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Casamento entre pessoas do mesmo sexo atinge recorde no Brasil

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Em 2013 o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou a Resolução 175, que impede cartórios de se recusarem a converter uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo em casamentos

Brasil registrou mais de cinco mil celebrações entre janeiro e maio deste ano; direito de alterar o nome social e o gênero no registro civil teve um aumento de mais de 260% desde 2018. Fot: internet 

Por: Isto É

Cerca de 12,2 mil casamentos entre pessoas do mesmo sexo foram realizados no país em 2024. Esse número representa crescimento de 8,8% em relação ao ano anterior. É também a maior quantidade já registrada desde 2013.

Em termos proporcionais, o casamento entre pessoas do mesmo sexo cresceu 11 vezes mais que as uniões entre sexos diferentes. Em 2024, o Brasil teve 936,7 mil casamentos entre homens e mulheres, alta de 0,8% se comparados a 2023.

Os dados fazem parte da pesquisa Estatísticas do Registro Civil, divulgada nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O instituto buscou informações em mais de 8 mil cartórios do país e não leva em conta casos de união estável.

O ano de 2024 foi o quarto seguido com expansão no número de casamento entre pessoas do mesmo sexo em relação ao ano anterior.

Casamentos entre pessoas do mesmo sexo (série iniciada em 2013)
2013 3,7 mil
2014 4,9 mil
2015 5,6 mil
2016 5,4 mil
2017 5,9 mil
2018 9,5 mil
2019 9,1 mil
2020 6,4 mil
2021 9,2 mil
2022 11 mil
2023 11,2 mil
2024 12,2 mil

Em 2013 o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou a Resolução 175, que impede cartórios de se recusarem a converter uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo em casamentos.

A medida do CNJ veio na esteira de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de 2011, que igualou as uniões homoafetivas às heteroafetivas. Até então, os cartórios precisavam de autorização judicial para celebrar casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Mulheres lideram

O casamento entre as mulheres foi o que mais impulsionou o crescimento das uniões entre pessoas do mesmo sexo. Em 2024 foram quase 7,9 mil, o que representa 12,1% de aumento na comparação com 2023.

Já o casamento entre homens ficou em pouco mais de 4,3 mil, avanço de 3,3% em um ano. O crescimento é menor que o das mulheres, mas marca uma reversão, uma vez que de 2022 para 2023 havia sido registrada queda de 4,9%.

Os dados do IBGE sinalizam que, apesar do aumento em um ano, o número de casamentos realizados no Brasil em 2024 fica ainda do patamar pré-pandemia de covid-19, que eclodiu em 2020.

De 2013 a 2019, os registros sempre superavam 1 milhão por ano.

Número de casamentos no Brasil
2013 1,05 milhão
2014 1,11 milhão
2015 1,14 milhão
2016 1,10 milhão
2017 1,07 milhão
2018 1,05 milhão
2019* 1,02 milhão
2020 757 mil
2021 933 mil
2022 970 mil
2023 941 mil
2024 949 mil
* Último ano antes da pandemia

Em 2024, a taxa de nupcialidade – número de casamentos para cada grupo de 100 mil pessoas de 15 anos ou mais de idade ficou em 5,6. Em 2014, era de 7,1.

Em 2024, duas unidades da federação lideraram o ranking de nupcialidade, com taxa acima de 8: Rondônia (8,9) e Distrito Federal (8,4). No outro extremo, Piauí (3,2) e Sergipe (3,7) apresentavam os menores indicadores.

Noivos mais velhos

A pesquisa do IBGE assinala que os noivos de sexos diferentes que são solteiros ─ ou seja, excluindo divorciados e viúvos ─ estão se casando mais velhos.

Em 2004, a idade média era de 27,8 anos para os homens e 24,9 anos para as mulheres.

Em 2014, passou a ser de 29,8 anos para eles e 27,1 anos para elas. Em 2024, as idades médias chegaram a 31,5 anos para os homens e a 29,3 anos para as mulheres.

A pesquisa permite perceber que os solteiros que se casam com cônjuge do mesmo sexo se unem mais tardiamente na comparação com os casais de sexo diferente.

Os homens que se casam com homens têm 34,7 anos em média. As mulheres que se unem a mulheres apresentaram 32,5 anos em média.

Número de casamentos por mês
Dezembro 103,5 mil
Novembro 96,9 mil
Outubro 88,8 mil
Setembro 82,8 mil
Maio 79,7 mil
Julho 78,6 mil
Agosto 76,3 mil
Junho 74,2 mil
Abril 73,5 mil
Janeiro 68,7 mil
Março 68 mil
Fevereiro 57,9 mil

O número de casamentos de 2024 equivale à média de 79 mil por mês. Dezembro se destaca como o mês predileto dos casais para concretizar a união. É o único com mais de 100 mil registros.

