fbpx
Conecte-se conosco

Geral

Prefeitos de Iñapari e Assis Brasil dizem não ter recursos para manter imigrantes

Publicado

em

A premência da situação não foi observada pelas autoridades peruanas que, irredutíveis, mantinham quase duas centenas de homens armados diante do grupo.

Por Raimari Cardoso

Durante os momentos mais tensos do conflito causado pela aglomeração de imigrantes na Ponte da Integração Brasil-Peru, entre Assis Brasil e Iñapari, que resultou na invasão do lado peruano da fronteira por um grupo de haitianos e africanos, na manhã desta terça-feira, 16, o videomaker do jornalista, Kennedy Santos, viu de perto o drama dos estrangeiros que buscam fugir dos efeitos da pandemia no Brasil.

Com a escassez dos empregos no país causada pela crise sanitária, os imigrantes buscam novos destinos na América, como México e Estados Unidos, saindo do Brasil pelo Peru. Irredutível, o governo do país vizinho não permite a passagem, alegando o fechamento da fronteira como medida restritiva contra a Covid-19. O resultado está sendo a intensificação da tragédia humanitária que atinge os refugiados há mais de uma década.

Amontoados na pista de rolamento da ponte, os estrangeiros se abrigavam da chuva com lonas e tomavam banho em caixas d’água fornecidas pela prefeitura, mas sem banheiros para as necessidades fisiológicas. A premência da situação não foi observada pelas autoridades peruanas que, irredutíveis, mantinham quase duas centenas de homens armados diante do grupo.

O cenário evoluiu para a invasão e posterior expulsão dos estrangeiros pelo exército peruano. Os militares fizeram uso da força para reconduzir os imigrantes à ponte e muitos precisaram receber atendimento médico por conta dos excessos cometidos pelas forças de segurança que receberam ordens sumárias para recompor a ordem na cidade fronteiriça.

O repórter Kennedy Santos conversou com o prefeito da província de Tahuamanu, cuja capital é Iñapari, Abraham Cardozo, que disse não considerar o que ocorreu como uma invasão, mas “um fenômeno sociopolítico, situação complexa agravada pela situação sanitária que desencadeia uma crise econômica que está se vivenciando na atualidade”.

Prefeito da província de Tahuamanu, cuja capital é Iñapari, Abraham Cardozo, que disse não considerar o que ocorreu como uma invasão

Cardoso disse que a situação não lhe surpreende, uma vez que em 2010, após o grande terremoto no Haiti, quando milhares de refugiados tomaram o caminho do Brasil. Para ele, o que ocorre agora é apenas o caminho de volta para aqueles que não suportaram os efeitos da crise econômica no Brasil e buscam novos destinos para continuar suas vidas.

O prefeito de Tahuamanu disse também que a província não possui recursos orçamentários para a manutenção dos imigrantes, o que é uma situação complexa e que causa um impacto para a cidade. Segundo ele, é preciso diálogo com os governos central e regional para se encontrar uma solução para o problema, considerando que esse episódio não será o último a ocorrer.

Kennedy também esteve no gabinete do prefeito de Assis Brasil, Jerry Correia, onde ouviu explicações do gestor sobre as razões de ter decretado estado de calamidade pública no município. O prefeito afirmou que há uma inércia de quase um ano sem haver uma solução do governo federal para o problema do novo fluxo de imigrantes pela rota Brasil-Peru-Brasil.

“Nós não temos a competência de impedir (a entrada de imigrantes no Peru), além da ponte, nós temos vários outros acessos na fronteira aberta. Isso é uma questão humanitária, nós não podemos negar o amparo a essas pessoas. Os que chegarem aos nossos abrigos nós vamos alimentar e cuidar, temos que fazer isso”, disse o prefeito.

Jerry Correia também afirma que o município de Assis Brasil também não possui estrutura para dar conta da manutenção dos estrangeiros.

Ainda segundo ele, não foi definido nada de concreto sobre medidas do governo federal a respeito da situação. Em reunião virtual realizada nesta terça-feira, com a participação do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, ele pediu o retorno do Exército Brasileiro à fronteira.

