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Acre

Núcleo especializado em potencializar mentes brilhantes na educação de superdotados atende 200 alunos no Acre

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“Mentes brilhantes não devem ser desperdiçadas, e sim potencializadas”, diz a frase que se destaca entre as artes no hall de entrada do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S), ligado à Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes do Acre (SEE), e que atende 200 alunos com empenho acima da média em algumas áreas específicas. Ao mesmo tempo em que o espaço faz o trabalho de investigação da superdotação, também acolhe, direciona e, principalmente, cria possibilidades para esses jovens.

Lavínia escreveu dois livros e segue produzindo literatura e ilustrando seus trabalhos. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Um prédio que transborda criatividade e é guardião da engenhosidade de cada aluno que por ali passa, deixando sua marca, seja nos traços de um desenho, na resolução de um problema matemático, nas notas musicais ou até mesmo se tornando professor do núcleo, o NAAH/S guarda histórias e funciona como orientador de jovens mentes brilhantes que estão com a cabeça “fervendo” de ideias.

O retorno desse trabalho se dá com a revelação de muitos talentos e, mais ainda, com o fortalecimento da educação como mudança de vida e de espaço.

De observador a escritor

Foi bem cedo que Rodrigo Padula Brasil, de 11 anos, passou a observar aves e se apaixonar por elas. Mas ele queria mais conhecimento, entender as espécies, poder registrá-las e também falar com estudiosos. O movimento das asas e os hábitos dessas aves prendem a atenção do pequeno, que as olha, atento aos detalhes, enquanto segura firme sua câmera fotográfica.

O pai dele, Thiago Brasil, conta que o menino sempre foi apaixonado pela ciência. Começou apresentando interesse por dinossauros, depois por répteis e anfíbios, mas as aves se tornaram o principal foco de Rodrigo, que passou pela investigação e já tem o parecer pedagógico de superdotação.

“Há aproximadamente três anos, ele passou a se interessar mais pelos pássaros e estudar profundamente o assunto. Pedia livros especializados sobre o tema, queria conhecer profissionais que fossem referência e teve a grande felicidade de, por coincidência, encontrar a maior autoridade científica na área de ornitologia do Acre, que é o professor Edson Guilherme. Depois de conhecê-lo e termos uma conversa, [o especialista] passou a orientar o Rodrigo, indicando biografias e dando outras dicas”, relembra o pai.

Aos 11 anos, Rodrigo lançou livro onde cataloga mais de 100 espécies de aves. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Edson Guilherme da Silva, que o pai menciona, é doutor em Zoologia com ênfase em Ornitologia e Paleontologia de Vertebrados, atuando, principalmente, nos seguintes temas: Aves da Amazônia, aves do Acre e fósseis do terciário e quaternário da Amazônia Ocidental. Atualmente, ele também é professor da Universidade Federal do Acre (Ufac).

Com tantas referências, a cabeça de Rodrigo “fervilhou” de ideias e ele conseguiu, aos nove anos, identificar que poderia contribuir para estudos de aves. Tudo isso sem sair de casa, com uma câmera e orientação de quem conhece bem o assunto. E foi com essa idade que ele revelou aos pais o desejo de escrever um livro catalogando aves da cidade.

“A primeira ideia dele era fazer uma coisa bem técnica e ampla, mas foi orientado pelo próprio professor Guilherme a focar no local onde a gente mora, porque ia ser mais fácil de fazer essa catalogação. Então, ele fez esse recorte e passou a se aprofundar, estudar, fazer os registros e, após o projeto concluído, submetemos ao Fundo Municipal de Cultura e foi uma grata surpresa para nós a boa recepção que o trabalho teve”, disse.

Em 27 de janeiro deste ano, com lançamento no Sesc-Centro, Rodrigo expôs o trabalho feito por cerca de um ano. São mais de 100 espécies catalogadas pelo próprio estudante e que agora estão reunidas no livro “Aves do Condomínio Chácara Ipê”.

