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Acre

Cultura das Cavalgadas prestes a sumir devido exigências severas no Acre: Gladson quer diálogo

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Por Wanglézio Braga

O que antes era símbolo de cultura, união e identidade do povo do campo, hoje caminha para a extinção no Acre. As tradicionais cavalgadas, que animavam cidades e comunidades rurais, estão sendo dizimadas por uma série de exigências burocráticas e altos custos impostos por órgãos de fiscalização, como o Idaf-AC, Polícia Militar e outros órgãos de controles.

No quesito financeiro, o participante precisa emitir a Guia de Trânsito Animal (GTA), somada aos exames (Anemia) obrigatórios que chegam a custar de R$ 250 a R$ 300 por cabeça, carteira de vacinação contra a influenza, além do frete dos animais, tem inviabilizado a presença de muitos produtores, pecuaristas e amantes da vida do campo.

Esses eventos não envolvem apenas vaqueiros montados e animais desfilando; eles representam uma rede econômica fundamental. A cavalgada movimenta setores como alimentação, vestuário, postos de combustíveis, selarias, oficinas, transportadoras e ambulantes. Cada cavalo que não vai à rua é uma bota que deixa de ser vendida, uma carroça que não é contratada, uma barraca que não abre. A ausência de incentivo e a crescente fiscalização têm afastado famílias inteiras desses encontros, resultando em ruas vazias e impacto direto na economia local.

Em Rio Branco, por exemplo, muitos organizadores de cavalgadas estão evitando fazer esses eventos por conta das máximas exigências. A exemplo da Expoacre, maior vitrine do agronegócio e comércio no estado, a transformação é visível. Antes, multidões tomavam conta das ruas em festas populares com cavalgadas que abriam oficialmente o evento e enchiam os olhos dos visitantes. Hoje, restam poucos carros com som automotivo e movimentação discreta, enquanto comerciantes amargam prejuízos e empreendedores perdem uma das melhores janelas de vendas do ano.

O esvaziamento da Expoacre é o retrato de um abandono silencioso das tradições que construíram a identidade rural do Acre. No meio de tudo isso, ninguém fala nada.

Governador na cavalgada em Epitaciolândia. Foto: Felipe Freire/Secom

GLADSON É QUESTIONADO

Fã de cavalgada, o governador Gladson Cameli (PP) foi provocado pela reportagem do Portal Acre Mais, durante o aniversário de Acrelândia, no final do mês passado, sobre a situação. Ele reconheceu o problema e prometeu reunir os órgãos de fiscalização para debater uma solução.

“Nós temos que criar oportunidades e deixar a população expor o que ela faz de melhor, que é aquecer a economia do Estado”, disse o governador, ao lado do prefeito Olavo Boiadeiro que promoveu uma linda festa.

Apesar da boa intenção, o setor produtivo cobra mais do que palavras: quer medidas concretas que desburocratizem e incentivem a retomada dessas manifestações culturais e econômicas. Já em Epitaciolândia, também participando de cavalgada, Gladson voltou a ser questionado por nossa reportagem que sinalizou que breve vai conversar com os responsáveis e procurar uma saída para o problema.

E O FUTURO?

Se o governo não agir rápido, a cavalgada deixará de ser apenas uma memória nostálgica para se tornar um símbolo perdido de resistência rural. Mais do que um desfile, essas festas representam um elo entre tradição, identidade e geração de renda. O Acre, estado com raízes profundas no campo, não pode se dar ao luxo de deixar suas expressões culturais e produtivas morrerem pela falta de visão e apoio. É hora de reavaliar prioridades e garantir que a cultura do campo volte a ocupar seu lugar nas ruas — com orgulho, e sem sufoco.

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Acre

Prefeitura de Rio Branco fortalece cadeia produtiva da mandioca e incentiva agroindústria local

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Apoio institucional impulsiona cooperativas, gera renda e valoriza a cultura alimentar tradicional no campo

O incentivo da Prefeitura de Rio Branco ao agronegócio tem gerado impactos positivos na agricultura familiar e impulsionado o desenvolvimento de agroindústrias locais. Um exemplo desse avanço é o trabalho do produtor Leandro Medeiros e sua família assentados no Polo Boa Água. Há mais de 10 anos a família atua na transformação da mandioca em diversos produtos alimentícios.

Tucupi, goma, farinha de tapioca, farinha melito, bolo de macaxeira, bolo de bico, pé de moleque, são uma infinidade de produtos vindos da macaxeira (Foto: Marcos Araújo/Secom)

Durante participação na 50ª edição da Expoacre, Leandro destacou a riqueza e a diversidade dos produtos gerados a partir da raiz da mandioca.

