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“Que o mundo se prepare para a derrota de Maduro”, diz líder da oposição venezuelana
CNN-Brasil
María Corina Machado foi proibida de ocupar cargos públicos por 15 anos em recente decisão da Controladoria-Geral da República. María Corina Machado, oposicionista candidata a presidente na Venezuela, falou sobre o que ela acredita estar em jogo nas eleições venezuelanas: “Que o mundo se prepare para a derrota de [Nicolás] Maduro, porque é isso que vai acontecer, vamos derrotá-lo”.
Em entrevista à CNN, Machado destacou que o que está vendo no país neste momento, antes das primárias da oposição, “nunca tinha visto”, já que se construiu uma força “que torna este momento algo inédito.”
“As pessoas assumem que esta é uma luta do bem contra o mal”, acrescentou.
Machado assegurou ainda que “o regime sabe disso” e “por isso agem desta forma desesperada que se invertem, que se invertem. Fizeram o primário adquirir força e um desafio que não tinha até três dias atrás.”
Nesse sentido, a líder venezuelano destacou que as primárias na Venezuela criarão legitimidade “em um desafio direto ao regime, à tirania”. O que, afirma, “será o primeiro passo para a derrota do sistema”.
“A primária vai ser uma oportunidade de construir força, força cívica, força cidadã e, a partir desse dia, com toda a legitimidade que vem de uma sociedade participativa dentro e fora do país, aí vamos concretizar um processo de coordenação com uma estratégia muito firme que se dirige à comunidade internacional para fazerem o que têm de fazer.”
Machado também definiu as primárias como “um marco que fará com que o mundo inteiro entenda o que nós, venezuelanos, estamos dispostos a fazer dentro [do país] e do quarto do nosso país que está espalhado pelo mundo, mas que deseja voltar. É meu compromisso fazer com que os venezuelanos retornem ao seu lar eterno.”
Machado é proibida de ocupar cargos públicos por 15 anos
Machado está impedida de ocupar cargos públicos na Venezuela por 15 anos, segundo documento da Controladoria-Geral da República divulgado na semana passada.
A desclassificação de Machado ocorreu após consulta ao deputado da oposição José Brito, membro da Comissão de Controladoria da Assembleia Nacional, que informou que iria questionar a Controladoria sobre a situação de Machado.
No entanto, em sua entrevista à CNN, Machado descreveu a inabilitação como “um pequeno obstáculo ao lado de todos os outros que temos pela frente para conseguir eleições competitivas”.
Em seguida, completou: “Todos nós sabemos. Um Conselho Nacional Eleitoral é um tentáculo da tirania, um registro eleitoral absolutamente falho. Ou seja, está usando dinheiro ou intimidação, não permitindo que os venezuelanos votem fora. Você percebe a magnitude dos desafios temos agora. Faltam 18 meses e se conseguimos tudo isso nesses últimos cinco meses, prepare-se para o que vamos fazer: Construir os alicerces de uma nação.”
No início da entrevista, Machado sustentou que o objetivo final de todo o esforço da oposição “é deslocar essa tirania que destruiu o país, construir os alicerces de uma nação, o retorno de nossos filhos para casa”.
E, nesse sentido, sublinhou que “despertou uma força enorme, contagiante. Isso abalou o país, fez a comunidade internacional entender que isto é grave”.
A ex-deputada é uma das quatro mulheres entre as 14 inscritas na disputa da oposição. Machado é conhecido por seu discurso desafiador contra o atual presidente da Venezuela e potencial candidato do partido governista, Nicolás Maduro.
Machado foi cofundador da Súmate, organização não governamental que monitora a transparência eleitoral. Em seu discurso após a assinatura do ato de nomeação, ele enviou uma mensagem à comunidade internacional: “A todos os democratas do mundo eu digo: preparem-se para a derrota de Nicolás Maduro em 2024.” Pela derrota do sistema atual, “deste regime, já começou nas ruas da Venezuela e é irreversível”.
Machado diz que decisão da Controladoria “é uma besteira”
Machado se inscreveu nas primárias de outubro, nas quais a oposição escolherá um candidato para enfrentar o porta-estandarte do partido governista em 2024.
