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Há 4 anos professora dá aulas a presos no interior do AC: ‘educação é saída fundamental’

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Presos são retirados das celas pela escolta e levados até a sala de aula. Para Rosa, o maior desafio de sua profissão na escola da unidade é essa: despertar e tentar resgatar dos seus alunos a autoconfiança para que possam mudar de vida.

A ressocialização de pessoas privadas de liberdade depende de muitos fatores, por vezes escassos, dentro das unidades prisionais do Acre, porém, algo crucial para esse processo é a educação. Na véspera do Dia dos Professores, uma Imprensa local conversou com Rosa Maria Madeiros, de 44 anos, que há quatro dá aulas para os presos da unidade Manoel Neri da Silva, em Cruzeiro do Sul.

A professora passou em um processo seletivo e agora dedica três horas do seu dia a ensinar presos que cumprem penas por diversos crimes.

Para ela, a educação e o acolhimento dessas pessoas são determinantes para que, ao voltar para a sociedade, o preso consiga seguir um caminho diferente daquele que o colocou atrás das grades.

“Eu acho que a educação é uma saída fundamental e o governo teria que investir mais, porque é o melhor caminho para que eles [presos] voltem para a sociedade e não sejam reincidentes na unidade. Porque se saem educados, ressocializados, a sociedade inteira vai ganhar com isso”, diz.

Para Rosa, o maior desafio de sua profissão na escola da unidade é esse: despertar e tentar resgatar dos seus alunos a autoconfiança para que possam realmente mudar de vida.

“Se eles não aprenderem na unidade, se a gente não despertar o senso de que podem viver em sociedade como pessoas de bem, eles vão voltar a cometer crimes”, destaca.

Rosa se dedica a dar aulas para presidiários em Cruzeiro do Sul  — Foto: Arquivo pessoal

Rosa se dedica a dar aulas para presidiários em Cruzeiro do Sul — Foto: G1

Humana

 

Na sala de aula, ela ensina cerca de 12 presos – muitos nem terminaram o ensino fundamental, outros nem sequer sabem ler . Divididas por módulos, as aulas englobam história do Acre, espaço geográfico, escrita, caligrafia e leitura.

Os materiais são mais restritos por conta de ser uma penitenciária, mas o ano letivo dentro da cadeia segue uma programação e calendário.

A professora conta que no início tinha medo de lidar com os presos – o que ocorre sempre que é turma nova. A maioria deles vai para a sala de aula já no fim da sua pena e assim conseguem remição.

“Muitos contam a história de vida deles e a gente vê que muitos têm falta de amor tanto da sociedade, como da família, principalmente da família”, diz.

‘No início tinha pavor’

 

Os presos são retirados das celas pela escolta e levados até a sala de aula. Chegando lá, a escolta fica em uma sala separada acompanhando todos os movimentos.

Os presos que ocupam os pavilhões divididos pela facção não podem ter aulas. No começo, ter contato com os presos causou um pouco de medo em Rosa, mas ela conta que buscou conversar, se aproximar e acolher esses presos.

“É uma profissão de alto risco, porque sou da Educação e não da Segurança. No início tinha pavor, muito mesmo, é como se fosse uma grande prova na minha vida. Mas, com um tempo eu vou me aproximando, conseguindo o respeito deles, sempre botei o respeito em primeiro lugar, e depois o amor próprio. Fui tentando me aproximar, ficar perto deles, quebrando a barreira do toque. Hoje ajudo nas atividades pegando na mão, dando um toque no ombro e fazendo dinâmicas. Passei a ficar bem próxima deles”, conta.

Rosa diz ainda que tenta humanizar esse contato e ouvir a história de cada um, sempre também recorrer a ensinamentos bíblicos.

“Sempre tiro um tempo na aula para conversar um pouco. Eu digo a eles que são iguais a mim e que vão passar por essa fase ruim, conseguir a liberdade e viver como pessoas melhores lá fora e eles aceitaram essa metodologia de acreditar neles. Tento criar essa relação com eles”, finaliza.

