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Cinco anos depois da tragédia, a Chape afunda. E as famílias ainda lutam por indenização

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Cinco anos da queda do avião que levava a Chapecoense para a final da Sul-Americana de 2016, com 71 mortes e os terríveis reflexos. Luta na Justiça por indenização. E o clube, sem apoio, enfrenta o segundo rebaixamento

Indenizações não pagas, dois rebaixamentos, fuga de patrocinadores. Reflexos da queda do avião
ASSOCIAÇÃO CHAPECOENSE DE FUTEBOL

Do R7

“Cosme, queremos justiça. Mas sabemos que será muito lenta, complicada. Os envolvimentos são muito grandes pela extensão da tragédia. Setenta e uma vidas foram perdidas.

“Foi um acidente que acabou com um time campeão, mas que vitimou 71 famílias. Pela contratação de uma empresa aérea que não tinha sequer dinheiro para colocar combustível no avião. E por isso ele caiu.

“Como envolve muitos interesses, a nossa batalha será árdua, longa. Mas vamos até o fim. Em memória das pessoas amadas que perdemos na queda do avião da Chapecoense. E que não pode ser chamada nunca de acidente.

“Vai demorar, mas vamos lutar por justiça.”

A previsão, infelizmente mais do que correta, foi feita por Mara Paiva, viúva do ex-jogador Mário Sérgio, que morreu na queda do avião da LaMia, há exatos cinco anos, a cerca de 30 km do aeroporto de Medellin.

Mara, mesmo diante da comoção que o Brasil viveu com o acidente, velório e enterro das vítimas, não se iludiu. Anteviu as complicações da situação no início de dezembro de 2016.

Ela se tornou presidente da Associação dos Familiares das Vítimas do Voo da Chapecoense e participa diretamente da busca de indenização dos parentes dos jogadores, membros da comissão técnica, funcionários, convidados e jornalistas mortos na queda do avião.

A situação é complicada por envolver muitas pessoas, muito dinheiro, a legislação de vários países. Há uma batalha jurídica entre os parentes, a companhia LaMia e seguradoras.

E outra envolvendo os familiares das 71 vítimas e a Chapecoense.

Primeiro, as seguradoras. Advogados dos familiares trabalham em vários processos. Cobrando indenizações da companhia aérea LaMia, da seguradora inglesa Tokyo Marine Kiln, da resseguradora boliviana Bisa. E da corretora britânica AON.

Há processos na Bolívia, Colômbia, Estados Unidos e Inglaterra. Em todos eles, advogados da empresa estão emperrando o pagamento das indenizações com infindáveis recursos, que se arrastam e devem se arrastar por muitos anos.

Em setembro de 2020, houve grande esperança dos familiares das vítimas, quando a Justiça da Flórida anunciou que a corretora, a seguradora e a resseguradora deveriam dividir uma indenização de 800 milhões de dólares, cerca de R$ 4,4 bilhões pelo acidente. Mas a seguradora Tokyo Marine conseguiu bloquear o pagamento. E tudo voltou à estaca zero.

Os políticos que haviam se comprometido a “resolver a questão o mais rápido possível”, em 2016, instalaram em dezembro de 2019, três anos depois, uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Senado Federal. A meta era resolver a situação dos familiares das vítimas.

A promessa era que, em seis meses, tudo seria resolvido. Mas suspensa, depois de três meses, em março. Por causa da pandemia. Finalmente neste mês, a CPI voltou a trabalhar. Na semana passada, ouviu Celia Castedo Monasterio, controladora boliviana que aprovou o voo da LaMia. Ela foi presa pela Polícia Federal em setembro, em Mato Grosso do Sul.

Em relação à Chapecoense, os familiares se dividiram. Há aqueles que fizeram acordo. Segundo o clube, já foram pagos R$ 50 milhões de indenização nos últimos três anos e meio. E ainda restam, no mínimo, mais de R$ 30 milhões.

