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Café com raízes coletivas coloca o Acre na vanguarda da bioeconomia e firma o estado como protagonista na produção do grão

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Desde sua inauguração, o Complexo Industrial opera em plenitude, revelando o vigor de uma cadeia produtiva que pulsa no coração do Juruá

Com uma estrutura física de 1.640 m², o parque fabril opera com energia 100% renovável, fornecida por 356 painéis solares que geram mensalmente 21.500 kWh. Foto: Pedro Devani/Secom

Entre rios que murmuram memórias e ramais que desenham caminhos, no extremo oeste da Amazônia, um grão desperta um futuro promissor. No Vale do Juruá, o café deixou de ser apenas bebida para se tornar símbolo de esperança, sustento e desenvolvimento sustentável.

É em Mâncio Lima que esse sonho toma forma concreta: o maior complexo industrial da agricultura familiar da Região Norte, recém-inaugurado com investimento de R$ 10 milhões, acende novas luzes sobre o cooperativismo e a bioeconomia amazônica, agregando tecnologia e valor ao café cultivado por mãos que conhecem profundamente a terra.

O projeto é fruto da articulação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em parceria com a Cooperativa de Café do Juruá (Coopercafé), consolidando-se como ponte estratégica entre o governo estadual, o governo federal e a iniciativa privada.

No coração verde do Juruá, o Complexo Industrial do Café se ergue como símbolo de uma nova economia que brota da terra e floresce pelas mãos da agricultura familiar. Integrante do projeto Café Amazônia Sustentável, iniciativa da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o espaço é dedicado ao beneficiamento e rebeneficiamento de grãos cultivados por pequenos produtores, moldando um modelo cooperativista socioeconômico que respeita a floresta e valoriza quem nela vive.

Complexo tem capacidade produtiva de até 20 mil sacas de café por safra, considerando tanto o beneficiamento quanto o rebeneficiamento, que são os dois processos principais. Foto: Pedro Devani/Secom

Com investimentos de R$ 8 milhões da ABDI e R$ 2 milhões da Cooperativa de Café do Juruá (Coopercafé), que hoje reúne mais de 180 agricultores, o complexo é expressão concreta de uma bioeconomia que alia inovação, tradição e sustentabilidade.

Segundo levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), contratada para acompanhar os impactos da iniciativa, foram gerados 2 mil empregos diretos e indiretos na região.

“O benefício é gigantesco, a gente não tem noção do que isso significa para o produtor, que hoje tem a segurança de que, se cuidar do café na hora da colheita, ele vai ter a certeza que tem uma indústria para secar e fazer todo o processo do café até o mercado”, disse o presidente da Coopercafé, Jonas Lima.

O complexo, segundo ele, é pioneiro na região da forma em que está organizado atualmente. Com 182 cooperados, há ainda uma fila com mais 50 aguardando para ingressar nesse projeto.

Pioneirismo

O complexo tem capacidade produtiva de até 20 mil sacas de café por safra, considerando tanto o beneficiamento quanto o rebeneficiamento, que são os dois processos principais. Entenda:

  • Beneficiamento: envolve secagem, descascamento e classificação do café, preparando o grão para comercialização, seco e descascado. O maquinário inclui 11 secadores, uma máquina descascadora e uma classificadora de cafés in natura com despolpador.
  • Rebeneficiamento: agrega qualidade ao produto, por meio da padronização por tamanho e densidade, utilizando um conjunto de peneiras e mesa densimétrica. Esse processo permite separar os melhores lotes, aumentando o valor de mercado do produto.

Do grão simples ao aroma sofisticado, o parque industrial transforma o café em múltiplas possibilidades: da produção de commodities à elaboração de cafés especiais. Essa diversidade amplia as portas do mercado para os cooperados, permitindo que cada lote reflita a riqueza da terra e a identidade de quem o cultiva.

Para o presidente da Coopercafé, o avanço da produção é fruto direto dos investimentos semeados em múltiplas frentes. Foto: Pedro Devani/Secom

Juruá se consolida como potência do café

Desde sua inauguração, o Complexo Industrial opera em plenitude, revelando o vigor de uma cadeia produtiva que pulsa no coração do Juruá. Ao produtor, basta entregar os grãos que, dali em diante, a agroindústria assume o processo com precisão e cuidado, devolvendo o café em sacas prontas para o mercado.

Mais que estrutura, o empreendimento é uma engrenagem sustentada pelos princípios do cooperativismo, da sustentabilidade, da economia solidária e da sociabilidade, costurando novas oportunidades com o fio da valorização comunitária.

