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Com buracos e erosões na rodovia, viagem entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul dura até 4 horas a mais

Trajeto pela BR-364, que corta alguns munícipios, como Sena Madureira, Feijó, Tarauacá e Manoel Urbano, até chegar a Cruzeiro do Sul, geralmente é feito em um período de 10 horas, mas com as condições da pista ruim em boa parte da rodovia, a viagem pode durar até 14 horas

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BR-364 que liga Rio Branco a Cruzeiro do Sul tem vários pontos críticos- Foto: Juan Diaz/Arquivo pessoal

Por Alcinete Gadelha

A viagem entre a capital acreana, Rio Branco e Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, que tem uma distância estimada de mais de 600 quilômetros, ainda é um desafio devido aos muitos buracos e erosões na pista.

O trajeto pela BR-364, que corta alguns munícipios, como Sena Madureira, Feijó, Tarauacá e Manoel Urbano, até chegar a Cruzeiro do Sul, geralmente é feito em um período de 10 horas, mas, com as condições da pista ruim em boa parte da rodovia, a viagem pode durar até 14 horas, ou seja, 4 horas a mais do que o normal.

“Hoje, a média está de 14 horas, mas é uma viagem que já foi de 10h a 11 horas. Então aumentou uma faixa de 3h a 4 horas”, conta Francisco Mendes, gerente de uma empresa que faz o transporte intermunicipal entre a capital e a segunda maior cidade do Acre.

O consultor de vendas Silas Júnior, de 33 anos, mora em Rio Branco e precisou ir a Cruzeiro do Sul a trabalho, ele descreveu o desafio de chegar ao Juruá como cansativo. Ele saiu na noite de dessa segunda-feira (19), às 19h e só chegou em Cruzeiro do Sul, por volta das 7h30 desta terça-feira (20). Foram mais de 12 horas de viagem.

“Viagem bastante cansativa, demorada pela distância e pelas más condições da estrada, balança bastante devido aos buracos. É muito cansativa com mais de 12 horas”, resumiu.

Vários pontos da via estão danificados e precisam de reparos – Foto: Juan Diaz/Arquivo pessoal

Com a situação crítica durante o verão, a estrada tem maiores problemas na época do inverno. Neste ano, no mês de fevereiro, a BR chegou a ficar quatro dias interditada, e passou por intervenções de elevação depois que as águas do igarapé Cajazeiras invadiram a pista durante a enchente dos Rios Iaco e Caeté, no quilômetro 280.

Após dois meses, o tráfego no trecho de aproximadamente 100 metros foi interrompido novamente no para retirada do aterro de pedras colocado no local em fevereiro.

Em Tarauacá, uma cratera se formou na cabeceira da ponte na entrada da cidade após o aterro no local ceder. A ponte precisou ser parcialmente interditada.

Erosão consome parte da rodovia – Foto: Juan Diaz/Arquivo pessoal

‘Prolongou muito’

Mendes diz que a prolongação da viagem é um transtorno aos passageiros que muitas vezes reclamam, mas ele afirma que é preciso manter a segurança de todos.

“Há reclamações dos passageiros pelo fato de que a viagem prolongou bastante devido à essa buraqueira, e tivemos que reduzir a velocidade para evitar a possibilidade de quebra dos veículos. A gente justifica que faz parte de medidas de segurança porque devido à estrada ter muito buraco, reduzimos a velocidade para garantir a segurança dos mesmos e, automaticamente, se reduz a velocidade, aumenta o tempo de percurso”, explica.

Sobre os veículos, ele explica que não há registro de eles ficarem no prego porque investem na manutenção, mas mesmo sem informar valores, ele disse que aumentou o gasto com peças para reparo.

“A gente não tem quebra porque focamos bastante na prevenção do veículo, mas temos um aumento na reposição de peças do veículo, também tem a danificação da lataria. Então, o que causa é isso, além do atraso na hora da chegada e saída”, conta.

O gerente diz ainda que a empresa investiu em carros mais confortáveis para garantir uma melhor viagem aos passageiros, porém, ainda percebem um desconforto devido à demora. “A gente percebe que os passageiros criam um estresse e pressa para sair do carro e acabam esquecendo objetos.”

Buracos na pista são o reflexo da BR-364 – Foto: Juan Diaz/Arquivo pessoal

“Implantação fracassada’

O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Carlos Moraes, critica a obra de construção da estrada e afirma que o órgão tem feito reparos para garantir que ela não seja fechada no período do inverno, como ocorria em anos anteriores, mas garante que é necessária uma obra de reconstrução.

“Não é novidade a BR-364 estar assim. Ela teve uma implantação fracassada e, desde então, tem sérios problemas estruturais que enquanto a gente faz a manutenção, chega o inverno e ela volta para uma condição crítica. Se a gente voltar um pouquinho, em novembro do ano passado ela estava em uma condição satisfatória, mas veio o inverno, e quando foi março e abril já estava em uma situação muito crítica”, ressalta.

Dnit faz reparos, mas afirma que é necessária obra de reconstrução – Foto: Arquivo/Dnit

Planejamento

Moraes disse que há dois planejamentos para a BR, o primeiro que é o de manutenção que está sendo feito em alguns pontos, o que é chamado de trabalho de emergência e economicamente possível. O segundo é a restauração total da rodovia para corrigir os problemas estruturais, chamado de tecnicamente adequado e que precisa de um projeto e recursos para ser executado.

“Estamos com equipe fazendo tapa buracos, tentando melhorar a trafegabilidade em vários pontos. Temos o trecho entre Sena Madureira em Feijó que já quase não suporta mais manutenção porque há uma falência geral do pavimento”, pontua.

