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Quem escreveu a Bíblia? Um historiador analisa quatro teorias

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Professor de História do Pensamento Religioso discute perspectivas sobre a autoria e a inspiração do conjunto dos textos sagrados que foram o Antigo e o Novo Testamento.

Uma Bíblia em latim é disposta na Abadia de Malmesbury, na Inglaterra. Foto: Wikemedia/Domínio Público

Por Philip Almond – the Conversation Brasil

Professor de História do Pensamento Religioso discute perspectivas sobre a autoria e a inspiração do conjunto dos textos sagrados que foram o Antigo e o Novo Testamento.

A Bíblia conta uma história geral sobre a história do mundo: criação, queda, redenção e o Juízo Final de Deus sobre os vivos e os mortos.

O Antigo Testamento (que data de 300 a.C.) começa com a criação do mundo e de Adão e Eva, sua desobediência a Deus e sua expulsão do jardim do Éden.

O Novo Testamento relata a redenção da humanidade, realizada pela vida, morte e ressurreição de Jesus. Ele termina no livro do Apocalipse, com o fim da história e o Juízo Final de Deus.

Durante os primeiros 400 anos do cristianismo, a igreja demorou a decidir sobre o Novo Testamento. Finalmente, em 367 d.C., as autoridades confirmaram os 27 livros que o compõem.

Mas quem escreveu a Bíblia?

Em linhas gerais, há quatro teorias diferentes.

1. Deus escreveu a Bíblia:

Todos os cristãos concordam que a Bíblia tem autoridade. Muitos a veem como a palavra de Deus divinamente revelada. Mas há discordâncias significativas sobre o que isso significa.

Em sua forma mais extrema, isso significa que as próprias palavras são divinamente inspiradas – Deus ditou a Bíblia aos seus escritores, que eram meramente músicos de Deus tocando uma composição divina.

Já no século II, o filósofo cristão Justino Mártir via isso como necessário apenas para os homens santos submeterem suas pessoas purificadas à direção do Espírito Santo, para que esse plectro divino do céu, por assim dizer, usando-os como uma harpa ou lira, pudesse nos revelar verdades divinas e celestiais.

Em outras palavras, Deus ditou as palavras aos secretários bíblicos, que escreveram tudo com exatidão.

Essa visão continuou com a igreja católica medieval. O teólogo católico Tomás de Aquino simplificou a questão no século XIII: “o autor da Sagrada Escritura é Deus”. Ele qualificou isso dizendo que cada palavra da Sagrada Escritura poderia ter vários sentidos – em outras palavras, poderia ser interpretada de várias maneiras.

O movimento de reforma religiosa conhecido como Protestantismo varreu a Europa nos anos 1500. Um novo grupo de igrejas se formou ao lado das tradições católicas e ortodoxas orientais existentes no cristianismo.

Os protestantes enfatizavam a autoridade de “somente as escrituras” (“sola scriptura”), o que significa que o texto da Bíblia era a autoridade suprema sobre a igreja. Isso deu maior ênfase às escrituras e a ideia de “ditado divino” ganhou mais apoio.

Assim, por exemplo, o reformador protestante João Calvino declarou:

[nós] estamos plenamente convencidos de que os profetas não falaram por sugestão própria, mas que, sendo órgãos do Espírito Santo, eles apenas proferiram o que haviam sido comissio

O “ditado divino” estava ligado à ideia de que a Bíblia não continha erros (inerrante), porque as palavras foram ditadas por Deus.

Em geral, durante os primeiros 1.700 anos da história cristã, isso foi assumido, se não defendido. Porém, a partir do século 18, tanto a história quanto a ciência começaram a lançar dúvidas sobre a veracidade da Bíblia. E o que antes era tido como fato passou a ser tratado como mito e lenda.

A impossibilidade de qualquer tipo de erro nas escrituras tornou-se uma doutrina na vanguarda do movimento do século XX conhecido como fundamentalismo. A Declaração de Chicago sobre a Inerrância Bíblica em 1978 registrou:

Sendo total e verbalmente dada por Deus, a Escritura não contém erros ou falhas em todos os seus ensinamentos, não menos naquilo que ela afirma sobre os atos de Deus na criação, sobre os eventos da história mundial e sobre suas próprias origens literárias sob Deus, do que em seu testemunho da graça salvadora de Deus em vidas individuais.

