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Brasil

Mesmo com recuo do dólar, real segue desvalorizado; o Brasil está barato?

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A moeda americana teve o maior recuo diário desde junho de 2018, fechando na terça-feira (02) em R$ 5,21, queda de 3,23%.

Moedas de real: apesar da recuperação com o recuo do dólar, real segue sendo a moeda emergente que mais se desvalorizou diante do câmbio em 2020 – Foto: Arquivo/Reuters

Por Thais Herédia, CNN

O movimento surpreendente aconteceu num dia de dezenas de protestos em vários países, sendo os maiores nos Estados Unidos. Aqui no Brasil, não houve manifestações de rua, mas o caldo político segue em ebulição e gerando incertezas.

Apesar desta recuperação, o real segue sendo a moeda emergente que mais se desvalorizou diante do dólar em 2020, especialmente depois da declaração da pandemia do novo coronavírus. A queda de terça-feira (02) mantém o real cerca de 25% desvalorizada este ano, bem acima da média dos emergentes. O país também sustenta a primeira posição no quesito fuga de capital estrangeiro. A soma ultrapassa US$ 33 bilhões, que deixaram o Brasil desde janeiro.

“Já estamos observando que a pressão sobre o real tende a ser mais estrutural por uma moeda mais fraca. A evolução do cenário referenda essa depreciação neste ano, com motivação predominantemente doméstica. No movimento mais recente, desde a saída de Sérgio Moro (ex-ministro da Justiça) essa justificativa fica mais clara. Agora, quando analisamos o câmbio de equilíbrio, o real parece estar um pouco além do que deveria ser”, disse Lívio Ribeiro, economista do IBRE/FGV.

A explicação do economista coincide com as projeções da maioria dos analistas, reveladas pelo Focus, pesquisa de indicadores do mercado financeiro. Demorou para que houvesse um ajuste para um dólar mais caro em 2020, porque os modelos que rodam as variáveis que formam o preço da moeda americana insistiam em mostrar que o chamado cambio de equilíbrio deveria ser menor, bem mais longe dos R$ 6,00 que chegamos perto há algumas semanas. Mesmo com a taxa Selic chegando em 3%.

“Equilíbrio não é uma propriedade de curto prazo. Posso ter a moeda no mercado rodando acima ou abaixo do que seria o equilíbrio. Mas, a cada rodada, o real fica mais depreciado e isso tem sido consistente desde meados do ano passado. Começou em final de março, com a primeira briga entre o presidente Bolsonaro e Rodrigo Maia. Desde então, sistematicamente as condições mais estruturais têm piorado”, explica Lívio Ribeiro.

Entre janeiro e maio deste ano (dados de maio ainda preliminares), investidores internacionais venderam mais de US$ 33 bi em ações de empresas e títulos de divida brasileiros. Para se ter uma ideia, em janeiro último, antes da pandemia ser declarada, a debandada somou US$ 15 bilhões. No mesmo mês do ano passado, houve entrada líquida de US$ 1,52 bilhão. Até pouco tempo antes de estourar a crise sanitária, a queda de juros era a maior justificativa para a desvalorização.

Claro que o avanço do novo coronavírus responde por boa parte da debandada dos investidores dos mercados emergentes. Desde os primeiros sinais de gravidade do contágio e seus impactos na economia mundial, o movimento só cresceu e o volume total de fuga para países avançados e menos arriscados até meados de maio, se aproxima dos US$ 80 bilhões.

O agravamento da crise política brasileira e a descoordenação no combate à Covid-19 só fizeram piorar a percepção de risco sobre a nossa economia e de como devemos sair do outro lado do labirinto da pandemia, nos descolando dos demais emergentes. Chegamos ao ponto de afirmarem que o Brasil está barato para quem quiser, e tiver coragem, de investir aqui. Por enquanto, só os brasileiros se apresentam, sendo capazes de elevar o índice da bolsa de valores e derrubar a moeda americana.

A dúvida é saber se o Brasil vai convencer o capital internacional de que, além de barato, somos bons! Por enquanto, a incerteza com futuro do país está ganhando a batalha.

