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Com ramificações no Acre e usando contas ‘laranjas’, PCC movimentou R$ 1,2 bilhão com o tráfico

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PCC movimentou no primeiro semestre de 2019 – incluídos todos os esquemas – 15 toneladas de cocaína, que foram transportadas do exterior para São Paulo e Baixada Santista.

Só uma parte do dinheiro detectado pelos promotores foi movimentado no sistema financeiro – cerca de R$ 200 milhões – por meio de contas bancárias em nomes de laranjas e de empresas fantasmas – Foto Montagem

O Primeiro Comando da Capital (PCC) movimentou R$ 1,2 bilhão com o tráfico internacional de drogas por ano – a quantia não inclui os negócios particulares feitos por seus membros e associados.

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Os dados constam dos documentos apreendidos na Operação Sharks, que investigou a lavagem de dinheiro da facção entre junho de 2018 e setembro de 2020.

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A Justiça de São Paulo decretou nesta sexta-feira, 23, a prisão de 18 acusados de pertencer à cúpula da estrutura de tráfico de drogas e de lavagem de dinheiro e de comandar as ações da organização criminosa nas ruas. “Creio que essa será a primeira fase da Lava Jato do PCC”, disse o promotor Lincoln Gakiya, um dos seis que assinam a denúncia contra o grupo.

Entre os acusados pelo Ministério Público Estadual (MPE) estão Marcelo Moreira Prado, o Sem Querer; Eduardo Aparecido de Almeida, o Pisca; e Marcos Roberto de Almeida, o Tuta. Este permanece em liberdade e é apontado como o atual chefe da facção nas ruas.

Só uma parte do dinheiro detectado pelos promotores foi movimentado no sistema financeiro – cerca de R$ 200 milhões – por meio de contas bancárias em nomes de laranjas e de empresas fantasmas. O restante foi mantido em casas-cofre e transportado em carros até ser entregue a doleiros, que remetiam os recursos para o exterior a fim de a facção pagar seus fornecedores de drogas no Paraguai, na Bolívia e no Peru.

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O Acre se tornou um ponto estratégico para o narcotráfico. Pensando nisso, a facção paulista se aliou ao Bonde dos 13, uma facção criada no Acre.

Juntas, elas disputar o território da droga e mais que isso, as rotas de entrada de entorpecentes vindos da Bolívia e Peru, utilizando as estradas vicinais (ramais) e os rio da Amazônia acreana.

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Esta á primeira vez que o MPE se aproxima da decisão de qualificar o PCC como organização de tipo mafioso, pois esclarece os esquemas de lavagem de dinheiro do grupo, última etapa para que o grupo pudesse ser considerado uma máfia. “Mostramos que o dinheiro do PCC não fica no Brasil. Ele vai para o exterior”, afirmou o promotor Gakiya.

As investigações do MPE começaram no dia 8 de agosto de 2018, quando foi preso Robson Sampaio de Lima, em São Paulo. Com ele, os policiais acharam telefones celulares, computadores e drogas. Ali estavam documentos da contabilidade do setor financeiro da facção.

Setor financeiro do PCC

Segundo a denúncia da promotoria, Prado, o Sem Querer, exerceria o controle do setor financeiro do PCC. Ele dava ordens a Lima. Tanto Sem Querer quanto Almeida, o Pisca, foram presos em 18 de julho de 2018, em Assunção, no Paraguai.

Toda a movimentação financeira da facção só podia ser feita por meio de ordens de Sem Querer. Era ele quem determinava a entrega de remessas de dinheiro para os doleiros do PCC, informando os valores e para quem devia ser destinado o dinheiro da rede de casas-cofre.

As casas-forte foi o meio encontrado pela facção para lidar com a grande quantidade de dinheiro do tráfico de drogas. A rede foi criada – o tesouro do PCC – para que o grupo mantivesse sua liquidez. As casas ainda resolviam o problema de encontrar esquemas para a lavagem do dinheiro. Os investigadores desconfiam que parte delas esteja instalada em casas de luxo adquiridas pelo grupo em bairros nobres.

