Acre
Conheça o protocolo que previne a infecção pelo vírus HIV, disponível gratuitamente na rede pública do Estado
“As IST não estão escritas no rosto de ninguém”. O alerta é do advogado Geovanni Cavalcante, de 34 anos, uma entre as 315 pessoas que utilizam a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) no Serviço de Assistência Especializada (SAE/Acre). Apesar do nome complicado, o protocolo é muito simples e tem como objetivo prevenir a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), algo que o advogado leva muito a sério, um ato de amor próprio, como ele mesmo diz.

“A PrEP é para todos”, reforça o advogado Geovanni Cavalcante. Foto: Izabelle Farias/Sesacre
Sem muitas informações a respeito no passado, ele soube da possibilidade do acompanhamento preventivo em 2021. Desde então, faz o acompanhamento disponibilizado pela Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), por meio do SAE/Acre, e utiliza sua voz para ampliar o acesso à informação acerca do assunto.
“A PrEP é para todos. Para quem se ama, quem se cuida… é uma forma de prevenção a mais que deve ser usada também com a camisinha, então eu faço esse acompanhamento a cada três meses como prevê o programa, onde a gente faz os testes rápidos e tem todo esse cuidado com exames, para que a gente possa ver como está a saúde, enfim aqui há todo o cuidado com os pacientes”, explica Geovanni.

SAE/Acre, que fica na Fundhacre, atende todos os pacientes por livre demanda. Foto: Izabelle Farias/Sesacre
Uma das muitas formas de se prevenir o HIV, a PrEP consiste na tomada de comprimidos antes da relação sexual, que permitem ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o HIV. A pessoa em PrEP realiza acompanhamento regular de saúde, com testagem para o HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
A enfermeira do SAE, Gorete Soares, é uma das profissionais que atende os pacientes que buscam a PrEP. Ela reforça que a profilaxia é indicada para todas as pessoas que querem prevenir o HIV, o que se torna ainda mais importante no período que antecede o Carnaval, quando as pessoas estão mais abertas a experiências que podem expô-las a situações de risco.
“A gente atende todos os pacientes por livre demanda. Nós avaliamos os pacientes que buscam a PrEP, fazemos o teste rápido, que é essencial, porque é preciso primeiro descartar que a pessoa esteja contaminada. Se estiver tudo ok, dispensamos a medicação já na primeira consulta e damos continuidade com a equipe multiprofissional do SAE”, explica Gorete.

“A PrEP é uma medicação que vem para ajudar a prevenir o HIV”, esclarece Gorete Soares. Foto: Izabelle Farias/Sesacre
A enfermeira acrescenta: “Todas as pessoas que têm mais de dois companheiros sexuais que não usam preservativo, que desconhecem a sorologia dessas pessoas, podem tomar medicação, pois está disponível para qualquer pessoa. E hoje o HIV é um problema de saúde que está crescendo cada vez mais, e a PrEP é uma medicação que vem para ajudar a prevenir o HIV. É mais uma forma de prevenção. Não descarta o uso do preservativo, mas inclui teste rápido e a medicação. São formas de prevenção disponíveis no SUS e estão aí para qualquer pessoa usar de graça, e tem aqui no nosso serviço”, explica Gorete Soares.
A Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) também disponibiliza o teste rápido de HIV nas unidades de saúde. No entanto, o SAE também está de portas abertas para receber quem precisa do serviço. A unidade fica localizada dentro da Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre) e atende de segunda à sexta, em horário comercial.
Como a PrEP funciona?

