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Acre

Por falta de ambulância, jovem picado por cobra é transferido em carro particular e tem a perna amputada

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O paciente do Hospital Geral de Feijó (AC), Ezequiel Souza Carvalho, de 20 anos, teve a perna amputada após ser transferido em um carro particular para Rio Branco. O fato ocorreu depois que os familiares receberem a informação de que a unidade de saúde não dispõe de uma ambulância. O jovem foi picado por uma cobra e o transporte para Rio Branco demorou mais de 24 horas.

De acordo com a denúncia, o jovem teve de ser transferido em estado grave. Temendo que a situação do rapaz piorasse ainda mais, a equipe médica do hospital teria sugerido a transferência do paciente para a Capital, Rio Branco, mas com dúvidas sobre a possibilidade de uma chegada em bom estado, o translado do jovem demorou mais de 24h para acontecer.

Por conta disso, o jovem teve de ser transportado em um veículo de passeio particular. A família, temendo o pior, não pensou duas vezes e realizou a transferência do cidadão que, bastante debilitado, corria sério risco de vida.

Ao chegar ao Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), Ezequiel foi imediatamente transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Por orientação médica, o jovem foi, ainda, cirurgiado e teve a perna amputada.

Levando em consideração o assunto, a equipe do ac24Horas buscou a Portaria nº 1.820, de 13 de agosto de 2009, publicada pelo Ministério da Saúde, que diz em seu parágrafo 2º, qual deve ser procedimento correto. Veja abaixo:

“§ 3º – Em caso de risco de vida ou lesão grave, deverá ser assegurada a remoção do usuário, em tempo hábil e em condições seguras, para um serviço de saúde com capacidade para resolver seu tipo de problema.”

“§ 5º – Quando houver alguma dificuldade temporária para atender as pessoas é da responsabilidade da direção e da equipe do serviço, acolher, dar informações claras e encaminhá-las sem discriminação e privilégios.”

De acordo com familiares, se o atendimento tivesse sido feito por uma unidade móvel preparada para esse tipo de transporte, haveria maior possibilidade de o paciente não perder a perna.

Deixar de prestar socorro é crime e está previsto no Código Penal, em seu artigo 135. A prática deste crime é configurada sob o ato “deixar de prestar assistência sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ou em grave ou iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, socorro da autoridade pública”.

Visto que o atendimento necessário não foi disponibilizado ao paciente, a atitude do Poder Público de não transportar adequadamente o paciente, pode ser enquadrada no chamado crime omissivo puro, de perigo e violação de uma obrigação jurídica de agir.

Este não é o primeiro caso que demonstra problemas na gestão da saúde do Estado. Nesta quinta-feira, 28, o ac24horas noticiou uma usuária do sistema público do Acre, que afirmava ter comprado a medicação necessária para a recuperação do filho.

De acordo com Stefane Souza, a saúde pública do Acre está ficando “cada vez ficando pior”, afirma. Ao finalizar a publicação, ela ainda questiona o seguinte: “Onde será que vai parar essa falta de compromisso com as pessoas que dependem do SUS?”, escreveu.

Mas não é somente a falta de ambulâncias que está se tornando um problema. Nesta quinta-feira, 28, em Porto Walter, um dos municípios mais isolados do Acre, por falta de combustível, a única ambulância disponível na cidade não pôde transportar o produtor rural Francisco Viana dos Santos, de 47 anos. Sem ter alternativa, o pai teve de carregar, nos braços suas duas filhas menores, de cinco e sete anos de idade. Elas estavam com febre e o trajeto foi do porto da cidade até o hospital estadual.

Na unidade de saúde, mais um problema: as duas crianças não foram atendidas porque os casos eram complexos. Porém, as crianças foram levadas ao Hospital de Cruzeiro do Sul.

O QUE DIZ A SESACRE

Em resposta aos questionamentos feitos por nossa equipe, a Secretaria de Saúde do Acre informou através de Nota, que a falta de uma ambulância no local é provisória, visto que uma capotou em acidente de trânsito e a outra apresentou problemas.

Aparentemente tomando providências somente após as indagações do ac24horas, a Sesacre informou que a piora do paciente se deu por conta do tempo de viagem da zona rural até a cidade, donde recebeu atendimento médico. Ainda de acordo com o órgão, o atendimento aéreo também foi autorizado.

“O transporte de avião AEROMÉDICO foi prontamente autorizado pela Regulação do SAMU. Infelizmente, o acidente ocorrido com Ezequiel foi grave, e o tempo em que este levou até ter acesso à Unidade Hospitalar (tempo de viagem entre a zona rural e o Hospital) contribuiu para o agravamento da situação”, informa a nota.

Da Redação Ac24Horas

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Acre

Morador em situação de rua é esfaqueado no pescoço em Rio Branco

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Um homem de 50 anos, identificado como Edilmo Inácio Pereira, foi vítima de um ataque a faca na noite desta quinta-feira (25) no bairro 6 de Agosto, em Rio Branco. Ele caminhava pela Rua Seis de Agosto quando foi abordado por um homem armado com uma faca, que desferiu um golpe no pescoço da vítima.

Edilmo conseguiu caminhar até um posto de combustíveis próximo, onde desabou com intenso sangramento. O SAMU foi acionado e o levou ao Pronto-Socorro de Rio Branco, onde deu entrada em estado estável, mas com risco de agravamento.