“Hoje a gente trabalha com mais de 10 tipos de derivados: tucupi, goma, farinha de tapioca, farinha melito, bolo de macaxeira, bolo de bico, pé de moleque, uma infinidade de produtos”, contou o produtor.

Atualmente, Leandro integra uma cooperativa que movimenta a economia rural do município, gerando empregos e renda. O grupo atende, anualmente, mais de 20 produtores rurais que fornecem a mandioca utilizada no processamento.

Segundo Leandro, o fortalecimento dessa cadeia produtiva foi possível graças ao apoio da Prefeitura de Rio Branco, por meio da assistência técnica, fornecimento de insumos como calcário, mecanização, adubo e o escoamento da produção que é fundamental para o avanço e o sucesso do trabalho do homem no campo.

“Este ano está melhor, a movimentação e as vendas até o quinto dia estão sendo gratificantes”, afirmou Leandro. (Foto: Marcos Araújo/Secom)

“A mandioca sempre fez parte da nossa cultura local. Mas o apoio da Prefeitura de Rio Branco e do Governo do Estado foi fundamental para fortalecer essa cadeia produtiva e aumentar nossa produção”, ressalta.

A participação na 50ª Expoacre também tem sido positiva para os negócios da cooperativa, que comercializa a mandioca e seus derivados para os visitantes do estande localizado no Parque Wildy Viana.

“Este ano está melhor do que o anterior. A movimentação e as vendas até o quinto dia estão sendo gratificantes. Esperamos que melhore ainda mais nos próximos dias”, afirmou Leandro.

O projeto também tem promovido a inclusão social de famílias agricultoras, com destaque para a participação de mulheres e jovens no processo produtivo. A atuação conjunta entre cooperativas, poder público e produtores tem contribuído para a permanência das famílias no campo, garantindo mais dignidade, estabilidade financeira e acesso a mercados regionais.

A Prefeitura de Rio Branco reafirma seu compromisso com o desenvolvimento sustentável no campo, apoiando iniciativas que valorizem os saberes tradicionais, incentivam o empreendedorismo rural e ampliem as oportunidades para quem vive da terra.

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7ª noite da Expoacre tem agenda técnica e lançamento do Programa Solo Fértil

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Foto: Raylanderson Frota/Secom

A Expoacre 2025 chega à sua sétima noite nesta sexta-feira, 1º de agosto, com uma programação diversificada voltada ao setor agrícola, à capacitação técnica e ao fortalecimento de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento rural sustentável no estado.

As atividades começam logo cedo, às 8h, com a tradicional Prova de Laço, atração que reúne competidores e famílias no espaço rural do parque.

Paralelamente, seguem os cursos técnicos promovidos em parceria com instituições de formação profissional. Estão em andamento o Curso de Operação e Manutenção de Tratores Agrícolas e o Curso de Operação em Escavadeira Hidráulica, ambos em seu quinto dia de atividades, proporcionando capacitação para trabalhadores do campo e operadores de máquinas pesadas.

Também às 8h, ocorre o Workshop da Sociobiodiversidade, com discussões voltadas à valorização dos produtos e saberes tradicionais da floresta, promovendo o uso sustentável dos recursos naturais da Amazônia.

À noite, a partir das 19h30, está previsto o lançamento oficial do Programa Solo Fértil, uma iniciativa do governo do Acre que visa fomentar o uso responsável do solo agrícola, incentivando práticas que aumentem a produtividade sem agredir o meio ambiente.

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Acre

Festival do Açaí de Feijó terá Dilsinho, Lucas Lucco, Magníficos e Natanzinho em agosto

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Evento chega à 26ª edição com programação musical diversificada entre os dias 14 e 17; cidade é reconhecida como a “capital do açaí”

Foto: Cantor Dilsinho I Dani Valverde / Divulgação

A Prefeitura de Feijó, no interior do Acre, divulgou a programação oficial da 26ª edição do Festival do Açaí, que será realizado entre os dias 14 e 17 de agosto. O evento, um dos mais tradicionais da região, reunirá atrações nacionais de destaque em quatro noites de festa, celebrando a cultura local e o fortalecimento da economia baseada na produção do açaí.

Abrindo o festival na quinta-feira (14), o cantor Dilsinho promete embalar o público com muito pagode. Na sexta (15), é a vez do sertanejo tomar conta do palco com Lucas Lucco. O sábado (16) será animado pelo forró romântico da Banda Magníficos, enquanto o encerramento no domingo (17) ficará por conta de Natanzinho, com seu estilo conhecido como “forrónejo”.

Recentemente reconhecida por lei estadual como a “capital do açaí”, Feijó se consolida como um dos maiores polos produtores da fruta no Acre. A expectativa da organização é atrair milhares de visitantes, movimentando a economia local e reforçando o orgulho pela tradição que envolve o açaí na cidade.

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