Enquanto exibe orgulhoso o trabalho que fez, Rodrigo conta que a ideia do livro surgiu justamente porque queria mais literaturas que abordassem as espécies da cidade onde mora:

“Existem pouquíssimos estudos de aves aqui no estado, então tive a ideia de eu mesmo fazer esse estudo. A primeira ave que me chamou a atenção foi o príncipe, que é um pássaro bem vermelho, parente do bem-te-vi, que, inclusive, está na capa do meu livro.”

Rodrigo pensa em fazer um segundo livro sobre as espécies de aves na capital. Foto: Marcos Vicentti/Secom

O amor pela fotografia ele herdou da mãe, Fernanda Brasil, que alimenta um perfil no Instagram em colaboração com o pequeno. E os planos dele não param por aí, pois já está pensando em um segundo livro.

“Meu próximo livro será sobre as aves da zona urbana de Rio Branco. Vou começar fazendo a parte escrita para depois começar a fazer as fotos”, revela. Sobre a técnica para registrar os pássaros, ele diz que é preciso conhecer o local de estudo e a ave que vai ser fotografada:

“Vou andando pelo condomínio e já sei que tem algumas áreas mais específicas para encontrar certas espécies com mais facilidade. Aprendi a fotografar com a minha mãe. Já a foto depende da ave, porque tem umas que ficam paradas por mais tempo e outras que são mais ágeis, como o beija-flor.”

“É algo que gosto, não é pesado”

Também com parecer de superdotação em linguagens, Lavínia Vasconcelos dos Santos, de 16 anos, já terminou o segundo livro e está escrevendo o terceiro. Começou o quarto e ainda está iniciando uma série secundária. Haja fôlego e criatividade, mas nada disso é empecilho para ela, que conta que sempre foi apaixonada pela leitura, escrita e linguagem.

O primeiro livro “A Giant World” aborda a luta de sete adolescentes para sobreviver a uma síndrome fictícia que ela chamou de síndrome de Kösen, que é o nome de Sultan Kösen, considerado o homem mais alto do mundo nos registros da história.

“Essa síndrome deixa todos os animais gigantes, e esse grupo precisa sobreviver a tudo isso sozinho. Estou escrevendo muita coisa, mas é algo que eu gosto e que não é pesado. É muito bom ver as pessoas gostando das minhas histórias. Um dia perguntei ao meu amigo qual era o livro preferido dele e ele respondeu que era o meu, então fiquei muito feliz e orgulhosa”, contou.

Estudante faz as ilustrações de seus livros. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Mesmo com o parecer para a linguagem, Lavínia tem outras áreas de interesse, como escrita, leitura e desenho, que também são acompanhadas pela equipe. Inclusive, foi ela quem fez as ilustrações do livro.

“Criei essas outras habilidades a partir da minha primordial, que é a escrita e leitura. Aprendi a ler e falar inglês para ler livros que não estavam traduzidos ainda. Aprendi a desenhar e aprimorei meus desenhos para ilustrar minhas histórias”, disse.

Possibilidades

Já Lecenky Araújo Camargo, de 17 anos, tem altas habilidades com os números. Ele disse que foi indicado durante o atendimento do NAAH/S na escola em que estudava.

“Meu interesse maior é trabalhar na área de finanças e economia, e aqui trabalho com o professor a questão de explorar ideias, examinar conceitos. Foi também aqui que tive o suporte para treinar para a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Não só treinei, como também ajudei uma das alunas que conseguiu o que eu nunca consegui: a medalha de ouro da olimpíada”, conta.

O jovem já ganhou quatro medalhas da competição, sendo três de bronze e uma de prata. Já Isadora Cordeiro Tufic, aluna que ele ajudou, foi ouro na edição do ano passado da OBMEP.

Lecenky diz que o NAAH/S na vida dele foi crucial para seu desenvolvimento. O núcleo, nas palavras dele, cria um espaço de possibilidades e ajuda o aluno a entender melhor aquela área que o fez receber a indicação de superdotação.