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Brasil

Rodovias federais terão pontos de descanso para motoristas

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A nova Política Nacional de implantação de Pontos de Parada e Descanso (PPD) em estradas federais prevê a oferta do serviço a partir de 2025. Instalações com infraestrutura para atender motoristas em viagem serão obrigatórias nos contratos e projetos de concessão das rodovias.

De acordo com o Ministério dos Transportes, além de garantir as condições adequadas de repouso para os profissionais, a medida busca ampliar a segurança e reduzir o número de acidentes nas rodovias federais.

Segundo a Confederação Nacional do Transporte, até 2023 já existiam 155 paradas em funcionamento nas rodovias federais, sendo 108 em estradas administradas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes e apenas 47 naquelas concedidas à iniciativa privada.

Com a política criada pelo governo por meio de portaria publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (19), a Lei do Motorista (nº 13.103/2015) foi regulamentada e as mudanças começam a vigorar em 2 de maio.

Pelas regras, todo contrato de concessão de rodovia sob gestão da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) deverá garantir a operação de, pelo menos, um ponto de parada e descanso funcionando no próximo ano. O serviço já deverá constar em novos projetos de concessão, com início do funcionamento até o terceiro ano de atuação da concessionária.

Para as estradas geridas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) foi determinado um estudo para identificar pontos que necessitem receber o serviço, com prioridade para os corredores logísticos, onde o tráfico de veículos comerciais é maior.

Os locais devem apresentar as condições mínimas de segurança sanitária e de conforto previstas em lei, como instalações com rede de iluminação, estacionamento, ambiente de refeições, água potável, banheiros separados por sexo, com sanitários individuais que disponibilizem cesto de lixo e papel higiênico, lavatórios com material para higienização das mãos, chuveiros com água quente e fria.

Nos casos de cobrança para permanência dos veículos, os locais de espera, repouso e descanso deverão ser cercados e o controle de acesso e permanência será realizado pelo operador do serviço.

Fonte: EBC GERAL

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Mulher que levou morto a banco em 2020 entra na Justiça e ganha pensão

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Agência Brasil

Banco do Brasil

Uma mulher acusada de levar o cadáver do então marido, de 92 anos, a uma agência bancária de Campinas (SP), conseguiu o direito de receber pensão e ainda se livrou de uma denúncia. Ela teria levado o corpo ao local para sacar dinheiro da conta dele.

O caso aconteceu em outubro de 2020 e envolve Josefa de Souza Mathias, hoje com 61 anos. Na época, Laércio Della Colleta, companheiro com quem vivia há mais de uma década, foi levado pela mulher a uma agência do Banco do Brasil no centro da cidade. O idoso estava em uma cadeira de rodas, com um lenço amarrado na cintura.

Na época, Josefa afirmou que levou Laércio ao banco para realizar prova de vida e, assim, conseguir a senha da conta bancária do companheiro. Segundo a mulher, na manhã daquele dia (2 de outubro), ele ainda estava vivo e passou mal dentro da agência. Em seguida, ele veio a óbito.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e tentou reanimá-lo, mas ele já estava morto. Ainda, dois vizinhos acompanharam o casal até o banco e afirmaram que o idoso se queixou de dor antes de sair de casa e que começou a “babar” e “ficar amarelo” no caminho até a agência, mas Josefa decidiu não o levar ao hospital.

No entanto, o exame pericial apontou que Laércio havia morrido na noite anterior.

A polícia também desconfiou de Josefa, segundo testemunhas. Ao chegar na agência, ela subiu para o segundo andar e tentou desbloquear a senha, enquanto o idoso estava debilitado na cadeira de rodas. A mulher também não teria apresentado uma procuração para movimentar a conta em nome dele.

Em depoimento à polícia, ela apresentou duas versões. Na primeira, Josefa disse que ela e Laércio conversaram na manhã em que foram a agência. Na segunda, ela disse que o diálogo aconteceu na noite anterior. Por conseguinte, ela foi indiciada por estelionato e vilipêndio de cadáver (desprezar ou humilhar corpo).

