Acre
Filha de secretário de Indústria chama povo acreano de “seboso” e se retrata após repercussão
Uma série de publicações ofensivas feitas por uma estudante de medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac) causou indignação e acabou viralizando nas redes sociais. Os comentários tornados públicos na madrugada da última quarta-feira, 9, foram feitos em uma conta pública no X (antigo Twitter).
Nas postagens, a jovem, identificada como Su Mesquita, de 20 anos, filha do Secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre (Seict), Assurbanipal Mesquita, revelou um desprezo explícito pela população do estado onde nasceu e estuda.
Em uma das mensagens, ela afirma: “A coisa que mais amo no meu namorado é que ele não é acreano, pois tenho asco de acreanos. Se Deus quiser, eu nunca mais vou precisar olhar para esse povo tão seboso (infelizmente não posso falar mais porque vou parecer preconceituosa)”, escreveu.
A série de comentários continua com o relato de uma situação ocorrida no Restaurante Universitário (RU) da instituição. “O maior elogio que recebi na vida foi quando a tia do RU perguntou se eu era de fora. Ou seja, ela me achou bonita e diferente o bastante para não ter nascido no ‘Acril’”, escreveu.
Em outro trecho, ela volta a associar beleza à origem geográfica: “Acabei de ver uma menina tão bonita que nem parece que é acreana”, diz trecho do tweet.
Em tom de desabafo, a filha do secretário Assurbanipal Mesquita encerra a sequência de postagens com críticas diretas ao estado e à convivência com os conterrâneos: “Odeio tanto essa roça. Quando me formar, vou estudar tanto para passar numa residência que seja bem longe desse umbral e poder ser feliz sem ter acreanos estragando meu dia”, diz trecho do tweet.
Diante da repercussão negativa, a estudante publicou uma nota de retratação reconhecendo o erro. No texto, afirma estar arrependida e assume total responsabilidade pelas consequências de suas falas: “Eu cometi um erro muito grave ao me manifestar em rede social e é natural que as pessoas, especialmente quem, como eu, nasceu no Acre, se sintam atingidas ou ultrajadas”, escreveu.
Ela segue dizendo que “se expressou de forma profundamente imatura e desrespeitosa” e ressalta que o apoio de familiares e amigos acreanos foi fundamental em sua trajetória. “Sou profundamente grata por ser acreana. Não transfiro a ninguém a responsabilidade do dano que causei a mim e a terceiros e assumo o compromisso de buscar escuta, aprendizado e a corrigir minha atitude equivocada”, diz trecho da nota.
Encerrando a retratação, a estudante de medicina reconhece o poder das palavras e pede desculpas públicas: “As palavras têm poder, e eu falhei no uso desse poder. Portanto, peço desculpas sinceras à minha família, amigos e a todas as demais pessoas que feri”, encerrou.
O pai da estudante, Assur Mesquita, segue em silêncio sobre o episódio.
REPERCUSSÃO NEGATIVA
A Atlética Sinistra, entidade estudantil que representa o curso de Medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac) divulgou uma nota pública em que manifesta “total repúdio” a qualquer fala, atitude ou comportamento de cunho preconceituoso em relação ao estado do Acre
No comunicado, os estudantes afirmam que não compactuam com manifestações que desrespeitem a dignidade humana ou promovam a exclusão de indivíduos com base em origem, etnia, condição social, cultural ou qualquer outro marcador. “Acreditamos em um ambiente universitário inclusivo, plural e respeitoso, onde a diversidade é força e não motivo de ataque”, diz o texto.
A nota ressalta ainda o compromisso ético dos estudantes de Medicina com o combate a todas as formas de preconceito, dentro e fora do espaço acadêmico. “A Medicina que escolhemos praticar é baseada na empatia, ciência e justiça social, e qualquer discurso contrário a esses princípios será veementemente rechaçado por esta instituição”, afirma a Atlética.
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Acre
Vídeo: Homem é espancado e morto a tiros em plena luz do dia em Cruzeiro do Sul
Um crime brutal chocou os moradores de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, na tarde desta segunda-feira (14). Sandro Júnior Paula da Silva, de 28 anos, foi espancado por um grupo e, em seguida, executado com três tiros na Travessa Raimundo Luiz de Souza, bairro Cohab.
Segundo informações da Polícia Militar do Acre (PM-AC), testemunhas relataram que Sandro foi cercado por vários rapazes, que iniciaram as agressões físicas. Após ser brutalmente espancado, ele foi alvejado por disparos de arma de fogo. Os autores do crime fugiram logo após o ataque.
“Chegando ao local, encontramos a vítima jogada ao solo e o Samu também estava lá. O médico constatou o óbito. Era conhecido da Polícia Militar, foi alvejado com três tiros e estamos nas ruas para capturar os criminosos”, declarou o tenente Antônio Avelino, da PM.
O local do crime foi isolado para os trabalhos da perícia, e o corpo de Sandro foi removido pelo Instituto Médico Legal (IML). A Polícia Civil já iniciou as investigações para identificar os envolvidos e esclarecer a motivação do homicídio.
De acordo com a PM, a vítima era usuária de drogas e possuía antecedentes criminais. Até o momento, ninguém foi preso.
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Acre
Processo de extradição de ex-prefeito binacional pode levar até 90 dias; Constituição brasileira impõe restrições
Interpol Bolívia busca repatriar Luís Gatty Ribeiro, preso no Acre com documentação brasileira; STF decidirá com base no tipo penal

