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Reino Unido para de compartilhar informações sobre barcos no Caribe com EUA

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Conteúdo exclusivo CNN: País europeu acredita que ataques americanos contra as embarcações são ilegais

Barco atacado pelos EUA no Caribe • Donald Trump via Truth Social

O Reino Unido parou de compartilhar informações de inteligência sobre embarcações suspeitas de tráfico de drogas no Caribe com os Estados Unidos, pois não quer ser cúmplice de ataques americanos na região, acreditando que essas ações são ilegais, disseram fontes à CNN.

A pausa na troca dessas informações de inteligência começou há mais de um mês, ainda segundo essas fontes.

A decisão é uma ruptura significativa do Reino Unido com seu aliado mais próximo e parceiro de compartilhamento de informações de inteligência, e ressalta o crescente ceticismo sobre a legalidade da campanha militar americana na América Latina.

Durante anos, o Reino Unido, que controla diversos territórios no Caribe, e onde mantém bases de inteligência, ajudou os EUA a localizarem embarcações suspeitas de transportar drogas para que a Guarda Costeira americana pudesse interceptá-las, informaram as fontes.

Porém, isso significava que os barcos seriam parados, abordados, suas tripulações detidas e as drogas apreendidas.

As informações de inteligência eram normalmente enviadas à Força-Tarefa Interagências Conjunta Sul, que é sediada na Flórida e inclui representantes de diversos países. Seu objetivo é combater o tráfico de drogas.

Porém, pouco depois de os EUA iniciarem os ataques contra os barcos no Caribe em setembro, o Reino Unido passou a temer que os americanos pudessem usar informações de inteligência fornecidas pelos britânicos para selecionar alvos.

O chefe de direitos humanos da ONU, Volker Türk, disse no mês passado que os ataques violam o direito internacional e configuram “execuções extrajudiciais”. O Reino Unido concorda com essa avaliação, revelaram as fontes à CNN.

A embaixada britânica nos EUA, o Pentágono e a Casa Branca não responderam aos pedidos de comentários.

Mudança no combate ao tráfico no Caribe

Antes de os militares dos Estados Unidos começarem a explodir barcos no Caribe em setembro, o combate ao tráfico de drogas era da responsabilidade das forças policiais e da Guarda Costeira dos EUA.

Os integrantes de cartéis e os traficantes de drogas eram tratados como criminosos com direito a um processo legal justo — algo com que o Reino Unido estava disposto a colaborar, explicaram as fontes.

Vídeo mostra segundo ataque dos Estados Unidos a um barco da Venezuela que estaria transportando drogas • @realDonaldTrump
Vídeo mostra segundo ataque dos Estados Unidos a um barco da Venezuela que estaria transportando drogas • @realDonaldTrump

Mas o governo Trump argumentou que as Forças Armadas podem legalmente matar suspeitos de tráfico de drogas, porque representam uma ameaça iminente aos americanos e são “combatentes inimigos” em “conflito armado” com os EUA, de acordo com um memorando enviado pelo governo ao Congresso.

O Gabinete de Consultoria Jurídica do Departamento de Justiça dos EUA emitiu um parecer, que ainda é sigiloso, reforçando esse argumento, conforme noticiado pela CNN. Além disso, Trump designou diversos cartéis como “grupos terroristas estrangeiros”.

EUA justificam ataques no Caribe

A Casa Branca afirma que as ações do governo “estão em plena conformidade com o Direito dos Conflitos Armados”, a área do direito internacional destinada a prevenir ataques contra civis.

No entanto, especialistas jurídicos afirmam que o Direito dos Conflitos Armados ainda se aplicaria a traficantes de drogas civis, e a designação de um grupo como organização terrorista estrangeira não autoriza automaticamente o uso de força letal.

Diversas embarcações atingidas pelos EUA estavam paradas ou em manobra de retorno quando foram atacadas, segundo reportagem da CNN, o que contradiz a alegação do governo de que representavam uma ameaça iminente que não poderia ser neutralizada por meio de interceptação e prisão.

Autoridades da Defesa dos EUA também expressaram ceticismo em relação à campanha militar.