2. Deus inspirou os escritores (visão conservadora):

Uma alternativa à teoria do ditado divino é a inspiração divina dos escritores. Nesse caso, tanto Deus quanto os seres humanos colaboraram na redação da Bíblia. Portanto, não as palavras, mas os autores foram inspirados por Deus.

Há duas versões dessa teoria, que datam da Reforma. A versão conservadora, preferida pelo protestantismo, era: embora a Bíblia tenha sido escrita por humanos, Deus era uma força dominante na parceria.

Os protestantes acreditavam que a soberania de Deus anulava a liberdade humana. Mas até mesmo os reformadores, Martinho Lutero e João Calvino, reconheceram que a variação nas histórias bíblicas poderia ser atribuída ao arbítrio humano.

Os católicos estavam mais inclinados a reconhecer a liberdade humana acima da soberania divina. Alguns flertavam com a ideia de que a autoria humana estava em jogo, com Deus intervindo apenas para evitar erros.

Por exemplo, em 1625, Jacques Bonfrère disse que o Espírito Santo age: “não ditando ou inspirando, mas como alguém que fica de olho em outro enquanto ele está escrevendo, para evitar que ele cometa erros”.

Obra de 1850 de James Tissot retrata Jesus com 12 anos. Foto: Domínio Público

No início da década de 1620, o arcebispo de Split, Marcantonio de Dominis, foi um pouco mais longe. Ele distinguiu entre as partes da Bíblia reveladas por Deus aos escritores e as que não foram. Ele acreditava que poderiam ocorrer erros nessas últimas.

Seu ponto de vista foi apoiado cerca de 200 anos depois por John Henry Newman, que liderou o movimento de Oxford na Igreja da Inglaterra e mais tarde se tornou cardeal (e depois santo) na Igreja Católica Romana.

Newman argumentou que os livros divinamente inspirados da Bíblia foram intercalados com acréscimos humanos. Em outras palavras, a Bíblia era inspirada em questões de fé e moral – mas não, digamos, em questões de ciência e história. Às vezes, era difícil distinguir essa visão conservadora do “ditado divino”.

3. Deus inspirou os escritores (visão liberal):

Durante o século XIX, tanto nos círculos protestantes quanto nos católicos, a teoria conservadora estava sendo superada por uma visão mais liberal. Os escritores da Bíblia foram inspirados por Deus, mas eles eram “filhos de seu tempo”, e seus escritos foram determinados pelos contextos culturais em que foram escritos.

Essa visão, embora reconhecesse o status especial da Bíblia para os cristãos, permitia erros. Por exemplo, em 1860 o teólogo anglicano Benjamin Jowett declarou: “qualquer doutrina verdadeira de inspiração deve estar em conformidade com todos os fatos bem comprovados da história ou da ciência”.

Para Jowett, defender a verdade da Bíblia contra as descobertas da ciência ou da história era prestar um desserviço à religião. Às vezes, porém, é difícil dizer a diferença entre uma visão liberal da inspiração e o fato de não haver significado algum para “inspiração”.

Em 1868, uma igreja católica conservadora se opôs à visão mais liberal, declarando a autoria direta de Deus sobre a Bíblia. O Concílio da Igreja conhecido como Vaticano 1 declarou que tanto o Antigo quanto o Novo Testamento foram: “escritos sob a inspiração do Espírito Santo, eles têm Deus como seu autor”.

4. Pessoas escreveram a Bíblia, sem ajuda divina:

Nos círculos cristãos mais liberais, no final do século XIX, a noção da Bíblia como “divinamente inspirada” havia perdido qualquer significado.

Os cristãos liberais podiam se juntar a seus colegas seculares e ignorar as questões da precisão ou infalibilidade histórica ou científica da Bíblia. A ideia da Bíblia como uma produção humana era agora aceita. E a questão de quem a escreveu era agora comparável às questões sobre a autoria de qualquer outro texto antigo.

