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Acre

Igreja denuncia condições precárias de imigrantes haitianos no Acre

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em

Assem Neto
Do UOL, em Porto Velho

Imigrantes haitianos estão concentrados num galpão na cidade de Brasiléia (AC), fronteira do Brasil com a Bolívia, e vivendo em condições precárias, segundo a Igreja Católica em Rondônia informou em relatório - Foto: Alexandre Lima

Imigrantes haitianos estão concentrados num galpão na cidade de Brasiléia (AC), fronteira do Brasil com a Bolívia, e vivendo em condições precárias, segundo a Igreja Católica em Rondônia informou em relatório – Foto: Alexandre Lima

A pastoral do Migrante da Arquidiocese de Porto Velho identificou violação aos direitos humanos contra um grupo de 508 haitianos que estão concentrados num galpão na cidade de Brasiléia (AC), fronteira do Brasil com a Bolívia.

Em relatório divulgado nesta quinta-feira (28), a Igreja Católica em Rondônia detalha as condições “precárias” das instalações onde funcionava um clube de futebol, alugado pelo governo do Acre.

O ambiente, de acordo com o relatório, não é higienizado e não há chuveiros. As famílias tomam banho de caneca, do lado de fora do galpão, sem qualquer privacidade, valendo-se de dois reservatórios com capacidade para 2.000 litros de água cada um, diz o documento. Em outubro de 2012, eles eram 742 e, de acordo com a pastoral, de 25 a 30 haitianos entram ilegalmente no país desde 2011, a partir da Bolívia e Peru, sempre pelo Acre.

Treze crianças e seis mulheres grávidas dividem os mesmos espaços com outros 495 adultos – 80% homens. Os imigrantes haitianos dormem sobre colchões, amontoados. “Antes, havia separação de homens e mulheres. Ficávamos em hotel”, diz o haitiano Elinot felidoth, que conquistou visto de trabalho e há um ano é funcionário da Usina Hidrelétrica Jirau. “Quero ir lá. Isso não é legal”, afirmou Adlet Augustin, que se disse “triste” com o relato da pastoral.

Em Brasileia (Acre), cerca de 200 haitianos aguardam visto provisório para trabalhar no país. Eles vivem em condições precárias, e se alimentam de doações - Foto: Alexandre Lima

Em Brasileia (Acre), cerca de 200 haitianos aguardam visto provisório para trabalhar no país. Eles vivem em condições precárias, e se alimentam de doações – Foto: Alexandre Lima

“Sua permanência [dos refugiados] nessas condições pode durar de duas semanas a três meses, de acordo com as condições financeiras de cada um ou da rapidez ou lentidão dos órgãos estatais nacionais na emissão de documentos”, consta o relatório. “Eles aguardam, retidos, concentrados num lugar que o quadro nos remete à ideia de uma senzala em pleno século 21, diz a irmã Orila MariaTravessini. A religiosa informa que as conclusões desse estudo são reforçadas pela Universidade Federal de Rondônia e foram encaminhadas aos fóruns permanentes de direitos humanos e associações de vários Estados.

O fluxo migratório em direção a Porto Velho (a 500 km de Rio Branco) tem sido abundante. A capital rondoniense se tornou uma escala para quem segue para as demais unidades da federação, como São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Bahia.

Até o momento, 5.550 haitianos gozam do status de Visto Permanente por Razões Humanitárias, com duração de cinco anos, podendo ser renovado. Em Brasiléia, há uma determinação na rodoviária local que proíbe os haitianos de embarcar sem CPF.

Outro lado

O secretário de Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão, não foi localizado. O secretário de Comunicação Social do Estado, o jornalista Leonildo Rosas, não quis comentar o teor do relatório divulgado pela Pastoral do Migrante de Rondônia. “Não conhecemos este documento, mas esclarecemos que temos prestado toda a ajuda humanitária possível a estas pessoas juntamente com o governo federal”, afirmou.

A presença de haitianos em situação ilegal em Iñapari, no Peru, divide opiniões. Os moradores de Iñapari e da cidade brasileira vizinha, Assis Brasil, afirmam que os haitianos se recusam a trabalhar. No entanto, muitos consideram que a situação precária em que vivem há quase quatro meses, sem comida, água e energia, não pode continuar - Foto: Alexandre Lima

A presença de haitianos em situação ilegal em Iñapari, no Peru, divide opiniões. Os moradores de Iñapari e da cidade brasileira vizinha, Assis Brasil, afirmam que os haitianos se recusam a trabalhar. No entanto, muitos consideram que a situação precária em que vivem há quase quatro meses, sem comida, água e energia, não pode continuar – Foto: Alexandre Lima

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Acre

Vídeo: Trabalhador é alvo de atentado a tiros e facada no Segundo Distrito de Rio Branco

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Vítima foi atacada ao chegar em casa no loteamento Praia do Amapá e conseguiu buscar socorro por conta própria

O trabalhador Jaércio Martins, de 38 anos, foi vítima de uma tentativa de homicídio na noite desta segunda-feira (26), no loteamento Praia do Amapá, no Segundo Distrito de Rio Branco.

