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Israel descobre maior túnel subterrâneo da Faixa de Gaza e prossegue com bombardeios
O Exército israelense afirmou neste domingo (17) ter descoberto o maior túnel subterrâneo construído pelo Hamas na Faixa de Gaza, onde Israel prosseguia com os bombardeios, apesar dos múltiplos apelos por um cessar-fogo.
“Esta enorme rede de túneis, que se divide em vários segmentos, tem uma extensão de mais de 4 km e chega a até 400 m do ponto de passagem de Erez”, entre Israel e o norte de Gaza, indicaram as Forças Armadas de Israel em comunicado.
A destruição da complexa rede de túneis construída pelo grupo islamista palestino é um dos objetivos da ofensiva militar israelense em território palestino, onde já morreram cerca de 18.800 pessoas, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza.
Israel iniciou os bombardeios e uma operação terrestre após os ataques do Hamas em 7 de outubro, nos quais cerca de 1.140 pessoas perderam a vida.
Segundo um repórter da AFP autorizado a entrar no túnel, o mesmo é equipado com tubulações, eletricidade, sistemas de esgoto, ventilação e trilhos.
O Hamas construiu uma rede de 1.300 túneis em Gaza, com uma extensão de cerca de 500 km, para contornar o bloqueio estabelecido por Israel desde 2007, segundo uma estimativa do Instituto de Guerra Moderna da Academia Militar Americana de West Point.

Segundo o Exército israelense, o túnel tem uma extensão de mais de 4 km
Foto: Jack Guez/AFP
Pressão interna e internacional
O governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está sob pressão crescente, especialmente desde que se soube, na sexta-feira (15), que soldados mataram três reféns “por engano”, depois de confundi-los com combatentes palestinos.
Os três reféns estavam entre as cerca de 250 pessoas capturadas no ataque sem precedentes do Hamas, em solo israelense. Pelo menos 129 permanecem em cativeiro na Faixa de Gaza.
Centenas de pessoas se manifestaram em Tel Aviv no sábado. Depois acamparam em frente à sede do Ministério da Defesa para exigir o retorno de seus familiares.
“Muitos civis estão morrendo”, disse a ministra francesa das Relações Exteriores, Catherine Colonna, em viagem para Israel, de onde pediu “uma nova trégua humanitária imediata e duradoura”.
O chanceler israelense, Eli Cohen, reiterou a posição de seu governo, para quem um cessar-fogo é “um presente para o Hamas”.
O secretário americano da Defesa, Lloyd Austin, estará em Israel, Bahrein e Catar esta semana para reiterar “o compromisso de Washington em reforçar a segurança e a estabilidade regionais”.
Nos últimos dias, os Estados Unidos, o maior aliado de Israel, pediram uma fase de “menor intensidade” na operação israelense, para proteger os civis.
Já o chefe da diplomacia britânica, David Cameron, e sua homóloga alemã, Annalena Baerbock, também lançaram um apelo por um “cessar-fogo duradouro”, em um texto publicado no Sunday Times.

As Forças Armadas de Israel indicam que o túnel chega a até 400m do ponto de passagem de Erez
Foto: Jack Guez/AFP
Banho de sangue
No norte da Faixa, uma fumaça espessa podia ser vista neste domingo, após os bombardeios israelenses.
O Ministério da Saúde do Hamas relatou 24 mortos no acampamento de refugiados de Jabaliya. Muitos ainda estão “sob os escombros”.
Outros bombardeios mataram pelo menos 12 pessoas na cidade de Deir al Balah, no centro do território palestino. Testemunhas também relataram ataques aéreos na cidade de Bani Suheila, no sul, e a AFPTV observou intensos combates na cidade de Gaza.
O serviço de emergência do hospital Al-Shifa, no norte de Gaza, tornou-se “um banho de sangue”, com centenas de pacientes e novos feridos chegando “a cada minuto”, afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os ataques israelenses devastaram grande parte do território, e a ONU estima que 1,9 milhão de habitantes de Gaza foram forçados a abandonar suas casas.
No final da oração do ângelus, o papa lamentou a morte de duas mulheres, no sábado, em uma paróquia católica de Gaza e afirmou que, nesse território há ‘civis indefesos” que são alvo de disparos e bombardeios.
Na tarde deste domingo, as telecomunicações foram restabelecidas no território palestino, após terem sido cortadas na quinta-feira.