 

Por três horas, presos saem das celas e estudam no interior do Acre  — Foto: Arquivo pessoal

Por três horas, presos saem das celas e estudam no interior do Acre — Foto: G1

Por Tácita Muniz, g1 AC

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Chuva aumenta e Defesa Civil alerta para riscos na captação de água e navegação no Rio Acre

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O coordenador também detalhou o comportamento do rio ao longo da semana. Segundo ele, o nível oscilou de 6,68 metros na segunda-feira para 5,43 metros na manhã desta sexta

Cláudio Falcão explicou que a Defesa Civil segue acompanhando a evolução do cenário e reforçou que o período chuvoso está apenas começando. Foto: captada 

Suene Almeida

Apesar de Rio Branco não registrar volumes extremos de chuva nos últimos dias, a Defesa Civil Municipal tem monitorado de perto o comportamento do Rio Acre e suas consequências para a capital. Em entrevista nesta sexta-feira (5), o coordenador municipal da Defesa Civil, tenente-coronel Cláudio Falcão, detalhou a situação, chamou atenção para riscos menos aparentes e reforçou que o momento exige cautela.

Segundo Falcão, até a manhã de hoje o acumulado de chuva dentro do perímetro urbano estava em cerca de 18 milímetros. No entanto, o volume que atinge a cidade desde o início da tarde tende a alterar esse cenário.  “Daqui a pouco, quando a gente finalizar essa chuva aqui, vamos perceber que o que choveu hoje equivale praticamente à semana inteira”, explicou.

Ele reforça que, embora o índice acumulado não pareça alto dentro de Rio Branco, o quadro regional é mais preocupante. “Mesmo não tendo chovido muito na cidade, nós temos um acumulado na bacia de 250 a 300 milímetros só nesta primeira semana de dezembro, que nem terminou ainda. Ainda é sexta-feira.”

Oscilações do nível do Rio Acre preocupam

O coordenador também detalhou o comportamento do rio ao longo da semana. Segundo ele, o nível oscilou de 6,68 metros na segunda-feira para 5,43 metros na manhã desta sexta, uma queda significativa em poucos dias. Apesar disso, Falcão esclarece que não há risco de enchente neste momento.

O alerta da Defesa Civil, porém, está focado em outro ponto, que é na presença de balseiros, grandes aglomerados de troncos e vegetação que descem com a correnteza e podem causar danos a estruturas e embarcações.

“Existe uma preocupação atual nossa em relação a essa oscilação de nível, que é a formação de balseiros. Esses balseiros colocam em risco a captação de água e a navegação, trazendo grandes possibilidades de acidentes”, afirmou o tenente-coronel.

Ele explica que, mesmo sem perspectiva de transbordamento, o comportamento irregular do rio traz desafios que exigem vigilância constante. “A gente não está preocupado com o transbordamento, que não vai acontecer agora, mas estamos atentos às outras consequências que o nível do rio traz quando ele oscila dessa forma”, destacou.

Cláudio Falcão explicou que a Defesa Civil segue acompanhando a evolução do cenário e reforçou que o período chuvoso está apenas começando, “Essas primeiras chuvas já mostram que a gente precisa ficar alerta. O momento é de atenção, não de pânico”, concluiu.

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Prefeito de Rio Branco anuncia pagamento do salário e 13º de servidores para o dia 19 de dezembro

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Tião Bocalom afirmou que os depósitos devem injetar cerca de R$ 80 milhões na economia local e destacou que a gestão mantém todos os pagamentos em dia

A confirmação foi feita durante coletiva de imprensa realizada na Praça da Revolução. Segundo o gestor, os dois pagamentos devem injetar aproximadamente R$ 80 milhões na economia local. Foto: captada 

O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, anunciou em coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (5) que o salário de dezembro e o 13º salário dos servidores municipais serão depositados no próximo dia 19. Segundo o gestor, os pagamentos devem injetar aproximadamente R$ 80 milhões na economia da capital.

Bocalom destacou que a política da administração municipal é a de antecipar parte do 13º apenas mediante solicitação do servidor, prática que, de acordo com ele, é pouco comum.

