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Cidade de Assis Brasil usa frango da merenda escolar para alimentar quase 300 imigrantes instalados em 2 escolas
Prefeitura de Assis Brasil serve 900 refeições por dia para quase 300 imigrantes instalados na cidade.

Cidade do AC usa frango da merenda escolar para alimentar quase 300 imigrantes instalados em 2 escolas — Foto: Asscom/Prefeitura Assis Brasil
Por Aline Nascimento, G1 AC
Há mais de um mês a cidade de Assis Brasil, vive um drama para ajudar imigrantes que estão retidos no município devido ao fechamento da fronteira do estado com Bolívia e o Peru. Sem recursos e mantimentos para alimentação, a prefeitura usou 60 quilos de frango da merenda escolar para as refeições.
Até esta sexta-feira (24), existiam 254 imigrantes de 13 nacionalidades instalados em duas escolas de Assis Brasil. Sem certezas de quando devem partir, os imigrantes precisam de auxílio da prefeitura, alimentação, colchões para dormir, atendimentos médicos e outros tipos de apoio.
No dia 24 de março, a prefeitura decretou situação de emergência. A porta-voz do governo do Acre, Mirla Miranda, explicou que o governador Gladson Cameli solicitou uma reunião na tarde desta sexta para debater a situação dos refugiados.
“Continuo na mesma situação, com o pessoal abrigado nas escolas e esperando ajuda. Recebi a notícia de uma ajuda do gabinete do senador Márcio Bittar para aquisição de cestas básicas. Conversei com o governador e o secretário de Educação para pedir um apoio. Está sendo providenciado, mas, no momento, estou totalmente saturado, não tenho mais recursos do município e estou pegando a merenda das escolas para alimentação do pessoal”, desabafou o prefeito da cidade, Antônio Barbosa.
Gastos
Ainda segundo o prefeito, o gasto diário com alimentação dos imigrantes é cerca de R$ 9 a R$ 10 mil por dia. São servidas 900 refeições diárias, segundo o prefeito.
“Sem contar as logísticas, o município é pequeno, pobre e já sofri até bloqueios para o pagamento de dívidas. Isso está me sufocando e estou pedindo apoio de todo mundo. Preciso resolver esse problema. Hoje [sexta, 24] completa 36 dias que estão retidos no município e o Peru não abre a fronteira para que possam seguir viagem e não pretendem voltar para onde vieram, que foi São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul”, frisou.
Barbosa disse que usou o frango da merenda escolar porque o supermercado que fornecia alimentos suspendeu o auxílio. É que a prefeitura devia cerca de R$ 30 mil para o comércio de alimentos.
“Tomei emprestado o frango da merenda escolar, que é um produto perecível mesmo estando em geladeira e tem prazo de vencimento. O frango que tinha só deu até hoje. Acho que amanhã vou comprar algumas cartelas de ovos e fazer farofa de ovos no café”, afirmou.
O prefeito disse ainda que os colchões doados pelo governo do estado também não foram suficientes. Ele teve que pegar colchão emprestado com o Exército Brasileiro e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
“O grande problema é o consumo de alimentos, que é muito grande”, finalizou.
Barreiras
A Vigilância Sanitária disse que o número de imigrantes não aumentou em Assis Brasil. Foram instaladas barreiras ao longo da rodovia para intensificar a fiscalização dos veículos que circulam entre as cidades.
“Estamos tendo esse controle, com orientações que o prefeito nos deu. A preocupação agora é com os alimentos deles”, disse o chefe do Núcleo de Serviços da Vigilância Sanitária da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), Advagner Prado.
Prado disse também que foi dada toda orientação e treinamentos para as equipes de saúde do município para atendimento dos refugiados.
“O secretário pediu para elaborarmos novas ações para a semana que vem. Estamos planejando uma ida para checar como estão as barreiras”, contou.
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Chuva aumenta e Defesa Civil alerta para riscos na captação de água e navegação no Rio Acre
O coordenador também detalhou o comportamento do rio ao longo da semana. Segundo ele, o nível oscilou de 6,68 metros na segunda-feira para 5,43 metros na manhã desta sexta