Existem duas modalidades de PrEP indicadas: a PrEP diária e a PrEP sob demanda. Foto: Izabelle Farias/Sesacre
Conforme informações do Ministério da Saúde, a PrEP é a combinação de dois medicamentos (tenofovir + entricitabina) que bloqueiam alguns “caminhos” que o HIV usa para infectar o organismo. Existem duas modalidades de PrEP indicadas: a PrEP diária e a PrEP sob demanda.
PrEP diária: consiste na tomada diária dos comprimidos, de forma contínua, indicada para qualquer pessoa em situação de vulnerabilidade ao HIV.
PrEP sob demanda: consiste na tomada da PrEP somente quando a pessoa tiver uma possível exposição de risco ao HIV. Deve ser utilizada com a tomada de 2 comprimidos de 2 a 24 horas antes da relação sexual, + 1 comprimido 24 horas após a dose inicial de dois comprimidos + 1 comprimido 24 horas após a segunda dose.
A PrEP sob demanda é indicada para pessoas que tenham habitualmente relação sexual com frequência menor do que duas vezes por semana e que consigam planejar quando a relação sexual irá ocorrer. Além disso, as evidências científicas garantem a segurança e eficácia da PrEP sob demanda somente para algumas populações.
São elas: homens cisgêneros heterossexuais, bissexuais, gays e outros homens cisgêneros que fazem sexo com homens (HSH), pessoas não binárias designadas como do sexo masculino ao nascer, e travestis e mulheres transexuais – que não estejam em uso de hormônios à base de estradiol.
Em quanto tempo a PrEP começa a fazer efeito?
A eficácia e a segurança da PrEP já foram demonstradas em diversos estudos clínicos e subpopulações, tendo sua efetividade evidenciada em estudos de demonstração.
Dados de estudos clínicos e de farmacocinética sugerem que altos níveis de concentração celular dos fármacos ocorrem na mucosa anal, a partir de sete dias de uso contínuo de um comprimido diário (com adesão mínima de quatro comprimidos por semana) e no tecido carvicovaginal, a partir de, aproximadamente, 20 dias de uso continuo de um comprimido diário, sem perda de doses.
Quem pode usar a PrEP?
– A PrEP é indicada para qualquer pessoa em situação de vulnerabilidade para o HIV.
Algumas situações que podem indicar o uso da PrEP:
– Frequentemente deixa de usar camisinha em suas relações sexuais (anais ou vaginais);
– Faz uso repetido de PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV);
– Apresenta histórico de episódios de Infecções Sexualmente Transmissíveis;
– Contextos de relações sexuais em troca de dinheiro, objetos de valor, drogas, moradia, etc.
– Chemsex: prática sexual sob a influência de drogas psicoativas (metanfetaminas, Gama-hidroxibutirato (GHB), MDMA, cocaína, poppers) com a finalidade de melhorar e facilitar as experiências sexuais.
PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV)
Em caso de urgência, há também a PEP que, assim como a PrEP, é ofertada pelo SUS. Diferente da PrEP, a PEP é uma medida de prevenção para ser utilizada em situação de risco à infecção pelo HIV, existindo também profilaxia específica para o vírus da hepatite B e para outras ISTs.
“A PEP é usada até 72 horas após a exposição de risco, após relação sexual desprevenida. É uma urgência, você procura o serviço, ou o SAI, que funciona de segunda a sexta no horário de ambulatório; ou o Pronto-Socorro, que também disponibiliza essas medicações. Até 72 horas, de preferência nas primeiras 24 horas, é maior a eficácia dela. A pessoa procura, faz um teste rápido também para descartar que está contaminado e pode fazer a medicação durante 28 dias e depois acompanha com o teste rápido”, pondera a enfermeira Gorete Soares, do SAE/Acre.
A PEP consiste no uso de medicamentos ou imunobiológicos para reduzir o risco de adquirir essas infecções. Deve ser utilizada após qualquer situação em que exista risco de contágio, tais como:
– Violência sexual;
– Relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com seu rompimento);
– Acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico).
A PEP é uma tecnologia inserida no conjunto de estratégias da Prevenção Combinada, cujo principal objetivo é ampliar as formas de intervenção para atender às necessidades de cada pessoa ou, ainda, as possibilidades de inserir o método preventivo na sua vida. Essas medidas visam evitar novas infecções, seja pelo HIV ou pela hepatite B e outras IST.
Como funciona a PEP para o HIV?
Como profilaxia para o risco de infecção pelo HIV, a PEP tem por base o uso de medicamentos antirretrovirais com o objetivo de reduzir o risco de infecção em situações de exposição ao vírus.
Trata-se de uma urgência médica e deve ser iniciada o mais rápido possível – preferencialmente nas primeiras duas horas após a exposição de risco e no máximo em até 72 horas. A profilaxia deve ser realizada por 28 dias e a pessoa tem que ser acompanhada pela equipe de saúde, inclusive após esse período, realizando os exames necessários.
Existe a recomendação de que toda pessoa com exposição sexual de risco ao HIV seja avaliada para um eventual episódio de infecção aguda pelos vírus das hepatites A, B e C.
Comentários
Acre
Cânticos de fé e acolhimento transformam Natal de pacientes no PS

