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Brasil

Medicamento experimental consegue retardar em 35% a progressão do Alzheimer

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Laboratório de produção da empresa Eli Lilly – (Foto/ilustrativa: FREDERICK FLORIN / AFP)

Apesar dos resultados promissores, participantes do estudo apresentaram altas taxas de efeitos adversos graves, como inchaço e hemorragia cerebral

Uma droga experimental para Alzheimer desenvolvida pela farmacêutica Eli Lilly retardou em 35% o declínio cognitivo em um teste de estágio final, disse a empresa na quarta-feira (3). O estudo fornece o que os especialistas dizem ser a evidência mais forte até agora de que a remoção de placas amiloides do cérebro beneficia pacientes com a doença.

O medicamento donanemab atendeu a todos os objetivos do teste, disse a Lilly. Ele retardou a progressão do Alzheimer em 35%, em comparação com um placebo, em 1.182 pessoas com estágio inicial cujo cérebro tinha depósitos de duas proteínas-chave da doença: a beta-amiloide e níveis intermediários de tau, uma proteína ligada à progressão do Alzheimer e à morte de células cerebrais.

O estudo também avaliou o medicamento em 552 pacientes com altos níveis de tau e descobriu que, quando ambos os grupos foram combinados, o donanemab retardou a progressão em 29%, com base em uma escala comumente usada de progressão da demência, conhecida como Escala de Avaliação Clínica de Demência.

Usando essa escala, os especialistas disseram que as descobertas da Lilly estavam praticamente no mesmo nível do lecanemab, da Eisai e da Biogen, vendido sob a marca Leqembi, que reduziu o declínio cognitivo em 27% em pacientes com Alzheimer inicial em um estudo publicado no ano passado.

O doutor Ronald Petersen, um pesquisador de Alzheimer na Mayo Clinic, disse que o teste da Lilly é o terceiro a mostrar que a remoção de amiloide do cérebro retarda a progressão da doença, o que poderia esclarecer algumas dúvidas persistentes sobre os benefícios dos medicamentos da classe.

“O impacto primário dos resultados do estudo donanemab dá a esperança a nossos pacientes e nossas famílias de que, de fato, agora podemos intervir no próprio processo da doença subjacente”, disse ele. “Em vez de apenas tratarmos os sintomas, podemos alterar o curso da doença com um medicamento como o donanemab.”

Para o especialista, o benefício do remédio “é modesto, mas acho que é real. Acho que é clinicamente significativo”.

No grupo de tratamento com donanemab, Lilly disse que o inchaço cerebral, um conhecido efeito colateral de medicamentos desse tipo, ocorreu em 24% dos participantes, e 6,1% deles apresentaram sintomas. Hemorragia cerebral ocorreu em 31,4% do grupo donanemab e em 13,6% do grupo placebo.

No estudo Leqembi Fase 3, a droga foi associada ao inchaço cerebral em quase 13% dos participantes.

Lilly disse que a incidência de inchaço cerebral grave no estudo do donanemab foi de 1,6%, incluindo duas mortes atribuídas à doença e uma terceira que ocorreu após um incidente de inchaço cerebral grave.

A Lilly disse que planeja entrar com um pedido de aprovação tradicional nos EUA até o fim de junho e com reguladores de outros países logo depois. Um porta-voz da empresa disse que uma decisão de aprovação nos EUA deve ocorrer até o fim do ano ou o início de 2024.

“Essas descobertas são significativas para o campo, acho que principalmente para nossos pacientes, pois agora temos tratamentos disponíveis que podem ter um impacto no próprio processo da doença subjacente”, disse Petersen.

“Nos últimos 20 anos ou mais, tivemos medicamentos disponíveis que funcionam nos sintomas mas realmente não atingem a biologia subjacente da doença. Portanto, o donanemab é um medicamento que atinge o processo subjacente da doença, chamada terapia modificadora da doença, e isso é muito importante, principalmente para os pacientes e suas famílias, pois podemos impactar o resultado dessa doença.”

Os especialistas em Alzheimer disseram estar ansiosos para ver os resultados completos do estudo, incluindo dados sobre o desempenho da droga em pessoas que carregam um gene de risco de Alzheimer conhecido como APOE4, que têm tendência a aumentar o risco de efeitos colaterais em testes anteriores.

Esses resultados serão apresentados em uma reunião de Alzheimer em Amsterdã neste verão (do Hemisfério Norte).

Os participantes do estudo receberam uma infusão intravenosa mensal de donanemab. Depois de 12 meses, metade deles não apresentava evidências de placas amiloides, disse a empresa.

Além disso, 47% dos pacientes com donanemab no estudo de 18 meses não tiveram progressão da doença em 12 meses, em comparação com 29% do grupo placebo.