Vídeo mostra suposta operação naval dos Estados Unidos no Caribe • Corpo de fuzileiros navais dos Estados Unidos via Comando Sul dos EUA
Vídeo mostra suposta operação naval dos Estados Unidos no Caribe • Corpo de fuzileiros navais dos Estados Unidos via Comando Sul dos EUA

O comandante do Comando Sul dos EUA, Almirante Alvin Holsey, ofereceu renúncia ao cargo durante uma tensa reunião no mês passado com o Secretário de Defesa Pete Hegseth e o Chefe do Estado-Maior Conjunto, após questionar a legalidade dos ataques, conforme noticiado.

Holsey deixará o cargo em dezembro, apenas um ano após assumir a chefia do Comando Sul.

Advogados especializados em direito internacional do Gabinete Jurídico do Departamento de Defesa dos EUA também expressaram preocupação com a legalidade dos ataques.

Vários advogados, tanto da ativa quanto da reserva, pontuaram à CNN que os ataques não parecem ser legais. O porta-voz de Pete Hegseth já negou que algum advogado envolvido nas operações tenha se manifestado contra.

Canadá também se distancia de ataques no Caribe

O Canadá também se distanciou dos ataques militares americanos no Caribe. O país é outro aliado importante dos EUA, que tem ajudado a Guarda Costeira americana a interceptar supostos traficantes no Caribe por quase duas décadas.

As fontes afirmaram à CNN que o Canadá pretende continuar sua parceria com a Guarda Costeira, na chamada Operação Caribe. Mas o país deixou claro aos Estados Unidos que não quer que suas informações de inteligência sejam usadas para ajudar a selecionar embarcações para ataques letais, disseram as fontes à CNN.

Um porta-voz da Defesa canadense disse à imprensa do país no mês passado que “é importante observar que as atividades das Forças Armadas Canadenses no âmbito da Operação Caribe, conduzidas em coordenação com a Guarda Costeira dos Estados Unidos, são separadas e distintas” dos ataques militares americanos contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas.

Fonte: CNN

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Maioria dos trabalhadores de Rio Branco vive sob forte pressão financeira, aponta pesquisa

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Os dados revelam uma realidade complexa. Enquanto a maior parte dos lares (25,5%) tem três moradores, seguidos por 24% com duas pessoas e 20,5% com quatro, uma fatia significativa de 17% abriga cinco ou mais indivíduos

Para 36,5% da população, a renda obtida pelo núcleo doméstico é declarada insuficiente para cobrir as necessidades básicas. Foto: captada 

Ascom Fecomércio/AC

A combinação de baixa renda, avanço da informalidade e alto nível de endividamento está empurrando a maior parte dos trabalhadores de Rio Branco para um cenário de forte restrição orçamentária. A conclusão é da pesquisa do Instituto DataControl, encomendada pela Fecomércio/AC e divulgada nesta quinta-feira, 4.

Segundo o estudo, realizado com 200 pessoas economicamente ativas no final de novembro de 2025, 61,5% sobrevivem com até R$ 1.518 por mês, enquanto 51,5% possuem dívidas parceladas, das quais metade compromete mais de 20% da renda familiar. O aperto é tão grande que 27,5% recorrem a “bicos” para completar o orçamento, 16,5% buscam empréstimos e 10% deixam de pagar alguma conta considerada menos essencial. Apenas 41% conseguem poupar qualquer valor ao final do mês.

O levantamento mostra que 83,3% exercem alguma atividade remunerada, mas nem sempre em condições estáveis. Apenas 35,5% têm vínculo formal. Outros 17% trabalham sem contrato, sendo 11,5% realizando bicos e 5,5% atuando como empresários. Há ainda 12,5% de aposentados. Esse cenário de precariedade se reflete no fato de que 38% dos entrevistados não declaram um emprego fixo.

A taxa de desemprego atinge 16,7% da população e revela profunda desmotivação. 44,4% dos desempregados não procuram mais uma vaga, enquanto 31,9% buscam trabalho há mais de dois anos e 17,4% sequer lembram desde quando estão sem emprego. O estudo também aponta que 19,5% trocaram de emprego no último ano, reforçando o cenário de instabilidade.

