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Homem cego tem a visão parcialmente restaurada por novo tratamento após 40 anos

Terapia optogenética e o desenvolvimento de óculos especiais possibilitaram que homem enxergasse faixas de trânsito e alguns outros objetos

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Homem é capaz de identificar faixas de trânsito e alguns objetos após estudo
Foto: Sahel, J.A. Boulanger-Scemma, E. Pagot, C. et AL./Nature Medicine

Amy Woodyatt - CNN

Um homem cego teve sua visão parcialmente restaurada usando terapia optogenética e óculos especiais – o primeiro caso de sucesso deste tipo de terapia em humanos.

Pesquisadores fizeram um tratamento com um homem de 58 anos que sofre há 40 anos de retinite pigmentosa – uma doença neurodegenerativa que atinge os olhos e causa a perda de fotorreceptores, possivelmente levando à cegueira completa.

A retinite pigmentosa muda a forma como a retina responde à luz. Pessoas com essa condição perdem a visão lentamente ao longo do tempo, de acordo com a Academia Americana de Oftalmologia.

Os cientistas usaram uma forma de terapia genética para reprogramar células na retina, injetando um vetor viral e tornando-o fotossensível. “Na terapia optogenética…criamos uma camada fotossensível artificial sobre a retina cega”, disse o pesquisador Botond Roska, professor na faculdade de ciência da Universidade de Basel, em uma coletiva de imprensa.

Meses depois da injeção, pesquisadores equiparam os pacientes com óculos especiais que detectam mudanças na intensidade da luz e projetam pulsos de luz correspondentes nos olhos para ativar as células tratadas.

Apesar de o paciente não conseguir reconhecer rostos ou ler após o tratamento, ele foi capaz de perceber, localizar, contar e tocar objetos usando somente os olhos enquanto usava o óculos, disseram os pesquisadores em um estudo publicado na segunda-feira (24) no periódico Nature Medicine.

Antes do tratamento, o paciente não conseguia ver nada ainda que usasse os óculos. Mas meses após a injeção, o homem podia ver as linhas brancas de faixas de pedestres, detectar objetos como pratos, canecas e celulares, e identificar a mobília em uma sala ou uma porta em um corredor com eles.

“Inicialmente o paciente não conseguia ver nada com o sistema, e obviamente isso deve ter sido frustrante. E então, espontaneamente, ele começou a ficar muito animado, relatando que conseguia ver linhas brancas nas ruas”, afirmou José-Alain Sahel, professor de oftalmologia na Escola de Medicina na Universidade de Pittsburgh e no Instituto de Visão em Paris, na coletiva.

Cientistas também identificaram que o comportamento visual é compatível com a atividade cerebral registrada. Ele foi o primeiro paciente no primeiro coorte do estudo que conseguiu ser treinado antes da eclosão da pandemia da Covid-19, que interrompeu o estudo temporariamente.

“Um marco significativo”

“A retinite pigmentosa é uma das causas mais comuns de cegueira em pessoas jovens e resulta da perda de células fotorreceptoras na retina, no fundo dos olhos”, disse o professor de oftalmologia na Universidade de Oxford, Robert MacLaren, ao Centro de Mídia Científica em Londres.

“Nesse teste os cientistas usaram a terapia genética para tentar reprogramar outras células na retina para torná-las sensíveis à luz e então restaurar algum grau de visão. Esse é um marco significativo e indubitavelmente ajustes futuros de refinamento tornarão a terapia optogenética uma opção para muitos pacientes no futuro”, MacLaren, que não está ligado ao estudo, acrescentou.

James Bainbridge, professor de estudos da retina na Universidade de Londres, disse que a tecnologia “pode ajudar pessoas que possuem a visão severamente prejudicada”.

“É um estudo de alta qualidade. É conduzido de modo cuidadoso e controlado. Os resultados são baseados em testes laboratoriais em apenas um indivíduo. Trabalhos futuros são necessários para descobrir se a tecnologia poderá prover visão útil”, disse Bainbridge, não envolvido no estudo, ao Centro de Mídia Científica.



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Brasil

Brasil alcança a liderança global na produção de carne bovina em 2025, segundo o USDA

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Foto: Percio Campos/Mapa

Resultado reflete o fortalecimento contínuo do sistema nacional de defesa agropecuária, conduzido pelo Mapa, com destaque para a criação do Banco Brasileiro de Antígenos da Febre Aftosa

O Brasil foi reconhecido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) como o maior exportador de carne bovina do mundo em 2025. A conquista reflete o fortalecimento contínuo do sistema nacional de defesa agropecuária, conduzido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que investiu em:

  • prevenção estratégica
  • vigilância sanitária; e
  • ampliação da força de trabalho.

