Acre
Prefeitura de Rio Branco está presente na Transacreana com incentivos agrícolas
Na Transacreana a prefeitura também está presente com incentivos agrícolas na agricultura familiar. No ramal Cai N’água, são 14 produtores assistidos com 2 hectares em área produtiva. Cada produtor recebeu 40 toneladas de calcário e 8.400 de fertilizantes.
As áreas produtivas foram mecanizadas, por meio do programa de mecanização. São 28 ha de área mecanizada. Toda a produção é vendida na Central de Abastecimento de Rio Branco (Ceasa) e nas feiras livres dos bairros. Toda logística de transporte e distribuição dos produtos é feita pela prefeitura.
A produtora Creuza Ferreira é uma das produtoras da agricultura familiar assistida pela gestão. Em sua área de terra ela produz mandioca, abóbora, milho e hortaliças em geral. Aqui usa a mão de obra familiar na produção. O filho e a nora estão diariamente na lida, seja na limpeza ou no preparo dos produtos para a comercialização.
“Antes da fertilização do solo a produção era pequena. Hoje com o apoio do fertilizante, a nossa produção aumentou de 60% a 80%. Não só nas quantidades, mas também no tamanho dos produtos. Os pepinos deram melhor, a abóbora também rendeu. E também nós vamos utilizar essa terra, que já está adubada. Vamos tirar o milho, tirar o jerimum, e aí a gente vai colocar o feijão de corda para aproveitar o adubo que está na terra”, explicou Creuza.

Dona Creuza afirmou ainda que só conseguiu alcançar essa qualidade na produção, graças ao incentivo que a Prefeitura de Rio Branco deu a ela.
“Nós nunca tivemos o apoio de adubo, de calcário. Nossa terra era muito fraca. A prefeitura está sempre nos apoiando e foi quem nos forneceu, desde a mecanização até o adubo, o fertilizante. A gente está aproveitando isso para ter uma melhoria no rendimento da nossa produção”, complementou.

O Lucas é o braço direito da mãe dele no plantio, no cultivo, no manejo e na comercialização do produto.
“O pessoal da prefeitura está ajudando muito a gente. Ajudou com o calcário, com a adubo e também com o escoamento do produto. De primeiro a gente tinha muita dificuldade, o produto estragava no roçado e hoje a gente está tendo essa parceria com o pessoal da prefeitura e eles estão ajudando a gente para melhorar financeiramente e ajudar.”

O engenheiro agrônomo da Seagro, Marcos Matias, informou que a produção de qualidade da dona Creuza já é resultado da presença da assistência técnica da prefeitura no campo.
“A produção da dona Creuza era pequena, frutos pequenos, tamanho reduzido, qualidade que não dava muito valor comercial. Aqui foi usado o plantio consorciado para aproveitar a área no caso milho e abóbora tipo canhão. Na área ela vai utilizar também para a rotação de cultura com o feijão calpique que o pessoal conhece muito pelo feijão de corda”, enfatizou.
Ainda no ramal Cai N’água na Transacreana, visitamos o seu Manoel Augustino. Ele é produtor de mandioca, milho, banana e outras culturas da agricultura familiar. Ele é frequentemente visitado em sua propriedade pelos engenheiros e técnicos agrícolas da prefeitura.

“Eu tenho milho, feijão. Acho que aqui na transacreana, só quem planta feijão aqui sou eu. Eu tenho um camburão de feijão. Depois que eu passei a receber os adubos, minha produção melhorou e muito a qualidade. Eu agradeço o prefeito. Nunca tinha acontecido isso.”
O seu Manuel aplicou toda a orientação técnica dada a ele pelos técnicos da Seagro no plantio consorciado de mandioca, milho, banana e abacaxi, obedecendo todo o espaçamento recomendado.
“Ele adota a questão do manejo das bananeiras. Daqui uns dois, três meses o milho sai, fica a mandioca e a banana e depois uns seis meses sai a mandioca e fica a banana que dura mais dois, três anos para frente. Quer dizer, é uma forma deles aproveitarem o espaço que tem.”
Para 2024, a prefeitura já adquiriu 3 mil toneladas de calcário. Todos os fertilizantes necessários para tornar as propriedades mais produtivas também já foram adquiridos. Os produtores que se enquadram dentro do perfil da agricultura familiar que desejam fazer parte do programa podem procurar a Secretaria Municipal de Agropecuária (Seagro) no Centro de Abastecimento de Rio Branco (Ceasa).
Fonte: Prefeitura de Rio Branco – AC
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Governo do Acre abre licitações para obras em Sena Madureira

