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Brasil

Disparada do dólar deixa brasileiro mais pobre

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Dólar já subiu quase 32% neste ano

Dólar já subiu quase 32% neste ano

O Estado de S. Paulo

Com o salto na cotação da moeda americana e a retração na economia, PIB per capita tende a cair de US$ 11,6 mil em 2014 para US$ 8 mil neste ano

Com a recessão se aprofundando, o desemprego em alta e a renda em baixa, não havia dúvida de que o brasileiro perderia poder aquisitivo neste ano. Na semana que passou, porém, ficou claro que outro componente pode comprometer ainda mais o fôlego financeiro no Brasil: a insistente alta do dólar.

A moeda americana fechou a sexta-feira cotada a R$ 3,51,uma elevação de 2,72% na semana e de quase 32% no ano. Haverá um baque inevitável sobre a economia. Na média, a estimativa é que a capacidade de cada brasileiro de criar e de usufruir da riqueza do País vai cair de US$ 11,6 mil, no ano passado, para a casa de US$ 8 mil.

O efeito do câmbio já vinha corroendo o poder de compra dos brasileiros, dentro e fora das fronteiras. Em janeiro, quem foi a Nova York e comprou o modelo top de linha do iPhone 6 Plus, desbloqueado, pagou pouco menos de R$ 2,3 mil. Para adquirir o mesmo celular na última sexta-feira, um brasileiro em visita aos Estados Unidos pagou praticamente R$ 3 mil, apenas por causa da variação do câmbio neste ano.

Aqui no Brasil, no mercado interno, o dólar se entranha sutilmente nos serviços e nos produtos. Nada menos do que 23 de cada 100 produtos vendidos no País são importados (inteiramente ou parte deles). Até 77% do insumo de eletrônicos, como computadores e televisores de LCD, e mais da metade dos insumos de produtos farmacêuticos, como remédios, são importados, e vêm tendo reajustes.

Perda de riqueza. Uma maneira de medir ganhos e perdas da população com o câmbio é converter, para dólares, o Produto Interno Bruto per capita (PIB per capita). A conta é simples. O PIB, que indica a geração de riqueza de um País (criada por pessoas, empresas, governo, pela exportação), é dividido pelo número total de habitantes.

Neste ano, é consenso que o PIB do Brasil vai encolher. A população, porém, continua aumentando. Numa analogia, o bolo vai ser menor, mas há mais gente à espera de um pedaço. A única forma de dividir é dando pedaços menores para cada um. Assim, quando o PIB cai, o PIB per capita cai mais ainda.

A estimativa do PIB per capita de 2015, a pedido do Estado, foi feita pelo economista Claudio Considera, professor de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisador associado do Núcleo de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).

Segundo os cálculos de Considera, em valores de 2014, o PIB per capita tende a passar de R$ 27,2 mil, no final do ano passado, para R$ 26,4 mil neste ano. Na média, é como se cada brasileiro deixasse de gerar e de usufruir de R$ 830 reais de um ano para outro. “É claro que, dependendo do emprego e da renda, alguns brasileiros vão ficar bem mais pobres do que outros, mas na média todos nós ficaremos mais pobres”, diz Considera.

O PIB per capita é calculado em reais. No entanto, costuma ser convertido para dólar para permitir uma comparação com o desempenho entre países. O efeito do câmbio neste ano será desalentador. A perda vai ser ainda maior do que a vista em reais. O PIB per capita tende a passar de US$ 11,6 mil, segundo dado divulgado pelo Banco Mundial em relação a 2014, para cerca de US$ 8 mil, considerando que, após os solavancos vistos, o dólar termine o ano cotado a R$ 3,22, média projetada por analistas de mercado no último Boletim Focus, do Banco Central. Visto assim, é como se quase US$ 4 mil da riqueza de cada brasileiro fosse pulverizada.

“O PIB per capita dá uma ideia da geração de riqueza por habitante”, diz Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados. “Quando ocorre uma queda na geração dessa riqueza, como a gente está vendo neste ano e poderá ver no próximo, a perda por habitante é ainda maior – a percepção de deterioração da economia se acentua”, diz Vale. A MB projeta uma queda de 2,1% para o PIB neste ano. Vale estimou que, por esse parâmetro, a queda do PIB per capita em 2015 tende ficar em 2,9%.

 

 

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Brasil

Brasil alcança a liderança global na produção de carne bovina em 2025, segundo o USDA

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Foto: Percio Campos/Mapa

Resultado reflete o fortalecimento contínuo do sistema nacional de defesa agropecuária, conduzido pelo Mapa, com destaque para a criação do Banco Brasileiro de Antígenos da Febre Aftosa

O Brasil foi reconhecido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) como o maior exportador de carne bovina do mundo em 2025. A conquista reflete o fortalecimento contínuo do sistema nacional de defesa agropecuária, conduzido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que investiu em:

  • prevenção estratégica
  • vigilância sanitária; e
  • ampliação da força de trabalho.