Foto: Cedida
Corredores do Pronto-Socorro de Rio Branco foram tomados por um som diferente do habitual nesta quarta-feira (24). Em meio à rotina intensa da unidade, servidores se reuniram para realizar um cântico natalino, levando música, palavras de fé e gestos de acolhimento a pacientes e profissionais que permanecem em serviço durante a data.
A iniciativa, que já se tornou tradição, tem como propósito aproximar o verdadeiro significado do Natal de quem passa esse período longe de casa. Para muitos pacientes, a internação na véspera da data simboliza medo e solidão. Para os servidores, é o desafio de cumprir o dever de cuidar enquanto a família celebra à distância. O cântico surge, então, como um gesto simples, mas carregado de sensibilidade, capaz de aquecer corações e renovar esperanças.
Para o gerente de Assistência do Pronto-Socorro, Matheus Araújo, a ação representa uma forma de humanizar ainda mais o atendimento e fortalecer os vínculos dentro da unidade.
“O Natal fala sobre amor, cuidado e presença. Sabemos que muitos servidores passam essa data longe de suas famílias e que muitos pacientes gostariam de estar em casa. Esse momento é para lembrar a todos que eles não estão sozinhos, que aqui existe acolhimento, humanidade e compromisso com o cuidado”, destacou.
A programação percorreu diferentes setores do hospital e contou com a participação de servidores da gestão, do corpo de enfermagem, supervisores e colaboradores do Núcleo de Atendimento ao Servidor (NAST). A organização da ação é feita de forma voluntária e colaborativa, com recursos arrecadados entre os próprios profissionais, que se mobilizam todos os anos para tornar o momento possível.
Além do simbolismo, o cântico também revela o outro lado do cotidiano do pronto-socorro: o cuidado que vai além da técnica e alcança o emocional e o espiritual. Em um cenário marcado por desafios e dias difíceis, a iniciativa ajuda a reforçar para a população que, diariamente, a unidade trabalha com dedicação, empatia e compromisso com a vida.
A enfermeira emergencista Jonnyka Lima, que atua na linha de frente do atendimento, ressaltou o impacto do momento tanto para os pacientes quanto para os profissionais.
“Esse momento toca profundamente quem está aqui dentro. Para o paciente, é um alívio no coração; para nós, profissionais, é uma renovação de forças. Às vezes, tudo o que alguém precisa é ouvir uma música, uma palavra de carinho, sentir que não foi esquecido. O Natal nos lembra exatamente isso: cuidar do outro também é um ato de amor”, afirmou.
Após a apresentação, as reações falavam por si. Olhares emocionados, sorrisos tímidos, lágrimas discretas e palavras de gratidão marcaram o encerramento da ação. Muitos pacientes relataram que precisavam exatamente daquela música ou daquela mensagem. Entre os servidores, o sentimento era de comunhão e fortalecimento coletivo.
Em meio à urgência, ao cansaço e aos desafios diários, o cântico reafirmou que o Natal pode acontecer em qualquer lugar, inclusive dentro de um hospital e que, onde há cuidado, há também humanidade, esperança e amor.
Comentários
Acre
Acre receberá R$ 6,3 milhões para conservação e manutenção de rodovias em 2026

A Secretaria Nacional de Transporte Rodoviário, vinculada ao Ministério dos Transportes, publicou a Portaria nº 939, de 16 de dezembro de 2025, que aprova os Programas de Trabalho apresentados pelos estados e pelo Distrito Federal para aplicação dos recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide-Combustíveis) no exercício de 2026. O decreto foi publicado na edição do Diário Oficial da União (DOU).
O ato foi assinado pela secretária nacional de Transporte Rodoviário, Viviane Esse, e tem como base a Lei nº 10.336/2001 e a Portaria nº 228/2007, que regulamentam a destinação dos recursos da Cide. A portaria também estabelece que eventuais alterações nos programas deverão seguir rigorosamente as normas previstas na legislação vigente.
No caso do Acre, foi aprovado o Programa de Conservação e Manutenção de Rodovias Estaduais para 2026, conforme processo administrativo nº 50000.029129/2024-53. O plano prevê investimentos voltados à conservação, manutenção e recuperação de importantes trechos da malha rodoviária estadual.
Entre as rodovias contempladas estão a AC-010, no trecho entre Rio Branco e Porto Acre; a AC-040, ligando Rio Branco a Plácido de Castro; a AC-090, no trecho entre Rio Branco e o km 100; além das rodovias AC-475, AC-485, AC-380, AC-445, AC-407 e AC-405, que atendem municípios como Xapuri, Bujari, Rodrigues Alves, Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima.
O valor total destinado ao programa no Acre soma R$ 6.337.978,18, com execução financeira distribuída ao longo dos quatro trimestres de 2026. Os recursos serão aplicados de forma contínua, garantindo a manutenção e recuperação das vias estaduais ao longo de todo o ano.
Comentários
Acre
No Acre, casamentos duram cerca de 11 anos, ficando abaixo da média nacional

Os casamentos estão durando menos em todo o Brasil, e o Acre aparece entre os estados com menor tempo médio de duração das uniões, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto, no país, os matrimônios duram, em média, 13,8 anos, no Acre esse período cai para 11,1 anos, ficando abaixo da média nacional e regional.
No ranking dos estados brasileiros, o Acre ocupa uma das posições mais baixas em relação à duração dos casamentos, ficando atrás apenas de unidades da Região Norte e Centro-Oeste, como Rondônia (11 anos) e Roraima (10,2 anos). Os dados fazem parte da Estatística do Registro Civil, divulgada pelo IBGE em dezembro, e se referem às uniões formalizadas em 2024.
Apesar da redução na duração média dos casamentos, o IBGE registrou, em 2024, a primeira queda no número de divórcios desde 2019, com redução de 2,8% em relação ao ano anterior.

Você precisa fazer login para comentar.