Direito a pensão

Em janeiro de 2021, a promotora Daniela Merino, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), pediu o arquivamento do caso. Ela alegou que Laércio teve morte natural e Josefa “jamais conseguiria movimentar a conta da vítima” porque a companheira do falecido não tinha uma procuração para isso, o que foi reconhecido pelo banco. As informações são do Metrópoles.

“Trata-se, então, de crime de furto mediante fraude cuja consumação, da forma como pretendia a investigada, se mostra impossível”, destacou a promotora.

Merino ressaltou ainda o fato de Laércio não ter herdeiros e Josefa ter firmado união estável com ele um ano antes, deixando ela como beneficiária do dinheiro na conta do idoso.

A Promotoria também descartou a acusação de crime de vilipêndio de cadáver, justificando que, “apesar de reprovável”, a conduta de Josefa “não caracteriza crime”. ‘O cadáver foi transportado, mas nenhum outro ato de ultraje foi praticado”.

A denúncia então foi retirada e Josefa entrou com uma ação na Justiça, garantindo o pagamento de uma pensão por morte, de R$ 5,8 mil. Ela ainda recebeu um retroativo de R$ 191 mil.

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Fonte: Nacional

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Exposição debate espaço para pessoas negras na arte contemporânea

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A presença de pessoas negras nos espaços elitizados da arte contemporânea é o tema da série Novo Poder: Passabilidade, do artista carioca Maxwell Alexandre. Crescido na favela da Rocinha, o artista tem explorado o assunto em pinturas desde 2021.

“Para isso, dou ênfase a três signos básicos: as cores preta, branca e parda. Em Novo Poder, a cor preta atua como o corpo preto manifestado pela figuração de personagens; a cor branca aponta para o cubo branco espelhando o espaço expositivo; e a cor parda representa a obra de arte e também faz autorreferência ao próprio papel que é o suporte principal da série”, explica.

Com 56 trabalhos, a série pode ser vista a partir deste sexta-feira (19) no Sesc Avenida Paulista, na região central da capital.

Os contrastes que envolvem as pessoas negras transitando pelo “cubo branco”, jargão que determina espaços expositivos tradicionais, são atenuados pelo fator da “passabilidade”, como explica o artista.

“‘Passar’ é o mesmo que ser reconhecido na vida cotidiana como alguém que está de acordo com as normas, sejam elas sociais, raciais ou de gênero’, disse Maxwell em entrevista à Agência Brasil.

Por isso, a “‘passabilidade’ é a forma segura e tranquila de pessoas pretas caminharem pelo cubo branco” afirma. No entanto, na visão de Maxwell, as possibilidades se afunilam a depender do lugar social. “Acredito que existam limites sim, dependendo de onde você vem, qual fenótipo você tem, a cor da sua pele, você não vai conseguir alcançar certos lugares. Sobretudo dentro do mercado da arte contemporânea”, comenta.

Trajetória

O artista afirma enxergar na própria trajetória, com ampla circulação em instituições internacionais e nacionais, como um sinal de mudança nas estruturas atuais. “Acredito que eu mesmo seja uma profecia de ‘Novo Poder’ que está se cumprindo”, diz o artista de 34 anos.

Em 2021, Maxwell foi vencedor do prêmio Pipa, um dos mais importantes da artes visuais do país, e, em 2020, foi eleito artista do ano pelo Deutsche Bank. Em 2018, recebeu o Prêmio São Sebastião de Cultura da Associação Cultural da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

Esteve no Museu de Arte Contemporânea de Lyon, na França, com a exposição Pardo é Papel, e no Palais de Tokyo, em Paris, com a Novo Poder. Em Marraquexe, no Marrocos, participou da mostra coletiva Have You Seen A Horizon Lately, no Museu de Arte Contemporânea Africana Al Maaden.

Os trabalhos expostos no Sesc foram executados em um período de um mês em meio, em que o artista se baseou em fotografias, mas também em memórias próprias de cenas que presenciou.

Fonte: EBC GERAL

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