Brasil
Governo articula encontro de Lula com Maduro, ditador venezuelano, durante cúpula latino-americana

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em discurso na Assembleia Nacional
MIGUEL GUTIÉRREZ/EFE – 12.01.2023
Itamaraty iniciou o processo para reabrir a Embaixada do Brasil na Venezuela, fechada pelo governo anterior
O governo federal articula uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ditador venezuelano Nicolás Maduro durante a viagem do petista à Argentina no próximo domingo (22), durante a 7ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). O Brasil retornou ao bloco, composto de 32 países, dois anos após a gestão anterior ter se retirado da organização.
Lula embarca para Buenos Aires neste domingo (22) e vai ter um encontro com o presidente da Argentina, Alberto Fernández. Na terça-feira (24), Lula participa da cúpula, que está sob a presidência temporária da Argentina.
Durante a cúpula da Celac, Lula vai ter reuniões bilaterais com governantes da região. Um dos encontros deve ser com o presidente da Venezuela. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a agenda ainda não está confirmada e vai depender da logística.
“Há uma demanda de encontro com o presidente Maduro. Estamos no processo de normalização das relações com a Venezuela. Essas reuniões são sempre muito movimentadas, e não dá para cravar que vai haver essa reunião”, explicou o secretário das Américas, o embaixador Michel Arslanian Neto.
Na sequência, Lula embarca para Montevidéu, capital do Uruguai, na quarta-feira (25), onde se reunirá com o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou. O presidente brasileiro será acompanhado de uma delegação composta de vários ministros, entre eles Mauro Vieira (Itamaraty) e Fernando Haddad (Fazenda).
Relação com Venezuela
Recentemente, o governo federal iniciou o processo para reabrir a Embaixada do Brasil na Venezuela, fechada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A missão é liderada pelo embaixador Flávio Macieira.
“O envio da missão reflete a decisão do governo brasileiro de normalizar as relações bilaterais, para permitir a retomada de tratativas com o governo venezuelano sobre os diversos temas que compõem a agenda entre os dois países”, diz o Itamaraty.
“O diálogo com a Venezuela, país com o qual o Brasil compartilha laços históricos de amizade e de cooperação, além de extensa fronteira, é fundamental não apenas para o adequado seguimento da pauta bilateral, mas também para a revitalização da integração”, completa.
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Brasil
Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau
Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada
A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.
A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.
Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.
A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.
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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal
Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada
O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.
O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.
Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).
As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.
Assinatura eletrônica
O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.
A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.
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Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho
Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada
Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.
Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.
O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

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