O governo do Acre anunciou duas novas licitações voltadas ao fortalecimento da infraestrutura rural em Sena Madureira.
O governo do Acre, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária (Deracre), anunciou a abertura de duas importantes licitações voltadas para o fortalecimento da infraestrutura em Sena Madureira.
“O governador Gladson Camelí tem reforçado o compromisso com a infraestrutura, e os investimentos em Sena Madureira mostram, na prática, esse cuidado com quem vive na zona rural. Estamos trabalhando para garantir acesso, dignidade e melhores condições para escoar a produção local”, afirmou a presidente do Deracre, Sula Ximenes.
A primeira das licitações, referente à Concorrência Eletrônica nº 058/2025, tem como objeto a contratação de empresa especializada para a construção da Casa do Produtor Rural, com valor estimado em R$ 698,1 mil. A iniciativa tem como objetivo apoiar o escoamento da produção agrícola e fortalecer a economia local.
Já a Concorrência Eletrônica nº 056/2025 prevê a contratação de serviços para o melhoramento dos ramais Xiburema e Olho d’Água, também no município. O valor estimado para a execução da obra é de R$ 2,5 milhões. O investimento busca garantir mais acessibilidade às comunidades rurais, principalmente durante o inverno amazônico.
As licitações reforçam o compromisso do governo em garantir melhorias na infraestrutura rural e no apoio à produção local, contribuindo diretamente para o desenvolvimento regional.
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Na Conta! Municípios do Acre recebem mais de R$ 36 milhões do FPM nesta terça-feira
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Educação do Acre: o desafio de ensinar onde o acesso é o maior obstáculo

Acre é o estado com maior percentual de escolas de pequeno porte do Brasil. Foto: Mardilson Gomes/SEE
Em muitos lugares da Amazônia, o tempo é medido pelas cheias dos rios e a distância se conta em horas de barco. Por isso, o desafio de garantir o direito à educação exige caminhos próprios.
No Acre, essa realidade se traduz em números: 224 das 609 escolas estaduais funcionam com até 50 alunos, o que o coloca como o estado com maior percentual de escolas de pequeno porte do Brasil, segundo o Censo Escolar de 2024. E, em vez de apontar um problema, os dados revelam uma solução cuidadosamente construída para manter viva a escola nos lugares mais distantes da floresta.
Quase todas essas escolas estão em áreas rurais (131 unidades), ou comunidades indígenas (92), onde as condições de deslocamento, a distância entre comunidades e os modos de vida tradicionais tornam inviável o modelo de ensino centralizado.
São pequenas escolas que muitas vezes se traduzem como presença do Estado. “Manter uma escola ativa com 15, 20 ou 30 alunos, em um seringal ou em uma aldeia, não é uma escolha de custo. É uma decisão política pela permanência, pela identidade e pela dignidade dessas comunidades”, afirma o secretário de Estado de Educação e Cultura, Aberson Carvalho.

Mobiliário chega a escolas por meio de barcos. Foto: Representação da SEE em Mâncio Lima
A rede estadual acreana atende, sozinha, 5.321 alunos em escolas com até 50 estudantes. São escolas como a Maria Lúcia da Costa Moreira, do Povo Nawa, e a José Batista Diniz, do Povo Nukini, ambas situadas em comunidades acessíveis apenas por via fluvial. Essas unidades estão em Mâncio Lima, município situado no extremo oeste do estado.
Em abril, para que algumas carteiras novas chegassem a essas escolas, foi necessário percorrer o seguinte trajeto: saindo do Porto de Mâncio Lima, o transporte do mobiliário seguiu pelo Rio Japiim, depois até o Rio Moa. De lá, as embarcações com as carteiras prosseguiram por dois igarapés diferentes: Novo Recreio, no caso da escola Nawa, e Paraná, para a Nukini.