Segundo o documento da Controladoria, Machado é punido com 15 anos de inabilitação por “erros e omissões em suas declarações de bens”.
A CNN entrou em contato com a Controladoria e o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para obter a confirmação de forma independente.
Após a divulgação do documento, a ex-deputada disse que “uma desqualificação do regime é uma besteira, vale zero. O desespero é um péssimo conselheiro. Isso estava chegando, mas se eles achavam que essa farsa ia desestimular a participação, agora vamos com mais força”.
Em evento de campanha em Barinas, a adversária disse que uma desclassificação contra ela foi “inventar”.
“Eles estão errados se pensam que neste momento com manobras, com seu TSJ, Controladoria, CNE arrastados para a tirania, o povo da Venezuela vai parar ou abaixar a cabeça. Isso acabou. Aqui há uma única entidade, uma única voz que empodera e é o povo da Venezuela”, disse.
O ex-candidato presidencial Henrique Capriles Radonski, que enfrentará Machado nas primárias, disse: “A inabilitação de María Corina Machado por 15 anos é uma ação inconstitucional, infundada e vergonhosa”.
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Suspeito preso por levar 11 fuzis para a Penha foi liberado da prisão pela Justiça 12 dias antes
Leandro Rodrigues da Silva, de 38 anos, tinha sido preso pela Polícia Rodoviária Federal no dia 15 de janeiro com 30 kg de drogas, mas foi solto na audiência de custódia no dia 18.
Leandro Rodrigues da Silva, de 38 anos, foi preso pela Polícia Federal, na madrugada desta quinta-feira (30), dirigindo um carro que levava 11 fuzis, de calibres 5,56 e 7,62, para o Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio.
A prisão de Leandro aconteceu 12 dias depois dele ser liberado em uma audiência de custódia, em Campos dos Goitacazes, no Norte Fluminense. Ele havia sido preso por tráfico de drogas.
Morador da Zona Oeste do Rio, com ensino médio completo e se apresentando como motorista de aplicativo, Leandro foi preso no dia 15 de janeiro por policiais rodoviários federais, quando dirigia um Ford Fiesta, no quilômetro 203, da BR-101, em Casimiro de Abreu, no Norte Fluminense.
No veículo, os policiais rodoviários encontraram:
- 31,5 kg de maconha distribuídos em 41 tabletes em um saco preto;
- 1.439 frascos de líquido de cheirinho de loló;
- Dois galões de líquido semelhante a cheirinho de loló;
- 2 pacotes com pinos transparentes vazios;
- R$ 1.874 em dinheiro.
Levado para a 121ª DP (Casimiro de Abreu), Leandro mudou a versão de que tinha pegado a droga em Casimiro de Abreu. Ele contou que o carro foi abastecido na Linha Vermelha e seguia para Macaé. Em nenhum momento, segundo o Ministério Público, alegou estar fazendo uma corrida de aplicativo ou falou em entregador ou destinatário.
Leandro ficou preso por dois dias e, às 10h09 do dia 18 de janeiro, foi levado para a audiência de custódia. Na ocasião, o juiz Iago Saúde Izoton decidiu pela soltura de Leandro contrariando o MP, que pediu a conversão da prisão em flagrante para preventiva.
Em suas alegações, o magistrado informou que “a prisão preventiva se revela excepcional”:
A partir daí, o magistrado determinou que Leandro se apresentasse diante do juiz todo dia 10 de cada mês. Após a decisão do juiz, a promotora Luíza Klöppel, do Ministério Público estadual recorreu.
O MP apontou a gravidade do caso envolvendo o transporte da droga e o risco de que Leandro voltasse a delinquir.
12 dias depois da liberdade, os fuzis
Na noite de quarta-feira (29), os policiais federais da Delegacia de Repressão à Entorpecentes (DRE) iniciaram uma vigilância na serra, na altura do município de Paulo de Frontin em busca de uma moto que transportava material ilícito.
Ao encontrarem a BMW, presenciaram o momento em que o ocupante repassou duas malas ao motorista de um Nissan preto. O veículo foi seguido pelos policiais até um posto de gasolina onde foi feita a abordagem.
