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Acre

Núcleo especializado em potencializar mentes brilhantes na educação de superdotados atende 200 alunos no Acre

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“Mentes brilhantes não devem ser desperdiçadas, e sim potencializadas”, diz a frase que se destaca entre as artes no hall de entrada do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S), ligado à Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes do Acre (SEE), e que atende 200 alunos com empenho acima da média em algumas áreas específicas. Ao mesmo tempo em que o espaço faz o trabalho de investigação da superdotação, também acolhe, direciona e, principalmente, cria possibilidades para esses jovens.

Lavínia escreveu dois livros e segue produzindo literatura e ilustrando seus trabalhos. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Um prédio que transborda criatividade e é guardião da engenhosidade de cada aluno que por ali passa, deixando sua marca, seja nos traços de um desenho, na resolução de um problema matemático, nas notas musicais ou até mesmo se tornando professor do núcleo, o NAAH/S guarda histórias e funciona como orientador de jovens mentes brilhantes que estão com a cabeça “fervendo” de ideias.

O retorno desse trabalho se dá com a revelação de muitos talentos e, mais ainda, com o fortalecimento da educação como mudança de vida e de espaço.

De observador a escritor

Foi bem cedo que Rodrigo Padula Brasil, de 11 anos, passou a observar aves e se apaixonar por elas. Mas ele queria mais conhecimento, entender as espécies, poder registrá-las e também falar com estudiosos. O movimento das asas e os hábitos dessas aves prendem a atenção do pequeno, que as olha, atento aos detalhes, enquanto segura firme sua câmera fotográfica.

O pai dele, Thiago Brasil, conta que o menino sempre foi apaixonado pela ciência. Começou apresentando interesse por dinossauros, depois por répteis e anfíbios, mas as aves se tornaram o principal foco de Rodrigo, que passou pela investigação e já tem o parecer pedagógico de superdotação.

“Há aproximadamente três anos, ele passou a se interessar mais pelos pássaros e estudar profundamente o assunto. Pedia livros especializados sobre o tema, queria conhecer profissionais que fossem referência e teve a grande felicidade de, por coincidência, encontrar a maior autoridade científica na área de ornitologia do Acre, que é o professor Edson Guilherme. Depois de conhecê-lo e termos uma conversa, [o especialista] passou a orientar o Rodrigo, indicando biografias e dando outras dicas”, relembra o pai.

Aos 11 anos, Rodrigo lançou livro onde cataloga mais de 100 espécies de aves. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Edson Guilherme da Silva, que o pai menciona, é doutor em Zoologia com ênfase em Ornitologia e Paleontologia de Vertebrados, atuando, principalmente, nos seguintes temas: Aves da Amazônia, aves do Acre e fósseis do terciário e quaternário da Amazônia Ocidental. Atualmente, ele também é professor da Universidade Federal do Acre (Ufac).

Com tantas referências, a cabeça de Rodrigo “fervilhou” de ideias e ele conseguiu, aos nove anos, identificar que poderia contribuir para estudos de aves. Tudo isso sem sair de casa, com uma câmera e orientação de quem conhece bem o assunto. E foi com essa idade que ele revelou aos pais o desejo de escrever um livro catalogando aves da cidade.

“A primeira ideia dele era fazer uma coisa bem técnica e ampla, mas foi orientado pelo próprio professor Guilherme a focar no local onde a gente mora, porque ia ser mais fácil de fazer essa catalogação. Então, ele fez esse recorte e passou a se aprofundar, estudar, fazer os registros e, após o projeto concluído, submetemos ao Fundo Municipal de Cultura e foi uma grata surpresa para nós a boa recepção que o trabalho teve”, disse.

Em 27 de janeiro deste ano, com lançamento no Sesc-Centro, Rodrigo expôs o trabalho feito por cerca de um ano. São mais de 100 espécies catalogadas pelo próprio estudante e que agora estão reunidas no livro “Aves do Condomínio Chácara Ipê”.