“O NAAH/S acolhe e oferece um ambiente favorável e propício para que esse aluno venha desenvolver o potencial pleno dele, toda capacidade que ele pode lapidar para ter no futuro, um arsenal de recursos e conseguir disputar no mercado de trabalho. Esse trabalho é importante para que essa pessoa possa contribuir muito mais do que a gente consegue mensurar hoje, porque temos uma visão muito superficial das coisas, mas com a estrutura oferecida aqui, no futuro, os jovens poderão contribuir de maneira muito mais ampla. Então, é totalmente gratificante fazer parte desta família”, destaca.

Lecenky, superdotado na área de exatas, reforça que o núcleo cria um ambiente de possibilidades. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Mais do que esse local de apoio, o núcleo também é um ambiente onde os alunos se identificam com outros jovens, o que é importante para o autoconhecimento e também vem como resposta para muitas dúvidas.

“É como se a gente fosse anônimo, até que aparece alguém dizendo que a gente tem possibilidades. E o NAAH/S faz isso. Muitos jovens têm talentos, extrema habilidade, mas não tem possibilidades, e aqui eles direcionam a gente. Se não tivesse essa estrutura, eu jamais conseguiria”, pontua.

Eliel Santos Reis, de 12 anos, com superdotação em artes, escuta atento o colega e confirma que segue aprendendo muito com a equipe que se dedica ao núcleo. “Aqui eu aprendo muito e consigo compartilhar minha paixão com outros colegas”, completa.

Artes, literatura, música, liderança, são diversas as áreas em que jovens podem ter altas habilidades. Foto: Marcos Vicentti/Secom

De aluno a professor

Lá em 2008, Marco Melo entrou no NAAH/S como aluno e hoje é professor de inglês e artes. Em 2009, ele foi para o quadro da equipe em um contrato que exigia apenas o nível médio. Agora, formado, ele atribuiu ao local a desenvoltura que conseguiu ter por conta do atendimento no núcleo.

“Me formei e estou dando aula até hoje. Eu sempre falo que o núcleo foi um presente de Deus para mim, assim como a superdotação. Enquanto muitos estavam terminando o ensino médio, quando terminei estava praticamente empregado. Para mim, desenhar e aprender inglês sozinho era normal, mas depois que conheci o NAAH/S tive um norte e muitas portas se abriram para mim”, conta.

Marco é um professor jovem que entende a condição de seus alunos e estabelece uma relação de confiança sólida. Esse tipo de acolhimento ultrapassa as paredes do prédio e impacta positivamente no comportamento desse aluno atendido ao longo da vida.

“Uso uma linguagem mais jovem, que eles gostam bastante. Outro dia um aluno se abriu comigo ao contar que tinha dislexia. Ele nunca tinha contado isso pra ninguém, mas se sentiu acolhido no núcleo ao ponto de conseguir se abrir”, lembrou.

Marco Melo foi aluno do NAAH/S e hoje é professor. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Superdotação, números e ações

Para entender o trabalho do núcleo são necessários alguns esclarecimentos. Quando se fala em superdotação – também chamada de altas habilidades – a primeira coisa que vem à cabeça de muitas pessoas é a genialidade. Erroneamente, tal condição é tratada de forma fantasiosa por causa da desinformação e isso cria estereótipos que tornam a vida dessas pessoas ainda mais difícil.

A superdotação caracteriza-se por um desenvolvimento intelectual acima da média, podendo representar especificidades em diversos campos do conhecimento, como intelectual, acadêmico, liderança, psicomotricidade e artes. Esse leque é amplo. Ao mesmo tempo, exigir perfeição em tudo é humanamente impossível.

O conceito de altas habilidades/superdotação só passou a fazer parte da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que regulamenta a educação no país, em 2013. Naquele ano, foi promulgada a Lei nº 12.796, que altera a LDB e estabelece “atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino”.