O motorista do carro era Leandro Rodrigues da Silva. O da moto, Gutenberg Samuel de Oliveira. Ambos foram presos e os veículos apreendidos.
O carregamento tinha 8 fuzis, de calibre 5.56 e 3 fuzis calibre 7.62, além dos veículos utilizados no transporte das armas. Todas as armas com a marca de uma caveira semelhante ao personagem Justiceiro, da Marvel.
De acordo com as investigações preliminares, o arsenal teria como destino os complexos da Penha e do Alemão, onde está baseada a chefia da facção Comando Vermelho.
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Argentina corta taxas e Brasil volta a ter maior juro real do mundo
País comandado por Javier Milei caiu da primeira para a terceira posição, após seu Banco Central reduzir suas taxas de juros em 3 pontos percentuais. Topo agora está com Brasil e Rússia.
O Brasil passou a ter o maior juro real do mundo. Na noite de quinta-feira (30), o Banco Central da Argentina, antiga líder do ranking, promoveu um novo corte em sua taxa básica de juros e tirou o país da primeira posição.
A autoridade monetária reduziu suas taxas de 32% para 29% ao ano. Segundo a instituição, essa redução é consequência da “consolidação observada nas expectativas de menor inflação.”
A Argentina encerrou 2024 com uma inflação anual de 117,8%. Apesar de ainda estar bastante alta, houve uma forte desaceleração em relação aos 211,4% registrados em 2023.
Com a taxa de juro real é calculada, entre outros pontos, pela taxa de juros nominal do país descontada a inflação prevista para os próximos 12 meses, o juro real argentino caiu para 6,14%. O país passou, então, para a terceira colocação no ranking.
Quem assume a ponta é antigo vice-líder, o Brasil. Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu aumentar mais uma vez a Selic em 1 ponto percentual, levando o juro nominal a 13,25% ao ano, e o juro real a 9,18%.
Na segunda posição vem a Rússia, com uma taxa de juros real de 8,91%.
Veja abaixo os principais resultados da lista de 40 países.
Ranking de juros reais
Taxas de juros atuais descontadas a inflação projetada para os próximos 12 meses
Alta da Selic
Na última quarta-feira (29), o Copom anunciou sua decisão de elevar a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, para a casa de 13,25% ao ano.
Na decisão anterior, em dezembro, a autoridade monetária já havia elevado a taxa básica em 1 ponto percentual, para a casa de 12,25% ao ano. A decisão marca a quarta alta seguida da Selic.
Juros nominais
Considerando os juros nominais (sem descontar a inflação), a taxa brasileira permaneceu na 4ª posição.
Veja abaixo:
- Turquia: 45,00%
- Argentina: 29,00%
- Rússia: 21,00%
- Brasil: 13,25%
- México: 10,00%
- Colômbia: 9,50%
- África do Sul: 7,75%
- Hungria: 6,50%
- Índia: 6,50%
- Filipinas: 5,75%
- Indonésia: 5,75%
- Polônia: 5,75%
- Chile: 5,00%
- Hong Kong: 4,75%
- Reino Unido: 4,75%
- Estados Unidos: 4,50%
- Israel: 4,50%
- Austrália: 4,35%
- Nova Zelândia: 4,25%
- República Checa: 4,00%
- Canadá: 3,25%
- Alemanha: 3,15%
- Áustria: 3,15%
- Espanha: 3,15%
- Grécia: 3,15%
- Holanda: 3,15%
- Portugal: 3,15%
- Bélgica: 3,15%
- França: 3,15%
- Itália: 3,15%
- China: 3,10%
- Coreia do Sul: 3,00%
- Malásia: 3,00%
- Cingapura: 2,98%
- Dinamarca: 2,60%
- Suécia: 2,50%
- Tailândia: 2,25%
- Taiwan: 2,00%
- Suíça: 0,50%
- Japão: 0,50%
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De volta à planície: ex-presidentes da Câmara contam como é deixar o poder e analisam desafios do novo comando
Deputados que já comandaram a Casa analisam desafios do próximo presidente. Próxima eleição da cúpula da Câmara está marcada para 1º de fevereiro.