Cláudio Falcão explicou que a Defesa Civil segue acompanhando a evolução do cenário e reforçou que o período chuvoso está apenas começando. Foto: captada
Suene Almeida
Apesar de Rio Branco não registrar volumes extremos de chuva nos últimos dias, a Defesa Civil Municipal tem monitorado de perto o comportamento do Rio Acre e suas consequências para a capital. Em entrevista nesta sexta-feira (5), o coordenador municipal da Defesa Civil, tenente-coronel Cláudio Falcão, detalhou a situação, chamou atenção para riscos menos aparentes e reforçou que o momento exige cautela.
Segundo Falcão, até a manhã de hoje o acumulado de chuva dentro do perímetro urbano estava em cerca de 18 milímetros. No entanto, o volume que atinge a cidade desde o início da tarde tende a alterar esse cenário. “Daqui a pouco, quando a gente finalizar essa chuva aqui, vamos perceber que o que choveu hoje equivale praticamente à semana inteira”, explicou.
Ele reforça que, embora o índice acumulado não pareça alto dentro de Rio Branco, o quadro regional é mais preocupante. “Mesmo não tendo chovido muito na cidade, nós temos um acumulado na bacia de 250 a 300 milímetros só nesta primeira semana de dezembro, que nem terminou ainda. Ainda é sexta-feira.”
Oscilações do nível do Rio Acre preocupam
O coordenador também detalhou o comportamento do rio ao longo da semana. Segundo ele, o nível oscilou de 6,68 metros na segunda-feira para 5,43 metros na manhã desta sexta, uma queda significativa em poucos dias. Apesar disso, Falcão esclarece que não há risco de enchente neste momento.
O alerta da Defesa Civil, porém, está focado em outro ponto, que é na presença de balseiros, grandes aglomerados de troncos e vegetação que descem com a correnteza e podem causar danos a estruturas e embarcações.
“Existe uma preocupação atual nossa em relação a essa oscilação de nível, que é a formação de balseiros. Esses balseiros colocam em risco a captação de água e a navegação, trazendo grandes possibilidades de acidentes”, afirmou o tenente-coronel.
Ele explica que, mesmo sem perspectiva de transbordamento, o comportamento irregular do rio traz desafios que exigem vigilância constante. “A gente não está preocupado com o transbordamento, que não vai acontecer agora, mas estamos atentos às outras consequências que o nível do rio traz quando ele oscila dessa forma”, destacou.
Cláudio Falcão explicou que a Defesa Civil segue acompanhando a evolução do cenário e reforçou que o período chuvoso está apenas começando, “Essas primeiras chuvas já mostram que a gente precisa ficar alerta. O momento é de atenção, não de pânico”, concluiu.
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Prefeito de Rio Branco anuncia pagamento do salário e 13º de servidores para o dia 19 de dezembro
Tião Bocalom afirmou que os depósitos devem injetar cerca de R$ 80 milhões na economia local e destacou que a gestão mantém todos os pagamentos em dia