Dois anos depois, em 2015, a Lei n° 13.234 foi promulgada para tornar obrigatório identificar, cadastrar e atender estudantes com estas características.

Dados do Censo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram que a quantidade de estudantes matriculados em 2022 na educação básica no Brasil foi de 47,4 milhões.

Núcleo investiga superdotação e oferece educação especializada para esses jovens. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Considera-se que cerca de 2,37 milhões (5%) de estudantes da educação básica devem compor o grupo de superdotados. Entretanto, há 26.815 (0,06%) estudantes com perfil de altas habilidades/superdotação matriculados na educação especial.

No Acre, o NAAH/S foi implantado em 2007, mas até 2018 funcionava dentro das escolas de ensino convencional, identificando e dando suporte a esses alunos. Em 2019, foi para um prédio próprio, onde foi montada a estrutura física, com verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e emendas parlamentares, para atender os alunos de todas as cidades do estado. Além do núcleo em Rio Branco, há um polo em Cruzeiro do Sul.

Entre as atividades estão o processo de identificação e/ou atendimento de alunos com características de superdotação indicados pelas famílias e escolas; oferta de atividades de suplementação curricular e extracurricular para os alunos identificados e formação e orientação para os profissionais da educação e para a comunidade.

Segundo dados do núcleo no Acre, de 2007 ao primeiro semestre de 2023 – último levantamento – mais de 750 alunos foram atendidos, sendo 162 alunos identificados, ou seja, com parecer pedagógico de superdotação. Atualmente, 200 estão sendo atendidos.

Jeane Machado destaca a importância do núcleo na formação desses alunos e no processo de se identificar. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Jeane Machado, chefe do NAAH/S no estado, explica como é feito esse trabalho, que envolve uma equipe focada em atender, da melhor maneira, esses jovens. O ingresso desses alunos é feito por meio de indicação e, de acordo com a disponibilidade de vagas, esses alunos vão sendo inseridos no núcleo.

“O tempo dessa investigação vai depender de cada aluno, porque cada caso é único. Porém, a gente estima a duração desse processo entre seis meses a um ano e meio, para que esse aluno faça testes naquela área que ele tem aptidão. Depois disso, ele pode, inclusive, desenvolver interesse em outras áreas e ter acesso a tudo isso aqui”, explica.

Prioritariamente, as vagas são destinadas a alunos de escolas públicas, porém atendem também a demanda das instituições privadas, pois é o único no estado que faz esse tipo de investigação. Jeane destaca, ainda, que é preciso muita informação para que estereótipos sejam quebrados, pois há ainda muitos mitos sobre a superdotação.

“Os alunos de altas habilidades e superdotação estão na educação especial porque é necessário um atendimento educacional especializado. Se trata de um comportamento, não é apenas o intelecto que está acima da média. É todo um contexto entre a parte social, emocional, afetiva e intelectual, e é uma atividade cerebral atípica”, esclarece.

O fato de estarem em um ambiente em que se reconhecem em outras pessoas é primordial para que esses alunos consigam se sentir parte de um grupo, que entendam que há outras pessoas semelhantes a eles.

“Aqui eles se sentem contemplados porque encontram coisas comuns uns nos outros,  conseguem dividir o que sentem. Então, eles se reúnem e conseguem encontrar respostas para muitas dúvidas que desenvolvem. A gente precisa entender que a parte cerebral é diferenciada, é neuroatípica”, frisa.

Há muitos mitos sobre a superdotação, o que pode gerar incompreensão desse aluno na escola convencional. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Ela também reforça que as altas habilidades têm um leque de oportunidades. O aluno pode ser superdotado em uma área específica, mas ter interesses em outras áreas, o que não vai eliminar as dificuldades em determinados assuntos que não tenha aptidão.

“Há muitos mitos sobre altas habilidades e superdotação, um deles é de que aquele aluno tem que ser bom em tudo, mas isso não existe de maneira alguma. Ainda existem muitas ideias erradas. Quem convive com eles sabe como precisam de atendimento para que esse potencial seja alimentado, elevado, porque se não for potencializado ele morre. Não é que ele não tinha esse potencial, mas não trabalhou de maneira correta e morreu”, esclarece Jeane.

