Acre
Sem pagar servidores e professores, Prefeitura de Assis Brasil diz ter dívidas que ultrapassam R$ 29 milhões
Educadores de Assis Brasil e servidores de outros órgãos não tiveram salários de outubro e dezembro pagos. Município reconhece situação e fala em falta de recursos por bloqueios judiciais.
G1/Acre

Prefeitura de Assis Brasil diz que única alternativa é parcelamento dos salários (Foto: Yuri Marcel/G1)
Os professores e funcionários públicos de Assis Brasil, interior do Acre, estão com os salários atrasados desde o ano passado.
No caso dos educadores, os que fazem parte do quadro efetivo não receberam o pagamento de dezembro e os provisórios estão sem os salários de outubro e dezembro. Já os servidores das secretarias, gabinetes e outros órgãos não recebem desde dezembro.
Ao G1, Ivanir de Lima, secretária de Planejamento e Finanças de Assis Brasil, reconheceu a situação. Segundo ela, bloqueios judiciais – descontados diretamente do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) –, dívidas de precatórios e excesso do quadro de pessoal na Educação foram os fatores pelo atraso dos pagamentos, já que o Município não tem recursos para arcar com as despesas.
Sônia Maria Bessa, presidente do núcleo do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinetac) em Assis Brasil e professora do Município há 19 anos, fala que a Prefeitura propôs pagar os salários parcelados em 10 meses, os pagamentos iniciariam em fevereiro e seriam finalizados em novembro. Entretanto, a classe rejeitou a proposta e aguarda uma resposta da administração pública.
“Eles apresentaram essa proposta no último dia 26, antes disso houve uma reunião. Por unanimidade, a classe não aceitou e protocolei um documento nesta segunda-feira [30] para comunicar a decisão. Queremos nosso salário integralmente e demos até o dia 5 de fevereiro para a Prefeitura rever a situação e pensar em uma nova proposta”, afirma a presidente do núcleo do Sinteac.
A secretária de Planejamento e Finanças diz que a única alternativa que o Município tem é o parcelamento dos salários, tanto dos servidores da Educação como os das demais pastas.
“Ficamos outubro e novembro sem receber uma parcela do FPM por causa do bloqueio da Justiça Federal. Para não atrasar o salário, a saída é o parcelamento. Vamos tentar fechar até o meio do ano”, afirma.
Ivanir fala ainda que somente de precatórios, o Município deve mais de R$ 900 mil. Já a dívida com a previdência, segundo ela, ultrapassa os R$ 22 milhões.
O valor do débito com o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) está acima dos R$ 7 milhões. “As finanças públicas de Assis Brasil vão demorar muito a se equilibrar se não houver uma política de redução de gastos e pessoal”, destaca.
Revoltada, Sônia considera a situação uma afronta. “A classe está se sentindo sem direitos. Temos colegas passando necessidades, com o nome no Serasa, contas de luz e água por pagar, sem conseguir liquidar o próprio cartão de crédito e com todas as contas vencidas. Isso é um desrespeito com a categoria. Para se ter uma ideia, não tem previsão para os servidores receberem”, reclama revoltada.
Comentários
Acre
Morador em situação de rua é esfaqueado no pescoço em Rio Branco
Um homem de 50 anos, identificado como Edilmo Inácio Pereira, foi vítima de um ataque a faca na noite desta quinta-feira (25) no bairro 6 de Agosto, em Rio Branco. Ele caminhava pela Rua Seis de Agosto quando foi abordado por um homem armado com uma faca, que desferiu um golpe no pescoço da vítima.
Edilmo conseguiu caminhar até um posto de combustíveis próximo, onde desabou com intenso sangramento. O SAMU foi acionado e o levou ao Pronto-Socorro de Rio Branco, onde deu entrada em estado estável, mas com risco de agravamento.
A Polícia Militar esteve no local e iniciou as investigações, que agora seguem com a Polícia Civil, que busca identificar e prender o autor do crime.
Comentários
Acre
Acre deve arrecadar R$ 6,4 bilhões em impostos em 2025, aponta Impostômetro
Valor representa 0,16% da arrecadação nacional e supera em R$ 500 milhões o total de 2024; até 25 de dezembro, contribuintes já pagaram R$ 6,3 bilhões