Nos computadores de Lima foram apreendidas planilhas que mostram que Sem Querer e Pisca eram os dois líderes do PCC aos quais elas estava subordinadas. Os dois eram ligados a Tuta, apontado como o responsável por organizar a facção nas ruas, cuidando da distribuição de drogas. Ele ainda seria responsável pelos depósitos de armas do grupo e manteria relações com Lima.

Prova disso seriam mensagens que ele trocou com Lima nas quais o subordinado pedia autorização para retirar 50 baldes de anfetaminas guardados na residência de um casal que alugava o lugar por R$ 1,2 mil.

Outro acusado no caso é Odair Lopes Batista Junior. Subordinado a Tuta, ele seria o responsável pelo chamado setor do Progresso, o varejo das drogas na capital paulista e na Baixada Santista. Só em janeiro de 2019, ele teria movimentado – segundo planilha apreendida – 1,85 tonelada de cocaína. Em fevereiro, esse número ficou um pouco abaixo: 1,73 tonelada. Outras 2,8 toneladas foram trazidas entre março e julho.

Ao todo, o PCC movimentou no primeiro semestre de 2019 – incluídos todos os esquemas – 15 toneladas de cocaína, que foram transportadas do exterior para São Paulo e Baixada Santista. A facção passou ainda a atuar na venda de anfetaminas, além de cocaína e maconha.

Rede

Para fazer a distribuição da droga e do dinheiro, a facção montou uma rede de celulares que só se comunicavam entre si. Nenhum de seus integrantes podia manter em seus telefones contatos com outras pessoas. Quando o telefone de um deles foi apreendido por policiais militares que não sabiam que estavam diante de um dos guardiões de uma casa-forte da facção, a chefia mandou Lima refazer toda a rede de telefones celulares do grupo, substituindo os aparelhos usados. Em uma única vez, a facção comprou 28 aparelhos por R$ 63,4 mil para os chefes. E usou outros R$ 341 mil para adquirir telefones e chips para outros integrantes do setor financeiro.

Quem era responsável por montar a rede , segundo o MPE, era Carla Ruy Riciotti Lima. Era ela quem gravava nos aparelhos os aplicativos que deviam ser usados e os contatos que cada um deveria ter para resguardar a segurança da cúpula da facção. Com ela foram apreendidas centenas de chips durante as buscas em sua casa, em 14 de setembro deste ano, quando a acusada foi presa.

Seu chefe, Robson Lima foi ainda apontado pela MPE como o responsável por pagar propinas para policiais corruptos e despesas de viagens do grupo. Em sua planilhas há detalhes até de quanto foi gasto para “embrulhar o arame”, como a facção chama a compra de rolo plástico para embalar dinheiro vivo. Há ainda compras de chips para celulares e até o pagamento de IPVA de carros usados para transportar o dinheiro, pois a facção não ia querer perder um carro carregado por causa de imposto atrasado.

Dinheiro fracionado

Nos documentos do PCC, os doleiros são identificados por codinomes. Entre eles está o da “Veia”. Ela recebeu, por exemplo, US$ 626 mil dos US$ 900 mil negociados por um dos traficantes da facção em uma operação descrita nas planilhas e mensagens de celular apreendidas. Nelas, os valores em dólares são descritos como “em verde” em contraposição ao entregue aos doleiros em “real”.

O esquema do PCC foi afetado pela Operação Câmbio Desligo, da Polícia Federal, em maio de 2018, que investigou entre outros o doleiro Dario Messer. Após a ação, o membro da facção Robson Sampaio de Lima ficou em dúvida sobre como continuar a remessa de valores para o exterior. O transporte do dinheiro era sempre fracionado. O limite máximo por viagem era de R$ 250 mil.

O grupo chegou a discutir instituir o esquema de transportar o dinheiro por meio de pessoas chamadas de formigas ou mulas com sacolas, em razão da necessidade de muitas viagens diárias. Optou-se por contratar motoristas sem antecedentes criminais para fazer o transporte.