Enquanto exibe orgulhoso o trabalho que fez, Rodrigo conta que a ideia do livro surgiu justamente porque queria mais literaturas que abordassem as espécies da cidade onde mora:

“Existem pouquíssimos estudos de aves aqui no estado, então tive a ideia de eu mesmo fazer esse estudo. A primeira ave que me chamou a atenção foi o príncipe, que é um pássaro bem vermelho, parente do bem-te-vi, que, inclusive, está na capa do meu livro.”

Rodrigo pensa em fazer um segundo livro sobre as espécies de aves na capital. Foto: Marcos Vicentti/Secom

O amor pela fotografia ele herdou da mãe, Fernanda Brasil, que alimenta um perfil no Instagram em colaboração com o pequeno. E os planos dele não param por aí, pois já está pensando em um segundo livro.

“Meu próximo livro será sobre as aves da zona urbana de Rio Branco. Vou começar fazendo a parte escrita para depois começar a fazer as fotos”, revela. Sobre a técnica para registrar os pássaros, ele diz que é preciso conhecer o local de estudo e a ave que vai ser fotografada:

“Vou andando pelo condomínio e já sei que tem algumas áreas mais específicas para encontrar certas espécies com mais facilidade. Aprendi a fotografar com a minha mãe. Já a foto depende da ave, porque tem umas que ficam paradas por mais tempo e outras que são mais ágeis, como o beija-flor.”

“É algo que gosto, não é pesado”

Também com parecer de superdotação em linguagens, Lavínia Vasconcelos dos Santos, de 16 anos, já terminou o segundo livro e está escrevendo o terceiro. Começou o quarto e ainda está iniciando uma série secundária. Haja fôlego e criatividade, mas nada disso é empecilho para ela, que conta que sempre foi apaixonada pela leitura, escrita e linguagem.

O primeiro livro “A Giant World” aborda a luta de sete adolescentes para sobreviver a uma síndrome fictícia que ela chamou de síndrome de Kösen, que é o nome de Sultan Kösen, considerado o homem mais alto do mundo nos registros da história.

“Essa síndrome deixa todos os animais gigantes, e esse grupo precisa sobreviver a tudo isso sozinho. Estou escrevendo muita coisa, mas é algo que eu gosto e que não é pesado. É muito bom ver as pessoas gostando das minhas histórias. Um dia perguntei ao meu amigo qual era o livro preferido dele e ele respondeu que era o meu, então fiquei muito feliz e orgulhosa”, contou.

Estudante faz as ilustrações de seus livros. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Mesmo com o parecer para a linguagem, Lavínia tem outras áreas de interesse, como escrita, leitura e desenho, que também são acompanhadas pela equipe. Inclusive, foi ela quem fez as ilustrações do livro.

“Criei essas outras habilidades a partir da minha primordial, que é a escrita e leitura. Aprendi a ler e falar inglês para ler livros que não estavam traduzidos ainda. Aprendi a desenhar e aprimorei meus desenhos para ilustrar minhas histórias”, disse.

Possibilidades

Já Lecenky Araújo Camargo, de 17 anos, tem altas habilidades com os números. Ele disse que foi indicado durante o atendimento do NAAH/S na escola em que estudava.

“Meu interesse maior é trabalhar na área de finanças e economia, e aqui trabalho com o professor a questão de explorar ideias, examinar conceitos. Foi também aqui que tive o suporte para treinar para a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Não só treinei, como também ajudei uma das alunas que conseguiu o que eu nunca consegui: a medalha de ouro da olimpíada”, conta.

O jovem já ganhou quatro medalhas da competição, sendo três de bronze e uma de prata. Já Isadora Cordeiro Tufic, aluna que ele ajudou, foi ouro na edição do ano passado da OBMEP.

Lecenky diz que o NAAH/S na vida dele foi crucial para seu desenvolvimento. O núcleo, nas palavras dele, cria um espaço de possibilidades e ajuda o aluno a entender melhor aquela área que o fez receber a indicação de superdotação.