O avião, que caiu a 30 km do aeroporto de Medellín. Por falta de combustível

O avião, que caiu a 30 km do aeroporto de Medellín. Por falta de combustível Reprodução/Twitter

Eram R$ 460 mil mensais em pagamentos de indenização. A Chapecoense conseguiu estender o prazo e passou a pagar R$ 250 mil a 83% das pessoas ligadas às vítimas. Dezessete por cento ainda não fizeram acordo.

Todas as ações têm como base o fato de que foi a Chapecoense que contratou o voo da LaMia.

Além da perda irreparável de 71 vidas, para a futebol do clube catarinense o acidente foi terrível.

Primeiro porque o fortíssimo time de 2016 deixou de existir.

Dirigentes atuais revelam que o clube de Santa Catarina recebeu apoio irrestrito das outras equipes de futebol do país apenas em 2017. E deixam claro que houve um grave erro de diretorias passadas, que não quiseram aceitar a proposta da CBF, que tornaria o clube livre de rebaixamento por cinco anos.

O resultado foi que, a partir de 2018, com a tragédia “esquecida” pelos clubes rivais, vieram as dificuldades. E terminaram no rebaixamento da Chape para a Segunda Divisão, em 2019.

O clube subiu em 2020 e voltou a cair neste ano, em um recorde negativo, a sete rodadas da final do Brasileiro.

As dívidas somam mais de R$ 120 milhões. Pesadas, para a atual situação do clube.

A equipe da Chapecoense que foi vítima da queda do avião da LaMia
CHAPECOENSE

O atual presidente, Gilson Sbeghen, revela que foi um erro a subida da Série B para a A, em 2020. Por falta de estrutura financeira.

Grandes patrocinadores não querem associar suas marcas com o clube, que tem vários processos na Justiça que não foram julgados. Não há dinheiro para a montagem de times promissores.

Ao fretar, por economia, o voo da empresa bolivia LaMia para decidir a Copa Sul-Americana de Futebol de 2016, a Chapecoense se envolveu no maior desastre aéreo do futebol brasileiro em todos os tempos.

Equipe da Fox Sports que perdeu a vida indo trabalhar na cobertura da final da Sul-Americana
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Uma tragédia evitável, se o avião houvesse sido reabastecido.

Não foi. Para não gastar mais R$ 10 mil, o piloto, e dono da LaMia, Miguel Quiroga decidiu arriscar.

E perdeu, ao enfrentar tráfego áereo, o que acabou com o combustível da aeronave.

Daí o desastre.

Cinco anos depois, as terríveis consequências estão longe de acabar…

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Novo concurso da PGE é autorizado e tem comissão formada

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Comissão já foi formada: O grupo tem como atribuição a elaboração do projeto básico, documento essencial que define etapas como cargos, número de vagas, requisitos, conteúdo programático e escolha da banca organizadora.

As vagas previstas serão destinadas à reposição de servidores nos cargos de auxiliar, técnico e analista, funções de apoio fundamentais para o funcionamento da PGE-AC. Foto: captada

O Governo do Acre deu mais um passo para a realização de um novo concurso público da Procuradoria-Geral do Estado do Acre (PGE-AC). No início de 2024, o governador Gladson Cameli autorizou a realização de estudos preliminares com foco na abertura do certame.

Em abril do mesmo ano, foi oficialmente instituída a comissão responsável por conduzir os trabalhos de organização do concurso. O grupo tem como atribuição a elaboração do projeto básico, documento essencial que define etapas como cargos, número de vagas, requisitos, conteúdo programático e escolha da banca organizadora.

De acordo com informações repassadas pela própria Procuradoria-Geral, a comissão ainda se encontra na fase inicial de estruturação do projeto, o que indica que o edital ainda não tem data definida para publicação, mas o concurso já está em andamento nos trâmites administrativos.

As vagas previstas serão destinadas à reposição de servidores nos cargos de auxiliar, técnico e analista, funções de apoio fundamentais para o funcionamento da PGE-AC. A expectativa é que o novo concurso ajude a suprir a demanda interna do órgão e fortaleça a atuação jurídica do Estado.