De acordo com testemunhas, Jaércio chegava em frente à própria residência, dirigindo um caminhão, quando foi surpreendido por integrantes de uma organização criminosa. Os suspeitos efetuaram vários disparos de arma de fogo contra o veículo, na tentativa de atingir a vítima.

Na sequência, um dos criminosos se aproximou e desferiu um golpe de faca que atingiu o peito esquerdo do trabalhador. Após o ataque, os suspeitos fugiram do local.

Mesmo ferido, Jaércio conseguiu se deslocar até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Segundo Distrito, onde recebeu os primeiros atendimentos. Em razão da gravidade do ferimento, ele foi transferido por uma ambulância de suporte avançado do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Pronto-Socorro de Rio Branco.

Segundo a equipe médica, o estado de saúde da vítima é considerado estável. A Polícia Militar não chegou a ser acionada para atender a ocorrência.

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Acre

Sesacre aponta números e ações que marcaram a saúde pública do Acre em 2025

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Foto: Reprodução

A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) divulgou um balanço destacando números e ações que marcaram a saúde pública acreana ao longo de 2025. De acordo com os dados apresentados, o ano foi caracterizado pela ampliação do acesso aos serviços e pela interiorização dos atendimentos especializados.

Entre os principais resultados, a Sesacre informou a realização de mais de 27 mil atendimentos por meio do programa Saúde Itinerante, que levou serviços de saúde a municípios do interior do estado. Outro dado destacado foi a execução de mais de 12 mil cirurgias pelo programa Opera Acre.

O balanço também aponta a retomada de centros cirúrgicos, ampliação da oferta de exames, fortalecimento da rede hospitalar e avanços considerados históricos na área da oncologia. Segundo a secretaria, houve ainda recorde de atendimentos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ao longo do ano.

A Sesacre mencionou, ainda, a implantação de programas voltados ao atendimento de urgência e à redução da mortalidade, como o Conecta Coração e o AVC – Segundos Importam, voltados para situações críticas em que o tempo de resposta é determinante.

Os dados foram divulgados em um vídeo publicado nas redes sociais da secretaria, que apresenta um resumo das ações realizadas em 2025 e projeta a continuidade das iniciativas para o próximo ano.

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Acre

Nível do Rio Acre se aproxima dos 11 metros após fortes chuvas na capita

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Foto: David Medeiros

As fortes chuvas que atingem Rio Branco nas últimas horas provocaram alagamentos em diversos pontos da cidade e elevaram rapidamente o nível do Rio Acre. Entre as áreas mais afetadas estão a Estrada do Calafate, a região da Igreja da Pista do Poço e a Baixada da Sobral, especialmente nos bairros Boa União e Plácido de Castro, onde a água invadiu várias residências.

Durante acompanhamento ao vivo feito pela equipe, foi constatado que, apesar de uma breve trégua na chuva, o volume de água nos rios segue aumentando. Imagens mostram que o nível do Rio Acre se aproxima dos 11 metros e continua em elevação, embora, até o momento, a Defesa Civil Municipal ainda não tenha divulgado boletim oficial atualizado.

Na região da Ponte Metálica, a força da correnteza chamou atenção pelo grande volume de balseiros descendo pelo rio, indicando que a chuva atingiu toda a bacia hidrográfica.

Mesmo diante da situação de risco, moradores dos dois lados do rio aproveitaram a cheia para pescar. Durante a transmissão, duas pescadoras foram flagradas capturando peixes da espécie pintado. Segundo elas, apesar de alguns peixes serem pequenos, a pescaria rendeu o suficiente “para garantir o caldo”.

Outro episódio inusitado chamou a atenção durante a cobertura. Um homem foi visto dormindo sobre um dos pilares da Ponte Metálica, próximo à marca de medição do Rio Acre, onde há registro histórico de até 16 metros. Mesmo com o fluxo intenso de veículos sobre a ponte, o homem permaneceu dormindo tranquilamente, despertando surpresa entre os que acompanhavam a transmissão.

A equipe segue monitorando, em tempo real, os pontos de alagamento pela capital acreana. Novas informações sobre o nível do Rio Acre e ações da Defesa Civil devem ser divulgadas a qualquer momento.

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