“O NAAH/S acolhe e oferece um ambiente favorável e propício para que esse aluno venha desenvolver o potencial pleno dele, toda capacidade que ele pode lapidar para ter no futuro, um arsenal de recursos e conseguir disputar no mercado de trabalho. Esse trabalho é importante para que essa pessoa possa contribuir muito mais do que a gente consegue mensurar hoje, porque temos uma visão muito superficial das coisas, mas com a estrutura oferecida aqui, no futuro, os jovens poderão contribuir de maneira muito mais ampla. Então, é totalmente gratificante fazer parte desta família”, destaca.

Lecenky, superdotado na área de exatas, reforça que o núcleo cria um ambiente de possibilidades. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Mais do que esse local de apoio, o núcleo também é um ambiente onde os alunos se identificam com outros jovens, o que é importante para o autoconhecimento e também vem como resposta para muitas dúvidas.

“É como se a gente fosse anônimo, até que aparece alguém dizendo que a gente tem possibilidades. E o NAAH/S faz isso. Muitos jovens têm talentos, extrema habilidade, mas não tem possibilidades, e aqui eles direcionam a gente. Se não tivesse essa estrutura, eu jamais conseguiria”, pontua.

Eliel Santos Reis, de 12 anos, com superdotação em artes, escuta atento o colega e confirma que segue aprendendo muito com a equipe que se dedica ao núcleo. “Aqui eu aprendo muito e consigo compartilhar minha paixão com outros colegas”, completa.

Artes, literatura, música, liderança, são diversas as áreas em que jovens podem ter altas habilidades. Foto: Marcos Vicentti/Secom

De aluno a professor

Lá em 2008, Marco Melo entrou no NAAH/S como aluno e hoje é professor de inglês e artes. Em 2009, ele foi para o quadro da equipe em um contrato que exigia apenas o nível médio. Agora, formado, ele atribuiu ao local a desenvoltura que conseguiu ter por conta do atendimento no núcleo.

“Me formei e estou dando aula até hoje. Eu sempre falo que o núcleo foi um presente de Deus para mim, assim como a superdotação. Enquanto muitos estavam terminando o ensino médio, quando terminei estava praticamente empregado. Para mim, desenhar e aprender inglês sozinho era normal, mas depois que conheci o NAAH/S tive um norte e muitas portas se abriram para mim”, conta.

Marco é um professor jovem que entende a condição de seus alunos e estabelece uma relação de confiança sólida. Esse tipo de acolhimento ultrapassa as paredes do prédio e impacta positivamente no comportamento desse aluno atendido ao longo da vida.

“Uso uma linguagem mais jovem, que eles gostam bastante. Outro dia um aluno se abriu comigo ao contar que tinha dislexia. Ele nunca tinha contado isso pra ninguém, mas se sentiu acolhido no núcleo ao ponto de conseguir se abrir”, lembrou.

Marco Melo foi aluno do NAAH/S e hoje é professor. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Superdotação, números e ações

Para entender o trabalho do núcleo são necessários alguns esclarecimentos. Quando se fala em superdotação – também chamada de altas habilidades – a primeira coisa que vem à cabeça de muitas pessoas é a genialidade. Erroneamente, tal condição é tratada de forma fantasiosa por causa da desinformação e isso cria estereótipos que tornam a vida dessas pessoas ainda mais difícil.

A superdotação caracteriza-se por um desenvolvimento intelectual acima da média, podendo representar especificidades em diversos campos do conhecimento, como intelectual, acadêmico, liderança, psicomotricidade e artes. Esse leque é amplo. Ao mesmo tempo, exigir perfeição em tudo é humanamente impossível.

O conceito de altas habilidades/superdotação só passou a fazer parte da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que regulamenta a educação no país, em 2013. Naquele ano, foi promulgada a Lei nº 12.796, que altera a LDB e estabelece “atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino”.

Dois anos depois, em 2015, a Lei n° 13.234 foi promulgada para tornar obrigatório identificar, cadastrar e atender estudantes com estas características.