A resposta simples para “quem escreveu a Bíblia?” passou a ser: os autores nomeados na Bíblia (por exemplo, Mateus, Marcos, Lucas e João – os autores dos quatro Evangelhos). Mas a ideia da autoria da Bíblia é complexa e problemática. (Assim como os estudos históricos de textos antigos em geral).

Isso se deve, em parte, ao fato de ser difícil identificar autores específicos.

O conteúdo dos 39 livros do Antigo Testamento é o mesmo dos 24 livros da Bíblia Hebraica. Nos estudos modernos do Antigo Testamento, agora é geralmente aceito que os livros não foram produzidos por um único autor, mas o resultado de histórias longas e mutáveis de transmissão das histórias.

A questão de quem escreveu a Bíblia é importante porque um quarto da população cristã do mundo acredita que a Bíblia não é uma produção meramente humana. Foto: Divulgação

A questão da autoria, portanto, não diz respeito a um escritor individual, mas a vários autores, editores, escribas e redatores – juntamente com várias versões diferentes da Bíblia.

A questão da autoria, portanto, não se refere a um escritor individual, mas a vários autores, editores, escribas e redatores – juntamente com várias versões diferentes dos textos.

O mesmo acontece com o Novo Testamento. Embora 13 cartas sejam atribuídas a São Paulo, há dúvidas sobre a autoria de sete delas (Efésios, Colossenses, 2 Tessalonicenses, 1 Timóteo, 2 Timóteo, Tito e Hebreus). Também há controvérsias sobre a autoria tradicional de várias das cartas restantes. O livro de Apocalipse era tradicionalmente atribuído ao discípulo de Jesus, João. Mas agora é consenso geral que ele não foi seu autor.

Tradicionalmente, acreditava-se que os autores dos quatro Evangelhos eram os apóstolos Mateus e João, Marcos (o companheiro do discípulo de Jesus, Pedro) e Lucas (o companheiro de Paulo, que difundiu o cristianismo no mundo greco-romano no primeiro século). Mas os Evangelhos escritos anonimamente não foram atribuídos a essas figuras até os séculos II e III.

As datas de criação dos Evangelhos também sugerem que eles não foram escritos por testemunhas oculares da vida de Jesus. O primeiro Evangelho, Marcos (65-70 d.C.), foi escrito cerca de 30 anos após a morte de Jesus (de 29 a 34 d.C.). O último Evangelho, João (90-100 d.C.), foi escrito cerca de 60-90 anos após a morte de Jesus.

Está claro que o autor do Evangelho de Marcos se baseou nas tradições que circulavam na igreja primitiva sobre a vida e os ensinamentos de Jesus e as reuniu na forma de uma biografia antiga.

Por sua vez, o Evangelho de Marcos serviu como a principal fonte para os autores de Mateus e Lucas. Cada um desses autores teve acesso a uma fonte comum (conhecida como “Q”) dos ditos de Jesus, juntamente com material exclusivo de cada um deles.

Em resumo, havia muitos autores (desconhecidos) dos Evangelhos.

É interessante notar que outro grupo de textos, conhecido como Apócrifos, foi escrito durante o período entre o Antigo e o Novo Testamento (400 a.C. ao primeiro século d.C.). A Igreja Católica e as tradições cristãs ortodoxas orientais os consideram parte da Bíblia, mas as igrejas protestantes não os consideram autorizados.

Divina ou humana: por que isso importa?

A questão de quem escreveu a Bíblia é importante porque um quarto da população cristã do mundo acredita que a Bíblia não é uma produção meramente humana.

Divinamente inspirada, ela tem um significado transcendente. Como tal, ela fornece aos cristãos uma compreensão definitiva de como o mundo é, o que a história significa e como a vida humana deve ser vivida.

É importante porque a visão de mundo bíblica é a causa oculta (e muitas vezes não tão oculta) das práticas econômicas, sociais e pessoais. Ela continua sendo, como sempre foi, uma das principais fontes de paz e conflito.

Isso também é importante porque a Bíblia continua sendo a coleção de livros mais importante da civilização ocidental. Independentemente de nossas crenças religiosas, ela formou, informou e moldou todos nós – consciente ou inconscientemente, para o bem ou para o mal.