O diretor da Interpol Bolívia, Carlos Bazoalto, confirmou a colaboração com autoridades brasileiras para extraditar Luís Gatty Ribeiro. Foto: captada
O diretor da Interpol Bolívia, Carlos Bazoalto, confirmou a colaboração com autoridades brasileiras para extraditar Luís Gatty Ribeiro – ex-jogador da seleção boliviana e ex-prefeito de Cobija – preso em Epitaciolândia (AC) em 11 de abril.
O processo, que deve durar 60 a 90 dias, esbarra em questões jurídicas delicadas devido à dupla nacionalidade (boliviana e brasileira), do detido.
Os entraves legais
Status de naturalização:
- Ribeiro foi preso portando documentação brasileira, mas sua condição de naturalizado (se confirmada) limita a extradição:
- Crimes comuns anteriores à naturalização
- Tráfico de drogas (única exceção para crimes posteriores)
- Ribeiro foi preso portando documentação brasileira, mas sua condição de naturalizado (se confirmada) limita a extradição:
Natureza do crime:
- A Constituição de 1988 veda a extradição por:
- Crimes políticos ou de opinião (art. 5º, LII)
- Brasileiros natos (art. 5º, LI)
- A Constituição de 1988 veda a extradição por:
Competência do STF:
- Caberá ao Supremo Tribunal Federal analisar:
- A data da naturalização de Ribeiro
- O tipo penal alegado pela Bolívia
- Caberá ao Supremo Tribunal Federal analisar:

O processo, que deve durar 60 a 90 dias, esbarra em questões jurídicas delicadas devido à dupla nacionalidade (boliviana e brasileira). Foto: captada
Próximos passos
- A Polícia Federal já encaminhou o caso ao Ministério da Justiça, que deve repassá-lo ao STF.
- A Interpol Bolívia aguarda a notificação formal do governo brasileiro para dar sequência ao pedido.
Enquanto as autoridades avaliam a legalidade do pedido, Gatty Ribeiro permanece sob custódia no Brasil. O caso terá análise do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por decidir sobre extradições.

Gatty estava com documentação de nacionalidade brasileira quando foi detido pelas policia federal na região de fronteira entre Brasiléia, Epitaciolândia e Cobija. Foto: arquivo
Contexto adicional
Ribeiro foi detido na região de fronteira, na regional do alto acre (Brasiléia/Epitaciolândia/Cobija). Fontes não confirmadas sugerem que a prisão estaria ligada a investigações sobre corrupção – o que, se comprovado como crime comum, poderia viabilizar a extradição.
Em resumo
O desfecho dependerá de uma análise minuciosa pelo STF sobre o tempo de naturalização e a classificação legal do crime. Se configurado como político, o Brasil negará o pedido; se comum e anterior à cidadania, a extradição terá base legal.
Veja vídeo com TVU pando:
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Acre
Museu do Xapury reabrirá nesta terça-feira revitalizado com presença de autoridades e homenagem à história acreana
Governador Gladson Cameli e presidente da FEM participam da cerimônia nesta terça (15), que celebra a memória cultural e a luta dos seringueiros

A Fundação de Cultura Elias Mansour convida toda a comunidade local, estudantes, autoridades e interessados na história do Acre a prestigiarem o evento. Foto: cedida
Um dos mais importantes espaços de memória do estado, o Museu do Xapury, será reaberto oficialmente nesta terça-feira (15), às 16h, após passar por um processo de revitalização. Localizado na Rua Coronel Brandão, nº 160, em Xapuri (AC), o evento contará com as presenças do governador Gladson Cameli e do presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), Minoru Kinpara.
A iniciativa, promovida pelo Governo do Acre por meio da FEM, busca preservar e valorizar a cultura e a história regional, destacando a luta dos seringueiros, o movimento socioambiental e a trajetória de personalidades como Chico Mendes, símbolo da resistência amazônica. O museu abriga relíquias e documentos que narram a saga do povo acreano.
Revitalização e resgate da memória
Em suas redes sociais, Minoru Kinpara expressou satisfação com a reabertura:
“Nesta terça-feira (15), às 16h, o governador Gladson Camelí fará a entrega da revitalização do Museu do Xapury. Estou muito feliz em ver nossos espaços culturais reabrindo as portas para a população. Preservar a memória é valorizar quem fomos, quem somos e quem queremos ser”, afirmou.
A FEM convida comunidade local, estudantes, autoridades e interessados na história do Acre para prestigiarem a cerimônia. A reabertura do Museu do Xapury marca não só a recuperação de um patrimônio, mas também o reforço da identidade cultural acreana.
Serviço:
Data: Terça-feira, 15 de abril
Horário: 16h
Local: Rua Coronel Brandão, nº 160 – Xapuri (AC)
Entrada livre
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