Dados do Censo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram que a quantidade de estudantes matriculados em 2022 na educação básica no Brasil foi de 47,4 milhões.

Núcleo investiga superdotação e oferece educação especializada para esses jovens. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Considera-se que cerca de 2,37 milhões (5%) de estudantes da educação básica devem compor o grupo de superdotados. Entretanto, há 26.815 (0,06%) estudantes com perfil de altas habilidades/superdotação matriculados na educação especial.

No Acre, o NAAH/S foi implantado em 2007, mas até 2018 funcionava dentro das escolas de ensino convencional, identificando e dando suporte a esses alunos. Em 2019, foi para um prédio próprio, onde foi montada a estrutura física, com verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e emendas parlamentares, para atender os alunos de todas as cidades do estado. Além do núcleo em Rio Branco, há um polo em Cruzeiro do Sul.

Entre as atividades estão o processo de identificação e/ou atendimento de alunos com características de superdotação indicados pelas famílias e escolas; oferta de atividades de suplementação curricular e extracurricular para os alunos identificados e formação e orientação para os profissionais da educação e para a comunidade.

Segundo dados do núcleo no Acre, de 2007 ao primeiro semestre de 2023 – último levantamento – mais de 750 alunos foram atendidos, sendo 162 alunos identificados, ou seja, com parecer pedagógico de superdotação. Atualmente, 200 estão sendo atendidos.

Jeane Machado destaca a importância do núcleo na formação desses alunos e no processo de se identificar. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Jeane Machado, chefe do NAAH/S no estado, explica como é feito esse trabalho, que envolve uma equipe focada em atender, da melhor maneira, esses jovens. O ingresso desses alunos é feito por meio de indicação e, de acordo com a disponibilidade de vagas, esses alunos vão sendo inseridos no núcleo.

“O tempo dessa investigação vai depender de cada aluno, porque cada caso é único. Porém, a gente estima a duração desse processo entre seis meses a um ano e meio, para que esse aluno faça testes naquela área que ele tem aptidão. Depois disso, ele pode, inclusive, desenvolver interesse em outras áreas e ter acesso a tudo isso aqui”, explica.

Prioritariamente, as vagas são destinadas a alunos de escolas públicas, porém atendem também a demanda das instituições privadas, pois é o único no estado que faz esse tipo de investigação. Jeane destaca, ainda, que é preciso muita informação para que estereótipos sejam quebrados, pois há ainda muitos mitos sobre a superdotação.

“Os alunos de altas habilidades e superdotação estão na educação especial porque é necessário um atendimento educacional especializado. Se trata de um comportamento, não é apenas o intelecto que está acima da média. É todo um contexto entre a parte social, emocional, afetiva e intelectual, e é uma atividade cerebral atípica”, esclarece.

O fato de estarem em um ambiente em que se reconhecem em outras pessoas é primordial para que esses alunos consigam se sentir parte de um grupo, que entendam que há outras pessoas semelhantes a eles.

“Aqui eles se sentem contemplados porque encontram coisas comuns uns nos outros,  conseguem dividir o que sentem. Então, eles se reúnem e conseguem encontrar respostas para muitas dúvidas que desenvolvem. A gente precisa entender que a parte cerebral é diferenciada, é neuroatípica”, frisa.

Há muitos mitos sobre a superdotação, o que pode gerar incompreensão desse aluno na escola convencional. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Ela também reforça que as altas habilidades têm um leque de oportunidades. O aluno pode ser superdotado em uma área específica, mas ter interesses em outras áreas, o que não vai eliminar as dificuldades em determinados assuntos que não tenha aptidão.

“Há muitos mitos sobre altas habilidades e superdotação, um deles é de que aquele aluno tem que ser bom em tudo, mas isso não existe de maneira alguma. Ainda existem muitas ideias erradas. Quem convive com eles sabe como precisam de atendimento para que esse potencial seja alimentado, elevado, porque se não for potencializado ele morre. Não é que ele não tinha esse potencial, mas não trabalhou de maneira correta e morreu”, esclarece Jeane.