O mesmo sistema de fracionamento de dinheiro para o transporte era usado quando se buscava movimentar recursos nas contas bancárias de laranjas. “Os boys contratados para levarem dinheiro às agências bancárias faziam depósitos fracionados e em agencias diferentes”, diz a denúncia da promotoria.

O grupo aplicava o dinheiro na compra de carros, imóveis e na manutenção e compra de aeronaves. Só com aluguel de garagem, compra de combustível e pagamento de pilotos e mecânicos, a facção gastou US$ 990 mil de junho de 2018 a julho de 2019. A promotoria achou anotações sobre a presença de integrantes do PCC em Bulgária, Alemanha, Espanha, Angola e Argentina. De acusados na Operação Sharks, 8 estão foragidos.

No Acre

O Acre se tornou um ponto estratégico para o narcotráfico. Pensando nisso, a facção paulista se aliou ao Bonde dos 13, uma facção criada no Acre. Juntas, elas disputar o território da droga e mais que isso, as rotas de entrada de entorpecentes vindos da Bolívia e Peru, utilizando as estradas vicinais (ramais) e os rio da Amazônia acreana.

Há um constante e intenso conflito entre o PCC e o Comando Vermelho (CV) que, desde 2015, deixa um rastro de sangue nas ruas das principais cidades do Acre.

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EXCLUSIVO: Jorge Viana anuncia em primeira mão evento internacional com mais de 15 países no Acre

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Encontro será em setembro e reunirá compradores estrangeiros interessados na bioeconomia amazônica; mais de 80 empresas locais vão expor produtos da floresta. Anúncio oficial será feito durante visita de Lula ao estado.

MARCELA JANSEN

O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, revelou com exclusividade ao Portal Correio OnLine, durante entrevista na Expoacre 2025, que o Acre sediará em setembro uma edição especial do programa Exporta+, reunindo mais de 15 países interessados em adquirir produtos da bioeconomia amazônica.

O anúncio oficial será feito pelo presidente Lula durante sua visita ao Acre, marcada para o dia oito de agosto. Segundo Viana, o evento será uma virada histórica na posição do estado frente ao mercado internacional e contará com mais de 80 empresas locais, que vão apresentar e comercializar produtos sustentáveis da floresta, como biojoias, madeira legalizada, café especial, cosméticos naturais e alimentos nativos.

“Vamos trazer compradores de mais de 15 países. Serão mais de 80 empresas locais mostrando, vendendo os produtos da nossa economia, da bioeconomia da Amazônia. É isso que a gente, com a Apex, pode fazer junto com o Setraca”, afirmou Jorge Viana.

Bioeconomia como nova fronteira comercial

A iniciativa está alinhada à estratégia de internacionalização da bioeconomia brasileira, fortalecendo negócios sustentáveis com identidade amazônica. Segundo Viana, o Acre tem potencial de exportar valor agregado e cultura, indo além das commodities.

O evento também visa aproximar micro e pequenos empreendedores da floresta de compradores estrangeiros. A previsão é que empresas de moda, design, alimentos regionais, tecnologia verde e artesanato estejam entre as participantes.

“Nós queremos mostrar que a Amazônia é especial para o mundo, mas principalmente para quem vive aqui. Precisamos gerar renda e oportunidades para que as pessoas permaneçam no território com dignidade e prosperidade”, ressaltou.

O que é o Exporta+?

O Exporta+ Brasil é uma estratégia coordenada pela Apex em parceria com o governo federal para aumentar a participação de empresas brasileiras no comércio internacional, com foco em sustentabilidade e inovação.

A edição no Acre será a primeira da história voltada exclusivamente à bioeconomia da Amazônia, colocando o estado como vitrine internacional da floresta produtiva.

Entre os produtos que devem atrair a atenção dos compradores internacionais estão as biojoias e acessórios artesanais, o café robusta clonal produzido no Acre, cosméticos naturais com insumos amazônicos, alimentos da sociobiodiversidade como castanhas, polpas e mel, peças de moda autoral com identidade indígena e ribeirinha, além da madeira legalizada e do design sustentável inspirado na floresta.

