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Caso Joyce: processo segue em sigilo e família busca por justiça 1 ano após morte de mulher no Acre
Joycilene Sousa de Araújo era gerente e morreu no dia 17 de novembro de 2024 após uma parada cardíaca em decorrência de tentativa de suicídio. Família da vítima acusa Thiago Augusto Sampaio Borges, de 43 anos, de feminicídio psicológico. g1 contou história do caso com exclusividade

Joycilene Sousa de Araújo tinha 41 anos, era gerente e morreu após uma parada cardíaca, sete dias após uma tentativa de suicídio em Rio Branco. Foto: Arquivo pessoal
Um ano após a morte da acreana Joycilene Sousa de Araújo, de 41 anos, a família da gerente segue em busca por justiça ao passo que lida com o luto. O caso segue em segredo de justiça e, segundo a irmã, Jaqueline Sousa, a luta é para que Joyce ‘não seja uma mera estatística de morte autoprovocada’.
“Estamos aprendendo a conviver com a falta dela”
A família de Joyce, como era conhecida, acusa o então namorado dela, Thiago Augusto Sampaio Borges, de indução ao suicídio, violência psicológica e patrimonial, estimada em R$ 200 mil. A acreana morreu no dia 17 de novembro, no Instituto de Traumatologia e Ortopedia do Acre (Into-AC), em decorrência de uma parada cardíaca causada pela ingestão de comprimidos de uso controlado, uma semana antes. O g1 chegou a conversar com Thiago, com exclusividade, e ele disse que foi alvo de calúnia e difamação. Depois, desativou as redes sociais. Relembre aqui.
A reportagem também entrou em contato com a Polícia Civil para saber o status da investigação. No entanto, como o caso corre em segredo de justiça, o órgão não confirmou quais hipóteses estão sendo apuradas.
Nesta segunda (17), dia em que o caso completa um ano, a família organiza uma missa em homenagem a Joyce. O ato religioso é aberto ao público e ocorre na Catedral Nossa Senhora de Nazaré, no Centro da capital acreana.
“Esperamos que a sociedade não se esqueça da Joyce, que a história dela continue sendo contada, não apenas como uma vítima, mas como a pessoa cheia de vida que ela era. Que mudanças aconteçam na sociedade e na legislação para que outras famílias não passem pelo que estamos passando”, complementou.

