Acre
Precarização do Ifac em Xapuri compromete qualidade do ensino, afirma comando de greve

Informaçoes desvalorização de 34%, com um nível salarial variando entre a metade e um terço da remuneração de outras carreiras federais que exigem muito menos formação, algumas que exigem apenas graduação pagam o dobro ou o triplo da carreira docente com doutorado e pós-doutorado.
Sem uma solução à vista, a greve dos servidores de instituições federais de ensino já dura 57 dias. Segundo as três entidades sindicais que negociam com o governo – Andes, Sinasefe e Fasubra, uma mobilização nacional que ocorrerá nesta segunda-feira, 3 de junho, vai pressionar o governo a oferecer uma nova contraproposta.
Raimare Cardoso
Em nota divulgada na última quinta-feira, 30, orientada a pais e alunos do Instituto Federal do Acre, o comando de greve do Sinasefe no Campus de Xapuri reforçou que os objetivos do movimento grevista são a recomposição orçamentária, a recomposição salarial e a reestruturação das carreiras dos servidores da educação.
Com relação aos servidores, a nota diz que os técnicos administrativos em educação são a carreira mais desvalorizada em todo o serviço público federal, amargando um congelamento de quase 7 anos que chegou a desvalorizar seu salário em 43%, o que causou um abandono da carreira em inúmeras funções indispensáveis para o funcionamento da instituição.
Quanto aos docentes, a informação é que chegaram a uma desvalorização de 34%, tendo um nível salarial variando entre a metade e um terço da remuneração de outras carreiras federais que exigem muito menos formação – algumas que exigem apenas graduação pagam o dobro ou o triplo da carreira docente com doutorado e pós-doutorado.
No entanto, o comunicado também abordou a má situação da infraestrutura física e de materiais. Segundo o comando de greve, as atuais condições do Campus Xapuri são de sucateamento da frota de veículos, deterioração das instalações prediais e quebra de equipamentos, comprometendo fortemente a qualidade do ensino.
“De dois ônibus, duas caminhonetes, duas vans e um carro disponíveis em 2014, temos atualmente uma caminhonete, uma van e um carro em condições precárias, inviabilizando a grande maioria das atividades indispensáveis para cursos técnicos e tecnológicos oferecidos pela instituição e colocando até em risco os alunos e servidores que os utilizam”, diz a nota.
O comunicado também diz que a internet disponível não atende aos alunos, atende precariamente aos professores e mal consegue atender os serviços administrativos. O auditório está interditado porque o forro ameaça cair e nenhum condicionador de ar funciona. Além disso, a pintura de todo o prédio está desgastada e as persianas e maçanetas das portas de muitas salas de aula estão quebradas.
“Muitas vezes professores, técnicos e alunos precisam fazer quotas para as aulas nos laboratórios serem realizadas. Os recursos para políticas estudantis como bolsas e auxílio permanência diminuem a cada ano e estão no limite. Os recursos disponíveis dos últimos quatro anos foram suficientes apenas para consertar e repor condicionadores de ar e consertar as tomadas elétricas das salas de aula”, acrescenta a nota.
Sobre as negociações, o movimento grevista diz que não tem vontade de resolver os problemas extremamente sérios apontados nas pautas de discussão, citando uma demora de 34 dias para sentar em uma mesa de negociação com os técnicos administrativos e apresentar uma proposta de recomposição orçamentária e salarial zero para 2024.
“Muito pelo contrário, demonstra que o governo é que realmente quer uma greve longa, para nos vencer pelo cansaço, jogando a comunidade escolar e acadêmica contra um movimento que tenta melhorar a qualidade dos serviços prestados a esta mesma comunidade”, diz a nota assinada pelo comando de greve em Xapuri.
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Acre
MPF abre inquérito para apurar precariedade em escola indígena de Tarauacá
O Ministério Público Federal (MPF) instaurou nesta quinta-feira, 17, um inquérito civil para investigar a precariedade na estrutura da Escola Estadual São José I, localizada na Aldeia São Vicente, Terra Indígena Rio Humaitá, em Tarauacá (AC).
Segundo a denúncia que motivou a apuração, a unidade de ensino apresenta sérios problemas de infraestrutura. Entre os relatos estão paredes quebradas, piso e escadas deteriorados, goteiras que comprometem as aulas durante o período chuvoso, falta de cadeiras adequadas, obrigando os alunos a assistirem às aulas deitados no chão, além de banheiros em condições precárias de higiene. O quadro utilizado nas aulas foi providenciado pelos próprios moradores da aldeia.
O MPF destaca que a escola foi construída em 2012 e, conforme informações prestadas pela Secretaria de Estado de Educação do Acre (SEE/AC), nunca passou por serviços de manutenção predial. A Divisão de Manutenção e Obras da secretaria informou ainda que não há previsão imediata para reforma ou construção de nova sede, mas que será elaborada uma agenda de visita técnica, condicionada às condições de navegabilidade do rio, para avaliar a situação in loco.
Outro ponto identificado é a ausência de estrutura para o armazenamento de alimentos perecíveis, o que compromete o fornecimento da merenda escolar. De acordo com o Departamento de Alimentação Escolar, a escola não possui cantina, freezer ou geladeira, dificultando a logística de distribuição de alimentos.
O prourador da República Luidgi Merlo Paiva dos Santos, responsável pelo caso, determinou a abertura do inquérito com prazo inicial de um ano, com o objetivo de apurar irregularidades na prestação dos serviços educacionais pela SEE/AC na escola indígena.
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Acre
Diante da ameaça do sarampo, Gladson faz apelo direto à população: “procurem os postos”

