira outras pessoas a fazerem o bem”, afirmou.
Entre os grupos que mais chamaram atenção pelo entusiasmo esteve o Funcional da Polícia Militar do Acre, formado exclusivamente por mulheres, que chegaram animadas e abrilhantaram ainda mais a festa.
“Foram mais de 100 mulheres aqui. As meninas estavam muito ansiosas para participar, porque é um evento solidário. Nós trabalhamos em bairros periféricos, como Cidade do Povo, Taquari e também na Arena da Floresta. Ao todo, são 106 mulheres, todas muito alegres e felizes por estarem aqui hoje”, relatou a instrutora Halida Prado.
Resultados da corrida
Na categoria masculina, o grande vencedor foi Kauan Vitor, seguido por Jefferson Ramos em segundo lugar e Manoel Cunha em terceiro.
Kauan parabenizou a vice-governadora e ressaltou a importância do esporte aliado à solidariedade.
“Sou da corrida amadora há dois anos. Além de promover o esporte, essa ação ajuda as crianças do nosso Acre. Nem todo mundo consegue dar um presente no Natal, então é maravilhoso poder ajudar fazendo o que a gente ama”, disse.
Jefferson Ramos, corredor amador há dez anos, destacou os benefícios da prática esportiva.
“Qualquer esporte é importante para a nossa saúde. Depois da pandemia, as pessoas passaram a se cuidar mais. E hoje, além disso, estamos fazendo o bem”, ressaltou.
Na categoria feminina, Dalvanir Alves conquistou o primeiro lugar, seguida por Fran Melo em segundo e Juliane Souza em terceiro. Dalvanir celebrou a iniciativa.
“Uma oportunidade maravilhosa de incentivar o exercício físico e, ao mesmo tempo, proporcionar um Natal mais feliz para as crianças. A vice-governadora festejou seu aniversário da melhor forma, junto à população”, destacou.
Fran Melo, corredora profissional há oito anos, também elogiou o evento. “Foi uma ação linda. Quem ganha de verdade são as crianças, porque as doações foram brinquedos. Parabéns à vice-governadora por essa iniciativa”, afirmou.

















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