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Veja quem são os detentos foragidos após fuga em massa de unidade prisional no Amazonas; um foi recapturado

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Entre os fugitivos, estão pessoas com passagens por crimes como roubo, homicídio e tráfico de drogas. Homem identificado como Ener Ferreira Mendonça foi recapturado nesta quinta-feira (25)

Veja quem são os detentos que fugiram de unidade prisional no interior do Amazonas. Foto: Rede Amazônica

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) confirmou a identidade dos 14 detentos que fugiram da Unidade Prisional de Maués na véspera de Natal (24). Entre os fugitivos, estão pessoas com passagens por crimes como roubo, homicídio e tráfico de drogas. Apenas um deles foi recapturado.

Segundo apurado pela Rede Amazônica, a fuga teria acontecido durante o banho de sol pela manhã, após os detentos conseguirem cerrar uma grade de proteção no pátio da unidade.

De acordo com a polícia, os fugitivos são:
  • Alberte da Silva Sarrae
  • Ener Ferreira Mendonça
  • Rodrigo do Carmo Tavares
  • Vitor Gabriel Gonçalves Pantoja
  • Robert William Gonçalves Pantoja
  • Victor Hugo e Silva Moreira
  • Breno Leão da Silva
  • Dioncemar de Oliveira Rodrigues
  • Uily Cardoso Pereira
  • Cristian Douglas Barão de Lima
  • Luiz Prestes Caldeira Neto
  • Kerlisson de Oliveira Rodrigues
  • Henrique Bernardo de Azevedo Mendonça
  • Clenilson Soares Gama

Nesta quinta-feira (25), Ener Ferreira Mendonça foi recapturado. A polícia não divulgou detalhes sobre como e onde o homem foi encontrado. Outros treze detentos seguem foragidos.

A unidade, inaugurada no primeiro semestre do ano, tem capacidade para 100 detentos, funciona como presidio regional e recebe detentos de Maués e outros seis municípios da região do Baixo Amazonas.

A reportagem questionou a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) o andamento dos trabalhos para prende-los novamente, mas até a atualização mais recente desta reportagem não obteve resposta.

Uma fuga em massa de 14 detentos foi registrada na Unidade Prisional de Maués, no interior do Amazonas, nesta quarta-feira (24). Não há registro de mortos, feridos ou reféns.

Entre os fugitivos, estão pessoas com passagens por crimes como roubo, homicídio e tráfico de drogas. Até a atualização mais recente desta reportagem, ninguém foi recapturado.

Unidade Prisional de Maués, no Amazonas. Foto: Reprodução

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Com 30 anos de história, Detran segue ofertando serviço e transformação

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O ano de 2025 foi mais dedicado ao fortalecimento do programa CNH Social, que já ofertou 17 mil vagas gratuitas para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação

Nova sede do Detran, onde o órgão funciona desde abril de 2024. Foto: Renato Beiruth/Detran

Em 13 de dezembro de 2025, o Departamento Estadual de Trânsito do Acre (Detran) completou 30 anos enquanto autarquia estadual. Criado a partir do Decreto nº 1.169, assinado pelo então governador Orleir Cameli, desde 1995 o órgão tem desempenhado papel fundamental na mobilidade, promoção da educação para o trânsito e na defesa da vida.

Ao longo dessas três décadas, o Detran/AC passou por modernizações significativas, ampliou sua presença no interior, fortaleceu programas educativos e se consolidou como uma instituição essencial para o desenvolvimento social e econômico do estado.

“Celebrar 30 anos é relembrar tudo o que já fizemos e projetar onde ainda podemos chegar. O Detran é parte da vida das pessoas, seja na habilitação, no ir e vir ou na segurança de todos aqueles que utilizam as vias. Nossa missão sempre será salvar vidas”, lembrou Taynara Martins, presidente do Detran/AC.

O aniversário histórico chega em um ano marcado por avanços, metas cumpridas e resultados positivos — especialmente na redução da violência no trânsito e na ampliação dos serviços digitais e sociais.

Educação, inclusão e mobilidade social

O ano de 2025 foi mais dedicado ao fortalecimento do programa CNH Social, que já ofertou 17 mil vagas gratuitas para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação. Entre as entregas já realizadas, 640 pessoas receberam suas CNHs no início do ano, além de 600 coletes refletivos distribuídos para mototaxistas.

