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Justiça aceita denúncia e mecânico que gravou vídeo cortando dedo de Nego Bau no Acre vira réu por tortura

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Mecânico Jefson Castro da Silva foi denunciado pelo crime de tortura contra o morador de rua Nego Bau — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

Mecânico Jefson Castro da Silva foi denunciado pelo crime de tortura contra o morador de rua Nego Bau — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre 

A 3ª Vara Criminal de Rio Branco aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou réu o mecânico Jefson Castro da Silva, de 39 anos, pelo crime de tortura. Ele foi preso após gravar vídeo enquanto decepava o dedo do morador de rua Renan Ameida de Souza, o Nego Bau.

Conforme denúncia, no final do mês de dezembro do ano passado, por volta das 3 horas, em uma casa na Rodovia AC 40, Km 10, Silva constrangeu a vítima, com o emprego de violência e grave ameaça, causando sofrimento físico e mental, com o fim de obter confissão. Ainda segundo o MP-AC, esse fato resultou em lesão corporal de natureza grave.

Ao receber a denúncia contra o mecânico, o juiz Raimundo Nonato Maia deu um prazo de 10 dias para que ele responda às acusações. Após isso é que deve ser marcada a audiência de instrução e julgamento.

Nego Bau teve parte do dedo cortado por homem que filmou agressão — Foto: Reprodução

Nego Bau teve parte do dedo cortado por homem que filmou agressão — Foto: Reprodução

Prisão e confissão

 

Silva foi preso pela Polícia Civil do Acre no dia 11 de abril em um estabelecimento comercial na Avenida Antônio da Rocha Viana, em Rio Branco. Segundo o delegado Lucas Pereira, da 4ª regional de Rio Branco, responsável pelas investigações, o homem confessou ter decepado o dedo de Nego Bau, mas disse que não teve intenção de matá-lo. A motivação seria porque o morador de rua, que sofria de transtorno mental, invadiu a casa do mecânico.

O vídeo com a tortura começou a circular na internet no mês de fevereiro e causou revolta. Nego Bau morreu no dia 15 de janeiro deste ano, após passar duas semanas internado no Pronto-socorro da capital acreana. Após a divulgação das imagens, o Ministério Público do Acre chegou a pedir investigação por lesão corporal gravíssima e tortura.

O delegado afirmou que antes mesmo de as imagens vazarem nas redes sociais, a Polícia Civil já tinha conhecimento e já estava com a identificação de Silva. No entanto, por conta da repercussão do caso e comoção social, o suspeito fugiu para Rondônia e voltou um tempo depois para a capital acreana.

O mecânico contou na delegacia, segundo o delegado, que estava dormindo em casa quando, por volta das 3h, o cachorro começou a latir e ele percebeu que tinha uma pessoa dentro do imóvel. “Ele contou que Nego Bau estava em atitude suspeita, e entendeu que ele estava furtando a casa. Mas, o Nego Bau sofria de uma patologia mental e não sabia direito as condutas que praticava por conta dessa patologia.”

Ainda conforme Pereira, o suspeito já tinha passagem pela polícia pelo crime de roubo ocorrido em 2014, já é reincidente. “Agora, aguarda o desfecho da investigação em prisão preventiva. Obedecemos todos os critérios legais, creio que ele permanecerá preso.”

Vídeo de tortura

 

As imagens são muito fortes e, por isso, o g1 não divulgou o vídeo da tortura. O vídeo foi gravado à noite e o lugar está com pouca iluminação. Após alguns segundos, é possível ouvir o som do terçado batendo no chão e Nego Bau reclamando de dor.

O suspeito manda a vítima pegar o pedaço do dedo e Nego Bau fica desorientado com mão direita junto ao peito. Ele, então, junta algo do chão e o homem ordena: “Agora mostra aí”. O suspeito fez questão de mostrar as mãos de Nego Bau sangrando e outra segurando parte do dedo cortado.

Ele ainda pergunta: “O que é isso aí?”. Nego Bau responde em seguida: “Dedo!”. O homem pergunta também de quem é o dedo, e o morador responde que “é de Renan”.

As imagens seguem mostrando as agressões ao morador de rua. O suspeito questiona Bau o porquê o dedo saiu da mão dele e ele diz que fez maldade e promete não fazer mais. “Entrei na sua residência, não vou mais”.

O diálogo segue com Bau pedindo desculpas, que poderia estar em casa. Ao final, o homem manda: “Agora faz o seguinte, vai embora, bicho!”. Nego Bau se levanta do chão com a camisa suja de sangue e sai caminhando pedindo perdão.

Vídeo revelou o que aconteceu a Nego Bau antes de internação e morte no PS — Foto: Iryá Rodrigues/g1/arquivo

Vídeo revelou o que aconteceu a Nego Bau antes de internação e morte no PS — Foto: Iryá Rodrigues/g1/arquivo

Cirurgia no pulmão

 

Bau deu entrada no PS no dia 30 de dezembro do ano passado com um dedo amputado. Ele então, passou a usar um dreno no pulmão devido à uma perfuração no órgão, também estava com o quadro de tuberculose e tinha fraturas nas costelas. Antes de ser internado, ele foi achado ferido em via pública.