Em comparação até o fim de novembro de 2025, os recursos recolhidos por prefeituras, governo estadual e União somavam R$5,8 bilhões no estado. Foto: captada
A arrecadação de impostos municipais, estaduais e federais no Acre deve alcançar cerca de R$ 6,4 bilhões em 2025, segundo estimativa do Impostômetro, ferramenta mantida pela Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). O valor corresponde a aproximadamente 0,16% de toda a arrecadação nacional.
Comparativo anual:
-
2025 (previsão): R$ 6,4 bilhões
-
2024 (realizado): R$ 5,9 bilhões
-
Até 25/12/2025: R$ 6,3 bilhões já arrecadados
-
Até novembro/2025: R$ 5,8 bilhões acumulados
Principais tributos pagos pelos acreanos:
-
Impostos sobre produção e circulação: ICMS e ISS
-
Tributos sobre renda: Imposto de Renda (pessoa física e jurídica)
-
Impostos sobre propriedade: IPTU e IPVA
-
Taxas de comércio exterior e outros encargos
Destinação dos recursos:
Os valores arrecadados são utilizados para:
-
Custeio da máquina pública (salários e manutenção)
-
Financiamento de obras e infraestrutura
-
Execução de programas governamentais
-
Pagamento de servidores públicos
-
Quitação de dívidas do estado e municípios
O crescimento da arrecadação reflete tanto a expansão da atividade econômica no estado quanto a melhoria na eficiência da cobrança tributária. Entretanto, especialistas alertam que o Acre continua com uma das menores participações na arrecadação nacional, refletindo suas limitações econômicas estruturais e baixa densidade populacional.
Comentários
Acre
Cânticos de fé e acolhimento transformam Natal de pacientes no PS

Foto: Cedida
Corredores do Pronto-Socorro de Rio Branco foram tomados por um som diferente do habitual nesta quarta-feira (24). Em meio à rotina intensa da unidade, servidores se reuniram para realizar um cântico natalino, levando música, palavras de fé e gestos de acolhimento a pacientes e profissionais que permanecem em serviço durante a data.
A iniciativa, que já se tornou tradição, tem como propósito aproximar o verdadeiro significado do Natal de quem passa esse período longe de casa. Para muitos pacientes, a internação na véspera da data simboliza medo e solidão. Para os servidores, é o desafio de cumprir o dever de cuidar enquanto a família celebra à distância. O cântico surge, então, como um gesto simples, mas carregado de sensibilidade, capaz de aquecer corações e renovar esperanças.
Para o gerente de Assistência do Pronto-Socorro, Matheus Araújo, a ação representa uma forma de humanizar ainda mais o atendimento e fortalecer os vínculos dentro da unidade.
“O Natal fala sobre amor, cuidado e presença. Sabemos que muitos servidores passam essa data longe de suas famílias e que muitos pacientes gostariam de estar em casa. Esse momento é para lembrar a todos que eles não estão sozinhos, que aqui existe acolhimento, humanidade e compromisso com o cuidado”, destacou.
A programação percorreu diferentes setores do hospital e contou com a participação de servidores da gestão, do corpo de enfermagem, supervisores e colaboradores do Núcleo de Atendimento ao Servidor (NAST). A organização da ação é feita de forma voluntária e colaborativa, com recursos arrecadados entre os próprios profissionais, que se mobilizam todos os anos para tornar o momento possível.
Além do simbolismo, o cântico também revela o outro lado do cotidiano do pronto-socorro: o cuidado que vai além da técnica e alcança o emocional e o espiritual. Em um cenário marcado por desafios e dias difíceis, a iniciativa ajuda a reforçar para a população que, diariamente, a unidade trabalha com dedicação, empatia e compromisso com a vida.
A enfermeira emergencista Jonnyka Lima, que atua na linha de frente do atendimento, ressaltou o impacto do momento tanto para os pacientes quanto para os profissionais.
“Esse momento toca profundamente quem está aqui dentro. Para o paciente, é um alívio no coração; para nós, profissionais, é uma renovação de forças. Às vezes, tudo o que alguém precisa é ouvir uma música, uma palavra de carinho, sentir que não foi esquecido. O Natal nos lembra exatamente isso: cuidar do outro também é um ato de amor”, afirmou.
Após a apresentação, as reações falavam por si. Olhares emocionados, sorrisos tímidos, lágrimas discretas e palavras de gratidão marcaram o encerramento da ação. Muitos pacientes relataram que precisavam exatamente daquela música ou daquela mensagem. Entre os servidores, o sentimento era de comunhão e fortalecimento coletivo.
Em meio à urgência, ao cansaço e aos desafios diários, o cântico reafirmou que o Natal pode acontecer em qualquer lugar, inclusive dentro de um hospital e que, onde há cuidado, há também humanidade, esperança e amor.





Você precisa fazer login para comentar.