O marco ocorre após o reconhecimento internacional do país como livre de febre aftosa sem vacinação, certificado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Para o ministro Carlos Fávaro, “a força desse sistema permite conquistas históricas. Ser reconhecido pelo USDA como o maior produtor mundial de carne bovina é um orgulho brasileiro”.

Os resultados refletem a adoção de medidas estruturantes que elevam o nível de segurança sanitária da produção agropecuária, ampliam o acesso a mercados internacionais e fortalecem a confiança do Brasil junto a parceiros comerciais mais exigentes.

Medidas

Entre as principais iniciativas está a criação do Banco Brasileiro de Antígenos da Febre Aftosa, medida que fortalece a capacidade de resposta rápida a eventuais emergências sanitárias. O repositório assegura a disponibilidade imediata de antígenos para a produção de vacinas, caso necessário, em consonância com as práticas internacionais recomendadas pela OMSA.

Além da prevenção, o Mapa avançou no reforço das ações de fiscalização e inspeção sanitária. Portarias publicadas no Diário Oficial credenciaram as primeiras empresas para apoiar atividades de inspeção ante mortem e post mortem em animais destinados ao abate. Os serviços serão executados por médicos-veterinários contratados, sob supervisão de auditores fiscais federais agropecuários (AFFAs), sem alteração das competências legais do Serviço de Inspeção Federal (SIF).

Paralelamente, o Ministério promove a convocação de novos servidores aprovados em concurso público, para fortalecer a presença do Estado em ações de vigilância e controle sanitário em todo o país.

“Isso mostra a robustez do sistema, mostra que o Brasil está preparado, porque as crises sanitárias são cada vez mais recorrentes”, ressaltou Fávaro.

Banco Brasileiro de Antígenos da Febre Aftosa

A implantação do Banco Brasileiro de Antígenos da Febre Aftosa representa um avanço estratégico na biossegurança e na proteção da pecuária nacional. O repositório segue recomendações da OMSA e conta com parcerias do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e da empresa argentina Biogénesis Bagó.

“Estamos fazendo a nossa parte ao investir no banco de antígenos. É um investimento que garante a continuidade de um processo extraordinário que o Brasil conseguiu alcançar”, afirmou o ministro Carlos Fávaro.

Segundo o presidente do Tecpar, Eduardo Marafon, “a criação do banco brasileiro de antígenos evidencia a nossa marca de prevenção, precaução e atenção permanente à agropecuária brasileira. O modelo adotado é moderno e eficiente, ao garantir a manutenção de um estoque estratégico de antígenos”.

Com investimento de R$ 48 milhões, a iniciativa prevê a produção de até 10 milhões de doses, capazes de viabilizar de imediato a fabricação de vacinas em situações emergenciais e assegurar a distribuição ágil conforme demanda do Mapa. “Este é um sonho que sonhamos há muito tempo, cuidadosamente planejado e agora executado”, destacou o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart.

Os antígenos produzidos serão submetidos a rigorosos testes de controle de qualidade, sob supervisão do Governo Federal, a fim de assegurar eficácia, segurança e confiabilidade do material armazenado.

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Mega-Sena sorteia prêmio de R$ 62 milhões neste sábado

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Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O concurso 2.954 da Mega-Sena sorteia na noite deste sábado (20) prêmio estimado de R$ 62 milhões. Ninguém acertou as dezenas no sorteio passado, realizado na quinta-feira (18).

As apostas podem ser feitas até as 20h (horário de Brasília) de hoje, em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site ou aplicativo da Caixa.

Para o bolão, o sistema fica disponível até as 20h30 no portal Loterias Caixa e no aplicativo Loterias Caixa.

A aposta simples, com seis dezenas, custa R$ 6.

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TST determina manutenção de 80% do efetivo durante greve dos Correios

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Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

A ministra Kátia Magalhães Arruda, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), determinou nesta sexta-feira (19) que os trabalhadores dos Correios mantenham 80% do efetivo em atividade durante a greve da categoria, iniciada na última terça-feira (16).

A medida liminar foi concedida a pedido da estatal contra os sindicatos que representam os funcionários. Em caso de descumprimento, será aplicada multa diária de R$ 100 mil por sindicato.

A greve está concentrada em nove estados (Ceará, Paraíba, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).

No entendimento da ministra, o serviço postal tem caráter essencial e não pode ser paralisado totalmente. Além disso, Katia Arruda ressaltou que a greve foi deflagrada em meio ao dissídio coletivo que tramita no TST.

Os funcionários reivindicam a aprovação de um novo acordo coletivo de trabalho, reajuste salarial e soluções para a crise financeira da estatal, que vai precisar de um empréstimo de R$ 12 bilhões, garantidos pelo Tesouro, para cobrir os recentes prejuízos.

Os Correios informaram que todas as agências estão abertas e que a empresa adotou medidas de contingência para minimizar os impactos para a população.

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