Acre
Conheça histórias de superação da Educação de Jovens e Adultos do Acre
Quem deseja fazer parte da comunidade da EJA no Acre, assim como o senhor Raimundo, pode se matricular até o dia 26 de julho. Para isso, basta procurar a escola mais próxima da rede estadual que ofereça a modalidade

Aos 59, senhor Raimundo Nonato de Oliveira estuda pela primeira vez na vida. Foto: Mardilson Gomes
Assessoria
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Acre é o espaço onde a história e a identidade de cada estudante é valorizada e onde se pode encontrar pessoas como o senhor Raimundo Nonato de Oliveira, aluno surdo do Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja), que aos 59 anos estuda pela primeira vez na vida.
“Eu gosto de estudar e aprender muito e amo a convivência na escola com os amigos” são frases que Raimundo já consegue formular em Língua Brasileira de Sinais (Libras) em oito meses na instituição. Luciana Araújo, professora e intérprete que o acompanha, relata que ele se matriculou em novembro do ano passado no Ejinha, como é conhecido o Nivelamento 1 da modalidade e está evoluindo rapidamente.
Atualmente, Raimundo está em processo de letramento, que é o equivalente à alfabetização para os alunos ouvintes. Nesse processo, ele aprende Libras como língua materna e o português na modalidade escrita como segunda língua, conforme exigido por lei para alunos surdos. “Seu Raimundo é uma pessoa cheia de alegria. Ele ama estudar, vem todos os dias, sempre chega muito feliz, muito disposto e nunca chega atrasado”, conta Luciana.
Quem deseja fazer parte da comunidade da EJA no Acre, assim como o senhor Raimundo, pode se matricular até o dia 26 de julho. Para isso, basta procurar a escola mais próxima da rede estadual que ofereça a modalidade, munido de documento de identificação, comprovante de residência e histórico escolar. Confira a lista das escolas em Rio Branco e Cruzeiro do Sul:


“Estudar me deu força”
Aos 24 anos, Maria Antônia Kaxinawa, também é aluna do Ceja. Nascida em Feijó, casada e com filhos, com 21 anos ela decidiu que era o momento de retomar os estudos. Hoje ela está na segunda etapa do ensino médio. “Ter filhos não me atrapalhou, me deu forças para estudar e buscar uma vida melhor”, diz.

Maria Antônia Kaxinawa usa o tablet para aprofundar o conhecimento. Foto: Mardilson Gomes
Maria conta que graças a EJA, hoje ela tem acesso a internet diariamente por meio do tablet que ganhou do governo e que se sente mais forte para buscar novas oportunidades. “O tablet ajuda nas atividades, pesquisar alguma coisa que a gente tem dúvida, acesso a internet. Estudar me deu mais força para alcançar o que eu quero. Sem estudo a gente não tem muita oportunidade e eu sempre quis o melhor para mim, sem precisar que ninguém me desse isso”.

Lucas Rodrigues Teixeira recomeçou os estudos e sonha investir na carreira profissional. Foto: Mardilson Gomes
Lucas é um homem trans e conta que desde criança se identificou com universo masculino. Apesar do bullying sempre ter feito parte de seu universo, hoje ele conta isso é algo superado. O foco agora é terminar a terceira etapa do ensino médio e a qualificação profissional. Essa última é reforçada com o curso profissionalizante de frentista oferecido pela instituição.
“Estudar é muito bom. Aqui é mais rápido, o ensino é qualificado, os professores são bons, tem janta. Aqui temos pessoas mais velhas, mais novas, com o mesmo objetivo que é terminar os estudos”, avalia.
No último semestre, a EJA do Acre atendeu 13.098 alunos que não conseguiram concluir os estudos no período regular. Esses alunos estão distribuídos em 116 escolas em todo o estado.

