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Acre

Gesto de policial militar muda a vida de vendedor de picolé e cria rede de solidariedade

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Foi cumprindo sua missão nas ruas como policial militar que o sargento Derineudo Souza passou a conhecer realidades diferentes e descobrir ainda mais a necessidade de quem vive nas periferias da capital. Movido pelo lema da instituição “Servir e proteger”, o policial hoje mantém um projeto social que alcançou destaque nacional e já ajudou milhares de famílias.

Manoel teve a vida mudada por uma ação do policial Derineudo. Foto: Davi Barbosa/PMAC

Como policial, Souza decidiu se aproximar mais da comunidade, assim como estabelece uma das missões da PM ao defender a polícia comunitária. O trabalho em prol da sociedade não termina quando ele sai do plantão. Nas horas vagas ele está ajudando a milhares de famílias, inclusive com o apoio da Polícia Militar, que disponibiliza logística para que ele faça entrega de doações.

Foi um vídeo dele fardado, que viralizou há quatro anos, que mudou completamente a vida do vendedor de picolé Manoel Antônio Vieira. Era ainda período de pandemia e o policial abordou Manoel no Horto Florestal para ajudá-lo a vender picolé.

Policial percorreu ruas ajudando vendedor de picolé. Foto: Reprodução

“Naquele dia, Deus colocou no meu coração que deveria ajudar um picolezeiro, então comuniquei ao comandante-geral da época, que me autorizou e saí em busca. Até que encontrei seu Manoel em uma árvore, apreensivo, e perguntei quantos picolés ele tinha vendido, ele disse que até aquele momento apenas três”, relembra.

Ao se oferecer para ajudá-lo a vender, o sargento conta que ele o alertou que andava por cerca de quatro horas todos os dias para vender tudo. O percurso feito por Manoel é entre a parte alta da cidade até o Centro.

“Eu disse que iria com ele até o final e fizemos uma caminhada, parando em lojas, veículos, parando pessoas e eu aprendendo com seu Manoel, porque é um trabalho digno e, com certeza, aquele dia ele ficou muito feliz. Uma caminhada que fazia em quatro horas, ele fez em 40 minutos com a nossa ajuda, e, claro, condução de Deus, e vendeu todos os picolés e disse ao final que tinha ganhado o dia, que tinha ganhado o dinheiro a mais para a virada do ano”.

O impacto da ação

O vídeo foi gravado no dia 30 de dezembro de 2020 e viralizou dois meses depois, quando um policial do Amazonas compartilhou o momento. Em maio de 2021, depois de uma vaquinha, feita junto ao projeto nacional Razões para Acreditar, Manoel ganhou a casa própria.

“Não imaginava que ia dar essa repercussão, mas Deus tem um propósito para tudo que fazemos nessa terra. Assim que o vídeo viralizou, entraram em contato comigo para que eu pudesse achar o seu Manoel e, após uma busca, o encontramos e soubemos que ele não tinha casa própria, morava de aluguel”.

Hoje Manoel tem a casa própria e não paga mais aluguel. Foto: Davi Barbosa/PMAC

Feito o link da vaquinha, em quatro horas foram arrecadados R$ 68 mil, o valor estabelecido para a construção da casa. Ao todo, foram R$ 100 mil em doações, que se transformaram na casa própria do seu Manoel, que também ganhou móveis.

Para ele, ser policial o incentivou a criar esse projeto que ajuda milhares de pessoas há 11 anos. O sargento vive, em sua essência, o verbo servir.

“A Polícia Militar tem um papel muito importante, que é fortalecer nossa caminhada na logística, apoio em muitos eventos, como a parte de segurança dos voluntários, porque o projeto ocorre com muitos voluntários e, com certeza, esse apoio mútuo tem feito a diferença no nosso projeto. Isso mostra que o militar tem em sua essência o ser humano”, destaca ao pontuar que, atualmente, muitos policiais são voluntários nas ações sociais.

Entrega da casa foi feita em 1 de maio de 2021, com muita comemoração. Foto: Andryo Amaral/arquivo pessoal

‘Mudou minha vida completamente’

Desde então, o vendedor de picolé Manoel Vieira, hoje com 62 anos, não paga mais aluguel e tem um lugar para chamar de seu. O quintal da casa própria reúne algumas modestas plantações e ele deixou a placa do projeto ainda hoje pendurada na sala, sinalizando que essa foi a primeira casa entregue em Rio Branco.

De lá para cá, 23 casas foram entregues a diferentes famílias, sendo duas em Plácido de Castro e as demais em Rio Branco.

“Naquele dia, ele me disse que me ajudaria a vender. No começo eu estranhei, mas quando ele insistiu, pensei que poderia vir coisa boa. Hoje vejo que foi algo de Deus por meio dele comigo. De lá pra cá, essa ação mudou minha vida completamente. Não pago mais aluguel até hoje”, conta.

Sargento conta com o apoio da PM para mudar vidas por meio de projeto social. Foto: Davi Barbosa/PMAC

Manoel trabalha há mais de 20 anos vendendo picolé e, após essa ação, ele diz que a polícia mostra não apenas a preocupação com a segurança ostensiva, mas que trabalha o senso comunitário, seja por ações coletivas ou pessoais desses homens que representam a instituição.

“Eu sempre tive vontade de ter um cantinho meu e agora tenho e me sinto bastante feliz. Jamais imaginava que iria dar essa reviravolta na minha vida. Ter policiais assim é muito bom para nós”, destaca.