“O Exército Brasileiro se retirou da faixa de fronteira ainda em novembro do ano passado, nós não entendemos os motivos, em um momento de maior crise, de problemas migratórios, com confrontos na região, então é urgente a presença do EB, mas que também se interrompa esse fluxo de pessoas que querem sair do Brasil via Acre ou que se crie um corredor de acesso via Peru para que eles possam seguir viagem”.

Covid-19 entre os imigrantes

A Agência Andina de Notícias, do Peru, informou nesta quarta-feira, 17, que dez pessoas do grupo de imigrantes que furaram o bloqueio na ponte binacional permaneceram no Peru porque, quando foram realizados os testes de descarte, estes apresentaram resultado positivo para Covid-19. Eles foram atendidos em um posto médico local.

Comentários

Continue lendo

Geral

Avanços técnicos revolucionam a agricultura de soja

Publicado

em

Por

As atuais adversidades enfrentadas pela safra de soja exigem medidas proativas e soluções inovadoras para garantir a saúde das plantações e a sustentabilidade econômica dos produtores. As condições climáticas irregulares e a incidência de pragas e doenças têm impactado significativamente a produtividade e a qualidade do cultivo em diversas regiões do país.

O produtor de soja, diante desse cenário desafiador, deve buscar o suporte técnico especializado para enfrentar os desafios específicos de cada região e ciclo do cultivo. Esse acompanhamento técnico é fundamental para a aplicação das melhores práticas de manejo e a adoção das tecnologias mais adequadas disponíveis.

Com altas temperaturas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e excesso de chuvas no Sul, o clima irregular ao longo do plantio e desenvolvimento das lavouras contribuiu para a consolidação do cenário de quebra de safra em praticamente todos os estados produtores. Além das questões climáticas, a incidência de pragas como o Percevejo-marrom e a Mosca Branca, juntamente com doenças fúngicas e plantas daninhas resistentes, agravou ainda mais a situação.

As pesquisas indicam um aumento significativo na infestação de pragas, resultando em perdas de até 30% na colheita. O Percevejo-marrom, por exemplo, representa uma ameaça significativa à produtividade da soja, exigindo monitoramento constante e estratégias eficazes de controle.

Diante desse contexto, a indústria tem desenvolvido e disponibilizado novas formulações de defensivos agrícolas, com diferentes ingredientes ativos, além de utilizar adjuvantes como o extrato pirolenhoso, para potencializar o efeito inseticida e garantir um melhor controle das pragas.

No manejo de doenças, a adoção de fungicidas comprovados e atestados por pesquisadores renomados é essencial para proteger as plantações.

Além disso, o controle eficaz de plantas daninhas, como a realização de aplicações com o uso de herbicidas, é fundamental para manter as lavouras livres de competição e garantir o pleno desenvolvimento das plantas de soja.

Em suma, o manejo integrado e preventivo, aliado à utilização de tecnologias inovadoras, desempenha um papel fundamental na proteção das lavouras de soja e na garantia da viabilidade econômica do cultivo. O suporte técnico especializado e o investimento em soluções sustentáveis são essenciais para enfrentar os desafios e garantir o sucesso da safra de soja no Brasil.

Fonte: Pensar Agro

Comentários

Continue lendo

Geral

Região do Cerrado Mineiro recebe reconhecimento histórico

Publicado

em

Por

A Região do Cerrado Mineiro celebra uma importante conquista para a cafeicultura local: o reconhecimento oficial como um Arranjo Produtivo Local (APL) voltado para a produção de café. Esse marco, formalizado por meio da Resolução nº 18/2024, publicada no Diário Oficial do Estado de Minas Gerais, consolida a tradição cafeeira da região e abre portas para um novo horizonte de desenvolvimento.

O estado de Minas Gerais é responsável por mais de 50% da produção brasileira, sendo 98,8% de café arábica. As principais regiões produtoras são: Sul de Minas, Mantiqueira de Minas, Matas de Minas, Chapada de Minas e Cerrado Mineiro.