O NAAH/S atende apenas jovens até o ensino médio. Após isso, o aluno pode continuar sendo um parceiro do núcleo, mas não passa mais a ser atendido por ele. A indicação para que um aluno possa ser investigado é feita de forma online e qualquer pessoa pode fazê-la. O núcleo fica localizado na Estrada Albert Torres, 825 – Conjunto Mariana, em Rio Branco.

Fonte: Governo AC

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Sema apresenta ações durante o 1º Circuito Interseccional da Amazônia Etapa Acre

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Com o objetivo de debater assuntos relacionados à temática ambiental voltada à advocacia prática ocorreu nesta sexta-feira, 17, o 1º Circuito Interseccional da Amazônia Etapa Acre. Durante o evento, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) apresentou as ações desenvolvidas pela pasta ambiental.

Realizado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) seccional Acre, com o apoio da Sema, o 1º Circuito Interseccional da Amazônia ocorreu no auditório da OAB/AC, das 14h às 21h.

Secretária adjunta do Meio Ambiente, Renata Souza, falou sobre o trabalho realizado pela pasta durante a abertura do evento. Foto: Caroline Felix/Sema

A secretária adjunta do Meio Ambiente, Renata Souza, falou sobre o trabalho realizado pela pasta durante a abertura e ressaltou que a Sema vem trabalhando de forma integrada com as instituições ambientais. A gestora também destacou a importância do evento.

“O desafio hoje é trazer para os estudantes, advogados, colegas o que temos na área ambiental, tanto na parte de legislação como na parte de ações do governo do Estado e do governo federal. E com a junção dessas informações ter resultados mais avançados na área ambiental aqui do Estado”, afirmou.

Presidente da OAB/AC, Rodrigo Aiache, destacou a importância dos debates sobre as questões climáticas. Foto: Caroline Felix/Sema

O evento foi direcionado para advogados, servidores públicos, estudantes de direito, produtores rurais e todos os interessados em fazer parte das discussões. O presidente da OAB/AC, Rodrigo Aiache, apontou que ao lado da crise alimentar, as mudanças climáticas extremas são o grande desafio do milênio.

“Nós, enquanto cidadãos operadores do direito, precisamos nos preocupar com essa questão ambiental. Esse evento serve pra que discutamos assuntos relativos ao meio ambiente saudável, pra que as futuras gerações possam de fato, quando vierem, encontrar a casa de maneira saudável”, declarou.

Uma das participantes do 1º Circuito, a estudante de direito Werynka Cassia Medeiros, comentou sobre a oportunidade de participar de um evento que traz as questões do meio ambiente e do direito. “É uma ótima oportunidade, ainda enquanto acadêmica, dentro da área do direito, conhecer as novas leis, quais são os direitos garantidos, o que pode e o que não pode”.

Evento realizado no auditório da OAB/AC foi direcionado para advogados, servidores públicos, estudantes de direito, produtores rurais e todos os interessados em fazer parte das discussões. Foto: Caroline Felix/Sema

Durante o circuito, foram realizadas palestras com a participação de diversos advogados. A assessora técnica da Sema, Silvia Uszacki foi uma das palestrantes e falou sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Programa de Regularização Ambiental, (PRA). Esse painel também contou com a participação da advogada e presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB/RO, Rafaela Albuquerque, e o secretário de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia, Marco Antônio Lagos.

“Esses programas estão entre as inovações que a Lei 12.651 trouxe, que é a Lei de Proteção da Vegetação Nativa. Então, pelos compromissos internacionais, inclusive, que a gente assume de redução de desmatamento, de reflorestamento, de proteção da vegetação nativa, das florestas, a legislação nacional deixou a cargo dos estados desenvolverem seus programas de regularização.  E o estado está se saindo muito bem no seu processo de regularização ambiental. No ano passado, reduzimos em 74% os alertas de desmatamento”, informou Silvia Uszacki.