Veja os dados:

Número de casamentos homoafetivos

Ano Número de registros
2013 3.700
2014 5.614
2015 5.354
2016 5.364
2017 5.887
2018 9.520
2019 9.056
2020 6.433
2021 9.202
2022 11.022
2023 13.613
2024 (até maio) 4.989
Número de pessoas que alteraram o gênero
Ano Número de pessoas
2018 1.129
2019 1.848
2020 1.283
2021 1.863
2022 3.165
2023 4.156
2024 (até maio) 1.930
Fonte: Arpen Brasi

 

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Homem saudável sofre AVC após consumir 8 energéticos por dia; veja riscos

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A FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos) também recomenda não mais que 400 miligramas por dia

A literatura médica está repleta de exemplos dos danos causados por bebidas energéticas, então este caso, embora alarmante, não é um evento isolado, afirmou Munshi. Foto: captada 

CNN Brasil

Ele tinha 54 anos, era saudável e em boa forma física, um corredor dedicado sem vícios — não fumava, não bebia e não usava drogas. Então, quando repentinamente começou a sentir fraqueza no lado esquerdo, dormência e dificuldades com equilíbrio, caminhada, deglutição e fala, um familiar o levou às pressas para uma clínica especializada em AVC.

“Sua pressão arterial estava altíssima — cerca de 254 por 150 milímetros — ainda assim, ao olhar para ele, você nunca saberia, pois ele parecia tão bem. É por isso que chamamos a hipertensão de assassina silenciosa”, disse o Sunil Munshi, médico consultor do Hospital Universitário de Nottingham do NHS (Sistema Nacional de Saúde) do Reino Unido.

Munshi é o autor principal de um relatório de caso sobre o homem, um trabalhador de armazém de Sherwood, Nottingham, cujo nome foi mantido em sigilo para proteger sua privacidade. O artigo foi publicado na terça-feira (9) na revista científica BMJ Case Reports.

A pressão arterial normal para adultos é menor que 120 por 80 mmHg (milímetros de mercúrio). Pressão arterial de 180 por 120 ou superior é considerada uma crise médica que requer atendimento de emergência imediato.

“Seu lado esquerdo estava dormente, e as tomografias mostraram que ele teve um AVC na parte mais profunda do cérebro, o tálamo, o que explica a instabilidade”, disse Munshi. “Ele foi internado, e o tratamos com cinco medicamentos diferentes até sua pressão arterial cair para 170.”

De volta para casa, a pressão arterial do homem continuou a subir, chegando a 220 apesar dos diversos medicamentos. Munshi e sua equipe procuraram respostas por semanas, realizando extensivos exames que resultaram negativos. Então, um dia, o homem contou a Munshi sobre seu hábito de consumir bebidas energéticas.

“Todos os dias ele consumia oito bebidas energéticas altamente potentes para se manter alerta no trabalho — duas latas em quatro momentos diferentes durante o dia”, disse Munshi. A marca foi omitida do estudo. “Cada uma das bebidas continha 160 miligramas de cafeína. Repentinamente o diagnóstico ficou claro.”

Algumas bebidas energéticas podem ter até 500 miligramas de cafeína, em comparação com 30 miligramas no chá e 90 miligramas no café, disse o primeiro autor do estudo, Martha Coyle, médica residente do Hospital Universitário NHS de Nottingham.

“No Reino Unido, as diretrizes sugerem 400 miligramas de cafeína por dia, entre duas e quatro xícaras”, disse Coyle. “Este paciente estava consumindo entre 1.200 e 1.300 miligramas, três vezes a quantidade recomendada.”

A FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos) também recomenda não mais que 400 miligramas por dia.

Apenas algumas semanas após interromper o consumo da bebida energética, a pressão arterial do homem voltou ao normal. Hoje, anos após o incidente, ele está saudável, mas ainda convive com as sequelas do AVC.

“Obviamente, eu não estava ciente dos perigos que as bebidas energéticas estavam me causando”, disse o homem aos seus médicos. “Fiquei com dormência no lado esquerdo da mão e nos dedos, no pé e nos dedos dos pés, mesmo depois de 8 anos.”

Combinação de ingredientes “causa estragos”

Não é apenas o alto nível de cafeína. As bebidas energéticas atuais também contêm ingredientes que aumentam a pressão arterial, como o aminoácido taurina, explicou Munshi.

“Bebidas energéticas que contêm cafeína mais taurina produzem pressão arterial significativamente mais alta do que a cafeína sozinha”, disse ele. “Elas também contêm altos níveis de glicose — sabemos que o açúcar danifica os vasos sanguíneos no diabetes, o que leva a danos cardíacos.”