A confirmação foi feita durante coletiva de imprensa realizada na Praça da Revolução. Segundo o gestor, os dois pagamentos devem injetar aproximadamente R$ 80 milhões na economia local. Foto: captada
O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, anunciou em coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (5) que o salário de dezembro e o 13º salário dos servidores municipais serão depositados no próximo dia 19. Segundo o gestor, os pagamentos devem injetar aproximadamente R$ 80 milhões na economia da capital.
Bocalom destacou que a política da administração municipal é a de antecipar parte do 13º apenas mediante solicitação do servidor, prática que, de acordo com ele, é pouco comum.
— A grande maioria dos nossos trabalhadores deixa para receber tudo no final do ano, como foi pensado quando o 13º foi criado — afirmou.
O prefeito explicou ainda que adiantar o pagamento no meio do ano pode reduzir o impacto financeiro do benefício devido aos descontos obrigatórios, o que, em sua visão, “desvirtua” o propósito original da gratificação natalina. Ele também reafirmou o compromisso da gestão com a pontualidade nos pagamentos.
— Nunca atrasamos salários, férias ou qualquer outro direito. Fechamos o ano mais uma vez com tudo em ordem, pagando todos os nossos trabalhadores — completou Bocalom.
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Obra do viaduto Mamedio Bittar em Rio Branco é adiada para março de 2026
Prefeitura culpa atraso na entrega de insumos vindos de outros estados; estrutura, orçada em R$ 24 milhões, estava prevista para dezembro de 2025

A prefeitura admitiu que não conseguirá entregar a obra ainda este ano e divulgou que a nova previsão é o primeiro trimestre de 2026. Foto: captada
A Prefeitura de Rio Branco admitiu que não conseguirá entregar ainda este ano a construção do viaduto Mamedio Bittar, na confluência das avenidas Ceará, Dias Martins e Isaura Parente. Em nota divulgada nesta quarta-feira (4), a gestão municipal adiou a conclusão da obra para março de 2026.
O novo prazo é o terceiro anunciado pela administração: inicialmente, a entrega estava prevista para outubro de 2025, depois foi adiada para dezembro e, agora, para o primeiro trimestre do ano que vem. Segundo a prefeitura, o atraso se deve à demora na chegada de insumos metálicosnecessários para a estrutura.
— Ressaltamos que não houve má-fé nem por parte da empresa executora, nem da gestão municipal. Trata-se de uma situação logística, considerando também a distância geográfica do Acre em relação aos centros produtores — justificou o município.
De acordo com a nota, os últimos vãos da passagem estão sendo concretados e, após a conclusão do viaduto, ainda serão realizados serviços de acabamento. A prefeitura não informou se o custo inicial de R$ 24 milhões foi alterado.
O viaduto Mamedio Bittar é considerado essencial para desafogar o trânsito em uma das áreas de maior fluxo da capital acreana, especialmente nos horários de pico. A previsão atual é que a obra seja entregue totalmente concluída e dentro dos padrões de qualidade até março do próximo ano.

Segundo a prefeitura, o atraso se deve à demora na chegada de insumos metálicos necessários para a estrutura. Foto: captada
Nota da Prefeitura de Rio Branco
A Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura, esclarece que o atraso na entrega do Elevado Mamedio Bittar ocorreu em razão de dificuldades no fornecimento dos insumos metálicos utilizados na obra.
O material é fabricado sob medida, de forma milimétrica, e adquirido junto a grandes siderúrgicas do sul do país, como a Usiminas e a Gerdau, que atendem não apenas o Brasil, mas também o mercado internacional. Houve, portanto, atrasos na produção e na entrega dessas estruturas, o que impactou diretamente o cronograma da obra.
Ressaltamos que não houve má-fé nem por parte da empresa executora, nem da gestão municipal. Trata-se de uma situação logística, considerando também a distância geográfica do Acre em relação aos centros produtores.
Neste momento, os últimos vãos estão sendo concretados e os serviços de urbanismo já foram iniciados. Após a conclusão da estrutura, ainda serão executados os acabamentos do tabuleiro, passeios, laterais, pintura e toda a urbanização na parte inferior do elevado.
A Prefeitura reforça que não irá inaugurar a obra de forma inacabada. A previsão é de que o Elevado Mamedio Bittar seja entregue totalmente concluído e dentro dos padrões de qualidade no primeiro trimestre de 2026, mais precisamente até o mês de março.

Ainda segundo a nota, os últimos vãos da passagem estão sendo concretados e que, após a conclusão do viaduto, ainda haverá serviços de acabamento. Foto: captada


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