Foto: Whidy Melo/ac24horas
Durante evento de entrega de certificados de cursos profissionalizantes, realizado no auditório Rio Moa, na sede do Sebrae em Rio Branco, o governador Gladson Cameli comentou, nesta quinta-feira, 17, o decreto que estabelece estado de emergência em saúde pública no Acre, devido ao risco iminente de reintrodução do sarampo no estado. A medida, publicada no Diário Oficial do Estado, tem validade de 90 dias.
A decisão se baseiou em parecer técnico da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), que apontou o avanço da doença em países vizinhos, especialmente a Bolívia, que já declarou emergência nacional e registra mais de 100 casos confirmados. A preocupação se intensificou diante da proximidade geográfica e da circulação transfronteiriça.
Em entrevista à imprensa, Gladson Cameli fez um apelo direto à população acreana sobre a gravidade da situação. “É uma preocupação que nós temos no governo. Nós declaramos já estado de emergência para justamente chamar a atenção, pedir para a população que se vacine, vacine-se. Está tendo sim essa crise. Na Bolívia está tendo muitos casos. Nós sabemos que a Bolívia faz fronteira com o Acre e nós temos que pedir também a cooperação da população: que procure os postos de saúde, que vá lá fazer a prevenção, tomar vacina, para que a gente não tenha aí números piores. Mas é uma grande preocupação nossa, sim”, afirmou o governador.
Questionado sobre as providências já adotadas, o chefe do Executivo estadual confirmou o apoio do governo federal e o reforço na campanha de vacinação. “Com toda certeza. Inclusive, o próprio Ministério da Saúde já colocou uma equipe aqui disponível para atender. E estamos nessa campanha, que a população procure os postos de saúde para se vacinar, para que depois não aconteçam aí situações mais graves”, ressaltou.
Com o decreto, a Sesacre está autorizada a adotar medidas urgentes e prioritárias, incluindo a mobilização de recursos e equipes técnicas.
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Acre
Nível do Rio Acre segue em declínio, aponta Defesa Civil de Rio Branco

Foto: Whidy Melo/ac24horas
O nível do Rio Acre voltou a apresentar leve queda nesta quinta-feira, 17, conforme boletim diário divulgado pela Defesa Civil Municipal. Às 5h13, a medição indicou 1,69 metros, o que representa um recuo de 5 centímetros em relação ao dia anterior.
Além da baixa do manancial, não foi registrada precipitação nas últimas 24 horas em Rio Branco. O rio está muito abaixo da cota de alerta, fixada em 13,50 metros, e da cota de transbordo, que é de 14 metros.
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