Anexos são essenciais para garantir que nenhum aluno fique sem acesso à educação. Foto: Stalin Melo/SEE
A educação no Acre segue uma lógica ancestral. Assim como os rios se adaptam à floresta, a escola no Acre se ramifica entre as comunidades. Em alguns casos, a distância é tão grande que uma única escola tem que se subdividir em anexos, funcionando como ramificações da sede principal.
Todo esse trabalho é feito por meio do Programa Caminhos da Educação do Campo, criado pela atual gestão da Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE). Uma estratégia pedagógica e administrativa estabelecida a partir da realidade local.

Programa Caminhos da Educação do Campo garante acesso ao ensino. Foto: Mardilson Gomes/SEE
“São alunos que vivem em locais onde não é possível montar uma escola regular, no formato-padrão das cidades. Por isso, a rede estadual criou esse programa específico, para garantir o acesso à educação nessas regiões”, explica a chefe do Departamento de Educação do Campo da SEE, Maria Clara Siqueira.
As escolas atendidas pelo programa são, em sua maioria, escolas multisseriadas sem gestão própria, que funcionam em regiões onde não há 30 alunos por comunidade. Para tornar o atendimento viável, muitas dessas unidades funcionam como anexos de uma escola-polo. Esses anexos, muitas vezes com um único professor, garantem que crianças não precisem percorrer longos varadouros ou grandes distâncias pelos rios para estudar e respeitam o princípio de que nenhum aluno pode ser deixado para trás.
“O anexo é uma estrutura física em comunidades isoladas, mas a matrícula e a certificação dos alunos são feitas pela escola-polo. Em Mâncio Lima, por exemplo, a Escola Maria Firmino tem mais de 15 anexos espalhados por comunidades ribeirinhas”, exemplifica Maria Clara.
O Caminhos da Educação no Campo promove planejamento, formação específica para professores e acompanhamento pedagógico constante, garantindo que, mesmo em localidades distantes, o ensino chegue com qualidade e respeito à realidade amazônica.
A educação na Amazônia exige um olhar diferenciado e os desafios vão desde custo logístico para se manter ou construir uma escola na região até variações climáticas extremas, o que exige uma rede que se adapte ao ciclo dos rios, à geografia e às necessidades das pessoas.

Educação na Amazônia é resistência, cuidado e presença real onde mais importa. Foto: Mardilson Gomes/SEE
“Na época das chuvas, muitos professores literalmente se mudam para as comunidades onde lecionam. É a única forma de garantir a continuidade das aulas, já que o deslocamento diário se torna impossível”, explica o secretário Aberson Carvalho.
Ele reconhece que o sistema enfrenta limitações, como infraestrutura, conectividade e transporte escolar, e reforça que a gestão trabalha de forma contínua para avançar.
“A gente sabe que o sistema não é perfeito. Mas é exatamente por isso que a nossa gestão trabalha com o senso de urgência. Temos consciência de que há escolas que precisam de melhorias estruturais imediatas e estamos atuando nisso”, afirma.
Segundo ele, os investimentos feitos na educação do campo são altos não por desperdício, mas por necessidade. “São escolas em locais de acesso extremamente difícil. Para entregar materiais de construção para reformas, por exemplo, é preciso fazer uma logística que envolve barcos, igarapés, varadouros, e dias de trajeto. Mesmo assim, nós fazemos, porque acreditamos que cada comunidade tem direito à presença da escola.”
O secretário ressalta que, mesmo com todos esses desafios, há avanços concretos.
“Foi na nossa gestão que os alunos dessas comunidades receberam fardamento escolar gratuito, material didático e almoço por meio do programa Prato Extra. Isso é resultado de uma gestão comprometida com a permanência e a dignidade do aluno, onde quer que ele esteja.”
Aberson também comentou os casos que vieram à tona nos últimos dias:
“Episódios como o da escola anexo em Bujari reforçam o que a gente já sabia: precisamos e estamos acelerando ainda mais os investimentos. O que não muda é o nosso compromisso. A Amazônia exige soluções criativas, persistentes e adaptadas à realidade. E é isso que estamos fazendo: não negar as dificuldades, mas trabalhar todos os dias para superá-las com responsabilidade e respeito a quem vive aqui.”
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