Senhor Raimundo já consegue uma comunicação básica com a Libras. Foto: Mardilson Gomes
Quanto ao senhor Raimundo que você conheceu no começo desta matéria, os educadores que o acompanham, sonham e planejam o melhor.” Nós, família Ceja, acreditamos muito que o seu Raimundo vai sair daqui formado, com o ensino médio concluído e sabendo sinalizar e sabendo escrever em português. A evolução do seu Raimundo é muito interessante, ele evoluiu bastante. Ele não tem grande habilidade na língua de sinais, mas ele já consegue se comunicar com os outros surdos aqui na escola”, celebra a professora Luciana.
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Acre
TJAC mantém condenação de companhias aéreas por extravio de bagagem de jogador profissional
Decisão reconhece dano moral presumido e reafirma a responsabilidade solidária de empresas que operam voos em regime de codeshare pelo extravio temporário de bagagem
A Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) manteve, por unanimidade, a condenação de companhias aéreas ao pagamento de indenização por danos morais a um jogador de futebol profissional que teve a bagagem extraviada temporariamente durante uma viagem com voos operados em regime de parceria, conhecido como codeshare.
De acordo com os autos, o passageiro adquiriu um único bilhete para trechos operados por empresas diferentes. No entanto, ao chegar ao destino final, sua bagagem — que continha instrumentos essenciais para o exercício da profissão — não foi entregue, sendo localizada apenas três dias depois. Em primeira instância, as companhias foram condenadas, de forma solidária, ao pagamento de R$ 5 mil a título de danos morais.
Ainda assim, uma das empresas recorreu alegando, entre outros pontos, a inexistência de responsabilidade solidária, a caracterização do episódio como mero aborrecimento e a desproporcionalidade do valor fixado. Os argumentos, porém, não foram acolhidos pelo colegiado.
Ao relatar o caso, o desembargador Júnior Alberto destacou que a relação entre as partes é de consumo, sendo aplicáveis as normas do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Conforme o voto, a compra de passagem única para voos operados em codeshare cria uma cadeia de fornecimento, na qual todas as empresas envolvidas respondem solidariamente por falhas na prestação do serviço, independentemente de qual delas tenha operado o trecho em que ocorreu o problema.
O relator também ressaltou que o extravio temporário de bagagem contendo itens indispensáveis ao trabalho do passageiro ultrapassa o mero dissabor cotidiano. Para o colegiado, a privação dos instrumentos profissionais por três dias gerou angústia e frustração suficientes para caracterizar dano moral presumido, nos termos do artigo 14 do CDC.
Quanto ao valor da indenização, a Câmara entendeu que o montante de R$ 5 mil é razoável e proporcional, levando em consideração a gravidade do dano, a capacidade econômica das empresas e a função pedagógica da condenação, estando em consonância com a jurisprudência adotada em casos semelhantes.
Com a decisão, o recurso de apelação foi negado e a sentença de primeiro grau mantida integralmente. A tese firmada pelo colegiado reforça o entendimento de que companhias aéreas que atuam em regime de parceria respondem solidariamente por falhas no serviço, como o extravio de bagagem, garantindo maior proteção aos direitos dos consumidores.
Apelação Cível n. 0707775-86.2021.8.01.0001
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Acre
Chuva intensa supera volume previsto para dezembro e deixa Defesa Civil em alerta em Rio Branco
Precipitação extrema provoca alagamentos em pelo menos 10 bairros e elevação rápida dos igarapés da capital

Foto: Jardy Lopes
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Acre
Rua da Baixada da Sobral é tomada pela água após forte chuva em Rio Branco

Foto: Instagram
A Rua 27 de Julho, no bairro Plácido de Castro, na região da Baixada da Sobral, ficou tomada pela água após a forte chuva que se iniciou na noite de terça-feira, 16, e segue até a manhã desta quarta-feira, 17.
O volume de água acumulado dificultou a circulação de veículos e pedestres na área e invadiu residências.
Um vídeo publicado pelo perfil Click Acre no Instagram mostra a rua completamente tomada pela água e os quintais das casas alagados.
De acordo com a Defesa Civil Municipal, nas últimas 24 horas já foram registrados 71,8 milímetros de chuva em Rio Branco. Para efeito de comparação, a cada hora tem chovido o equivalente a um dia inteiro do mês de dezembro.
Ainda segundo a Defesa Civil, o volume de precipitação já ultrapassou o esperado para todo o mês de dezembro até a data de hoje.


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