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Dia Mundial da Língua Portuguesa: uma reflexão sobre a importância da revisão para a promoção do idioma e para uma comunicação eficaz

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Por Kelly Cris Maia Andrade Nunes*

Maio está repleto de datas comemorativas de relevância histórica e econômica, nos âmbitos nacional e internacional. Logo no  dia 1º comemoramos o Dia do Trabalhador. Em seguida, no dia 3, celebramos o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, data instituída pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em 1993, com o objetivo principal de reforçar a importância da imprensa e de seu papel para a democracia. Temos também o Dia das Mães e várias datas que remetem à saúde, à educação, à família, à luta contra o preconceito, entre outras. No entanto, quero destacar o dia de hoje, 5 de maio, que celebra duas áreas totalmente interligadas e que muito me interessam: comunicação e língua portuguesa.

Comemorado em todo o Brasil, o Dia Nacional das Comunicações é uma homenagem ao nascimento de Marechal Rondon, uma das principais figuras da difusão dos sistemas de comunicação no país, que lutou para integrar o território nacional por meio da informação. Porém, esse ainda não é o tema que desejo aprofundar no momento.

Por enquanto, quero convidá-lo (a) a ponderar sobre o Dia Mundial da Língua Portuguesa, idioma oficial não só do Brasil, mas de Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, e Timor-Leste. Também é falado na região de Goa – na Índia, e em Macau – na China, somando mais de 265 milhões de pessoas. Outra curiosidade é que a Língua Portuguesa, além de ser a língua principal do hemisfério sul, é o terceiro idioma mais falado no ocidente e é a quinta língua com mais falantes em todo o mundo.

O Dia Mundial da Língua Portuguesa foi estabelecido em 2009 pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), uma organização intergovernamental parceira oficial da Unesco. Esta última instituiu a data em 2019, na 40ª sessão da Conferência Geral, com o objetivo de promover a língua portuguesa e as culturas lusófonas.

A partir de então, todos os anos, o mundo celebra não só a língua portuguesa, como também a cultura dos países onde o português é a língua oficial, por meio de congressos, documentários temáticos, clubes de leitura, espetáculos musicais, encenações teatrais, concursos literários, feiras de livros, projeções de filmes e outras formas de difundir o idioma.

E eu, por intermédio desse veículo de comunicação, presto minha homenagem à nossa língua materna, trazendo uma reflexão sobre a importância da revisão textual. Mas o que revisão tem a ver com comunicação? A resposta é: tudo, já que o processo de revisão está inteiramente associado à comunicação eficaz e a assertiva.

E no contexto da celebração do Dia da Língua Portuguesa, a revisão gramatical desempenha um papel fundamental, pois consiste na análise e correção de aspectos linguísticos, como ortografia, sintaxe, pontuação e concordância, buscando garantir a clareza, precisão e correção do texto escrito, e é essencial para a preservação da língua e para o seu uso correto. Por meio da revisão, é possível corrigir erros comuns na construção e organização das ideias, evitar vícios de linguagem e promover a qualidade textual.

Na comunicação jornalística, o trabalho do revisor é de extrema importância por diversos motivos. Em primeiro lugar, ele garante que os textos estejam em conformidade com as normas linguísticas estabelecidas, respeitando a norma culta e evitando erros gramaticais que poderiam comprometer a qualidade da informação transmitida. Além disso, o revisor preza pela credibilidade da notícia e de seu autor, assegurando que os textos sejam precisos e verídicos, o que aumenta a confiança do leitor na qualidade e no rigor do jornalismo praticado.

Outra função crucial do revisor é garantir que o texto seja claro, coeso e transmita a mensagem de forma correta e eficaz, evitando possíveis erros de interpretação ou ambiguidades. É essencial que os eventos e informações sejam comunicados de maneira objetiva, concisa e compreensível. Além disso, o revisor ajuda a manter a consistência e uniformidade na linguagem jornalística, respeitando os padrões e normas de redação do veículo de comunicação, o que inclui a adesão às regras de estilo, ética e conduta jornalística, bem como o cumprimento das normas gramaticais.

