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Considerada ave rara, choca-do-acre só pode ser vista no Parque da Serra do Divisor

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Pesquisador diz que mudança na unidade de conservação pode colocar animal em risco de extinção. Novo registro da ave foi feito durante expedição no fim do ano passado.

Choca-do-acre só pode ser vista, em todo o mundo, no Parque da Serra do Divisor — Foto: Tomaz de Melo/Arquivo pessoal

Por Tácita Muniz, G1 AC — Rio Branco

A choca-do-acre, tida ainda como uma espécie nova para a ciência, é uma ave rara que só pode ser encontrada no Parque Nacional da Serra do Divisor (PNSD), no interior do estado. De cores escuras, mede entre 15 e 16 centímetros de comprimento e pesa entre 21 e 23 gramas. O novo registro da ave foi feito durante uma expedição no parque no final do ano passado.

De 25 de novembro até 8 de dezembro, pesquisadores de várias áreas fizeram mais uma expedição para estudar a área que fica na divisa entre Acre e Peru e quem tem chamado atenção de políticos, que estão propondo um projeto de lei que muda a unidade de conservação da área de proteção integral para uma área de uso sustentável.

A medida, para os pesquisadores, ameaça gravemente a fauna e flora da unidade de conservação, que reúne uma das maiores diversidades já registradas na Amazônia. O exemplo disso é a choca-do-acre. Registrada em 2004, ela é uma espécie que, em todo o mundo, só pode ser vista na Serra do Divisor.

“[Ela] tem tanto do lado brasileiro, como do lado peruano e é uma espécie que vive na montanha da serra, não está na parte baixa da serra, só está nas montanhas acima de 400 metros de altitude. Ela foi descoberta há alguns anos, mas, ela não tem mais em nenhum lugar do mundo. Tem várias espécies de aves que são muito raras em alguns locais da Amazônia, mas que na área do parque são relativamente comuns e isso é um potencial incrível para observação de aves, o chamado bird watching”, explica o biólogo Tomaz de Melo, que é doutorando do programa de pós-graduação em Zoologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e que participou da expedição.

Ele explica que todo o material coletado na expedição científica foi levado para o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), onde vai ser estudado e, pela primeira, uma lista oficial das aves do parque deve ser publicada em uma revista científica.

Novas espécies

A novidade é que no ano passado, com esse novo estudo, foram registradas na Serra do Divisor cinco novas espécies dentro da unidade. São elas:

  • Gavião-urubu (Buteo albonotatus)
  • Quero-quero (Vanellus chilensis)
  • Mãe-de-taoca-avermelhada
  • Barbudo-de-pescoço-ferrugem (Malacoptila rufa)
  • Saracura-lisa (Amaurolimnas concolor)

Esta última espécie foi a primeira vez que foi registrada no estado, segundo o pesquisador. “No tempo que ficamos lá, registramos 326 espécies de aves, mas na área do parque tem mais de 500 aves documentadas. Foram ao menos 5 espécies novas para o Parque Nacional da Serra do Divisor”, explica.

Agora, Melo, reunido com outros pesquisadores que também possuem estudos das aves na unidade, quer produzir um artigo científico e tentar publicá-lo em uma revista da área. O pesquisador pontua também a diferença entre as aves documentadas da Serra do Divisor e do Parque Estadual Chandless, conhecido também por ser um dos pontos preferidos no estado para o observatório de aves.

Rapazinho-carijó é uma das espécies que pode ser vista também na Serra do Divisor — Foto: Tomaz de Melo/Arquivo pessoal

“No Chandless não tem nenhuma espécie de ave que seja endêmica daquela região, diferente da Serra do Divisor, que já tem. E por que acontece isso? Porque a Serra do Divisor tem montanha e quando você tem montanha na Amazônia, você vai encontrar espécies de animais que só ocorrem lá, sendo uma área de evolução”, salienta.

O levantamento agora oficial deve ser divulgado, inclusive, com documentos em vídeos, fotos e até material genético, indicando onde a ave pode ser encontrada. A ideia é que a primeira lista oficial de aves da Serra do Divisor fique pronta até março deste ano.

Perigo de extinção

O pesquisador alerta ainda para as consequências ambientais desastrosas que podem ocorrer, caso o projeto de lei 6.024 seja aprovado. Apresentando pela deputada federal Mara Rocha (PSDB), a medida quer modificar a categoria da unidade de conservação Parque Nacional da Serra do Divisor, localizada no Vale do Juruá, no interior do Acre, e alterar os limites da Reserva Extrativista Chico Mendes (Resex).

Com a aprovação do projeto, o Parque Nacional da Serra do Divisor, criado há mais de 30 anos, passaria a ser classificado e denominado como Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra do Divisor, tirando a proteção integral da região.

Projeto de lei quer mudar unidade de proteção de integral para de uso sustentável — Foto: Tomaz de Melo/Arquivo pessoal

No total, no plano de manejo do parque, que deve passar por atualização futuramente, registraram-se a presença de 1.233 espécies de animais.

Destas, 90 foram considerados de valor especial para conservação – 76 vertebrados e 14 invertebrados. Foram registradas ainda a presença de 485 espécies de aves, 101 de anfíbios, 102 espécies de grandes mamíferos e 55 morcegos.

Abrir a área para intervenções e explorações é um caminho para colocar em risco aves como a choca-do-acre.

“Caso o projeto de lei seja aprovado mesmo e o parque passe a ser uma área de proteção ambiental e uma estrada passe a ser construída dentro do parque, essa choca-do-acre pode se tornar criticamente ameaçada de extinção, porque você vai estar não só tirando a proteção, você abre brecha para desmatamento. Por enquanto, ela está ocorrendo em uma área de proteção integral, mas se você tira esse status, ela pode, em um futuro próximo, estar completamente ameaçada de extinção”, finaliza.

