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Acre

Morre Tia Vicência, um dos símbolos da colonização nordestina na Amazônia

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Faleceu na manhã desta quinta-feira, 21, em Rio Branco, a cearense Vicência Bezerra da Costa, 84 anos, uma das pioneiras da colonização nordestina no Acre. Tia Vicência, como era conhecida por todos, não resistiu aos efeitos de um acidente vascular cerebral (AVC) sofrido na madrugada do último domingo, 17. Transferida para Rio Branco, onde foi submetida a uma cirurgia de emergência, foi a óbito nas primeiras horas de hoje.

Faleceu na manhã desta quinta-feira, 21, em Rio Branco, a cearense Vicência Bezerra da Costa, 84 anos (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Faleceu na manhã desta quinta-feira, 21, em Rio Branco, a cearense Vicência Bezerra da Costa, 84 anos (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Tia Vicência era proprietária do mais famoso restaurante de Xapuri, um dos últimos lugares onde ainda se pode apreciar a verdadeira comida caseira com “gosto de seringal”, como ela mesma costumava dizer. Profundamente identificada com a história da cidade, se tornou conhecida e querida a partir da maneira simples como desenvolvia o seu ofício e de como divulgava e valorizava as histórias, dramas e tragédias de gente como ela, refugiadas da seca.

Devota fervorosa de São Sebastião, padroeiro de Xapuri, dona Vicência contava que a sua fé foi trazida do Ceará, sua terra natal, e que já na viagem que teria como destino final o Acre, sua família foi abençoada pelas graças do santo protetor dos xapurienses. “O navio em que eu viajava com meus pais rumo ao Pará esteve na mira de um submarino alemão. Foram momentos de pânico, mas graças a São Sebastião nada aconteceu e escapamos todos”.

Mãe de Francisco, Getúlio, Maria de Lurdes e Maria das Graças, além de cerca de 40 netos e bisnetos, Vicência se dizia seringueira na alma e no coração. Chegou a compor um hino aos soldados da borracha, que gostava de cantar às pessoas que visitam seu restaurante, como forma de enfatizar que o trabalho dos nordestinos que para cá vieram mandados pelo governo para cortar seringa durante o grande conflito armado, era realmente um esforço de guerra.

Tia Vicência era proprietária do mais famoso restaurante de Xapuri (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Tia Vicência era proprietária do mais famoso restaurante de Xapuri (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Vicência chegou ao Acre aos 14 anos de idade em meio à campanha de guerra e ocupação da Amazônia empreendida na década de 1940 pelo governo brasileiro. Como a grande parte dos nordestinos arregimentados pelo Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia (Semta), ela viu as famílias viajarem amontoadas a bordo dos navios do Loyd, sempre, de acordo com ela, acompanhados por caça-minas e aviões de guerra.

De acordo com o historiador Marcus Vinicius, cerca 60 mil pessoas foram enviadas para os seringais amazônicos entre 1942 e 1945. Desse total, quase a metade morreu por causa das precárias condições de transporte, alojamento e alimentação durante a viagem, além de fatores ligados ao ambiente extremamente hostil da Amazônia.

Os nordestinos recrutados para trabalhar nos seringais foram chamados de “soldados da borracha”, porém nunca receberam qualquer remuneração ou homenagem pelo esforço de guerra. A saga de Vicenza e os soldados da borracha está retratada no filme “Borracha para a Vitória”. Nele, Vicência conta histórias e canta as músicas que serviam de conforto numa época de dor e sofrimento.

Vicência e os pais moraram durante 34 anos no Seringal São Francisco do Iracema, numa colocação ao centro do barracão dirigido primeiramente por Said Rachid e seu genro, Milton. Vieram outros patrões depois, até que em 1979 a figura do seringalista deixou de existir e deu lugar aos fazendeiros “paulistas”. Nesse período, ouviu falar de Chico Mendes, mas nunca chegou a encontrar-se com o líder ambientalista.

O corpo de dona Vicência chegará a Xapuri no começo da tarde desta quinta-feira, de acordo com previsão da família. O velório acontecerá em sua antiga residência, localizada na Rua Major Salinas, no centro de Xapuri. A decisão da família de não velar a pioneira nordestina em local público (o velório deveria acontecer no prédio do Museu Casa Branca) obedece a um último pedido de Tia Vicência: queria ser velada na sua antiga casa em Xapuri.

Por Raimari Cardoso, da Agência Acre de Notícias

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Acre

Governo do Acre culpa prefeitura de Assis Brasil por suspensão de inauguração de casas

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Após a decisão da Justiça que suspendeu a inauguração de 11 unidades habitacionais no município de Assis Brasil, o governo do Acre divulgou uma nota nesta quarta-feira, 14, esclarecendo sua atuação na obra. O governo informou que a responsabilidade pela execução da infraestrutura externa é da Prefeitura Municipal.

A suspensão da entrega das casas, prevista para ocorrer nesta mesma data, foi determinada pela desembargadora Waldirene Cordeiro, que compõe a 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Acre, atendendo a pedido do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC).

A medida tem como base uma ação civil pública movida pela Promotoria de Justiça Cumulativa de Assis Brasil, que apontou risco de desabamento de encosta na área onde as moradias foram construídas.

A vistoria técnica que embasou a ação realizada pelo MPAC, apontou instabilidade no terreno, com erosão e fissuras, além da ausência de estudos geotécnicos e de um projeto de drenagem.

Também foi apurado que houve supressão de vegetação em área não autorizada pela licença ambiental.

