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Ex-detento que veio ao Acre aprender sobre ayahuasca usa chá para tratamento na cracolândia

A Folha de São Paulo divulgou nesta semana uma reportagem completa sobre o Instituto Nhanderu, que tem sede em plena cracolândia paulistana.
A instituição religiosa utiliza a ayahuasca para tirar dependentes da fissura por cocaína e crack.

Tuca Fontes e Adriano de Camargo em salão do Instituto Nhanderu na cracolândia/Foto: Marcelo Leite
“Na liderança da instituição religiosa, que tem 62 associados contribuintes, se destaca o casal Adriano de Camargo e Sebastiana da Silva Fontes, a Tuca, ambos com 44 anos. Ela, socióloga piauiense especializada em direitos humanos e população de rua. Ele, neto de guaranis, ex-detento que já morou nas calçadas do centro de São Paulo e se formou professor na cadeia”, diz um trecho da reportagem.
“A ayahuasca salvou a nossa vida, não é exagero”, diz Tuca em entrevista. “Entramos na rota da ayahuasca juntos, para nos curar.”
Adriano, que estudou psicanálise e outras vertentes do conhecimento, veio para o Acre diversas vezes aprender o feitio da ayahuasca com povos tradicionais, como os Noke Koi (Katukina).

Altar em salão do Instituto Nhanderu, que faz redução de danos na região da cracolândia paulistana/Foto: Marcelo Leite
Tuca e ele estavam cansados de lidar, nas tendas, com o atendimento de 500, 600 pessoas. Queriam começar um trabalho mais sustentável, em ponto pequeno, baseado em redução de danos, criação de vínculo com rituais, terapia de substituição e cuidado continuado, por meio de acompanhamento psicológico.
No Nhanderu, fundado em 19 de abril de 2018 com ajuda de amigos, não se exige abstinência, por exemplo. “Usar droga não é errado”, defende Adriano. “Pode usar sem se destruir.”
O instituto nasceu em uma salinha comercial da rua Conselheiro Nébias, em meio à cracolândia. Hoje ocupa dois andares, incluindo a loja de produtos e acessórios que figura como maior fonte de recursos para o Nhanderu, rendendo em média R$ 6.000 mensais. Os 62 associados contribuem com mensalidades a partir de R$ 60 para pagar as contas.

Adriano de Camargo prepara rapé no Instituto Nhanderu/Foto: Marcelo Leite
Adriano estava no final da caminhada para abandonar o uso abusivo de álcool e outras drogas e receava tomar qualquer coisa – quando descobriu o chá.
Tuca vinha de anos de tratamento para depressão e remédios como o antidepressivo fluoxetina e o hipnótico zolpidem. Sentia-se escravizada. “Vou tomar isso a vida inteira? Quando a ayahuasca chegou, me senti libertada.”
“Força” é um nome comum entre adeptos da ayahuasca para os efeitos psicodélicos do chá. Ele contém dimetiltriptamina (DMT), substância psicoativa das folhas do arbusto chacrona, um dos ingredientes do sacramento em igrejas como Santo Daime, União do Vegetal e Barquinha.
O instituto nasceu em uma salinha comercial da rua Conselheiro Nébias, em meio à cracolândia. Hoje ocupa dois andares, incluindo a loja de produtos e acessórios que figura como maior fonte de recursos para o Nhanderu, rendendo em média R$ 6.000 mensais. Os 62 associados contribuem com mensalidades a partir de R$ 60 para pagar as contas.
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Detran-AC e Sead divulgam resultado preliminar de concurso para cargos de nível superior
Edital publicado nesta sexta (5) apresenta classificação dos candidatos e abre prazo para recursos entre 8 e 9 de dezembro.

Foto: Kelvisson Monteiro/Detran-AC
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Justiça do Acre funciona em regime de plantão nesta segunda (8)

Foto: TJAC/assessoria
O Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) informa que não haverá expediente nas unidades jurisdicionais e administrativas na próxima segunda-feira, 8 de dezembro, em virtude do feriado do Dia da Justiça.
A data é comemorada desde 1940, mas sua primeira celebração oficial ocorreu somente dez anos mais tarde, por iniciativa da Associação dos Magistrados Brasileiros. A Lei 1.408, de 1951, criou o Dia da Justiça como feriado forense em todo o território nacional.
O atendimento das demandas emergenciais, no âmbito do primeiro e segundo graus de jurisdição, ocorrerá em regime de plantão, conforme escala definida. A relação de magistradas, magistrados, servidoras e servidores plantonistas pode ser consultada na aba Plantão Judiciário do portal do TJAC ou diretamente pelo link: https://www.tjac.jus.br/spj/.
Os prazos processuais que tenham início ou término durante o feriado serão automaticamente prorrogados para o primeiro dia útil subsequente, garantindo segurança e continuidade à tramitação processual.
Fonte: Ascom/TJAC
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Acusado de homicídio em disputa entre facções volta a júri popular nesta quinta em Rio Branco
Raimundo Fernandes Silva, que havia sido condenado a mais de 21 anos de prisão em 2022, passa por novo julgamento após anulação da sentença pelo TJAC.
Raimundo Fernandes Silva, acusado de homicídio qualificado, voltou a sentar no banco dos réus na manhã desta quinta-feira (5), na 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar de Rio Branco. Ele é apontado como o autor do assassinato de Alessandro da Silva Santos, ocorrido em 2018. A sessão teve início às 8h30, no Fórum Criminal, e o resultado do julgamento deve ser conhecido no início da tarde.
O réu chegou a ser condenado em fevereiro de 2022 a 21 anos, 10 meses e 15 dias de prisão, em regime fechado. No entanto, a defesa recorreu ao Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), alegando que testemunhas consideradas essenciais não haviam sido ouvidas, o que poderia alterar o entendimento dos jurados.
A Câmara Criminal acolheu o recurso e anulou a sentença, determinando um novo julgamento.
Segundo a denúncia do Ministério Público, o crime ocorreu na noite de 8 de agosto de 2018, em meio a uma disputa entre facções criminosas. Alessandro da Silva Santos foi surpreendido quando chegava em casa, no bairro Tancredo Neves, por um homem armado com uma espingarda de grosso calibre e executado com vários disparos.
Raimundo Fernandes Silva foi indiciado pela Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) e não compareceu à sessão do júri realizada em 2022, quando acabou condenado pela primeira vez.
Fonte: PCAC

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