Dentro dos trabalhos de reparo, Moraes afirma que 5 quilômetros foram incluídos já neste ano para receber o reparo definitivo, incluindo trechos nos quilômetros 308, 341 e o 280 que rompeu no início deste ano.

“Nossa ideia é dar a manutenção e a cada ano fazer um trecho definitivo. Neste ano vamos fazer 5 quilômetros definitivos, desse trecho entre Sena e Feijó, que é o que no nosso orçamento e contrato permitem. Mas, todo ano queremos fazer algo definitivo para não ficar só na manutenção, porque é uma sensação de enxugar gelo, mas necessária porque se não fizer nada a estrada fecha de vez”, acrescenta.

A ideia é que seja lançado um edital até o final deste ano para contratar uma empresa para fazer o projeto de solução definitiva, principalmente do trecho mais crítico.

“Fazendo esse projeto, a gente vai entrar para uma nova fase que é a licitação para contratar a empresa que vai executar as obras. Isso, na melhor das hipóteses, de obra definitiva, só para o ano que vem. A gente está fazendo hoje, é manutenção e dentro desse contrato de manutenção a gente conseguiu colocar 5 km de obra definitiva que serve como protótipo como o mais adequado para a BR-364”, conclui.

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PRF prende homem com 6 mil maços de cigarro contrabandeados após perseguição na BR-317, em Rio Branco

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Suspeito tentou fugir a pé, invadiu casas e comércios, mas foi detido após cerco; carga veio da fronteira com a Bolívia

Na vistoria do veículo, foram encontradas caixas contendo cigarros contrabandeados, totalizando seis mil maços. O automóvel e o material apreendido foram recolhidos. Foto: captada 

Um homem foi preso na última terça-feira (16) pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) após ser flagrado transportando 6 mil maços de cigarros de origem estrangeira na BR-317, em Rio Branco. A carga, vinda da fronteira com a Bolívia, foi descoberta durante ação de fiscalização que resultou em perseguição e fuga do condutor.

Ao avistar a viatura, o motorista desobedeceu à ordem de parada e fugiu em alta velocidade, parando cerca de 1 km depois para tentar escapar a pé. Ele invadiu estabelecimentos comerciais e residências, mas foi localizado e contido após cerco das equipes. O veículo e os cigarros foram apreendidos.

O detido e os produtos foram encaminhados à Polícia Federal em Rio Branco, onde foram adotados os procedimentos legais. Além do crime de contrabando, também foi registrada a violação de domicílio, em razão da invasão de imóveis durante a fuga. A PRF divulgou o caso nesta quinta-feira (18).

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Frentista reage a assalto, é baleado de raspão na cabeça e sobrevive em posto de combustíveis de Rio Branco

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Crime ocorreu no bairro Joafra; vítima foi socorrida pelo SAMU e estado de saúde é estável

O frentista Francisco Alcimar Lima de Oliveira, de 36 anos, ficou ferido após reagir a uma tentativa de assalto na noite desta quarta-feira (17), em um posto de combustíveis localizado na rua Lua, no bairro Joafra, em Rio Branco.

De acordo com informações apuradas no local, por volta das 21h30, um casal chegou ao Auto Posto Joafra em uma motocicleta e parou ao lado de uma das bombas, simulando ser cliente. Logo em seguida, o condutor anunciou o assalto. Durante a ação criminosa, o frentista reagiu e entrou em luta corporal com os suspeitos, vindo a cair sobre a motocicleta usada na fuga.

No meio da confusão, um disparo de arma de fogo foi efetuado e atingiu Francisco de raspão na cabeça. Após o tiro, os criminosos fugiram do local sem levar dinheiro ou qualquer objeto, tomando rumo desconhecido.

Mesmo ferido, o frentista conseguiu caminhar até a loja de conveniência do posto, onde pediu ajuda. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado e enviou uma ambulância de suporte avançado. A vítima recebeu os primeiros socorros no local e foi encaminhada ao Pronto-Socorro de Rio Branco.

Segundo a equipe médica, Francisco deu entrada na unidade hospitalar com estado de saúde estável. Policiais Militares do 1º Batalhão estiveram no local, colheram informações sobre os suspeitos e realizaram buscas na região, mas ninguém foi preso.

A ocorrência foi registrada e o caso será investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

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Justiça autoriza retorno de envolvido em rebelião ao presídio do Acre

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A Justiça Federal autorizou o retorno do detento Cleidivar Alves de Oliveira ao sistema prisional do Acre, após reavaliar o prazo inicialmente fixado para sua permanência no presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Segundo a reportagem da TV 5, a transferência foi realizada de forma sigilosa e com esquema de segurança reforçado, em aeronave da Polícia Federal, sob escolta de agentes penitenciários federais. Por determinação judicial, Cleidivar foi encaminhado novamente ao presídio de segurança máxima Antônio Amaro Alves, localizado na capital do estado.

Cleidivar Alves de Oliveira estava entre os 14 detentos transferidos para presídios federais em 27 de setembro de 2023, após a rebelião registrada em junho do mesmo ano no presídio de segurança máxima do Acre. O motim durou cerca de 15 horas e resultou na morte de cinco internos, sendo dois deles decapitados.

Segundo as investigações policiais, o grupo transferido foi apontado como responsável pela rebelião. Conforme a denúncia, Cleidivar, apontado como líder da facção, teve participação ativa na organização e execução do motim. Ele foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Acre por cinco homicídios, além do envolvimento direto na rebelião.

Com o retorno de Cleidivar ao sistema prisional acreano, a expectativa das autoridades é que outros detentos também sejam reconduzidos ao estado. A exceção são Rogério Mendonça e Davidson Nascimento, que fugiram do presídio federal de Mossoró em fevereiro do ano passado e só foram recapturados após cerca de 50 dias de buscas intensas.

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