Mailza Assis entregou CNHs, coletes, capacetes e assinou decreto de isenção do Licenciamento para mototaxistas. Foto: Neto Lucena/Secom

“A CNH mudou minha vida. Agora posso trabalhar de forma regular e ter mais segurança. Esse programa é uma porta aberta para quem precisa de oportunidade”, disse Maria José da Silva, beneficiária do Programa.

Também no dia 15 de janeiro de 2025, o governo do Estado sancionou a lei que garantiu isenção da taxa de licenciamento anual para mototaxistas autônomos, reforçando o compromisso da gestão com a categoria que move grande parte da economia urbana acreana.

Segurança viária e redução histórica de mortes

O primeiro trimestre de 2025 apresentou um resultado expressivo: redução de 45,2% no número de mortes no trânsito em comparação ao mesmo período de 2024. A redução é resultado direto de campanhas educativas contínuas, fiscalizações mais abrangentes, ações integradas com outros órgãos, além dos investimentos em sinalização e engenharia de tráfego.

Taynara Martins, presidente do Detran, durante solenidade de curso voltado aos policiais e agentes de trânsito. Foto: Eduardo Gomes/Detran

“Mais de 92% dos sinistros são causados por imprudência. Por isso, nossa política é clara: educação permanente, fiscalização responsável e ações que salvam vidas”, destacou Taynara Martins em sua participação no GovCast, em novembro deste ano.

Modernização e eficiência para o cidadão

A digitalização dos serviços avançou com a adoção do sistema online de Indicação do Real Infrator, disponível na Carteira Digital de Trânsito (CDT). O recurso permite que proprietários transfiram multas para o condutor responsável sem burocracia ou deslocamentos.

Editais de notificação e processos administrativos de suspensão da CNH também passaram a ser publicados com mais transparência e regularidade, garantindo segurança jurídica e agilidade.

Integração institucional e pacto pela vida

Em 2025, o Detran/AC e a Polícia Rodoviária Federal firmaram um Acordo de Cooperação Técnica para intensificar ações conjuntas de fiscalização e educação. A parceria reforça o combate à alcoolemia, o monitoramento das rodovias e a execução de campanhas integradas.

Policiais e agentes de trânsito são capacitados regularmente para manter um padrão de atendimento das ocorrências. Foto: Eduardo Gomes/Detran

Fruto dessa parceria, todos os anos as duas instituições realizam a Operação Rodovida, que percorre os vários trechos das duas rodovias federais no Acre, BRs 364 e 317, auxiliando no monitoramento e redução de sinistros nessas áreas, sejam elas urbanas ou rurais.

Presença constante junto às comunidades

Durante o Carnaval, o Detran realizou mais de 25 mil abordagens educativas e preventivas em Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima. Além das ações, equipes de Educação de Trânsito percorreram bairros, escolas e áreas de grande fluxo.

Abordagem a condutores e ciclistas na Avenida 25 de Agosto, em Cruzeiro do Sul. Foto Mariely Sousa/Detran

Os orientadores de trânsito do órgão também estiveram presentes nos festivais de praia e festas temáticas em Tarauacá, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Feijó, Sena Madureira, Porto Acre, Capixaba, Senador Guiomard, Brasileia, Epitaciolândia e Assis Brasil, além de áreas rurais.

“É importante ter blitz de vez em quando. O pessoal, às vezes, abusa na bebida e isso ajuda a evitar acidentes. A fiscalização faz a gente pensar duas vezes”, disse Antônio Nascimento, morador da Transacreana.

Sinalização e melhorias viárias

Rio Branco e Cruzeiro do Sul têm seus trânsitos municipalizados, mas as outras 20 cidades acreanas ainda dependem do Detran para realizar serviços de sinalização e regulamentação. Por solicitação das prefeituras, o trabalho foi intensificado e prevê para os próximos meses a implantação de faixas elevadas iluminadas, modernização de semáforos com botoeiras. Próximos a escolas, a ideia é expandir a sinalização horizontal e vertical, mantendo a presença constante de orientadores para auxílio na travessia de crianças, pais e responsáveis na chegada e saída.

