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Mais de 4 mil árvores foram cortadas em cidades do Acre em combate à praga que atinge cacau e cupuaçu
Pés de cacau e cupuaçu são cortados e podados em Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima por equipes do Idaf. Praga foi descoberta no interior do Acre em junho do ano passado.
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Equipes do Idaf cortam pés de cacau e cupuaçu no interior do Acre em combate à monilíase — Foto: Arquivo/Idaf
Mais de 4 mil pés de cacau e cupuaçu já foram de cortados durante as ações de combate à monilíase, praga que atinge plantações dessas frutas, em Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima, interior do Acre. Equipes do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), com ajuda de parceiros dos municípios, iniciaram a poda e corte de árvores com frutos contaminados em setembro do ano passado.
Deste então, foram podadas 4.123 árvores e recolhidos mais de 12,3 mil frutos.O coordenador do Idaf-AC no combate à monilíase no Vale do Juruá, engenheiro Igor Figueiredo, explicou que, este ano, foram identificados sete novos focos no Centro de Mâncio Lima e 12 entre os bairros Cruzeirão e São José em Cruzeiro do Sul.
“Nossa dinâmica este ano, a cada foco que a gente encontra nas residências que têm hospedeiro fazemos uma varredura de 300 metros. Nessa varredura vamos eliminando todos os hospedeiros que possam apresentar sintomas futuramente”, destacou.
Conforme dados do coordenador, em Mâncio Lima já foram derrubadas 2.631 árvores e 1.493 em Cruzeiro do Sul. Ao todo, foram encontrados cerca de 80 focos nas duas cidades acreanas.
Segundo Figueiredo, todos os focos já foram eliminados.
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Trabalho de combate à praga é feito em Mâncio Lima e Cruzeiro do Sul — Foto: Arquivo/Idaf
“Estamos em uma dinâmica boa agora porque o Idaf consegiu a contratação de servidores terceirizados e estamos em um avanço muito satisfatório. Estamos podando, em média, 80 a 90 árvores por dia. Fazemos até 250 árvores por semana, recolhemos todos os frutos, conversamos com o proprietário e pedimos para fazer a poda”, afirmou.
A cidade de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, registrou o primeiro foco no Brasil de monilíase em julho do ano passado e, desde então, o governo tem tomado algumas medidas para conter o avanço da praga na região e também para outros estados.
O coordenador acrescentou também que as equipes correm contra o tempo para eliminar os focos da praga e evitar que a próxima safra, que começa em dezembro, seja atingida.
“A gente quer que a próxima safra venha com frutos sadios. Estamos nesse andamento para garantir a qualidade da próxima safra e estamos confiantes que vamos conseguir erradicar. As equipes estão avançando em uma velocidade muito satisfatória”, pontuou.
Ele explicou também que essas árvores podadas e cortadas voltam a crescer em um curto período. “Tem uma capacidade de crescer rapidamente. Inclusive, árvores que a gente fez o serviço em maio e junho já estão dando fruto de novo”, concluiu.
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Cacau com monilíase em recolhido por equipes do Idaf — Foto: Arquivo/Idaf
O governo federal decidiu estender, por mais um ano, a emergência fitossanitária relativa ao risco iminente da monilíase, praga que atinge plantações de cacau e cupuaçu nos estados do Acre, Amazonas e Rondônia.
A decisão foi publicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Diário Oficial da União no último dia 3 e mantém a continuação das medidas já estabelecidas na portaria nº 249, de 4 de agosto de 2021.
Entre as medidas, o Mapa estabelece continuar seguindo o plano emergencial:
- Identificando as áreas a serem monitoradas com base em dados georreferenciados;
Fazendo ações de educação fitossanitária específicas para a situação de emergência; - ações de monitoramento, supressão e erradicação a serem implementadas nas áreas de foco confirmado; e
- procedimentos adicionais de biossegurança no trânsito de amêndoas de cacau.
A cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre, registrou, em julho de 2021, o primeiro foco no Brasil de monilíase do cacaueiro, uma praga que afeta frutas como o cacau e o cupuaçu. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou que a doença foi encontrada em uma área residencial do município.
Um estudo mostrou que, possivelmente, a praga que atinge plantações pode ter chegado ao estado pelo Peru. A suspeita é de que pessoas que carregavam material contaminado trouxeram o fungo para o estado acreano.
Em agosto do mesmo ano, o Mapa declarou o estado do Acre como “área sob quarentena” para a praga que atinge as plantas e frutos de cacau, a chamada Monilíase do Cacaueiro (Moniliophthora roreri).
Até novembro de 2021, mais de 580 árvores já haviam sido cortadas no interior do Acre. Com focos dos fungos encontrados nas áreas urbanas destas duas cidades, o Idaf quer isolar a propagação da doença para que ele não chegue à zona rural e nem em outros estados do Brasil. A monilíase pode causar o apodrecimento dos frutos e dizimar até 80% de uma plantação.