O NAAH/S atende apenas jovens até o ensino médio. Após isso, o aluno pode continuar sendo um parceiro do núcleo, mas não passa mais a ser atendido por ele. A indicação para que um aluno possa ser investigado é feita de forma online e qualquer pessoa pode fazê-la. O núcleo fica localizado na Estrada Albert Torres, 825 – Conjunto Mariana, em Rio Branco.

Fonte: Governo AC

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Saiba o significado da Quaresma e o tema deste ano definido pelo papa

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A Quarta-Feira de Cinzas é um dia em que se deve ir à missa. Na cerimônia, os fiéis são benzidos com um pouco de cinza proveniente de ramos queimados utilizados no Domingo de Ramos do ano anterior.

Igreja Católica dá início nesta quarta às celebrações da Quaresma. Foto: Marcus José 

Com o encerramento do carnaval nesta Quarta-Feira de Cinzas (5), começa o período da Quaresma para os cristãos. Mas você sabe o que é a Quaresma? Ela tem sua origem nos primeiros séculos do Cristianismo, quando foi estabelecida a data da Páscoa.

A Igreja Católica instituiu um tempo de penitência e preparação para a Páscoa, observado entre a Quarta-Feira de Cinzas e a quinta-feira santa, época sagrada para os cristãos.

A contagem do período da Quaresma faz referência aos 40 dias em que Jesus Cristo esteve no deserto.

Em 2025, a Quaresma vai até o dia 17 de abril, antes da celebração da Quinta-feira Santa. Após a Quinta-feira Santa, tem início um novo período, o chamado tríduo pascal, que compreende a Sexta-Feira Santa, o Sábado de Aleluia e o domingo de Páscoa.

Para a Quaresma de 2025, o Papa Francisco propôs o lema Peregrinos da Esperança, para que os fiéis façam uma reflexão sobre a fé, arrependimento, renovação espiritual, além de preparação para a Páscoa. A Igreja orienta a prática de penitências como jejuns, obras de caridade e oração.

Para os fiéis, a Quarta-Feira de Cinzas é um dia em que se deve ir à missa. Na cerimônia, os fiéis são benzidos com um pouco de cinza proveniente de ramos queimados utilizados no Domingo de Ramos do ano anterior.

Ao benzer os fiéis, o padre traça uma cruz de cinzas, enquanto recita as palavras Convertei-vos e crede no Evangelho, que sinaliza o estado de penitência que o fiel deverá guardar nos 40 dias seguintes, e representa a fragilidade humana.

Padre Robson Eudes, têm como objetivo preparar os fiéis para a Quaresma, um período dedicado à reflexão. Foto: cedida

Na data da Quarta-Feira de Cinzas, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove o início da Campanha da Fraternidade. Este ano, a campanha vai abordar o tema Fraternidade e Ecologia Integral e o lema bíblico, extraído de Genesis 1, 31, Deus viu que tudo era muito bom.

O ponto alto da campanha é a Coleta da Solidariedade, feita em todas as comunidades do Brasil no Domingo de Ramos, que neste ano é celebrado no dia 13 de abril. Os recursos são destinados a projetos sociais em todo o país.

O papa Francisco enviou uma mensagem para felicitar a realização da campanha. Na mensagem encaminhada à CNBB, Francisco chama atenção para a necessidade de mudança de atitude em relação ao meio ambiente, diante da “crise ecológica”.

“Por isso, louvo o esforço da Conferência Episcopal em propor mais uma vez como horizonte o tema da ecologia, junto à desejada conversão pessoal de cada fiel a Cristo. Que todos nós possamos, com o especial auxílio da graça de Deus neste tempo jubilar, mudar nossas convicções e práticas para deixar que a natureza descanse das nossas explorações gananciosas”, diz a mensagem.