Em parceria com a Prefeitura de Cruzeiro do Sul, o Detran implantou uma rotatória na Avenida 25 de Agosto. Foto: Diego Silva/Secom

Concurso Público

O ano está se encerrando, mas o Detran preparou uma grande surpresa aos aprovados no Concurso Público realizado pela autarquia para o preenchimento de 91 vagas efetivas. O resultado final e a homologação do certame foi publicada pelo governo do Estado no último dia 19 de dezembro e agora os agentes, assistentes, analistas e examinadores de trânsito, além de engenheiros, contadores, pedagogos e analistas de sistemas aguardam apenas a convocação para posse nos cargos.

Aprovados recebendo instrução prática durante curso de formação de agente de trânsito. Foto: Renato Beiruth/Detran

Esse foi o segundo concurso realizado durante os 30 anos de criação do Detran. O primeiro ocorreu em 2009, com posse em 2010, ano em que o órgão executivo de trânsito completou 15 anos de institucionalização.

Perspectivas

O Detran/AC segue com planos estruturados para ampliar a segurança viária e modernizar seus serviços. Entre as prioridades estão a expansão do Programa CNH Social, novos investimentos em tecnologia e atendimento, conclusão de projetos de engenharia de tráfego em zonas urbanas críticas e reforço das ações educativas contínuas e presenciais.

Ao completar 30 anos, o Detran/AC encerra 2025 registrando avanços significativos na segurança, na inclusão e na modernização dos serviços públicos. O órgão reforça seu compromisso com a vida, com a cidadania e com a construção de um trânsito mais seguro e humanizado para todos os acreanos.

Este está sendo um ano de resultados, mas 2026 será um ano de novas entregas — com a mesma missão que acompanha o Detran desde sua criação: proteger vidas e garantir mobilidade com responsabilidade.

Em 2026 o Detran vai ofertar mais 5 mil vagas para habilitação pelo Programa CNH Social. Foto: Eduardo Gomes/Detran

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Acre tem quase 200 pessoas com nome ou sobrenome em alusão ao Natal

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Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística (IBGE), há 186 pessoas entre Natalinos, Natalinas, Natalícios, Natalícias e Natais

No Acre, há mais de 72 mil “Marias”, sendo o oitavo estado com mais registros em termos de proporcionalidade, e cerca de 25 mil “Josés”, ficando em nona posição neste mesmo quesito. Foto: captada 

Valeu, Natalina! Muitos brasileiros nascidos nos dias 24 e 25 de dezembro recebem nomes para homenagear a data alusiva ao nascimento de Jesus Cristo. No Acre, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística (IBGE), há 186 Natalinos, Natalinas, Natalícios e Natais.

Os dados fazem parte do banco de nomes do IBGE com base no Censo 2022 e abrangem os nomes e sobrenomes de todos os moradores dos 90,7 milhões de domicílios registrados, de 1940 até 2022.

No estado, o nome Natalino foi escolhido como primeiro nome por 57 pais e também se faz presente como sobrenome no registro de nascimento de 19 pessoas.

Já o nome Natal, especificamente, foi escolhido 27 vezes. Suas variações como Natalícios, por exemplo, foram registradas em 22 pessoas.

No Brasil, mais de 8 mil pessoas se chamam Natal. Outros 12.453 pessoas têm o sobrenome Natal, além de mais de 16 mil Natalinos e mais de 21 mil Natalinas.

Confira os principais nomes escolhidos em alusão ao Natal no Acre:
  • Natalino (1º nome): 57 pessoas
  • Natalino (sobrenome): 19 pessoas
  • Natalina (1º nome): 61 pessoas
  • Natal (1º nome): 27 pessoas
  • Natalício (1º nome): 22 pessoas
  • Natalícia (1º nome): 26 pessoas

No geral, os nomes José (masculino) e Maria (feminino) são os mais populares do Acre, segundo levantamento do IBGE, divulgado em novembro deste ano, a partir do Censo de 2022.

No Acre, há mais de 72 mil “Marias”, sendo o oitavo estado com mais registros em termos de proporcionalidade, e cerca de 25 mil “Josés”, ficando em nona posição neste mesmo quesito. Já na região Norte, o estado é o que mais tem registros proporcionais de ambos os nomes.

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