Já em junho de 2022, cerca de 80 pessoas receberam instruções, por meio de palestras, ministradas por agrônomos para alunos da Universidade Federal do Acre (Ufac) e produtores rurais das cidades de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima, no interior, com o objetivo de encontrar medidas de combate a monilíase, praga que atinge plantações de cacau e cupuaçu .
A chegada da monilíase ao Acre preocupou a produção de cacau e cupuaçu de outros estados, como a Bahia, Pará, Espírito Santo e Rondônia, onde existem grandes produções dos frutos. As equipes do Idaf têm trabalhado para eliminar o fungo que também ameaça a exportação de produtos regionais do Acre, inclusive a farinha.
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Trânsito caótico no centro de Cobija gera multas e apreensões de veículos brasileiros e bolivianos
Fiscalização intensa na Av. Teniente Coronel Cornejo flagra motoristas estacionando irregularmente; motos com placa do Brasil são recolhidas
O trânsito no centro comercial de Cobija segue causando transtornos a moradores e turistas, especialmente brasileiros que cruzam a fronteira para compras na cidade boliviana. Neste sábado (14), veículos de placas bolivianas e brasileiras foram multados e até recolhidos pela fiscalização na Avenida Teniente Coronel Cornejo, principal via comercial da cidade.
Um vídeo divulgado nas redes sociais por um cuidador de veículos alerta os motoristas sobre a proibição de estacionar no local, que concentra as maiores lojas da região, afirmando que os policiais faz a fiscalização por câmaras de vigilância instaladas em pontos estratégicos no setor comercial. Nas imagens, é possível ver motocicletas com placas do Brasil sendo grampeadas e levadas para o pátio de regularização de Cobija, gerando reclamações dos proprietários.
A situação reforça os problemas de mobilidade na área, que já é conhecida pelo fluxo intenso de veículos e pela falta de vagas regulamentares. Autoridades locais orientam que condutores evitem parar em locais não permitidos para evitar multas e apreensões.
Veja vídeo com TV SPC Canal 15:
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Epitaciolândia avança no enfrentamento à violência doméstica com projeto de Lei “Rocicléia de Souza”
Um dos pilares centrais do projeto é a implementação de Grupos Reflexivos para homens autores de violência doméstica, inspirados em experiências bem-sucedidas já adotadas em outras regiões do país

Epitaciolândia Avança no Enfrentamento à Violência Doméstica com Projeto de Lei “Rocicléia de Souza”. Foto: captada
Foi encaminhado à Câmara Municipal de Epitaciolândia o Projeto de Lei nº 019/2025, que institui o Programa Municipal de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e Intrafamiliar, batizado de “Lei Rocicléia de Souza”. A proposta, de grande relevância social, é de autoria da vereadora Eliade, que tem sido uma das principais defensoras da causa no município.
A iniciativa busca criar políticas públicas permanentes para o enfrentamento da violência de gênero, com foco na proteção das mulheres, responsabilização dos agressores e transformação de padrões culturais e comportamentais que sustentam a violência.
Grupos Reflexivos para Homens Agressores
Um dos pilares centrais do projeto é a implementação de Grupos Reflexivos para homens autores de violência doméstica, inspirados em experiências bem-sucedidas já adotadas em outras regiões do país. Esses grupos têm como objetivo promover a reeducação dos agressores, incentivando o reconhecimento dos comportamentos abusivos, a comunicação não violenta e o respeito às mulheres.
A proposta prevê que esses grupos tenham duração mínima de 3 meses, com pelo menos 8 sessões, podendo ser acessados tanto por decisão judicial quanto de forma voluntária.
Base Legal e Compromissos Internacionais
A “Lei Rocicléia de Souza” está fundamentada na Constituição Federal de 1988, na Lei Maria da Penha (Lei Federal nº 11.340/2006) e em compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, como a Convenção de Belém do Pará e a CEDAW – Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher.
Uma Homenagem à Memória de Rocicléia de Souza
O nome do projeto presta homenagem a Rocicléia de Souza, vítima de feminicídio em Epitaciolândia. A escolha simbólica reforça a necessidade de dar visibilidade aos casos de violência e de honrar a memória de todas as mulheres que perderam suas vidas em decorrência desse tipo de crime.
Crescimento da Violência na Região
Segundo dados do Tribunal de Justiça do Estado do Acre, o município de Epitaciolândia registrou um aumento de 41,79% nos pedidos de medidas protetivas entre 2023 e 2024, o que evidencia a urgência da criação de políticas públicas eficazes.