O marco ocorre após o reconhecimento internacional do país como livre de febre aftosa sem vacinação, certificado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Para o ministro Carlos Fávaro, “a força desse sistema permite conquistas históricas. Ser reconhecido pelo USDA como o maior produtor mundial de carne bovina é um orgulho brasileiro”.

Os resultados refletem a adoção de medidas estruturantes que elevam o nível de segurança sanitária da produção agropecuária, ampliam o acesso a mercados internacionais e fortalecem a confiança do Brasil junto a parceiros comerciais mais exigentes.

Medidas

Entre as principais iniciativas está a criação do Banco Brasileiro de Antígenos da Febre Aftosa, medida que fortalece a capacidade de resposta rápida a eventuais emergências sanitárias. O repositório assegura a disponibilidade imediata de antígenos para a produção de vacinas, caso necessário, em consonância com as práticas internacionais recomendadas pela OMSA.

Além da prevenção, o Mapa avançou no reforço das ações de fiscalização e inspeção sanitária. Portarias publicadas no Diário Oficial credenciaram as primeiras empresas para apoiar atividades de inspeção ante mortem e post mortem em animais destinados ao abate. Os serviços serão executados por médicos-veterinários contratados, sob supervisão de auditores fiscais federais agropecuários (AFFAs), sem alteração das competências legais do Serviço de Inspeção Federal (SIF).

Paralelamente, o Ministério promove a convocação de novos servidores aprovados em concurso público, para fortalecer a presença do Estado em ações de vigilância e controle sanitário em todo o país.

“Isso mostra a robustez do sistema, mostra que o Brasil está preparado, porque as crises sanitárias são cada vez mais recorrentes”, ressaltou Fávaro.

Banco Brasileiro de Antígenos da Febre Aftosa

A implantação do Banco Brasileiro de Antígenos da Febre Aftosa representa um avanço estratégico na biossegurança e na proteção da pecuária nacional. O repositório segue recomendações da OMSA e conta com parcerias do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e da empresa argentina Biogénesis Bagó.

“Estamos fazendo a nossa parte ao investir no banco de antígenos. É um investimento que garante a continuidade de um processo extraordinário que o Brasil conseguiu alcançar”, afirmou o ministro Carlos Fávaro.

Segundo o presidente do Tecpar, Eduardo Marafon, “a criação do banco brasileiro de antígenos evidencia a nossa marca de prevenção, precaução e atenção permanente à agropecuária brasileira. O modelo adotado é moderno e eficiente, ao garantir a manutenção de um estoque estratégico de antígenos”.

Com investimento de R$ 48 milhões, a iniciativa prevê a produção de até 10 milhões de doses, capazes de viabilizar de imediato a fabricação de vacinas em situações emergenciais e assegurar a distribuição ágil conforme demanda do Mapa. “Este é um sonho que sonhamos há muito tempo, cuidadosamente planejado e agora executado”, destacou o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart.

Os antígenos produzidos serão submetidos a rigorosos testes de controle de qualidade, sob supervisão do Governo Federal, a fim de assegurar eficácia, segurança e confiabilidade do material armazenado.

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Mega-Sena sorteia prêmio de R$ 62 milhões neste sábado

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Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O concurso 2.954 da Mega-Sena sorteia na noite deste sábado (20) prêmio estimado de R$ 62 milhões. Ninguém acertou as dezenas no sorteio passado, realizado na quinta-feira (18).

As apostas podem ser feitas até as 20h (horário de Brasília) de hoje, em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site ou aplicativo da Caixa.

Para o bolão, o sistema fica disponível até as 20h30 no portal Loterias Caixa e no aplicativo Loterias Caixa.

A aposta simples, com seis dezenas, custa R$ 6.

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TST determina manutenção de 80% do efetivo durante greve dos Correios

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Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

A ministra Kátia Magalhães Arruda, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), determinou nesta sexta-feira (19) que os trabalhadores dos Correios mantenham 80% do efetivo em atividade durante a greve da categoria, iniciada na última terça-feira (16).

A medida liminar foi concedida a pedido da estatal contra os sindicatos que representam os funcionários. Em caso de descumprimento, será aplicada multa diária de R$ 100 mil por sindicato.

A greve está concentrada em nove estados (Ceará, Paraíba, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).

No entendimento da ministra, o serviço postal tem caráter essencial e não pode ser paralisado totalmente. Além disso, Katia Arruda ressaltou que a greve foi deflagrada em meio ao dissídio coletivo que tramita no TST.

Os funcionários reivindicam a aprovação de um novo acordo coletivo de trabalho, reajuste salarial e soluções para a crise financeira da estatal, que vai precisar de um empréstimo de R$ 12 bilhões, garantidos pelo Tesouro, para cobrir os recentes prejuízos.

Os Correios informaram que todas as agências estão abertas e que a empresa adotou medidas de contingência para minimizar os impactos para a população.

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