No dia 1º de fevereiro, a Câmara dos Deputados elegerá um novo presidente para comandar o colegiado pelos próximos dois anos.
Com isso, Arthur Lira (PP-AL) retornará à planície, termo comumente utilizado no Congresso para se referir aos deputados sem acesso aos cargos da mesa diretora, instalada no centro do plenário. Quem se senta à mesa, tem visão completa dos deputados que estão no plenário, abaixo, por isso o termo “planície”.
A reportagem ouviu cinco ex-presidentes da Câmara que responderam às mesmas perguntas sobre o que a saída desse cargo representou em suas trajetórias. João Paulo Cunha, Henrique Eduardo Alves e Rodrigo Maia não deram entrevistas.
Estranhamento
A experiência da maioria mostra que o dia seguinte após deixar o cargo pode ser seguido de estranhamento pelo poder perdido.
“Claro que a mudança é brusca e que você tem que passar por um período de adaptação, porque você não pode criar ilusão que o poder é seu”, diz Aldo Rebelo, que ocupou o posto entre 2005 e 2007 pelo PCdoB.
Uma saída é recorrer às antigas amizades, conta Arlindo Chinaglia, presidente da Câmara pelo PT entre 2007 e 2009.
Entre os políticos, há desconforto em retornar para os trabalhos da Casa sem ocupar um cargo decisório.
“Eu reconheço que, toda vez que um presidente sai e precisa voltar para o plenário, fica uma situação talvez um pouco desconfortável”, afirma Michel Temer, presidente da Casa em três ocasiões.
Segundo ele, seu processo foi mais simples por ter deixado o comando da Câmara pela primeira vez, em 2001, para assumir a presidência do MDB, e na segunda vez, em 2010, ser vice-presidente da República, na chapa de Dilma Rousseff.
Uma saída, segundo Marco Maia, presidente da Câmara pelo PT entre 2011 e 2013, é não entrar no cargo com expectativa de prolongação de poder.
A dificuldade de reposicionamento depois da saída do comando da Casa também aflige Arthur Lira. Ele é cotado para assumir um cargo na Esplanada dos Ministérios do presidente Lula, mas há impasse sobre sua adesão completa ao governo.
Papel como ex-presidente
O grupo é uníssono sobre a relevância de um ex-presidente da Câmara. Para Aécio Neves, presidente da Casa de 2001 a 2002 pelo PSDB, a experiência é útil para os sucessores.
Para ele, não estar à frente das decisões demanda, muitas vezes, maturidade. “[É importante] encontrar o seu espaço e não ficar disputando permanente holofotes. É um exercício de maturidade que todos os homens públicos devem buscar em determinado momento da sua trajetória.”
Chinaglia afirma que a forma como o presidente atua impacta no tamanho da influência após a saída do cargo. “Depende de como você chegou, de como você se elegeu e de como você saiu. Se o cara for respeitado pelo que ele pensa, se cumpre com a palavra, ele se mantém influente”, afirma.
Desafios
Os ex-presidentes da Casa destacam o novo protagonismo da Câmara em relação ao Orçamento, com influência cada vez maior do Poder Legislativo em detrimento do Executivo.
Para alguns, há excessos na nova atuação. “Eu acho que há um certo, digamos, exagero na volúpia do Congresso sobre nacos do Orçamento”, afirma Aécio.
Marco Maia afirma que a discussão sobre o orçamento tem tamanho maior que as outras pautas da Casa, e que por isso os deputados buscam atuar mais como “executores do que legisladores”.
O desgaste pelas quedas de braço do Legislativo com o Executivo e com o Judiciário é apontado pelos ex-presidentes como um desafio importante para o próximo ciclo da Câmara.
“Restabelecer os limites das atribuições de cada um dos poderes é o maior desafio do próximo presidente da Câmara. Sobretudo, garantir uma relação harmoniosa entre os poderes, definindo limites”, diz Aécio.
Para Chinaglia, o desafio do momento é defender a democracia, impondo respeito à Casa, mas viabilizando a construção de acordos. Já Temer destaca a importância da regulamentação total da reforma tributária, iniciada no ano passado.
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