A Polícia Militar esteve no local e iniciou as investigações, que agora seguem com a Polícia Civil, que busca identificar e prender o autor do crime.

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Acre deve arrecadar R$ 6,4 bilhões em impostos em 2025, aponta Impostômetro

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Valor representa 0,16% da arrecadação nacional e supera em R$ 500 milhões o total de 2024; até 25 de dezembro, contribuintes já pagaram R$ 6,3 bilhões

Em comparação até o fim de novembro de 2025, os recursos recolhidos por prefeituras, governo estadual e União somavam R$5,8 bilhões no estado. Foto: captada 

A arrecadação de impostos municipais, estaduais e federais no Acre deve alcançar cerca de R$ 6,4 bilhões em 2025, segundo estimativa do Impostômetro, ferramenta mantida pela Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). O valor corresponde a aproximadamente 0,16% de toda a arrecadação nacional.

Comparativo anual:
  • 2025 (previsão): R$ 6,4 bilhões

  • 2024 (realizado): R$ 5,9 bilhões

  • Até 25/12/2025: R$ 6,3 bilhões já arrecadados

  • Até novembro/2025: R$ 5,8 bilhões acumulados

Principais tributos pagos pelos acreanos:
  • Impostos sobre produção e circulação: ICMS e ISS

  • Tributos sobre renda: Imposto de Renda (pessoa física e jurídica)

  • Impostos sobre propriedade: IPTU e IPVA

  • Taxas de comércio exterior e outros encargos

Destinação dos recursos:

Os valores arrecadados são utilizados para:

  • Custeio da máquina pública (salários e manutenção)

  • Financiamento de obras e infraestrutura

  • Execução de programas governamentais

  • Pagamento de servidores públicos

  • Quitação de dívidas do estado e municípios

O crescimento da arrecadação reflete tanto a expansão da atividade econômica no estado quanto a melhoria na eficiência da cobrança tributária. Entretanto, especialistas alertam que o Acre continua com uma das menores participações na arrecadação nacional, refletindo suas limitações econômicas estruturais e baixa densidade populacional.

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Acre

Cânticos de fé e acolhimento transformam Natal de pacientes no PS

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Foto: Cedida

Corredores do Pronto-Socorro de Rio Branco foram tomados por um som diferente do habitual nesta quarta-feira (24). Em meio à rotina intensa da unidade, servidores se reuniram para realizar um cântico natalino, levando música, palavras de fé e gestos de acolhimento a pacientes e profissionais que permanecem em serviço durante a data.

A iniciativa, que já se tornou tradição, tem como propósito aproximar o verdadeiro significado do Natal de quem passa esse período longe de casa. Para muitos pacientes, a internação na véspera da data simboliza medo e solidão. Para os servidores, é o desafio de cumprir o dever de cuidar enquanto a família celebra à distância. O cântico surge, então, como um gesto simples, mas carregado de sensibilidade, capaz de aquecer corações e renovar esperanças.

Para o gerente de Assistência do Pronto-Socorro, Matheus Araújo, a ação representa uma forma de humanizar ainda mais o atendimento e fortalecer os vínculos dentro da unidade.

“O Natal fala sobre amor, cuidado e presença. Sabemos que muitos servidores passam essa data longe de suas famílias e que muitos pacientes gostariam de estar em casa. Esse momento é para lembrar a todos que eles não estão sozinhos, que aqui existe acolhimento, humanidade e compromisso com o cuidado”, destacou.

A programação percorreu diferentes setores do hospital e contou com a participação de servidores da gestão, do corpo de enfermagem, supervisores e colaboradores do Núcleo de Atendimento ao Servidor (NAST). A organização da ação é feita de forma voluntária e colaborativa, com recursos arrecadados entre os próprios profissionais, que se mobilizam todos os anos para tornar o momento possível.

Além do simbolismo, o cântico também revela o outro lado do cotidiano do pronto-socorro: o cuidado que vai além da técnica e alcança o emocional e o espiritual. Em um cenário marcado por desafios e dias difíceis, a iniciativa ajuda a reforçar para a população que, diariamente, a unidade trabalha com dedicação, empatia e compromisso com a vida.

A enfermeira emergencista Jonnyka Lima, que atua na linha de frente do atendimento, ressaltou o impacto do momento tanto para os pacientes quanto para os profissionais.

“Esse momento toca profundamente quem está aqui dentro. Para o paciente, é um alívio no coração; para nós, profissionais, é uma renovação de forças. Às vezes, tudo o que alguém precisa é ouvir uma música, uma palavra de carinho, sentir que não foi esquecido. O Natal nos lembra exatamente isso: cuidar do outro também é um ato de amor”, afirmou.

Após a apresentação, as reações falavam por si. Olhares emocionados, sorrisos tímidos, lágrimas discretas e palavras de gratidão marcaram o encerramento da ação. Muitos pacientes relataram que precisavam exatamente daquela música ou daquela mensagem. Entre os servidores, o sentimento era de comunhão e fortalecimento coletivo.

Em meio à urgência, ao cansaço e aos desafios diários, o cântico reafirmou que o Natal pode acontecer em qualquer lugar, inclusive dentro de um hospital e que, onde há cuidado, há também humanidade, esperança e amor.

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