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Degustações, prêmios e exportações: Robusta Acreano é destaque absoluto da Expoacre 2025

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MARCELA JANSEN

O Acre já é referência na América. A afirmação é de Rina Suárez, coordenadora de negócios do Sebrae no estado, durante entrevista ao Correio OnLine no espaço Robusta Acreano Cafeteria, um dos grandes destaques da Expoacre 2025. O local, que integra o Pavilhão do Sebrae, tem chamado a atenção do público pelas degustações noturnas de cafés especiais produzidos por agricultores locais — uma verdadeira experiência sensorial que revela o potencial da cafeicultura regional.

Segundo Rina, a cafeteria se tornou um dos pontos de maior sucesso da feira já no primeiro dia de programação. A cada noite, são servidos cafés diferentes, cultivados por produtores das regiões do Alto Acre, Baixo Acre e Purus, muitos deles já reconhecidos nacionalmente por sua qualidade. “Estamos testando cafés a cada noite, tanto os tradicionais quanto os especiais. A ideia é valorizar o trabalho dos nossos produtores e mostrar que temos um produto competitivo, agradável e premiado”, afirmou.

O café robusta clonal produzido no Acre tem se destacado em eventos nacionais e internacionais. Em 2024, amostras acreanas ficaram entre as 30 melhores do país na Semana Internacional do Café, realizada em Belo Horizonte, Minas Gerais. O reconhecimento abriu portas para o mercado externo. “Hoje já estamos exportando para a China, para os Estados Unidos. O mundo está começando a conhecer o nosso café”, comemorou Rina.

Além da qualidade do grão, o diferencial está na identidade amazônica do produto. “Nós temos tudo ao nosso redor: solo fértil, clima favorável e produtores empenhados. Com o apoio do Sebrae e investimentos na estrutura de beneficiamento, como o que foi feito no Juruá, estamos prontos para avançar ainda mais”, disse a coordenadora.

A presença do Acre em eventos estratégicos e a instalação de novas indústrias de café, como a que recentemente foi inaugurada em Mâncio Lima, reforçam a meta de transformar o estado em uma referência nacional e internacional no segmento. “Estamos mostrando que o café do Acre não deve nada aos grandes centros produtores do Brasil. Nosso potencial é infinito”, destacou.

Rina encerra a entrevista convidado a população para conhecer o espaço na Expoacre. “Venham nos visitar. Degustem nossos cafés. Conheçam os produtores e o trabalho que estamos fazendo. O Robusta Acreano é mais que uma bebida — é a cara do Acre sendo servida em cada xícara.”

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ECOFEST 2025 chega à sua 3ª edição com entrada 100% gratuita e mensagem de preservação do Rio Acre

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A capital acreana vai viver uma noite inesquecível neste sábado, 2 de agosto, a partir das 20h, na Arena de Shows do Parque de Exposições. A ECOFEST 2025 chega à sua 3ª edição com uma proposta inovadora: unir música eletrônica, consciência ambiental e entrada totalmente gratuita para o público.

Mais do que um evento, a ECOFEST é um movimento. Com práticas sustentáveis, incentivo à reciclagem, uso de energias limpas e parcerias com projetos ambientais, a festa mostra que é possível curtir com responsabilidade. O grande destaque desta edição é o chamado pela salvação do Rio Acre, que há anos enfrenta um processo de degradação. A ECOFEST quer despertar a consciência coletiva para proteger esse patrimônio natural, essencial para a vida e a história do povo acreano.

E o melhor: ninguém paga nada para participar. A entrada é completamente gratuita, reforçando o compromisso do evento com a inclusão, o acesso à cultura e a mobilização social.

Um realização do Grêmio Recreativo Frutos do Amanhã – GREFAMA com apoio do Governo do Estado do Acre, da Prefeitura Municipal de Rio Branco e do DJAC, a ECOFEST 2025 promete uma imersão no universo da música eletrônica com responsabilidade ambiental — um evento que vai marcar o calendário cultural do estado.

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