Brasil
Janja vê retrocesso de mulheres na política, mas ignora saída de ministras

Questionada em live pelo presidente Lula (PT), a primeira-dama Janja da Silva criticou a baixa participação feminina na política no Brasil, mas não citou as trocas do marido nos ministérios.
O que aconteceu
“É uma pergunta difícil de responder”, disse Janja, ao ser indagada por Lula sobre o tema na live “Conversa com o Presidente”. A primeira-dama diz que muitas “companheiras” têm desistido previamente de tentar entrar para a política dado aumento da violência contra a mulher, que muitas vezes é minoria nas casas legislativas.
Acho que a gente teve um retrocesso muito grande, com toda a violência que a gente tem assistido, a pandemia ajudou muito isso, uma violência dentro de casa, nas redes, por conta disso as mulheres tem desistido da política. Tem companheiras do nosso partido que não querem se candidatar no ano que vem. ‘Não quero mais ser vereadora, porque estou lá numa cidade de 3 mil habitantes, uma Câmara só com homens, eu a única mulher, o que eu vou fazer? Eu não consigo mais, estou sendo muito agredida, muito exposta.’
Janja, em resposta a Lula.
Ao lado do marido, a primeira-dama não citou que movimento semelhante aconteceu no próprio governo Lula. Neste primeiro ano, o presidente trocou pelo menos três mulheres do alto escalão para dar lugar a homens.
Daniela Carneiro foi substituída por Celso Sabino no Ministério do Turismo
Ana Moser foi trocada por André Fufuca no Ministério do Esporte
Maria Rita Serrano deu lugar a Carlos Vieira na presidência da Caixa Econômica Federal,
Essas mudanças foram muito questionadas por apoiadores e aliados, que lembravam à cúpula governista as promessas de participação feminina feitas por Lula. O presidente fez mea culpa, jogando o ônus aos partidos do centrão, que não teria mulheres para indicar.
A mesma crítica foi feita às indicações ao STF. Lula indicou dois homens, Cristiano Zanin e Flávio Dino, o último deles, no mês passado, no lugar da ex-ministra Rosa Weber — com isso, tal qual o exemplo dado por Janja, Cármen Lúcia se tornou a única mulher na Suprema Corte.
Como resolver?
Os dois discordaram, no entanto, nas formas sobre como resolver o problema. Janja sugeriu que deva mudar ainda mais a legislação, sob o argumento de que cotas de participação feminina não resolvem mais, enquanto o presidente avalia que esta mudança precisa ser feita por meio da política.
A gente precisa mudar a legislação eleitoral e brigar por cadeiras para as mulheres: é 50% [homens] e 50% [mulheres]”, sugeriu Janja. ” O Brasil, na América Latina e Caribe, é o penúltimo em participação feminina nos parlamentos. A gente precisa mudar isso.”
Tem que equilibrar. As leis que nos protegem são majoritariamente sugeridas por mulheres. Se a gente não tiver mulher nos parlamentos, como vai acontecer?
Janja, em resposta a Lula
O presidente foi taxativo no caminho oposto. “Não há possibilidade de achar que os avanços serão garantidos por lei ou pela Constituição. Você pode definir como princípio básico da constituição — ‘as pessoas podem ter isso podem ter aquilo—, mas entre você propor e as coisa acontecer leva um tempo”, argumentou Lula.
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Papa Leão XIV divulga nova orientação para sexo no casamento

Papa Leão na FAO em Roma • 16/10/2025 REUTERS/Remo Casilli
Em um novo decreto assinado pelo papa Leão XIV, o Vaticano divulgou orientações para fiéis sobre a prática sexual no casamento, reconhecendo que o sexo não se limita apenas à procriação, mas contribui para “enriquecer e fortalecer” a “união exclusiva do matrimônio”.
A questão está intimamente ligada à finalidade unitiva da sexualidade, que não se limita a assegurar a procriação, mas contribui para enriquecer e fortalecer a união única e exclusiva e o sentimento de pertencimento mútuo.
O documento assinado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé cita o Código de Direito Canônico e diz que uma visão integral da caridade conjugal é aquela que “não nega sua fecundidade”, ainda que deva “naturalmente permanecer aberta à comunicação de vida”.
O texto também prevê o conceito de consentimento livre” e “pertencimento mútuo”, assegurando a mesma dignidade e direitos ao casal.
“Um cônjuge é suficiente”
No decreto publicano em italiano, o Vaticano orientou 1,4 bilhão de católicos do mundo a buscarem o casamento com uma única pessoa para a vida toda e a não manterem relações sexuais múltiplas, estabelecendo que o casamento é um vínculo perpétuo e “exclusivo”.
Criticando a prática da poligamia na África, inclusive entre membros da Igreja, o decreto reiterou a crença de que o casamento é um compromisso para toda a vida entre um homem e uma mulher.
“Sobre a unidade do matrimônio – o matrimônio entendido, isto é, como uma união única e exclusiva entre um homem e uma mulher – encontra-se, ao contrário, um desenvolvimento de reflexão menos extenso do que sobre o tema da indissolubilidade, tanto no Magistério quanto nos manuais dedicados ao assunto”, diz o documento.
“Embora cada união conjugal seja uma realidade única, encarnada dentro das limitações humanas, todo matrimônio autêntico é uma unidade composta por duas pessoas, que requer uma relação tão íntima e abrangente que não pode ser compartilhada com outros”, enfatizou a Santa Sé.
Fonte: CNN
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PF afasta delegado e policial em operação contra esquema de ouro ilegal no Amapá
Operação Cartucho de Midas apreende mais de R$ 1 milhão, € 25 mil e prende suspeito com arma restrita; movimentações acima de R$ 4,5 milhões reforçam indícios de lavagem de dinheiro.

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Roraima suspende novas licenças para extração de ouro após recomendação do MPF
Medida vale por prazo indeterminado e ocorre diante do uso ilegal de mercúrio em garimpos, inclusive licenciados; Femarh terá de revisar autorizações já emitidas.

No mês de fevereiro deste ano, o Estado do Amazonas exportou US$ 11 milhões em ouro para a Alemanha. (Foto: Shuttestock)
Atendendo a uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Roraima (Femarh) suspendeu, por prazo indeterminado, a emissão de novas licenças ambientais para extração de ouro em todo o estado. A decisão decorre de um inquérito civil que apura os impactos socioambientais do uso de mercúrio no garimpo na Amazônia.
Segundo o MPF, o mercúrio — substância altamente tóxica — vem sendo empregado inclusive em garimpos com licença ambiental, sem fiscalização adequada sobre o método de beneficiamento do minério. O órgão ressalta que todo o mercúrio utilizado nessas atividades é ilegal, uma vez que o Ibama não autoriza sua importação para fins minerários.
A recomendação determina que a Femarh passe a exigir dos empreendimentos a especificação da técnica de separação do ouro e documentos que comprovem o uso de tecnologia apropriada. Também orienta a revisão das licenças já concedidas e a suspensão daquelas que mencionem o uso do metal tóxico.
Em nota, a Femarh informou que não autorizará novas atividades de extração enquanto não houver estudos técnicos que garantam métodos alternativos ao uso do mercúrio.

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