— A grande maioria dos nossos trabalhadores deixa para receber tudo no final do ano, como foi pensado quando o 13º foi criado — afirmou.

O prefeito explicou ainda que adiantar o pagamento no meio do ano pode reduzir o impacto financeiro do benefício devido aos descontos obrigatórios, o que, em sua visão, “desvirtua” o propósito original da gratificação natalina. Ele também reafirmou o compromisso da gestão com a pontualidade nos pagamentos.

— Nunca atrasamos salários, férias ou qualquer outro direito. Fechamos o ano mais uma vez com tudo em ordem, pagando todos os nossos trabalhadores — completou Bocalom.

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Obra do viaduto Mamedio Bittar em Rio Branco é adiada para março de 2026

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Prefeitura culpa atraso na entrega de insumos vindos de outros estados; estrutura, orçada em R$ 24 milhões, estava prevista para dezembro de 2025

A prefeitura admitiu que não conseguirá entregar a obra ainda este ano e divulgou que a nova previsão é o primeiro trimestre de 2026. Foto: captada 

A Prefeitura de Rio Branco admitiu que não conseguirá entregar ainda este ano a construção do viaduto Mamedio Bittar, na confluência das avenidas Ceará, Dias Martins e Isaura Parente. Em nota divulgada nesta quarta-feira (4), a gestão municipal adiou a conclusão da obra para março de 2026.

O novo prazo é o terceiro anunciado pela administração: inicialmente, a entrega estava prevista para outubro de 2025, depois foi adiada para dezembro e, agora, para o primeiro trimestre do ano que vem. Segundo a prefeitura, o atraso se deve à demora na chegada de insumos metálicosnecessários para a estrutura.

— Ressaltamos que não houve má-fé nem por parte da empresa executora, nem da gestão municipal. Trata-se de uma situação logística, considerando também a distância geográfica do Acre em relação aos centros produtores — justificou o município.

De acordo com a nota, os últimos vãos da passagem estão sendo concretados e, após a conclusão do viaduto, ainda serão realizados serviços de acabamento. A prefeitura não informou se o custo inicial de R$ 24 milhões foi alterado.

O viaduto Mamedio Bittar é considerado essencial para desafogar o trânsito em uma das áreas de maior fluxo da capital acreana, especialmente nos horários de pico. A previsão atual é que a obra seja entregue totalmente concluída e dentro dos padrões de qualidade até março do próximo ano.

Segundo a prefeitura, o atraso se deve à demora na chegada de insumos metálicos necessários para a estrutura. Foto: captada 

Nota da Prefeitura de Rio Branco

A Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura, esclarece que o atraso na entrega do Elevado Mamedio Bittar ocorreu em razão de dificuldades no fornecimento dos insumos metálicos utilizados na obra.

O material é fabricado sob medida, de forma milimétrica, e adquirido junto a grandes siderúrgicas do sul do país, como a Usiminas e a Gerdau, que atendem não apenas o Brasil, mas também o mercado internacional. Houve, portanto, atrasos na produção e na entrega dessas estruturas, o que impactou diretamente o cronograma da obra.

Ressaltamos que não houve má-fé nem por parte da empresa executora, nem da gestão municipal. Trata-se de uma situação logística, considerando também a distância geográfica do Acre em relação aos centros produtores.

Neste momento, os últimos vãos estão sendo concretados e os serviços de urbanismo já foram iniciados. Após a conclusão da estrutura, ainda serão executados os acabamentos do tabuleiro, passeios, laterais, pintura e toda a urbanização na parte inferior do elevado.

A Prefeitura reforça que não irá inaugurar a obra de forma inacabada. A previsão é de que o Elevado Mamedio Bittar seja entregue totalmente concluído e dentro dos padrões de qualidade no primeiro trimestre de 2026, mais precisamente até o mês de março.

Ainda segundo a nota, os últimos vãos da passagem estão sendo concretados e que, após a conclusão do viaduto, ainda haverá serviços de acabamento. Foto: captada 

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