Jaqueline Sousa (irmã) e Eduarda Cavalcante (filha) acusam namorado de Joyce Sousa de violência patrimonial e abusos psicológicos que culminaram na morte da gerente acreana no dia 17 de novembro. Foto: Renato Menezes
O caso
Joycilene Sousa de Araújo morreu no dia 17 de novembro de 2024 após uma parada cardíaca decorrente de uma tentativa de suicídio uma semana antes. Antes da morte dela, mesmo ainda mantendo contato com Thiago, Joyce estava decidida a pedir uma medida protetiva contra ele e tentar reaver o carro que estava sob posse dele.
Na madrugada do dia 11 daquele mês, por volta das 2h, Joyce se dirigiu até a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para fazer o pedido da medida e poder dar entrada no pedido de devolução do veículo.
“Já na segunda-feira de manhã [11 de novembro], ela, minha tia e o advogado fizeram uma reunião e ela estava bem. Ela acordou, tomou banho, arrumou o cabelo, fez uma maquiagem […] ela pegou o prontuário para anexar com o advogado e estava feliz porque ela iria pegar o carro justamente porque estava difícil de ele devolver. Ele queria continuar com o carro, mas estava com duas parcelas em aberto e o nome dela sujo”, falou na época a filha de Joyce, Eduarda Cavalcante.
Após a repercussão do caso, Thiago teve o celular e o carro apreendidos pela Polícia Civil de Minas Gerais (PC-MG) no dia 13 de dezembro. Na ocasião, ele também chegou a ser preso por desobediência e por apresentar falsa identificação, mas foi liberado horas depois. O cumprimento do mandado de busca e apreensão ocorreu em Itabira (MG), cidade natal dele.
O carro apreendido, avaliado em R$ 100 mil, foi retirado em Belo Horizonte (MG). Segundo a família, ele deu a ideia de comprar o veículo no nome dela, já que ele supostamente recebe um benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por burnout, e isto impossibilitaria de colocar a despesa no nome dele. O boleto veio para Rio Branco.
Thiago é de Minas Gerais, tem 43 anos e se descreve como engenheiro civil e analista administrativo. Em entrevista exclusiva ao g1 na época, Jaqueline Sousa e Eduarda Cavalcante explicaram detalhes da relação conturbada de quase 10 meses entre a gerente e o suspeito, que elas consideram abusivas, bem como sobre a campanha em busca de respostas e celeridade ao caso.
“Eram informações que ele foi colhendo, e foram muitas em 10 meses de relação […] e aí depois ele foi já usou outra estratégia, dizendo ‘eu vou cuidar de você, nós vamos casar, eu vou cuidar da sua filha, nós vamos morar aqui perto do João Vitor [outro filho dela]. Eu vou te fazer feliz, grave isso. Eu nunca vou soltar a sua mão’. Essa era a frase que encantou a minha irmã porque ele dizia assim: ‘aconteça o que acontecer, mas eu nunca vou soltar a sua mão’, e ela foi se encantando e foi ficando mais apaixonada”, relembrou Jaqueline.A reportagem fez uma consulta no sistema do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJ-RN) e constatou que há três registros de processos no nome dele:
- Inquérito policial de violência psicológica contra mulher, datado de 19 de agosto de 2022 e registrado na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Natal (RN), arquivado em 2 de março de 2023;
- Petição criminal de vias de fato, datado de 1º de dezembro de 2022;
- Ação penal de procedimento sumaríssimo [para agilizar processo] por ameaça, datado de 20 de julho de 2023.
Já no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) constam seis processos, sendo cinco cíveis já arquivados, e um criminal, referente ao Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC).
A irmã relata ainda que as torturas psicológicas foram se tornando frequentes. No entanto, ninguém da família sabia ao certo o que se passava entre os dois, já que ela dizia que Thiago era um homem rico.

Joyce Sousa de Araújo tinha 41 anos, era gerente e morreu após uma parada cardíaca, sete dias após uma tentativa de suicídio em Rio Branco. Foto: Arquivo pessoal
Thiago veio ao Acre duas vezes: em maio, quando conheceu Joyce presencialmente; e no final de setembro para início de outubro, quando ocorreu os supostos episódios de importunação sexual contra a filha de Joyce, no dia 4, e uso de cocaína dentro da casa dela.
Em busca por respostas, a família decidiu expor o caso nas redes sociais.Depois da pressão popular, o caso agora está sendo acompanhado pelo Ministério Público do Acre (MP-AC). Segundo o órgão, a família foi recebida no dia 25 de novembro para receber apoio, por meio do Centro de Atendimento à Vítima (CAV), e discutir os desdobramentos das investigações.
Audiência pública
Em junho deste ano, uma audiência pública discutiu a alarmante situação dos feminicídios no Acre reunindo parlamentares e autoridades na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac). A reunião utilizou como base a repercussão do Caso Joyce.
O encontro, convocado pela deputada estadual Michelle Melo (PDT), tratou de possíveis medidas de enfrentamento ao assassinato de mulheres em decorrência do gênero e também ao chamado estelionato emocional, abuso psicológico e outras consequências.
Durante a audiência pública, Jaqueline relembrou que o caso da irmã não entrou para as estatísticas de feminicídio, o que é questionado pela família, devido às circunstâncias do caso. Ainda segundo ela, sua participação no encontro visou trazer o contexto de que os relacionamentos abusivos podem ter nuances além das que costumam ser discutidas.
“Esse é um dos maiores pontos do debate. É a gente dar nome a esse crime que aconteceu. A Joyce está dentro da estatística de suicídio. Nós vamos debater qual foi o crime que se encaixa para o caso dela. Eu trouxe um material bem robusto, um material para observação para sensibilizar as instituições, tanto homens quanto mulheres da cultura que nós vivemos, de um caso que é secular. Muitas e muitas mulheres morrem nessas mesmas circunstâncias, esse tipo de relação entre agressor e vítima”, destacou.