Para o assessor da Fecomércio-AC, Egídio Garó, os dados reforçam uma tendência já percebida no setor produtivo. “Estamos diante de um mercado de trabalho que emprega, mas ainda não garante estabilidade financeira para grande parte das famílias. A renda é baixa, o endividamento é alto e a margem para poupar é mínima”, afirmou.

Os dados revelam uma realidade complexa. Enquanto a maior parte dos lares (25,5%) tem três moradores, seguidos por 24% com duas pessoas e 20,5% com quatro, uma fatia significativa de 17% abriga cinco ou mais indivíduos, o que intensifica a demanda por recursos. Contudo, essa carga muitas vezes não é distribuída de forma proporcional. Em 44,4% das famílias, o sustento recai sobre os ombros de uma única pessoa, e em 39,5%, apenas dois membros arcam com todas as despesas.

É neste cenário que a percepção de insuficiência se cristaliza. Para 36,5% da população, a renda obtida pelo núcleo doméstico é declarada insuficiente para cobrir as necessidades básicas. “Isso evidencia um descompasso estrutural entre o tamanho das responsabilidades e a capacidade financeira disponível para suportá-las”, detalhou o assessor da Fecomércio-AC, Egídio Garó.

A gestão das dívidas e a capacidade de planejamento financeiro revelam um cenário de constante tensão. O estudo aponta que 33,3% gastaram mais com compromissos, enquanto 37,5% mantiveram o nível de desembolso. Para mais da metade (54%) dos entrevistados, as parcelas mensais já representam uma dificuldade clara para o equilíbrio das contas. Ainda que a maioria (57,5%) declare realizar algum tipo de planejamento de gastos, a prática não é suficiente para evitar os apertos.

Quando o orçamento estoura, uma esmagadora maioria de 77,5% depende da negociação de prazos de até 30 dias para se reerguer, e 9,5% necessitam de mais de 45 dias, indicando uma fragilidade significativa na capacidade de absorção de choques.

A pesquisa também detalhou o perfil do mercado de trabalho de Rio Branco. 53% dos trabalhadores são mulheres, e 61,5% estão na faixa etária economicamente mais ativa, entre 16 e 44 anos. Em termos de formação, 37% concluíram o ensino médio, enquanto 16% possuem diploma de nível superior. A estrutura ocupacional é liderada pelo setor de serviços (21,5%), seguido pelo comércio (19%) e pelo setor público (16,5%).

A mobilidade urbana também pesa no bolso e no tempo dos trabalhadores. 29,5% consideram grande a distância entre casa e trabalho, enquanto 27,5% usam transporte coletivo, 18,5% a moto e 15% o carro próprio.

Egídio Garó explicou que os números são um alerta claro para a necessidade de mais oportunidades de emprego formal e de melhor remuneração em Rio Branco.

“A alta proporção de pessoas com a renda comprometida e sentindo a insuficiência de seus ganhos demonstra que a recuperação econômica precisa chegar com mais força ao bolso do trabalhador”, concluiu.

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Nota pública sobre atendimentos da Secretaria de Agricultura, Cageacre e Emater

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A medida é temporária e visa garantir a continuidade dos serviços públicos enquanto são realizados ajustes administrativos e estruturais nas sedes dos órgãos

O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri), da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e da Companhia de Armazéns Gerais e Entrepostos do Acre (Cageacre), informa que as instituições listadas abaixo estarão com atendimentos presenciais nos seguintes locais:

  • Emater – pontos de atendimento na Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict), localizada no Hotel Pinheiro – Rua Rui Barbosa, 450, Centro – Rio Branco – AC;
  • Cageacre – Rua Estado do Acre, número 16, no Bairro da Base; pontos de atendimento no Mercado dos Colonos, localizado na Rua Estado do Acre, número 16, no bairro da Base, Centro – Rio Branco – AC;
  • Seagri – ponto de atendimento no novo prédio da Secretaria de Educação, situado na Avenida Nações Unidas, 1955, em frente ao 7º Batalhão de Engenharia de Construção (7º BEC), nas salas 501 e 502.

A medida é temporária e visa garantir a continuidade dos serviços públicos enquanto são realizados ajustes administrativos e estruturais nas sedes dos órgãos. O governo do Estado agradece a compreensão de todos e reforça o compromisso com a eficiência e a qualidade no atendimento à população.