O papa frisou ainda que o tema da Campanha da Fraternidade deste ano expressa também a disponibilidade da Igreja no Brasil em dar a sua contribuição à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em novembro.

A mensagem diz que a realização do evento no coração da Amazônia é um sinal que serve para que “as nações e os organismos internacionais possam comprometer-se efetivamente com práticas que ajudem na superação da crise climática e na preservação da obra maravilhosa da Criação, que Deus nos confiou e que temos a responsabilidade de transmitir às futuras gerações.”

A Igreja Católica instituiu um tempo de penitência e preparação para a Páscoa, observado entre a Quarta-Feira de Cinzas e a quinta-feira santa, época sagrada para os cristãos. Foto: Marcus José

Feriado

É bom lembrar que a Quarta-feira de Cinzas não é feriado oficial. No entanto, muitos estabelecimentos comerciais não funcionam, mesmo tendo autorização para abrirem. Algumas repartições públicas e agências bancárias só funcionam a partir do meio-dia. Conforme o local, é ponto facultativo até as 14h.

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Serra do Divisor se torna refúgio para turistas durante o Carnaval

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Trilhas e cachoeiras são alguns dos principais atrativos da Serra do Divisor para turistas. Foto: Pedro Devani/Secom

A Serra do Divisor, em Mâncio Lima, interior do Acre, foi um dos destinos mais procurados no Acre por quem prefere aproveitar o feriado de carnaval longe das festas tradicionais. A região recebeu um expressivo grupo de turistas que buscavam descanso e contato com as belezas naturais do local.

Somente em uma das pousadas da região, aproximadamente 60 pessoas se hospedaram. Segundo Miro, empreendedor local e proprietário de uma pousada na Serra, a procura por hospedagem foi intensa durante o feriado, resultando na lotação dos estabelecimentos.

“Este ano, tivemos uma grande movimentação de visitantes. As pousadas ficaram cheias, mostrando que muitas pessoas estão buscando alternativas ao carnaval tradicional e optando pelo ecoturismo”, destacou.

A Serra do Divisor, localizada na fronteira com o Peru, é um dos principais pontos turísticos do Acre. O local é conhecido por sua beleza natural, biodiversidade e oferece trilhas, cachoeiras, além de uma rica fauna e flora, atraindo aqueles que desejam se conectar com a natureza.

 

Fonte: Juruá 24 Horas

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Justiça marca interrogatório de dupla acusada de executar sobrinho-neto de Marina Silva

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André Oliveira da Silva e Denis da Rocha Tavares serão ouvidos no dia 27; Cauã Nascimento da Silva foi morto a tiros em sua casa no Bairro Taquari.

A Justiça do Acre marcou para o próximo dia 27 o interrogatório de André Oliveira da Silva, conhecido como “Smith”, e Denis da Rocha Tavares, presidiários acusados de envolvimento no assassinato de Cauã Nascimento da Silva, sobrinho-neto da ministra Marina Silva. A audiência de instrução e julgamento será realizada no plenário da 1ª Vara do Tribunal do Júri, no Fórum Criminal de Rio Branco.

Antes dos interrogatórios, serão ouvidas as testemunhas de acusação e defesa. O crime ocorreu na tarde de 6 de fevereiro do ano passado, quando a casa de Cauã, localizada no Bairro Taquari, foi invadida. O jovem foi executado a tiros no quarto, sem chance de defesa.

Segundo a denúncia, André Oliveira da Silva foi o responsável direto pela execução da vítima. Pablo Rodrigo Farias de Souza, também denunciado pelo crime, teve o processo desmembrado e será julgado separadamente.

O caso chocou a comunidade local e ganhou repercussão nacional devido ao envolvimento de familiares da ministra Marina Silva. A polícia e o Ministério Público seguem investigando as motivações do crime e a possível participação de outras pessoas.

A audiência do dia 27 será crucial para esclarecer os detalhes do assassinato e definir os próximos passos do processo. A Justiça busca garantir que os responsáveis sejam punidos de acordo com a lei.

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