Concurso PGE AC: situação atual

Veja abaixo o histórico da seleção:

Concurso PGE AC: remunerações e benefícios
Estrutura remuneratória

Confira a estrutura remuneratória dos cargos que compõem o quadro de pessoal da Procuradoria Geral do Estado do Acre:

Analista
CLASSES REFERÊNCIA 1 REFERÊNCIA 2 REFERÊNCIA 3
Classe Especial R$ 5.658,99 R$ 5.941,94 R$ 6.239,03
Classe IV R$ 4.752,66 R$ 4.990,29 R$ 5.239,80
Classe III R$ 3.991,48 R$ 4.191,05 R$ 4.400,61
Classe II R$ 3.352,21 R$ 3.519,82 R$ 3.695,82
Classe I R$ 2.815,33 R$ 2.956,10 R$ 3.103,90
Concurso PGE AC Analista: Estrutura remuneratória atualizada em dezembro de 2025.
Técnico
CLASSES 1 2 3
Classe Especial R$ 2.385,32 R$ 2.564,22 R$ 2.756,54
Classe IV R$ 1.876,45 R$ 2.017,19 R$ 2.168,47
Classe III R$ 1.476,14 R$ 1.586,85 R$ 1.705,87
Classe II R$ 1.161,23 R$ 1.248,32 R$ 1.341,95
Classe I R$ 913,50 R$ 982,01 R$ 1.055,66
Concurso PGE AC Técnico: Estrutura remuneratória atualizada em dezembro de 2025.
Benefícios ofertados

Além do vencimento básico, os servidores do Quadro de Pessoal Efetivo de Apoio da PGE farão jus às seguintes vantagens:

  • Gratificação de Atividade na Procuradoria Geral do Estado – GAPGE;
  • Gratificação de Sexta Parte;
  • Adicional de Titulação; e
  • Prêmio Anual de Valorização da Atividade na PGE.
Concurso PGE AC: cargos e vagas

Segundo o governador, as vagas serão para os cargos administrativos da instituição, incluindo o corpo técnico, analista e auxiliar, além do setor jurídico e de apoio especializado.

Jornada de trabalho:

  • 40 horas semanais para analistas e
  • 30 horas semanais para técnicos e auxiliares.
Concurso PGE Acre: carreira

As carreiras de analista e técnico da PGE são constituídas por cinco classes, com três referências salariais para cada uma das Classes.

A carreira de auxiliar da PGE é constituída por dez referências salariais.

Requisitos

Os requisitos de escolaridade para ingresso nos cargos são:

  • analista da PGE, curso de ensino superior;
  • técnico da PGE, curso de ensino médio ou curso técnico equivalente;
  • auxiliar da PGE, curso de ensino fundamental.

Além dos requisitos previstos neste artigo, poderão ser exigidos formação especializada, experiência e registro profissional a serem definidos em regulamento e especificados em edital de concurso.

Atribuições

Carreira de analista da PGE: atividades de planejamento; organização; coordenação;
supervisão técnica; assessoramento; estudo; pesquisa; elaboração de laudos, minutas de pareceres, peças processuais ou informações; execução de tarefas de elevado grau de complexidade; execução de tarefas de suporte técnico e administrativo;
Carreira de técnico da PGE: execução de tarefas de suporte técnico e administrativo; e
Carreira de auxiliar da PGE: atividades básicas de apoio operacional.

Resumo do concurso PGE AC
edital PGE AC Procuradoria-Geral do Estado do Acre
Situação atual comissão formada
Banca a definir
Cargos técnico, analista e auxiliar da PGE
Escolaridade níveis médio e superior
Carreiras funções essenciais à justiça
Lotação Estado do Acre
Número de vagas a definir
Remuneração a definir

Fonte: Procuradoria-Geral do Estado do Acre / Gran Concursos Online

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SENAI forma turma inédita com mais de 20 mulheres no curso de Eletricista de Redes

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A formação teve como objetivo qualificar profissionais para atuar com segurança e competência técnica no setor de distribuição de energia elétrica

A Escola SENAI Cel. Auton Furtado concluiu, no dia 16 de dezembro, em parceria com a Energisa Acre, a formação de uma turma composta exclusivamente por mulheres no curso de Eletricista de Redes de Distribuição de Energia Elétrica. A capacitação, realizada entre julho e dezembro de 2025, representa um marco para a inclusão feminina em uma área historicamente ocupada por homens.