Assessora técnica da Sema, Silvia Uszacki, falou sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Programa de Regularização Ambiental, (PRA). Foto: Mauricio Costa/Sema

A superintendente do Ibama, Melissa Machado, falou sobre o Processo Sancionador Ambiental do Ibama: Procedimentos administrativos a partir da Instrução Normativa n° 19, de 2 de junho de 2023.

“Esse processo busca a responsabilização administrativa em decorrência da prática de condutas e atividades que transgridam as normas ambientais do Ibama e age em conformidade com a lei. O que passa é passível de multa”, declarou Melissa Machado.

Circuito também contou com a participação da superintendente do Ibama, Melissa Machado, que falou sobre o Processo Sancionador Ambiental do Ibama. Foto: Mauricio Costa/Sema

Além disso, a superintendente do Ibama frisou que desde o ano passado, a atuação conjunta entre a Sema, o Ibama e os demais órgãos da pauta de meio ambiente, ficou mais efetiva. “Com a realização de reuniões, dados oportunizados pela Sema, por meio do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma), as ações estão mais efetivas”, afirmou.

Fonte: Governo AC

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Governo mobiliza estrutura do Executivo contra a Violência e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

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O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes é celebrado neste sábado, 18. O governo do Acre destaca as principais ações que vêm sendo realizadas pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), em prol dos jovens no Acre. Essa data visa também dar visibilidade, informar, sensibilizar, mobilizar e convocar toda a sociedade sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes em nosso país.

Campanha “Faça Bonito” é utilizada pelo Estado para conscientizar sobre abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Foto: Railton Aráujo/SEASDH.

Segundo dados do Departamento de Inteligência da Polícia Civil do Acre (PCAC), em 2022 foram registrados 496 boletins de ocorrência de violência sexual contra crianças e adolescentes, enquanto em 2023 houve uma leve redução para 487 casos.

A titular da SEASDH, Maria Zilmar da Rocha, destaca que o governo do Estado  tem “ao longo da semana, participado e desenvolvido campanhas com o objetivo de sensibilizar, informar e mobilizar toda a sociedade. A intenção é conscientizar sobre a importância de participar continuamente na luta e defesa dos direitos e cuidados de nossas crianças e adolescentes”, afirma.

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) enfatiza que é importante também que as ações desse dia sirvam como incentivo para qualificar as ações de prevenção e enfrentamento das violências durante todo o ano, de forma a proteger mais efetivamente as crianças e adolescentes.

Segundo o chefe da divisão de promoção dos direitos da criança e do adolescente, Elissandro Freitas, “essa data alusiva tem uma importância grande, porque infelizmente a violência sexual contra crianças e adolescentes ainda é uma realidade em nosso país e no nosso estado. Os números têm aumentado, então a SEASDH realiza várias ações no sentido de enfrentar essa situação, por meio de ações articuladas, realizadas em conjunto com os comitês, conselhos e diversas políticas setoriais, além de dar apoio técnico aos municípios para que eles também enfrentem esse grande problema”.

Uma das principais ações realizadas pela pasta é o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), que faz parte da Política Nacional de Assistência Social e passa por um redesenho para atender melhor às necessidades das crianças e adolescentes.

Peti

O Peti, conforme estabelecido na Lei Orgânica de Assistência Social (Loas), é um programa interdisciplinar integrante da Política Nacional de Assistência Social. Dentro do Sistema Único de Assistência Social (Suas), o Peti abrange transferências de renda, intervenção social junto às famílias e a oferta de serviços socioeducativos para crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil.

Peti visa capacitar os profissionais que atuam diretamente com o atendimento no estado. Foto: Cedida

Nos municípios, o Peti tem sido implementado por meio de atividades de capacitação, como ocorreu em Tarauacá, onde foram conduzidos treinamentos envolvendo os profissionais municipais do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), além do Conselho Tutelar e os gestores do Programa Bolsa Família.