Rynaldo Lúcio dos Santos

Presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural

Pádua Cunha

Presidente da Companhia de Armazéns Gerais e Entrepostos do Acre

José Luís Tchê

Secretário de Estado de Agricultura

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Governo do Acre celebra conquista de servidor público em premiação nacional de fotojornalismo

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Para o governo do Acre, o prêmio reafirma a importância do investimento público na qualificação das equipes de comunicação

Imagem vencedora é de reportagem que retrata coleta de coquinhos caídos das palmeiras, sementes de um ouro vegetal que alimenta sonhos e sustenta famílias: o murumuru. Foto: Pedro Devani/Secom

A Secretaria de Estado de Comunicação, por meio da Agência de Notícias do Acre, conquistou o segundo lugar no Prêmio Ampla de Jornalismo, na categoria Fotojornalismo, com um trabalho assinado pelo fotojornalista Pedro Devani. A imagem premiada ilustra a reportagem “Do murumuru ao mundo: mulheres do Acre moldam a bioeconomia com saber ancestral e cuidado com a floresta”, escrita pela repórter Tácita Muniz.

O reconhecimento reforça a excelência do trabalho desenvolvido por profissionais da comunicação do Estado e evidencia o resultado direto dos investimentos que o governo do Acre vem realizando na capacitação contínua de seus servidores.

Promovido pela Ampla Amazônia, o prêmio reconhece as melhores produções jornalísticas sobre Amazônia, inovação, impacto social e ambiental. A cerimônia oficial foi realizada nesta quarta-feira, 3, em Belém (PA), reunindo grandes nomes da comunicação e do jornalismo da região.

A Ampla Amazônia é uma organização apartidária, representativa de lideranças da Amazônia. Um laboratório de ideias e gerador de debates. Buscando fomentar o empreendedorismo no Pará e na Amazônia, dialogando com o setor público e fortalecendo o setor privado.

Ampla Amazônia é uma organização apartidária, representativa de lideranças da Amazônia. Foto: Marcos Nascimento

Pedro Devani também foi convidado a participar da cerimônia, simbolizando a importância da presença de profissionais que atuam diariamente na produção de conteúdo sobre a Amazônia. “Estou muito feliz”, afirmou Devani. “É um prêmio que destaca a bioeconomia na Amazônia, valorizando uma família de mulheres, que tira seu sustento da coleta diária de murumuru, coquinho. Há um detalhe curioso: a mulher retratada na foto que fiz é paraense e reside em Cruzeiro do Sul há mais de dez anos.”

“Sinto-me honrado por representar a Agência e, mais ainda, por este reconhecimento à fotografia e aos fotógrafos. Neste momento, represento o Acre, sendo o único a ganhar este prêmio de fotografia até agora. Lembro que no ano passado a [jornalista] Tácita [Muniz] se inscreveu e conquistou o terceiro lugar na categoria texto”, concluiu.

Pedro Devani tem mais de três décadas atuando na comunicação pública do estado do Acre. Foto: Marcos Nascimento

Para o governo do Acre, o prêmio reafirma a importância do investimento público na qualificação das equipes de comunicação. “Essa conquista demonstra que investir na formação e no aprimoramento dos nossos servidores gera resultados concretos. Pedro Devani é um exemplo do comprometimento e do talento que temos dentro do Estado”, destacou a secretária de Comunicação, Nayara Lessa.

Para o governo do Acre, o prêmio reafirma a importância do investimento público na qualificação das equipes de comunicação. Foto: José Caminha/Secom

Pedro atua como fotojornalista em diversas coberturas institucionais, registrando o cotidiano acreano com sensibilidade e rigor técnico. Sua vitória, além de celebrar o talento individual, reforça o compromisso do governo em fortalecer o jornalismo público, valorizando profissionais que ajudam a contar a história do Acre e da Amazônia com responsabilidade e profundidade.

A premiação representa mais um marco para o reconhecimento nacional da comunicação pública do Acre, que segue se destacando pela qualidade do conteúdo produzido e pela valorização dos servidores que constroem diariamente essa narrativa.

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