‘Trazer os reféns vivos’
Mais de 100 israelenses e estrangeiros capturados foram libertados em troca de 240 prisioneiros palestinos durante uma trégua de uma semana em novembro, patrocinada pelo Catar. Mas, para Netanyahu, é preciso “manter a pressão militar” para trazer os reféns e acabar com o Hamas.
O Catar confirmou ontem que faz “esforços diplomáticos para restabelecer uma pausa humanitária”. Segundo o site de notícias Axios, o chefe dos serviços de Inteligência de Israel, David Barnea, reuniu-se na sexta-feira (15) com o primeiro-ministro do Catar, Mohamed bin Abdulrahman al Thani, que participou das negociações da trégua anterior.
O Hamas rejeita ‘qualquer negociação”, se “a agressão contra nosso povo não cessar completamente”, informou no Telegram.
Fora de Gaza, a Autoridade Palestina lamentou neste domingo a morte de cinco palestinos na Cisjordânia ocupada, onde a violência disparou desde o início do conflito.
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Papa Leão XIV divulga nova orientação para sexo no casamento

Papa Leão na FAO em Roma • 16/10/2025 REUTERS/Remo Casilli
Em um novo decreto assinado pelo papa Leão XIV, o Vaticano divulgou orientações para fiéis sobre a prática sexual no casamento, reconhecendo que o sexo não se limita apenas à procriação, mas contribui para “enriquecer e fortalecer” a “união exclusiva do matrimônio”.
A questão está intimamente ligada à finalidade unitiva da sexualidade, que não se limita a assegurar a procriação, mas contribui para enriquecer e fortalecer a união única e exclusiva e o sentimento de pertencimento mútuo.
O documento assinado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé cita o Código de Direito Canônico e diz que uma visão integral da caridade conjugal é aquela que “não nega sua fecundidade”, ainda que deva “naturalmente permanecer aberta à comunicação de vida”.
O texto também prevê o conceito de consentimento livre” e “pertencimento mútuo”, assegurando a mesma dignidade e direitos ao casal.
“Um cônjuge é suficiente”
No decreto publicano em italiano, o Vaticano orientou 1,4 bilhão de católicos do mundo a buscarem o casamento com uma única pessoa para a vida toda e a não manterem relações sexuais múltiplas, estabelecendo que o casamento é um vínculo perpétuo e “exclusivo”.
Criticando a prática da poligamia na África, inclusive entre membros da Igreja, o decreto reiterou a crença de que o casamento é um compromisso para toda a vida entre um homem e uma mulher.
“Sobre a unidade do matrimônio – o matrimônio entendido, isto é, como uma união única e exclusiva entre um homem e uma mulher – encontra-se, ao contrário, um desenvolvimento de reflexão menos extenso do que sobre o tema da indissolubilidade, tanto no Magistério quanto nos manuais dedicados ao assunto”, diz o documento.
“Embora cada união conjugal seja uma realidade única, encarnada dentro das limitações humanas, todo matrimônio autêntico é uma unidade composta por duas pessoas, que requer uma relação tão íntima e abrangente que não pode ser compartilhada com outros”, enfatizou a Santa Sé.
Fonte: CNN
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PF afasta delegado e policial em operação contra esquema de ouro ilegal no Amapá
Operação Cartucho de Midas apreende mais de R$ 1 milhão, € 25 mil e prende suspeito com arma restrita; movimentações acima de R$ 4,5 milhões reforçam indícios de lavagem de dinheiro.

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Roraima suspende novas licenças para extração de ouro após recomendação do MPF
Medida vale por prazo indeterminado e ocorre diante do uso ilegal de mercúrio em garimpos, inclusive licenciados; Femarh terá de revisar autorizações já emitidas.

No mês de fevereiro deste ano, o Estado do Amazonas exportou US$ 11 milhões em ouro para a Alemanha. (Foto: Shuttestock)
Atendendo a uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Roraima (Femarh) suspendeu, por prazo indeterminado, a emissão de novas licenças ambientais para extração de ouro em todo o estado. A decisão decorre de um inquérito civil que apura os impactos socioambientais do uso de mercúrio no garimpo na Amazônia.
Segundo o MPF, o mercúrio — substância altamente tóxica — vem sendo empregado inclusive em garimpos com licença ambiental, sem fiscalização adequada sobre o método de beneficiamento do minério. O órgão ressalta que todo o mercúrio utilizado nessas atividades é ilegal, uma vez que o Ibama não autoriza sua importação para fins minerários.
A recomendação determina que a Femarh passe a exigir dos empreendimentos a especificação da técnica de separação do ouro e documentos que comprovem o uso de tecnologia apropriada. Também orienta a revisão das licenças já concedidas e a suspensão daquelas que mencionem o uso do metal tóxico.
Em nota, a Femarh informou que não autorizará novas atividades de extração enquanto não houver estudos técnicos que garantam métodos alternativos ao uso do mercúrio.

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