Ele chegou a fugir duas vezes da unidade de saúde, foi intubado e aguardava uma vaga em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas morreu no momento em que era transferido para a unidade de cuidados avançados ao sofrer uma parada cardíaca.

Nego Bau era um dos personagens mais conhecidos da capital acreana. Ele tinha transtornos psiquiátricos e também era viciado em drogas. Ele ficou conhecido porque vivia perambulando pelas ruas da capital. Ultimamente, muitos relatos de moradores diziam que ele tinha surtos de agressividade.

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Rio Acre ultrapassa cota de transbordo e mantém Rio Branco em alerta máximo

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Defesa Civil registra 15,36 metros no nível do rio; aumento contínuo preocupa autoridades e moradores ribeirinhos

O Rio Acre segue em uma subida constante e preocupante em Rio Branco. Segundo medição da Defesa Civil Municipal realizada às 9h desta segunda-feira (29), o rio atingiu 15,36 metros, ultrapassando a cota de transbordo, que é de 14 metros, por mais de um metro e meio.

Nas últimas horas, o nível apresentou aumento de quatro centímetros em relação à medição anterior, realizada às 5h21, quando marcava 15,32 metros.

Apesar da ausência de chuvas na capital nas últimas 24 horas, o rio continua subindo devido ao grande volume de água acumulado nas cabeceiras, mantendo o alerta máximo para autoridades e população ribeirinha.

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Rio Tarauacá ultrapassa cota de transbordamento e mantém município em alerta

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Nível do rio atinge 10,05 metros e Defesa Civil intensifica monitoramento, apesar de não haver desabrigados

A cheia do Rio Tarauacá já ultrapassou a cota de transbordamento e mantém as autoridades em estado de atenção no município de Tarauacá, no interior do Acre. De acordo com o Informativo Hídrico divulgado pela Defesa Civil Municipal na manhã desta segunda-feira (29), o nível do rio atingiu 10,05 metros às 9h, registrando elevação em relação à medição das 6h, quando marcava 10,03 metros.

Os dados confirmam que o manancial permanece acima da cota de transbordamento, fixada em 9,50 metros, e bem acima da cota de alerta, estabelecida em 8,50 metros. Em apenas três horas, o aumento foi de dois centímetros, o que reforça a preocupação das equipes de monitoramento quanto à possibilidade de novos alagamentos em áreas ribeirinhas da cidade.

Apesar da elevação do nível do rio, a Defesa Civil Municipal informou que, até o momento, não há registro de pessoas desabrigadas em Tarauacá. As equipes seguem acompanhando a situação de forma contínua, realizando vistorias preventivas nas áreas mais vulneráveis, especialmente diante do histórico de grandes cheias no município.

O nível máximo já registrado no Rio Tarauacá foi de 11,15 metros, em 19 de fevereiro de 2021, referência que mantém as autoridades em vigilância permanente durante o atual período chuvoso.

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Homem é preso suspeito de matar a esposa e tentar simular suicídio em Porto Velho

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Pesquisas no celular e laudo do IML reforçam investigação por feminicídio ocorrido durante o Natal

Magno dos Santos Batista foi preso em Porto Velho suspeito de matar a esposa, Luciana, e tentar simular um suicídio durante o período de Natal. Segundo a Polícia Civil, além das contradições apresentadas em depoimento, análises realizadas no celular do investigado apontaram pesquisas na internet consideradas suspeitas, que reforçam a hipótese de feminicídio.

O crime ocorreu no dia 18 de dezembro, e a prisão preventiva foi cumprida no dia de Natal. Com autorização do próprio suspeito, os policiais acessaram o aparelho celular, onde encontraram buscas como “Como proceder após suicídio da esposa?”, “Se mexer no cadáver ele pode fazer barulho?” e “Quando a pessoa morre se vira o olho?”. Uma das pesquisas, realizada no dia anterior à morte, fazia referência ao que a Bíblia diz sobre pessoas que cometem suicídio.

Em depoimento, Magno afirmou que teve uma discussão com a esposa, que teria ficado “alterada”, e que foi dormir. Ao acordar, segundo ele, encontrou a companheira morta. No entanto, a investigação aponta que mensagens foram enviadas a partir do celular do suspeito no mesmo período em que ele alegou estar dormindo, o que levantou suspeitas sobre sua versão dos fatos.

Magno chegou a ser detido no dia do ocorrido, mas foi liberado inicialmente por falta de provas técnicas. A Polícia Civil, então, instaurou inquérito para apurar se a morte havia sido causada por suicídio ou homicídio.

Dias depois, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) concluiu que Luciana não morreu por enforcamento, mas por asfixia decorrente de estrangulamento. O exame também identificou outras lesões no corpo da vítima, reforçando a suspeita de violência.

Com base nas conclusões do laudo pericial, o Ministério Público de Rondônia (MP-RO) solicitou a prisão preventiva do suspeito, pedido que foi acatado pela Justiça. Após a decisão judicial, a Polícia Civil localizou Magno dos Santos Batista e cumpriu o mandado de prisão.

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