Segundo Lorraine Ribeiro, coordenadora estadual do Peti, “essa capacitação visa fortalecer a atuação em rede para o acompanhamento das famílias e para o cumprimento das diretrizes das políticas públicas. Ao assumir um papel estratégico, oferece aos profissionais do serviço público as ferramentas necessárias para enfrentar a violência sexual contra crianças e adolescentes. Dessa forma, os técnicos podem observar e direcionar o fluxo de atendimento para garantir a continuidade do processo de enfrentamento dessa problemática.”

Compromisso

Neste mês de maio, mais ações foram voltadas à pauta da criança e adolescente. Como o compromisso firmado pelo Estado junto ao Poder Judiciário do Acre, que reuniu os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além do Ministério Público (MPAC) e da Defensoria Pública (DPE/AC).

Lançamento de campanha reuniu poderes do Estado para adesão de ações de prevenção à violência de crianças, adolescentes, mulheres e outros. Foto: Deyvisson Gomes/ MPAC

Na ocasião, foi realizado o lançamento da campanha “Nunca é Tarde” pelo Tribunal de Justiça (TJAC) e foi assinada a carta de compromisso institucional que estabelece a realização de eventos de prevenção e combate aos crimes sexuais, com foco na proteção integral dos grupos vitimizados. O documento propõe a implementação de ações integradas, como palestras, workshops e criação de materiais informativos, visando mobilizar a comunidade sobre o tema de forma articulada e contínua.

“Em nome do governo do Acre, gostaria de afirmar nosso comprometimento em colaborar e fortalecer as medidas necessárias para promover ações de prevenção. A prevenção continua sendo a melhor abordagem para minimizar os efeitos adversos e evitar situações catastróficas, tornando-se a principal pauta para o dia 18 de maio, conforme estabelecido por lei federal”, observou a titular da SEASDH, Maria Zilmar da Rocha.

Conscientização

Na sexta-feira, 17, a SEASDH realizou uma ação alusiva ao dia 18 com o objetivo de conscientizar a população sobre o combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes com uma ação de panfletagem em frente ao Palácio Rio Branco.

Iniciativa busca levar conhecimento à população sobre a violência sexual de crianças e adolescentes. Foto: Carolina Torres/Secom

O diretor de Assistência Social, Hilquias Almeida, destacou que a ação já vem sendo desenvolvida nos municípios. “Estamos realizando uma ação conjunta com os municípios. Muitos deles já vêm promovendo atividades ao longo da semana, e hoje o Estado do Acre está atuando aqui na capital, em frente ao Palácio Rio Branco. Nosso objetivo é conscientizar a população, especialmente os condutores, sobre a importância de combater a violência contra crianças e adolescentes. Queremos reforçar a relevância dessa luta e sensibilizar toda a comunidade para essa causa vital.”

Festas

As ações em festas são mais do que importantes, onde há presença de crianças e menores de idade. No carnaval da família deste ano, em fevereiro, a SEASDH aproveitou a oportunidade para conscientizar o público e estimular o número de denúncias de violência sexual de crianças e adolescentes quando estão mais suscetíveis às situações de vulnerabilidade.

Equipes da SEASDH estiveram presentes em todas as noites de Carnaval. Foto: Carolina Torres/Secom

A representante da Diretoria de Direitos Humanos da SEASDH, Nilcéia Santos, destaca que a campanha visa coibir a violência contra as crianças e os adolescentes e informar o público.

“É uma campanha a nível nacional, mas que é de suma importância para que possamos coibir essa violência dentro da nossa cidade”, finaliza.

Decav

Na Segurança Pública, o Estado conta com a Delegacia de Atendimento à Criança e ao Adolescente Vítima (Decav), que está organizada com uma estrutura humanizada, composta por uma brinquedoteca, profissionais como psicólogos e assistentes sociais, além da equipe policial composta por agentes, escrivães e delegados.