O medicamento da Lilly está prestes a se tornar o terceiro de sua classe no mercado, após a aprovação nos EUA de dois medicamentos semelhantes desenvolvidos pelos parceiros Eisai e Biogen – Leqembi e Aduhelm —, que não conseguiram ganhar força com médicos nem seguradoras por terem mostrado poucas evidências de que desaceleraram o declínio cognitivo.

Ambos foram aprovados pelo programa de revisão acelerada do FDA, com base em sua capacidade de remover placas amiloides.

A Lilly ainda está trabalhando para finalizar o preço do donanemab e planeja que ele esteja na mesma faixa de outras terapias semelhantes, disse o CEO David Ricks à CNBC.

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Ex-deputado Daniel Silveira pede ‘saidinha’ de Páscoa a Alexandre de Moraes

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Daniel Silveira foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por defender pautas antidemocráticas, como a destituição de ministros do tribunal e a ditadura militar

Ex-deputado Daniel Silveira pediu para deixar a prisão na Páscoa. Foto: Zeca Ribeiro/Agência Câmara

O ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) pediu autorização do STF (Supremo Tribunal Federal) para deixar temporariamente o regime semiaberto e passar a Páscoa com a família. Cabe ao ministro Alexandre de Moraes decidir se autoriza ou não a “saidinha”.

A defesa argumenta que ele já cumpriu mais de um sexto da pena – um dos requisitos previstos na Lei de Execuções Penais para a concessão do benefício. O outro é o bom comportamento, que segundo seus advogados ele também já comprovou ao se dedicar ao trabalho e a atividades acadêmicas.

“Durante o período de reclusão, o reeducando dedicou-se de maneira constante ao trabalho e aos estudos conforme se atesta no (e-doc 603/604), desenvolvendo atividades produtivas que contribuíram significativamente para a sua ressocialização”, diz o pedido.

Daniel Silveira foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por defender pautas antidemocráticas, como a destituição de ministros do tribunal e a ditadura militar.

O ex-deputado chegou a ser colocado em liberdade condicional, mas voltou a ser preso na véspera do Natal por descumprir o horário de recolhimento domiciliar noturno (de 22h às 6h) estabelecido como contrapartida para a flexibilização do regime de prisão.

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Projeto de lei torna crime a perturbação da paz com pena de até 2 anos de prisão

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O autor da proposta, deputado Kim Kataguiri (União-SP), afirma que a atualização da norma é necessária para as autoridades agirem de forma eficaz contra eventos que causam transtornos à população

Deputado Kim Kataguiri alega que projeto torna mais claro identificar perturbação da paz. Foto: Pablo Valadare/Agência Câmara

Da Agência Câmara

O Projeto de Lei 4315/24 transforma em crime a perturbação da paz, que hoje é uma contravenção penal. A proposta define o crime da seguinte forma: organizar, promover ou executar evento não autorizado pelo poder público, em via pública ou em prédio particular, que cause transtorno à vizinhança pelo uso de som elevado ou aglomeração que impeça ou dificulte o trânsito de pessoas ou veículos.

A pena prevista é detenção de 6 meses a 2 anos, podendo aumentar em 1/3 até a metade se:

– o evento for realizado à noite;

– o evento for realizado em sábado, domingo ou feriado;
– houver a presença de crianças ou adolescentes no evento;

– o evento for organizado por associação criminosa ou milícia privada;

– o evento atrapalhar as atividades de escola ou hospital e outras consideradas essenciais.

Conforme a proposta, incorre nas mesmas penas:

– o artista de qualquer espécie que se apresenta no evento;

– a pessoa que cede, a título gratuito ou oneroso, equipamento sonoro para a realização do evento;

– a pessoa que participa, de qualquer modo, desse tipo de evento.

Contravenção penal

Atualmente, a Lei das Contravenções Penais pune com 15 dias a três meses de prisão e multa quem perturbar o trabalho ou o sossego alheios:
– com gritaria ou algazarra;
– exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com a lei;
– abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;
– provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem a guarda.

Atualização necessária

O autor da proposta, deputado Kim Kataguiri (União-SP), afirma que a atualização da norma é necessária para as autoridades agirem de forma eficaz contra eventos que causam transtornos à população.

“Ao estabelecer penalidades claras e proporcionais, o projeto visa a reprimir a realização de eventos irregulares, promovendo um ambiente urbano mais seguro e harmonioso”, argumenta. A proposta será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de ser votada pelo Plenário da Câmara. Para virar lei, a medida precisa ser aprovada pelos deputados e pelos senadores.