O papel do revisor também se estende à verificação da imparcialidade na cobertura jornalística. Ao revisar os textos, é possível identificar possíveis vieses, incoerências ou informações tendenciosas que possam comprometer o equilíbrio e a objetividade da matéria. Além disso, o revisor contribui para a adaptação da linguagem e do tom textual ao público-alvo e ao contexto específico da notícia, escolhendo palavras adequadas, explicando termos técnicos de forma clara e atendendo às necessidades comunicativas dos leitores.

Em resumo, a revisão desempenha um papel essencial na comunicação jornalística, contribuindo para a credibilidade, precisão e clareza das notícias veiculadas, garantindo o respeito às normas gramaticais, éticas e jornalísticas, fortalecendo o relacionamento entre o veículo de comunicação e seu público.

E o revisor almeja essa qualidade, clareza e eficácia da mensagem transmitida, contribuindo para a construção de uma imagem positiva do veículo comunicador, para o fortalecimento da comunicação com o público e a promoção de uma informação precisa e confiável para toda a sociedade.

Considero importante ressaltar que a prática da revisão gramatical não apenas beneficia os textos em si e a instituição comunicadora, mas também os próprios revisores, que, nesse processo de análise e correção textual, aprimoram sua própria compreensão e domínio da língua portuguesa, o que contribui para um uso mais correto e refinado do idioma. Lembrando que isso também acontece com os autores que se propõem a revisar seus próprios textos, e que o fato de nossa língua sofrer constantes variações torna o seu estudo um processo que nos acompanhará ao longo da vida.

Neste Dia Mundial da Língua Portuguesa, deixo esta reflexão sobre a importância da revisão gramatical para a promoção desse idioma, tanto do ponto de vista da comunicação eficaz, quanto da preservação da riqueza cultural e identitária dos países e regiões que o utilizam, e convido você, leitor, a perceber e valorizar a nossa língua materna, que é plural, rica e diversa, cuidando de mantê-la viva, contribuindo para a sua difusão e prestígio em todo o mundo.

E finalizo com o fragmento do texto de Fernando Pessoa, grande poeta e um dos intelectuais mais importantes da língua portuguesa: “[…] Não tenho sentimento nenhum político ou social. Tenho, porém, num sentido, um alto sentimento patriótico. Minha pátria é a língua portuguesa”.

Fontes:

PESSOA, Fernando. Livro do desassossego. Por: Bernardo Soares. Luso Livros, p. 326. Disponível em: https://agrcanelas.edu.pt/blogs/biblioteca/files/2012/11/Livro-do-Desassossego-.pdf

UNESCO. World Portuguese Language Day. Disponível em: https://pt.unesco.org/commemorations/portuguese-language-day.

Kelly Cris Maia Andrade Nunes é formada em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Acre (Ufac), é servidora pública estadual há 16 anos e, atualmente, colabora como revisora na Agência de Notícias do Acre.

Fonte: Governo AC

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Morador em situação de rua é esfaqueado no pescoço em Rio Branco

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Um homem de 50 anos, identificado como Edilmo Inácio Pereira, foi vítima de um ataque a faca na noite desta quinta-feira (25) no bairro 6 de Agosto, em Rio Branco. Ele caminhava pela Rua Seis de Agosto quando foi abordado por um homem armado com uma faca, que desferiu um golpe no pescoço da vítima.

Edilmo conseguiu caminhar até um posto de combustíveis próximo, onde desabou com intenso sangramento. O SAMU foi acionado e o levou ao Pronto-Socorro de Rio Branco, onde deu entrada em estado estável, mas com risco de agravamento.

A Polícia Militar esteve no local e iniciou as investigações, que agora seguem com a Polícia Civil, que busca identificar e prender o autor do crime.

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Acre deve arrecadar R$ 6,4 bilhões em impostos em 2025, aponta Impostômetro

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Valor representa 0,16% da arrecadação nacional e supera em R$ 500 milhões o total de 2024; até 25 de dezembro, contribuintes já pagaram R$ 6,3 bilhões

Em comparação até o fim de novembro de 2025, os recursos recolhidos por prefeituras, governo estadual e União somavam R$5,8 bilhões no estado. Foto: captada 

A arrecadação de impostos municipais, estaduais e federais no Acre deve alcançar cerca de R$ 6,4 bilhões em 2025, segundo estimativa do Impostômetro, ferramenta mantida pela Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). O valor corresponde a aproximadamente 0,16% de toda a arrecadação nacional.