Decav está localizada no segundo distrito de Rio Branco. Foto: Assessoria/PCAC

Na terça-feira, 7, a equipe da Decav realizou uma roda de conversas no auditório da própria delegacia, juntos aos órgãos de enfrentamento do estado, com o objetivo de apresentar o trabalho desenvolvido pela Polícia Civil no enfrentamento desse tipo de violência e promover uma discussão ampla sobre estratégias para reduzir os índices de exploração sexual de crianças e adolescentes no estado.

Além de atividades do governo do Acre, é fundamental que a sociedade esteja junto nessa luta contra a Violência Sexual de Crianças e Adolescentes. Se você presenciar ou souber de algum caso de abuso ou exploração sexual infantil, não hesite em denunciar. O Disque 100 é um serviço gratuito, disponível 24 horas por dia, onde você pode fazer sua denúncia de forma anônima e segura.

Ligue para o Disque 100 e faça a diferença!

Fonte: Governo AC

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Saúde Itinerante Especializado em Neuropediatria realiza mais de 300 atendimentos em Senador Guiomard

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Mais de 300 atendimentos foram realizados na terceira edição do Saúde Itinerante Especializado Multidisciplinar em Neuropediatria, nesta sexta-feira e sábado, 17 e 18. Dessa vez, o município de Senador Guiomard sediou a ação que é voltada para o público infanto-juvenil. A emissão da Carteira Estadual da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (e-CEPTEA) também fez parte da programação.

Mais de 300 atendimentos foram realizados. Foto: Luan Martins/Sesacre

Promovido pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde (Sesacre), o programa tem o objetivo macro de reduzir a fila de espera da regulação para atendimentos em neuropediatria, bem como oferecer assistência de qualidade aos usuários, sem a necessidade de deslocamento para Rio Branco.

“E aqui, em Senador Guiomard, estamos retornando com a equipe multidisciplinar. Estamos fazendo o caminho inverso, ao invés dessas famílias se dirigirem à Fundhacre ou ao Centro de Reabilitação, na capital, nós estamos trazendo os atendimentos até elas. É uma preocupação da gestão que ofertemos esse serviço em cada município do estado, pelo menos uma vez ao ano, com dois retornos”, ressaltou a chefe da Divisão de Saúde Itinerante Especializada da Sesacre, Rosemary Ruiz.

Programa é composto por uma equipe multidisciplinar. Foto: Luan Martins/Sesacre

Segundo Jussimara Sotero, mãe do pequeno José Luís de apenas 2 anos, alguns comportamentos que o filho apresenta levou a família à investigação do Transtorno do Espectro Autista (TEA). “Ele era diferente das minhas outras crianças, o modo de se comportar, não dormia a noite. Por isso, procuramos o pediatra e ele decidiu seguir avante para descobrir se tinha o autismo. E receber esse atendimento aqui, perto de casa , é maravilhoso”, disse.

Jussimara Sotero, mãe do pequeno José Luís de apenas 2 anos. Foto: Luan Martins/Sesacre

A equipe multidisciplinar do programa é composta por especialistas em neuropediatria, pediatria, psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia, nutrição, terapia ocupacional e serviço social, contando com o apoio multiprofissional também dos municípios.  A abordagem visa proporcionar cuidados de saúde integral às crianças que necessitam de atenção especializada.

Mãe do Ryan Erik de 11 anos, Rosimara Moraes. Foto: Luan Martins/Sesacre

“As professoras me chamaram na escola para falar sobre alguns sintomas que ele estava tendo. Por aí começamos a investigação. A secretaria de saúde sempre nos apoiou e esse tipo de ação facilita o acesso aos especialistas e as terapias. Eu só tenho a agradecer, pois só quem tem crianças com autismo entende a dificuldade de mudar a rotina, ir a lugares com muito barulho, então eu fico muito feliz de receber esse serviço aqui”, declarou a mãe do Ryan Erik de 11 anos, Rosimara Moraes.

Fonte: Governo AC

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