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Brasil

Governo lança ações para enfrentar temperaturas extremas no Brasil

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Para enfrentar as altas temperaturas, uma das ações é o Programa Cidades Verdes Resilientes, que tem o objetivo de aumentar a qualidade ambiental e preparar os municípios para lidar com a mudança do clima

Ministério do Meio Ambiente adota medidas para reduzir impacto das altas temperaturas. Imagem: YouTube

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima articula com os ministérios da Educação e da Saúde o enfrentamento das ondas de calor que atingem o país. O objetivo é alertar a população sobre os cuidados necessários para lidar com a elevação das temperaturas e viabilizar ações para minimizar seus impactos, principalmente nas escolas.

Em janeiro, a média de temperatura global esteve 1,75ºC acima dos níveis pré-industriais (1850-1900), de acordo com o Copernicus, observatório climático da União Europeia.

O Brasil sofre os efeitos do aquecimento global, entre eles, o aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como ondas de calor severas. Há previsão de temperaturas intensas para as próximas semanas, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), em especial para o Sul do país. Em alguns municípios, os termômetros devem registrar mais de 40°C.

Para enfrentar as altas temperaturas, uma das ações é o Programa Cidades Verdes Resilientes, que tem o objetivo de aumentar a qualidade ambiental e preparar os municípios para lidar com a mudança do clima.

O programa é implementado a partir de ações baseadas em seis eixos temáticos: áreas verdes e arborização urbana; uso e ocupação sustentável do solo; infraestrutura verde e azul e soluções baseadas na natureza; tecnologias de baixo carbono; mobilidade urbana sustentável e gestão de resíduos urbanos.

No guarda-chuva do programa, está a iniciativa AdaptaCidades, que fornecerá apoio técnico para que estados e municípios desenvolvam planos locais e regionais de adaptação. Ao aderir ao projeto, os governos estaduais devem indicar dez municípios com alto índice de risco climático para receber a capacitação. Também podem ser beneficiados consórcios intermunicipais e associações de municípios em caráter excepcional. A aprovação das indicações será feita pelo MMA com base em critérios técnicos, considerando o risco climático e o número de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Até o momento, 21 estados já participam da iniciativa.

Cidades Verdes Resilientes e AdaptaCidades estão alinhados ao Plano Clima, que será o guia das ações de enfrentamento à mudança do clima no Brasil até 2035. Em elaboração por 23 ministérios, sob a presidência da Casa Civil e a coordenação do MMA, o plano tem um dos eixos voltados à adaptação dos sistemas naturais e humanos aos impactos da mudança do clima. O segundo pilar é dedicado às reduções de emissões de gases de efeito estufa (mitigação), cujas altas concentrações na atmosfera causam o aquecimento do planeta.

Além das Estratégias Nacionais de Mitigação e Adaptação, o Plano Clima será composto por planos setoriais: são sete para mitigação e 16 para adaptação. Traz ainda Estratégias Transversais para a Ação Climática, que definirão meios de implementação (como financiamento, governança e capacitação) e medidas para a transição justa, entre outros pontos.

O MEC tem retomado as atas de registro de preços do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) que oferecem ganhos de escala, produtos padronizados e de qualidade aos entes federados, que ficam desobrigados a realizar processos licitatórios próprios (podendo aderir a ata da Autarquia). Já está disponível ata de registro de preços para compra de ventiladores escolares e está prevista ata para aparelhos de ar-condicionado ainda no primeiro semestre de 2025.

Além das ações coordenadas pelo governo federal, planos de contingência para período de extremo calor devem ser desenvolvidos por cada rede de ensino, considerando o princípio constitucional da autonomia federativa e as realidades locais.

Cuidados e dicas

As ondas de calor são caracterizados por temperaturas extremamente altas, que superam os níveis esperados para uma determinada região e época do ano. Esses períodos de calor intenso podem durar dias ou semanas e são exacerbados pelo aquecimento global, que tem aumentado tanto a frequência quanto a intensidade do calor em várias partes do mundo.

Esses episódios são potencializados em áreas urbanas devido ao efeito das ilhas de calor, fenômeno em que a concentração de edifícios, concreto e asfalto retém mais calor e aumenta ainda mais as temperaturas.

A saúde de toda a população pode ser afetada nessas situações, em especial os mais vulneráveis — como idosos; crianças; pessoas com problemas renais, cardíacos, respiratórios ou de circulação; diabéticos; gestantes; e população em situação de rua. O calor excessivo pode causar tontura; fraqueza; dor de cabeça; náuseas; suor excessivo; e alterações na pele. Ao notar esses sintomas, é essencial buscar ajuda médica.

Entre os cuidados para se proteger, é recomendável beber água regularmente, ainda que sem estar com sede; evitar exposição ao sol das 10h às 16h; usar roupas leves, chapéu e óculos escuros; refrescar-se com banhos frios e utilizar toalhas úmidas; e nunca deixar pessoas ou animais em veículos fechados.

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