Uma petição online tenta barrar a aprovação do projeto e já reúne mais de 83 mil assinaturas.

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Voos entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul por R$ 797 (ida e volta) no feirão de passagens

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A Gol incluiu os voos que serão operados durante o dia entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul a partir de 27 de outubro no feirão de passagens aéreas. Quem for viajar em novembro deste ano encontra voos diretos entre as duas cidades por R$ 797, ida e volta com taxas de embarques.  Acesse AQUI essa promoção. De Cruzeiro do Sul para a capital acreana o valor das passagens é o mesmo.

Os voos da Gol diurnos entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul, e também no sentido inverso, serão operados as segundas, quartas, sextas-feiras e domingos. A Gol também oferece voos sem escalas de Rio Branco para Manaus. Quem for viajar ainda neste ano encontra passagens aéreas por R$ 776. Da capital acreana para Brasília a Gol tem opções de compra dos bilhetes aéreos por R$ 1355.

Azul terá voos no Acre em 4 de outubro

A partir de 4 de outubro deste ano a Azul iniciará voos no Acre. As passagens de Rio Branco para Belo Horizonte (Aeroporto de Confins) por R$ 1377 (ida e volta).  As passagens da capital acreana para Porto Velho estão sendo vendidas por por R$ 1372 em voo sem escala da Azul.

A Azul tem ainda passagens de Rio Branco para o Rio de Janeiro por R$ 1384. As passagens aéreas estão com as taxas de embarques inclusas. Os menores valores são para viagens de agosto a novembro deste ano. Os preços das passagens podem sofrer alterações, conforme disponibilidade de assentos promocionais.

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Nova frente fria chega ao AC nesta semana e temperatura atingirá 18ºC, diz Friale

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Pesquisador Davi Friale – Foto: Alexandre Lima/Arquivo

O pesquisador Davi Friale divulgou em seu site O Tempo Aqui, nesta segunda-feira (10), uma nova previsão de diminuição das temperaturas na próxima semana.

Além disso, o “mago” destacou que até o próximo domingo (16) haverá calor abafado, chuvas, possibilidade de temporais e tempo seco e ventilado.

Na quarta-feira (12), mais uma frente fria chegará ao Acre, a partir do fim da tarde, mas será na quinta-feira que os ventos serão mais intensos, devido à penetração de mais uma onda de frio polar, declinando levemente a temperatura.

“Desta vez, a massa de ar frio não será intensa no Acre. As temperaturas, ao amanhecer, de quinta-feira e de sexta-feira, deverão oscilar entre 18 e 20ºC, em Rio Branco, Brasileia e demais municípios do leste e do sul do estado”, comentou.

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IBGE: mais de 12% dos acreanos já sofreram violência psicológica, física ou sexual

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A pesquisa apontou que 68 mil pessoas de 18 anos ou mais sofreram agressão psicológica nos 12 meses anteriores à entrevista, ou seja, 11,5% da população

IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta segunda-feira (10) os resultados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019.

O Acre figurou em muitos cenários. Um deles foi o de violência psicológica, física ou sexual. Pelo menos 12,4% da população já foi alvo de uma das agressões.

Os dados apontam ainda que 72 mil pessoas de 18 anos ou mais sofreram os tipos de violência destacados, nos 12 meses anteriores à entrevista.

“O percentual de mulheres que sofreram alguma violência foi de 14,0% e o de homens foi de 10,8%. Considerando a faixa etária, a prevalência de casos de violência é mais acentuada nas populações mais jovens: de 18 a 29 anos (16,5,0%); de 30 a 39 anos (8,9%); de 40 a 59 anos (13,5%) e 60 anos ou mais (6,9%). As pessoas pretas (20,2%) e pardas (10,9%) sofreram mais com a violência do que as pessoas brancas (14,6%), diz o órgão.

Outro resultado preocupante tem a ver com o afastamento das atividades laborais e habituais em decorrência da violência sofrida. 9 mil pessoas foram afetadas – o que representa 12,9% das vítimas de violência, seja psicológica, física ou sexual. As mulheres foram mais atingidas do que os homens, com 18,3% e 5,4%, respectivamente.

Violência psicológica

A pesquisa apontou que 68 mil pessoas de 18 anos ou mais sofreram agressão psicológica nos 12 meses anteriores à entrevista, ou seja, 11,5% da população.

O percentual de mulheres vitimadas foi maior do que o dos homens, 12,9% contra 10,1%, respectivamente. A população mais jovem (18 a 29 anos) sofreu mais violência psicológica do que a população com idade mais elevada (60 anos ou mais), 15,4% contra 6,9%. Mais pessoas pretas (18,0%) e pardas (10,2%) sofreram com este tipo de violência do que pessoas brancas (13,4%).

“Considerando o rendimento domiciliar per capita, o grupo com menor rendimento apresentou um percentual maior de vítimas: 15,2% das pessoas sem rendimento até 1/4 do salário mínimo, em comparação a 10,5% das pessoas com mais de 5 salários mínimos”, destaca a pesquisa.

Violência física

A PNS estimou que 17 mil pessoas de 18 anos ou mais sofreram violência física nos 12 meses anteriores à entrevista, o que representa 2,8% da população. O percentual de vítimas do sexo feminino foi de 3,4%, enquanto o dos homens, 2,2%.

Violência sexual

Para as pessoas que responderam que não sofreram agressão sexual nos últimos 12 meses, foi perguntado se ela sofreu essa violência alguma vez na vida. Considerando essas duas perguntas, estima-se que 25 mil pessoas de 18 anos ou mais de idade foram vítimas de violência sexual, independentemente do período de referência, o que corresponde a 4,3% desta população, 2,6% dos homens e 5,9% das mulheres.

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