Thiago Augusto Sampaio Borges tem 43 anos, é mineiro e acusado pela família da acreana Joyce Sousa. Foto: Cedida
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Detran-AC notifica motoristas com risco de suspensão da CNH e exige defesa até 3 de janeiro
Edital publicado no Diário Oficial desta quinta (4) convoca condutores autuados para apresentarem defesa prévia; ausência de manifestação pode resultar em julgamento à revelia e penalidades unificadas de multa e suspensão

O Detran informa que as defesas podem ser protocoladas pelo site oficial do órgão ou presencialmente, além das Ciretrans, dentro dos horários e prazos de atendimento. Foto: arquivo
O Departamento Estadual de Trânsito do Acre (Detran-AC) publicou nesta quinta-feira (4), no Diário Oficial do Estado, um edital de notificação que convoca motoristas autuados por infrações passíveis de suspensão do direito de dirigir a apresentarem defesa prévia até 3 de janeiro de 2026.
De acordo com o documento, proprietários, possuidores e principais condutores dos veículos listados devem protocolar a defesa por escrito ou indicar o real condutor infrator no prazo estabelecido. As autuações mencionadas geram processos administrativos que podem resultar, de forma unificada, nas penalidades de multa e suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
O órgão informa que as defesas podem ser enviadas pelo site oficial do Detran-AC ou protocoladas presencialmente na sede (Estrada Dias Martins, nº 894, bairro Jardim Primavera) ou nas Ciretrans, dentro dos horários de atendimento. O edital alerta sobre as consequências da ausência de manifestação no prazo legal:
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A não apresentação de defesa resultará em julgamento do processo à revelia;
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Caso o proprietário ou principal condutor (pessoa física) não indique o real condutor, será considerado o infrator;
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Defesas não apresentadas, não conhecidas ou não acolhidas permitem ao Detran-AC aplicar as penalidades cabíveis;
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O pagamento da multa não impede a aplicação da suspensão.
A convocação reforça a importância de os motoristas regularizarem suas situações para evitar a perda temporária do direito de dirigir.
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Justiça Eleitoral absolve prefeito e vice de Porto Walter de acusação de compra de votos
A 4ª Zona Eleitoral de Cruzeiro do Sul considerou improcedente ação que alegava captação ilícita de sufrágio nas eleições de 2024; juíza entendeu que acusações não tinham provas materiais ou testemunhais robustas

A representação havia sido proposta por Alsineis José Gonçalves da Silva, então candidato a prefeito, e pela Coligação Unidos por Porto Walter, composta por PDT, PSB, MDB e Federação Brasil da Esperança (FE Brasil). Foto: captada
A 4ª Zona Eleitoral de Cruzeiro do Sul decidiu, nesta quinta-feira (4), pela improcedência da ação que acusava o prefeito de Porto Walter, Sebastião Nogueira de Andrade, e o vice, Guarsonio Carlos Melo de Souza, de captação ilícita de sufrágio – a chamada compra de votos – nas eleições municipais de 2024. A representação havia sido proposta pelo ex-candidato a prefeito Alsineis José Gonçalves da Silva e pela Coligação Unidos por Porto Walter (PDT, PSB, MDB e FE Brasil).
Os autores alegavam que os eleitos teriam praticado compra de votos no período eleitoral. A defesa dos representados, porém, sustentou que as acusações eram genéricas, sem comprovação e baseadas em interpretações subjetivas de vídeos anexados ao processo. A contestação afirmou que as gravações não mostravam pedidos de votos, oferta de vantagens ou qualquer participação dos acusados em condutas irregulares.
Na decisão, a juíza eleitoral Rosilene de Santana Souza concordou com os argumentos da defesa e entendeu que as alegações careciam de respaldo probatório. Segundo ela, não havia elementos capazes de demonstrar a anuência dos réus com a compra de votos. A magistrada ressaltou a necessidade de provas materiais e testemunhais robustas para justificar a cassação de mandatos.
O advogado do prefeito, Yzaahu Paiva, comemorou a decisão:
— A decisão foi dentro do que esperávamos, não havia provas da participação do prefeito em qualquer ato ilícito. O Judiciário optou por respeitar a soberania do voto.
Com o resultado, Sebastião Nogueira e Guarsonio Melo seguem mantidos nos cargos para os quais foram eleitos em 2024.