Na nota, assinada pelo secretário de Estado de Habitação e Urbanismo (Sehurb), Egleuson Santiago, a Secretaria informou que todas as unidades habitacionais sob sua responsabilidade foram concluídas conforme o planejamento técnico estabelecido, obedecendo aos padrões de qualidade e segurança.

“As unidades foram executadas dentro dos padrões de qualidade e segurança definidos, representando o fiel cumprimento do escopo sob responsabilidade da Sehurb”, diz um trecho da Nota.

O empreendimento, segundo a pasta, foi licenciado pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), por meio da Licença Ambiental Única nº 288/2024, emitida em julho do ano passado.

O governo esclareceu, ainda, que os serviços de infraestrutura externa – apontados como um dos fatores de risco no local – são de responsabilidade da Prefeitura de Assis Brasil.

“A execução da infraestrutura externa é de responsabilidade da Prefeitura Municipal de Assis Brasil, com a qual o Estado mantém diálogo institucional para viabilizar a conclusão tempestiva e a entrega definitiva do empreendimento às famílias beneficiadas”, diz a nota.

Além disso, a Sehurb informou que os projetos técnicos dessa etapa foram elaborados pelo Estado e estão disponíveis para garantir agilidade na execução. A previsão é de que os serviços sejam finalizados em até 30 dias.

Na ação civil, o MPAC também pediu que as famílias contempladas recebam auxílio por meio de aluguel social enquanto durar a interdição.

Por fim, a Secretaria de Habitação reafirmou seu compromisso com a política habitacional do estado e com a entrega de moradias dignas à população, dentro dos prazos e normas legais.

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Acre

Governo Federal autoriza repasse de R$ 52,7mi a cidades afetadas por desastres; No Acre 7 serão beneficiados

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Foto ilustrativa/arquivo: Sérgio Vale

Estão na lista municípios dos estados do Acre, Amazonas, Maranhão, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Pará, Paraíba, Piauí, Ceará, Mato Grosso e Bahia

A Defesa Civil Nacional autorizou, nesta quarta-feira, 14 de maio, o repasse de 52 milhões reais para ações de resposta e recuperação em 95 cidades brasileiras. Estão na lista municípios dos estados do Acre, Amazonas, Maranhão, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Pará, Paraíba, Piauí, Ceará, Mato Grosso e Bahia.

Para conferir a lista com os municípios, acesse http://mdr.gov.br .

Waldez Góes, ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, explica como os recursos podem ser aplicados.

“Os recursos da Defesa Civil podem ser empregados naquele primeiro momento que acontece o desastre pra fazer assistência humanitária, pra dar kits de higiene, alimentação para as pessoas que foram atingidas, que enfrentam as consequências daquele desastre, bem como pra restabelecimento dos serviços essenciais, como, por exemplo, abastecimento de água e desobstrução de vias públicas. Além disso, nós também podemos utilizar o os recursos da Defesa Civil pra fazer reconstrução de infraestruturas públicas destruídas pelo desastre ou ainda de habitações destruídas pelo desastre”.

Os valores destinados a cada município são definidos por critérios técnicos da Defesa Civil Nacional e variam conforme o valor solicitado no plano de trabalho, magnitude do desastre e número de desabrigados e desalojados, entre outros parâmetros.

Para saber mais sobre as ações do Governo federal em Proteção e Defesa Civil, acesse http://mdr.gov.br.

ACRE

Rio Branco (AC) R$ 973.092,25

Plácido de Castro (AC) R$ 133.213,10

Mâncio Lima (AC) R$ 2.692.568,00

Cruzeiro do Sul (AC) R$ 1.111.849,75

Tarauacá (AC) R$ 342.415,00

Marechal Thaumaturgo (AC)  R$ 773.847,60

Feijó (AC) R$ 647.200,00

Reportagem, Janaína Castro

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Acre

Prefeitura e Iteracre definem prioridades para regularização fundiária em Epitaciolândia

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Reunião entre gestão municipal e Iteracre definiu prioridades para os bairros Fontenele de Castro e Aeroporto

Bairros Fontenele de Castro e Aeroporto serão os primeiros a receber títulos de propriedade. Foto: cedida 

Em mais um passo para garantir direitos de propriedade aos moradores, o prefeito Sérgio Lopes se reuniu nesta quarta-feira (14) com a presidente do Iteracre, Gabriela Câmara, além do presidente da Câmara, Antônio Rosiclei (Solidariedade), e os vereadores Ary Matos (sOLIDARIEDADE), e Jezo Batista (PL). O encontro discutiu os avanços da regularização fundiária no município.

Os primeiros bairros a serem beneficiados serão Fontenele de Castro e Aeroporto, com posterior expansão para outras áreas. A ação visa garantir segurança jurídica aos moradores e impulsionar o desenvolvimento urbano de Epitaciolândia.

“Como representante do povo, estamos trabalhando para resolver uma demanda histórica da população e trazer mais dignidade às famílias”, destacou o presidente Antônio Rosiclei (Solidariedade). A regularização é considerada essencial para melhorar a qualidade de vida e valorizar os imóveis na região.

O prefeito Sérgio Lopes, acompanhado do presidente da Câmara Antônio Rosiclei e dos vereadores Ary Matos e Jezo, discutiu com a presidente do Iteracre. Foto: cedida 

Os bairros Fontenele de Castro e Aeroporto foram definidos como prioritários para receber os primeiros títulos de propriedade. A ação visa garantir segurança jurídica aos moradores e impulsionar o desenvolvimento urbano da cidade.

“Estamos cumprindo nosso compromisso de trazer mais dignidade às famílias epitaciolandenses através da regularização fundiária”, afirmou o prefeito Sérgio Lopes. A iniciativa representa um avanço significativo para a população, que aguardava há anos por esta solução.

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