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Morador em situação de rua é esfaqueado no pescoço em Rio Branco

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Um homem de 50 anos, identificado como Edilmo Inácio Pereira, foi vítima de um ataque a faca na noite desta quinta-feira (25) no bairro 6 de Agosto, em Rio Branco. Ele caminhava pela Rua Seis de Agosto quando foi abordado por um homem armado com uma faca, que desferiu um golpe no pescoço da vítima.

Edilmo conseguiu caminhar até um posto de combustíveis próximo, onde desabou com intenso sangramento. O SAMU foi acionado e o levou ao Pronto-Socorro de Rio Branco, onde deu entrada em estado estável, mas com risco de agravamento.

A Polícia Militar esteve no local e iniciou as investigações, que agora seguem com a Polícia Civil, que busca identificar e prender o autor do crime.

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Acre deve arrecadar R$ 6,4 bilhões em impostos em 2025, aponta Impostômetro

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Valor representa 0,16% da arrecadação nacional e supera em R$ 500 milhões o total de 2024; até 25 de dezembro, contribuintes já pagaram R$ 6,3 bilhões

Em comparação até o fim de novembro de 2025, os recursos recolhidos por prefeituras, governo estadual e União somavam R$5,8 bilhões no estado. Foto: captada 

A arrecadação de impostos municipais, estaduais e federais no Acre deve alcançar cerca de R$ 6,4 bilhões em 2025, segundo estimativa do Impostômetro, ferramenta mantida pela Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). O valor corresponde a aproximadamente 0,16% de toda a arrecadação nacional.

Comparativo anual:
  • 2025 (previsão): R$ 6,4 bilhões

  • 2024 (realizado): R$ 5,9 bilhões

  • Até 25/12/2025: R$ 6,3 bilhões já arrecadados

  • Até novembro/2025: R$ 5,8 bilhões acumulados

Principais tributos pagos pelos acreanos:
  • Impostos sobre produção e circulação: ICMS e ISS

  • Tributos sobre renda: Imposto de Renda (pessoa física e jurídica)

  • Impostos sobre propriedade: IPTU e IPVA

  • Taxas de comércio exterior e outros encargos

Destinação dos recursos:

Os valores arrecadados são utilizados para:

  • Custeio da máquina pública (salários e manutenção)

  • Financiamento de obras e infraestrutura

  • Execução de programas governamentais

  • Pagamento de servidores públicos

  • Quitação de dívidas do estado e municípios

O crescimento da arrecadação reflete tanto a expansão da atividade econômica no estado quanto a melhoria na eficiência da cobrança tributária. Entretanto, especialistas alertam que o Acre continua com uma das menores participações na arrecadação nacional, refletindo suas limitações econômicas estruturais e baixa densidade populacional.

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Cânticos de fé e acolhimento transformam Natal de pacientes no PS

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Foto: Cedida

Corredores do Pronto-Socorro de Rio Branco foram tomados por um som diferente do habitual nesta quarta-feira (24). Em meio à rotina intensa da unidade, servidores se reuniram para realizar um cântico natalino, levando música, palavras de fé e gestos de acolhimento a pacientes e profissionais que permanecem em serviço durante a data.

A iniciativa, que já se tornou tradição, tem como propósito aproximar o verdadeiro significado do Natal de quem passa esse período longe de casa. Para muitos pacientes, a internação na véspera da data simboliza medo e solidão. Para os servidores, é o desafio de cumprir o dever de cuidar enquanto a família celebra à distância. O cântico surge, então, como um gesto simples, mas carregado de sensibilidade, capaz de aquecer corações e renovar esperanças.

Para o gerente de Assistência do Pronto-Socorro, Matheus Araújo, a ação representa uma forma de humanizar ainda mais o atendimento e fortalecer os vínculos dentro da unidade.

“O Natal fala sobre amor, cuidado e presença. Sabemos que muitos servidores passam essa data longe de suas famílias e que muitos pacientes gostariam de estar em casa. Esse momento é para lembrar a todos que eles não estão sozinhos, que aqui existe acolhimento, humanidade e compromisso com o cuidado”, destacou.

A programação percorreu diferentes setores do hospital e contou com a participação de servidores da gestão, do corpo de enfermagem, supervisores e colaboradores do Núcleo de Atendimento ao Servidor (NAST). A organização da ação é feita de forma voluntária e colaborativa, com recursos arrecadados entre os próprios profissionais, que se mobilizam todos os anos para tornar o momento possível.

Além do simbolismo, o cântico também revela o outro lado do cotidiano do pronto-socorro: o cuidado que vai além da técnica e alcança o emocional e o espiritual. Em um cenário marcado por desafios e dias difíceis, a iniciativa ajuda a reforçar para a população que, diariamente, a unidade trabalha com dedicação, empatia e compromisso com a vida.

A enfermeira emergencista Jonnyka Lima, que atua na linha de frente do atendimento, ressaltou o impacto do momento tanto para os pacientes quanto para os profissionais.

“Esse momento toca profundamente quem está aqui dentro. Para o paciente, é um alívio no coração; para nós, profissionais, é uma renovação de forças. Às vezes, tudo o que alguém precisa é ouvir uma música, uma palavra de carinho, sentir que não foi esquecido. O Natal nos lembra exatamente isso: cuidar do outro também é um ato de amor”, afirmou.

Após a apresentação, as reações falavam por si. Olhares emocionados, sorrisos tímidos, lágrimas discretas e palavras de gratidão marcaram o encerramento da ação. Muitos pacientes relataram que precisavam exatamente daquela música ou daquela mensagem. Entre os servidores, o sentimento era de comunhão e fortalecimento coletivo.

Em meio à urgência, ao cansaço e aos desafios diários, o cântico reafirmou que o Natal pode acontecer em qualquer lugar, inclusive dentro de um hospital e que, onde há cuidado, há também humanidade, esperança e amor.

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