Vereadora e vice-presidente da câmara de Epitaciolândia Eliade Maria da Silva (PL)
A vereadora Eliade ressaltou a importância do projeto:
Próximos Passos
O Projeto de Lei agora segue para apreciação e votação na Câmara Municipal. Caso aprovado, será um marco histórico no enfrentamento à violência doméstica na região Norte do país, servindo de modelo para outros municípios.
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MP instaura procedimento para que perícias sejam feitas no Hospital Geral de Feijó
Solicitação é para que perícias médico-legais sejam realizadas no Hospital Geral de Feijó, pois não há uma unidade do Instituto Médico Legal (IML) no município. Procedimento prevê a estruturação de uma sala no hospital, com os equipamentos mínimos indispensáveis para as perícias médico-legais

Recomendação do MP em Feijó orienta remoção de postagens e a suspensão de outras novas deste tipo. Foto: Arquivo
Um procedimento administrativo com o objetivo de assegurar que perícias médico-legais sejam feitas no Hospital Geral de Feijó, interior do Acre, foi instaurado pelo Ministério Público do Acre (MPAC), na última terça-feira (10). A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesacre), para verificar o cumprimento da solicitação e aguarda resposta.
A solicitação feita pela Promotoria de Justiça Criminal de Feijó, cita que o pedido é para suprir a ausência de uma unidade do Instituto Médico Legal (IML) no município.
A medida considera a dificuldade enfrentada pela população em fazer exames periciais essenciais, como o exame de corpo de delito, cuja ausência compromete a efetividade da persecução penal [apuração de crimes], o atendimento às vítimas e a garantia de direitos fundamentais.
Entre as diretrizes estabelecidas pelo MPAC está a recomendação à Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) para a imediata adoção de sistema informatizado destinado ao preenchimento, registro e envio de dados periciais, garantindo integridade, rastreabilidade e segurança da informação.
O procedimento prevê, ainda, a estruturação de uma sala no hospital com os equipamentos mínimos indispensáveis para as perícias, e que cumpra as normas técnicas aplicáveis.
Outra medida proposta é a capacitação de médicos locais para atuarem como peritos ad hoc, que são profissionais designados para esta função temporariamente, com apoio técnico do Instituto de Criminalística do Acre, a participação da Prefeitura de Feijó e da Polícia Civil.
Foi recomendado ainda à direção do hospital que assegure o encaminhamento célere de pessoas presas ou flagranteadas na hora de fazer os exames, priorizando a agilidade e a proteção dos direitos fundamentais.
O MP informou que no prazo de 30 dias será feita uma reunião institucional com os órgãos envolvidos para definição de um cronograma de implementação das medidas. O procedimento tem prazo de vigência de um ano, podendo ser prorrogado.
Polêmicas no Hospital de Feijó
Em janeiro de 2024, a família de Maria Daiane Souza da Silva, de 25 anos, acusou uma equipe médica da maternidade do Hospital-Geral de Feijó de negligência após ela morrer. Daiane, como era conhecida, foi submetida a uma cesariana para retirada do 3º filho, teve hemorragia e uma parada cardíaca na madrugada e não resistiu.
Outra família enlutada acusou o Hospital Geral de Feijó, no interior do Acre, de negligência após a morte de Diogo Silva Albuquerque, de 12 anos, no dia 19 de maio deste ano. Ele morreu de sepse associada a celulite por conta de um ferimento na perna. A Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) disse que não houve omissão ou demora no atendimento.
Após a morte de Diogo, moradores de Feijó, no interior do Acre, fecharam um trecho da BR-364, que dá acesso ao município, exibindo cartazes pedindo justiça pela morte do adolescenteq A manifestação reuniu dezenas de moradores, também pedia melhorias para o sistema de saúde da cidade.
Em fevereiro de 2024, o MPAC abriu um procedimento administrativo para apurar se houve falha do Hospital de Feijó, por ter se negado a realizar um aborto em gestante de feto anencéfalo (sem cérebro). No documento, o promotor de Justiça, Lucas Nonato, da Promotoria de Justiça Criminal de Feijó, frisou o direito à saúde, visando a garantia de amplos direitos ao cidadão.
Segundo entendimento do STF, desde 2012, a gestante tem liberdade para decidir se interrompe a gravidez caso seja constatada, por meio de laudo médico, a anencefalia do feto.
Ainda em fevereiro, a direção do hospital foi recomendada a garantir o aborto a gestantes de fetos anencéfalo (sem cérebro) independentemente do tempo de gravidez e o peso fetal. A determinação foi feita após uma moradora do município ter sido encaminhada para Cruzeiro do Sul, cidade vizinha, para interromper a gravidez com má formação no mês de janeiro.

A solicitação feita pela Promotoria de Justiça Criminal de Feijó, cita que o pedido é para suprir a ausência de uma unidade do Instituto Médico Legal (IML) no município. Foto: captada
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