Com o resultado, Sebastião Nogueira e Guarsonio Melo seguem mantidos nos cargos para os quais foram eleitos pela população de Porto Walter em 2024. Foto: internet
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Em Tarauacá, Procon intensifica fiscalização e alerta sobre venda clandestina de fogos com estampido
“O consumidor que identificar irregularidades pode denunciar pelo 151 ou pelo número (68) 3223-7000, que recebe tanto ligações quanto mensagens via WhatsApp”, destacou.

Procon reforçou orientações aos comerciantes e destacou a importância da prevenção. Foto: cedida
O Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor do Acre (Procon/AC) realizou uma ação educativa e repressiva para coibir a comercialização irregular de fogos de artifício com estampido no em Tarauacá, nesta semana. A operação foi executada pela equipe de fiscalização do Procon no município após denúncias de consumidores e busca garantir o cumprimento da legislação estadual que proíbe, em todo o Acre, a venda desse tipo de produto.
Durante as visitas aos estabelecimentos, nenhuma irregularidade foi confirmada. Ainda assim, o Procon reforçou orientações aos comerciantes e destacou a importância da prevenção. Segundo o chefe da Fiscalização, John Lynneker, a atuação contínua é essencial para proteger a população e preservar o bem-estar coletivo.
“Trata-se de uma ação de caráter educativo e também repressivo no que tange à venda de fogos com estampido. O Procon recebeu algumas denúncias, fizemos a fiscalização e até o momento não foi identificado qualquer irregularidade. É importante mencionar que o estado possui uma lei que proíbe a venda de fogos com estampido, principalmente para proteger os animais e as pessoas com sensibilidade ao barulho. O Procon trabalha para que essa prática não aconteça, coibindo qualquer tipo de irregularidade”, explicou Lynneker.
O chefe da Fiscalização também lembrou que os estabelecimentos que forem flagrados descumprindo a lei podem sofrer sanções administrativas severas: “O comércio que for pego vendendo fogos proibidos poderá sofrer desde advertências até multas, e no caso da venda de fogos com estampido trata-se de uma penalidade bem salgada. A venda desse tipo de produto está terminantemente proibida no estado do Acre. O consumidor que identificar irregularidades pode denunciar pelo 151 ou pelo número (68) 3223-7000, que recebe tanto ligações quanto mensagens via WhatsApp”, destacou.
O Procon/AC reforça que a fiscalização da lei é fundamental para garantir a segurança e o bem-estar da população. Fogos barulhentos podem causar sofrimento a pessoas vulneráveis, como autistas, idosos, bebês e indivíduos sensíveis ao ruído. O impacto também atinge animais domésticos e silvestres, provocando estresse, fugas e até mortes.

Fogos barulhentos podem causar sofrimento a pessoas vulneráveis, como autistas, idosos, bebês e indivíduos sensíveis ao ruído. Foto: cedida
Além disso, o risco de acidentes e incêndios aumenta significativamente durante o período de estiagem. A orientação do órgão é clara: consumidores devem optar por fogos silenciosos, que proporcionam celebrações mais seguras e inclusivas, enquanto os comerciantes devem atentar às normas para evitar penalidades.
“O nosso objetivo não é apenas punir, mas conscientizar. A sociedade está cada vez mais atenta às consequências do uso de fogos com estampido, e a participação de todos é essencial para construirmos um ambiente mais seguro, saudável e respeitoso”, reforça o chefe da Fiscalização do Procon/AC, , John Lynneker.





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