As bebidas energéticas também costumam conter ginseng, que afeta o metabolismo, e guaraná, uma planta que contém cafeína em concentração duas vezes maior que um grão de café, segundo o estudo. Estimulantes mais leves como a teofilina, encontrada no cacau, e a teobromina, encontrada no chá, também são frequentemente incluídos, disse Coyle.

Tais bebidas energéticas podem causar arritmias cardíacas, danificar o endotélio, o tecido que reveste os vasos sanguíneos, e agregar plaquetas sanguíneas, explicou Munshi.

“Quando as plaquetas são agregadas, especialmente em um ambiente com alta glicose, elas podem produzir coágulos sanguíneos.”

“Os jovens frequentemente estão dispostos a experimentar bebidas energéticas, especialmente em combinação com outras drogas como cocaína ou metanfetamina, que têm efeitos similares, e todas essas substâncias juntas podem causar destruição.”

A literatura médica está repleta de exemplos dos danos causados por bebidas energéticas, então este caso, embora alarmante, não é um evento isolado, afirmou Munshi.

“Temos visto outros pacientes que desenvolveram batimentos cardíacos irregulares, o que chamamos de fibrilação atrial”, disse. “Outro paciente desenvolveu uma hemorragia intracelular no cérebro, enquanto um outro paciente teve um derrame cerebral devido a um coágulo sanguíneo.”

Munshi acredita que os médicos precisam se conscientizar mais sobre o impacto das bebidas energéticas e questionar sobre seu consumo durante as consultas de rotina, “especialmente quando pessoas mais jovens apresentam problemas cardiovasculares ou derrames.”

“A natureza dessas bebidas está mudando. Elas têm se tornado cada vez mais perigosas e mais potentes”, acrescentou. “Propomos um aumento na regulamentação das vendas de bebidas energéticas e das campanhas publicitárias, que frequentemente são direcionadas aos mais jovens.”

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Novas tarifas da Energisa Rondônia entram em vigor no dia 13; reajuste é de 15,72%

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A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o Reajuste Tarifário Anual da Energisa Rondônia – Distribuidora de Energia S.A. As novas tarifas passam a valer a partir do próximo dia 13 e atingem cerca de 729 mil unidades consumidoras nos 52 municípios do estado de Rondônia.

Segundo a Aneel, os principais fatores que influenciaram o reajuste foram os custos com compra, distribuição e transmissão de energia, além dos encargos setoriais e dos componentes financeiros do processo tarifário anterior.

Na mesma reunião, também foi aprovada uma Revisão Tarifária Extraordinária (RTE) da empresa. Neste reajuste, será aplicado o impacto financeiro de R$ 57 milhões da RTE, o que representa um efeito de 2,15% nas tarifas. O valor restante será diluído nos próximos processos tarifários.

O reajuste afeta consumidores de alta e baixa tensão. Na alta tensão, estão incluídas as classes A1 (igual ou superior a 230 kV), A2 (de 88 a 138 kV), A3 (69 kV) e A4 (de 2,3 a 25 kV). Já na baixa tensão, a média contempla as classes B1 (residencial e baixa renda), B2 (rural), B3 (industrial, comercial, serviços e poder público) e B4 (iluminação pública).

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Fachada do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) • Pedro França/Agência Senado

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Fachada do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) • Pedro França/Agência Senado

Uma portaria conjunta publicada pelo Ministério da Previdência Social e pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) autoriza, em caráter excepcional e transitório, a ampliação do prazo máximo de duração do auxílio por incapacidade temporária concedido por meio do sistema Atestmed (sem perícia presencial).

De acordo com o texto, beneficiários que tiverem auxílios por incapacidade temporária concedidos por meio de análise documental, ainda que de forma não consecutiva, poderão se afastar por até 60 dias. A ampliação do prazo, segundo a portaria, vigora por um período de 120 dias, ou seja, até abril de 2026.

Entenda

Segurados do INSS que precisam solicitar o benefício por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) podem fazer o requerimento por meio de análise documental via Atestmed e ter o benefício concedido sem passar pela perícia médica. Mesmo segurados que já têm perícia presencial marcada podem fazer a solicitação.

Para solicitar o benefício apresentando apenas o atestado médico, o segurado deve acessar o site do INSS ou o aplicativo MeuINSS, já que é preciso anexar ao requerimento documentos médicos ou odontológicos que indiquem necessidade de afastamento das atividades habituais.

Solicitações de benefício por incapacidade realizadas pela Central 135 serão agendadas e poderão ser transformadas via sistema Atestmed, desde que o cidadão anexe a documentação necessária para a análise de forma remota.

Caso não seja possível conceder o benefício pela conformação dos documentos médicos ou odontológicos, será indicado ao cidadão que agende uma perícia presencial. O benefício, de acordo com o INSS, não será indeferido com base exclusivamente na análise documental.

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