Comparativo anual:
  • 2025 (previsão): R$ 6,4 bilhões

  • 2024 (realizado): R$ 5,9 bilhões

  • Até 25/12/2025: R$ 6,3 bilhões já arrecadados

  • Até novembro/2025: R$ 5,8 bilhões acumulados

Principais tributos pagos pelos acreanos:
  • Impostos sobre produção e circulação: ICMS e ISS

  • Tributos sobre renda: Imposto de Renda (pessoa física e jurídica)

  • Impostos sobre propriedade: IPTU e IPVA

  • Taxas de comércio exterior e outros encargos

Destinação dos recursos:

Os valores arrecadados são utilizados para:

  • Custeio da máquina pública (salários e manutenção)

  • Financiamento de obras e infraestrutura

  • Execução de programas governamentais

  • Pagamento de servidores públicos

  • Quitação de dívidas do estado e municípios

O crescimento da arrecadação reflete tanto a expansão da atividade econômica no estado quanto a melhoria na eficiência da cobrança tributária. Entretanto, especialistas alertam que o Acre continua com uma das menores participações na arrecadação nacional, refletindo suas limitações econômicas estruturais e baixa densidade populacional.

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Cânticos de fé e acolhimento transformam Natal de pacientes no PS

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Foto: Cedida

Corredores do Pronto-Socorro de Rio Branco foram tomados por um som diferente do habitual nesta quarta-feira (24). Em meio à rotina intensa da unidade, servidores se reuniram para realizar um cântico natalino, levando música, palavras de fé e gestos de acolhimento a pacientes e profissionais que permanecem em serviço durante a data.

A iniciativa, que já se tornou tradição, tem como propósito aproximar o verdadeiro significado do Natal de quem passa esse período longe de casa. Para muitos pacientes, a internação na véspera da data simboliza medo e solidão. Para os servidores, é o desafio de cumprir o dever de cuidar enquanto a família celebra à distância. O cântico surge, então, como um gesto simples, mas carregado de sensibilidade, capaz de aquecer corações e renovar esperanças.

Para o gerente de Assistência do Pronto-Socorro, Matheus Araújo, a ação representa uma forma de humanizar ainda mais o atendimento e fortalecer os vínculos dentro da unidade.

“O Natal fala sobre amor, cuidado e presença. Sabemos que muitos servidores passam essa data longe de suas famílias e que muitos pacientes gostariam de estar em casa. Esse momento é para lembrar a todos que eles não estão sozinhos, que aqui existe acolhimento, humanidade e compromisso com o cuidado”, destacou.

A programação percorreu diferentes setores do hospital e contou com a participação de servidores da gestão, do corpo de enfermagem, supervisores e colaboradores do Núcleo de Atendimento ao Servidor (NAST). A organização da ação é feita de forma voluntária e colaborativa, com recursos arrecadados entre os próprios profissionais, que se mobilizam todos os anos para tornar o momento possível.

Além do simbolismo, o cântico também revela o outro lado do cotidiano do pronto-socorro: o cuidado que vai além da técnica e alcança o emocional e o espiritual. Em um cenário marcado por desafios e dias difíceis, a iniciativa ajuda a reforçar para a população que, diariamente, a unidade trabalha com dedicação, empatia e compromisso com a vida.

A enfermeira emergencista Jonnyka Lima, que atua na linha de frente do atendimento, ressaltou o impacto do momento tanto para os pacientes quanto para os profissionais.

“Esse momento toca profundamente quem está aqui dentro. Para o paciente, é um alívio no coração; para nós, profissionais, é uma renovação de forças. Às vezes, tudo o que alguém precisa é ouvir uma música, uma palavra de carinho, sentir que não foi esquecido. O Natal nos lembra exatamente isso: cuidar do outro também é um ato de amor”, afirmou.

Após a apresentação, as reações falavam por si. Olhares emocionados, sorrisos tímidos, lágrimas discretas e palavras de gratidão marcaram o encerramento da ação. Muitos pacientes relataram que precisavam exatamente daquela música ou daquela mensagem. Entre os servidores, o sentimento era de comunhão e fortalecimento coletivo.

Em meio à urgência, ao cansaço e aos desafios diários, o cântico reafirmou que o Natal pode acontecer em qualquer lugar, inclusive dentro de um hospital e que, onde há cuidado, há também humanidade, esperança e amor.

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