Com essa certificação, o Cerrado Mineiro se junta a outros dois APLs cafeeiros do estado, o Sudoeste de Minas e o Campo das Vertentes, destacando ainda mais a relevância da cafeicultura para a economia mineira.

Com uma abrangência que alcança 55 municípios, o Cerrado Mineiro conta com mais de 4.500 cafeicultores distribuídos pelo Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste do estado.

O café desempenha um papel fundamental na economia local, com mais de 255 mil hectares de plantações que representam 12,7% da produção nacional de café e 25,4% da produção em Minas Gerais, resultando em uma média de 6 milhões de sacas produzidas anualmente. Além disso, até março deste ano, mais de 8 mil hectares de café já haviam sido certificados em Agricultura Regenerativa.

Os cafés produzidos na região possuem características únicas, influenciadas pelo clima distinto, com verões quentes e úmidos e invernos amenos e secos. Os grãos são cultivados em altitudes que variam entre 800 e 1.300 metros, resultando em uma bebida de sabor diferenciado e alta qualidade.

O reconhecimento como APL traz uma série de benefícios para a região, incluindo a facilitação do acesso a linhas de crédito e programas de fomento específicos para APLs, o estímulo à inovação por meio da colaboração entre empresas, instituições de pesquisa e universidades, o fortalecimento da identidade regional e a abertura de portas para políticas públicas direcionadas ao desenvolvimento socioeconômico local.

Há mais de duas décadas, o Sebrae Minas atua na região, oferecendo capacitações, estratégias para valorização do produto, busca de certificações e outras iniciativas para os produtores. A região foi pioneira em conquistas importantes, como a primeira Denominação de Origem para cafés no Brasil (2013), a Indicação de Procedência (2005) e o selo do Programa de Qualidade do Café (2019).

O reconhecimento como APL marca um novo capítulo na história da cafeicultura do Cerrado Mineiro, preparando o caminho para um futuro ainda mais promissor, onde a qualidade excepcional do café, a união dos produtores e o apoio de instituições como o Sebrae Minas continuarão a impulsionar o desenvolvimento da região e a elevar a reputação do café brasileiro nos mercados nacional e internacional.

Fonte: Pensar Agro

Comentários

Continue lendo

Geral

Situação do Rio Grande do Sul só piora: perdas do agro são incalculáveis

Publicado

em

Por

As chuvas torrenciais que assolam o Rio Grande do Sul desde o início desta semana já resultaram em uma tragédia de graves proporções. A Defesa Civil informou que até a noite da sexta-feira (02.05) haviam 39 mortos, 68 desaparecidos e 74 feridos no estado. Além de 32.248 pessoas fora de casa, sendo 8.168 em abrigos e 24.080 desalojadas, na casa de familiares ou amigos. Ao todo, 235 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 351.639 mil pessoas.

No setor agropecuário os estragos não têm precedentes. Lavouras inteiras foram dizimadas, impedindo a colheita e gerando perdas bilionárias. O presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Silveira Pereira, estima que o estado pode perder até 15% da safra de soja, um dos principais produtos agrícolas da região.

As áreas mais afetadas são o Planalto Sul-Riograndense e a região Sul do estado, onde a soja e o arroz, principais culturas da região, foram severamente impactadas. Campos inteiros estão submersos, as máquinas não conseguem acessar as áreas de colheita e os produtores estão ilhados, sem acesso aos mercados e aos serviços essenciais.

Além das perdas na produção, os produtores também enfrentam problemas logísticos. Estradas e pontes foram destruídas, dificultando o escoamento da produção e elevando os custos de transporte. A situação é ainda mais crítica para produtos perecíveis, como frutas, verduras e leite, que precisam ser transportados rapidamente para evitar perdas.

O impacto das inundações no agronegócio gaúcho ainda está sendo dimensionado, mas as estimativas iniciais apontam para um prejuízo bilionário. O setor, que já vinha se recuperando de três anos de secas, agora enfrenta um novo desafio de proporções épicas.

O pior é que o setor não consegue nem ao menos começar a mensurar suas perdas, uma vez que a chuva não para e as previsões indicam a chegada de uma nova frente fria e mais água.

Fonte: Pensar Agro

Comentários

Continue lendo