Ao todo, 21 alunas concluíram o curso após processo seletivo promovido pela Energisa. A formação teve como objetivo qualificar profissionais para atuar com segurança e competência técnica no setor de distribuição de energia elétrica.

O curso foi estruturado em módulos que abrangeram desde a formação básica até conteúdos específicos, com ênfase em normas de segurança e fundamentos técnicos, incluindo NR-10 Básico, NR-35, NR-10 SEP, Fundamentos de Eletricidade, Distribuição e Subestação de Energia, além de Instalações, Operação e Manutenção de Redes de Distribuição.

Durante a capacitação, as participantes demonstraram alto desempenho e comprometimento, superando desafios técnicos e operacionais. A iniciativa reforça o compromisso do SENAI e da Energisa com a qualificação profissional, a diversidade e a ampliação da presença feminina em áreas técnicas estratégicas.

A analista de Mercado do SENAI/AC, Rejane Carneiro, destacou que a formação simboliza avanço, transformação e oportunidade, ao preparar profissionais alinhadas às exigências do setor elétrico. “Às formandas, nosso reconhecimento e admiração. Vocês não apenas concluem um curso, mas passam a ocupar um espaço estratégico no mercado de trabalho, abrindo caminhos e inspirando outras mulheres a seguirem carreiras técnicas e industriais”, acrescentou.

Já a gestora de Recursos Humanos da Energisa Acre, Katianes dos Santos, ressaltou que o investimento contribui para um setor mais diverso, inovador e justo, além de ampliar oportunidades para as formandas. “O Grupo Energisa tem orgulho de fazer parte desse movimento”, frisou.

A formanda Jéssica Milome afirmou que a expectativa é grande para atuar na área. “O curso me fez idealizar a carreira e me especializar ainda mais no futuro. Agora, o momento é aguardar para ver se serei chamada para fazer parte do grupo de colaboradores da Energisa. Foi realmente uma grande oportunidade para nós, mulheres, aprimorarmos nossos conhecimentos”, salientou.

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Equipe de Gladson divulga calendário acreano de feriados e pontos facultativos para 2026

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Os secretários de Estado e outras autoridades da administração pública têm autorização para convocar servidores em pontos facultativos, quando necessário, sem a obrigatoriedade de compensação de horas para os que atenderem à convocação.

O governo do Estado do Acre divulgou nesta segunda-feira, 22, por meio do Decreto nº 11.809, publicado na edição extra do Diário Oficial do Estado (DOE), o calendário oficial de feriados e pontos facultativos para o ano de 2026. O documento regula o funcionamento dos órgãos e entidades do Poder Executivo estadual, com exceção dos serviços considerados essenciais.

O decreto estabelece as datas de feriados e pontos facultativos entre os dias 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2026, garantindo o planejamento das atividades administrativas e a organização dos serviços prestados à população.

Os serviços essenciais, como saúde e segurança pública, não serão interrompidos. Esses setores deverão manter suas atividades normalmente durante os feriados e pontos facultativos.

De acordo com o Artigo 2º do decreto, os secretários de Estado e outras autoridades da administração pública têm autorização para convocar servidores em pontos facultativos, quando necessário, sem a obrigatoriedade de compensação de horas para os que atenderem à convocação.

O regulamento também prevê que, em caso de feriados municipais estabelecidos por leis locais, os servidores estaduais que atuam nas respectivas localidades terão direito à folga. O decreto entra em vigor na data de sua publicação, passando a regulamentar o calendário de atividades do Executivo estadual para o próximo ano.

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