A implantação de um espaço pioneiro como o Complexo do Café no Juruá reverbera por toda a paisagem econômica e social da região. Os reflexos são sentidos no aumento da produtividade e da qualidade dos grãos, na ampliação da renda, direta e indireta, dos agricultores familiares e na expansão da própria cadeia produtiva, com mais produtores ingressando e novas áreas sendo cultivadas.

Romualdo diz que planta mais do que café, mas também uma herança. Foto: Pedro Devani/Secom

O impacto de um espaço pioneiro é o aumento da produtividade e da qualidade do café; aumento de renda direta e indireta dos agricultores familiares da região; incremento de toda a cadeia produtiva do café; aumento do número de produtores de café e de áreas cultivadas; redução de gargalos da cadeia; transformação regional e melhorias da qualidade de vida dos agricultores e da região de forma geral.

Cada lote carrega sua identidade: um código de rastreamento vinculado diretamente ao produtor, permitindo acompanhar a trajetória do grão do campo à comercialização, com rigor e transparência.

“Hoje nós somos, com certeza, a região que mais tem café em campo. Temos em todo o Juruá mais de 5,1 milhões de pés de café em campo. Isso já está no chão, pés que daqui dois anos já vão estar produzindo. Estamos colhendo, em produção, em uma área de mais de 500 hectares, mas ano que vem devemos colher 900 hectares e até 2027 devemos colher mais de 1,5 mil hectares. Então, estamos avançando ano após ano”, estima Lima.

Para o presidente da Coopercafé, o avanço da produção é fruto direto dos investimentos semeados em múltiplas frentes. Infraestrutura, capacitação e fortalecimento da cadeia produtiva, que têm nutrido o café cultivado no Vale do Juruá. Com os pés já fincados em solo fértil e projeções otimistas no horizonte, a estimativa de faturamento gira em torno de R$ 40 milhões, valor que dança conforme o ritmo da produtividade local e as oscilações do mercado.

Izoneide de Souza e a filha, Yara Souza. Mãe e filha trabalham juntas na colheita de café. Foto: Tácita Muniz/Secom

‘Geração de emprego impactante’

Uma produção que cresce cada vez mais, eleva com ela uma economia efervescente, e isso é o que tem se notado com a consolidação da cadeia do café. “Nós estamos na nona semana de colheita de café e não temos menos de 500 pessoas todos os dias espalhadas na zona rural, colhendo café dos nossos produtores, então a geração de emprego é gigantesca”, avalia.

Uma movimentação econômica que não se limita apenas ao período de colheita, já que, após passada essa fase, inicia o trabalho de tratamento nos cafezais, com extrato na plantação e manutenção desse plantio para que a produção siga em um ritmo frenético no ano que vem.

A safra do café começa em fevereiro e segue até julho. Para quem colhe, esses meses são sinônimo de renda extra em casa. Izoneide de Souza e a filha, Yara Souza, aproveitam esse período.

“É uma renda que ajuda muito a gente, porque somos seis pessoas em casa e agora esse complexo ajudou ainda mais com essa demanda do grão. O café para gente é uma fonte de renda, que ajuda no pagamento de contas e a fazer feira”, explica Izoneide.

Yara acompanhava a mãe e aprendeu a técnica da colheita com ela. Hoje, as duas trabalham juntas: “Só gosto de trabalhar com ela. Minhas irmãs também colhem, mas em outro canto, mas eu gosto de ficar com minha mãe”, completa.

Na lida diária do campo, Raimundo Nascimento colhe mais que grãos. Ao lado da esposa, Maria Angelita de Araújo, compartilha o trabalho, o cansaço e a esperança que brota com cada safra.

Na lida diária do campo, Raimundo Nascimento colhe mais que grãos. Ao lado da esposa, Maria Angelita de Araújo, compartilha o trabalho, o cansaço e a esperança que brota com cada safra. Foto: Pedro Devani/Secom

Ele vê na temporada do café uma oportunidade concreta de complementar a renda da família. “É uma grana extra que ajuda muito a gente”, resume, com a simplicidade de quem transforma esforço em sustento.

A movimentação gerada pelo Complexo também ecoa nos corredores da agroindústria, onde histórias de transformação ganham rosto e nome. É o caso de Orlenilson José Viana de Souza, que há seis anos cultiva café e hoje atua como gerente operacional do empreendimento.

Para ele, o grão não representa apenas renda, mas sim o ponto de virada de uma vida antes dedicada à construção civil. O café abriu novas trilhas: da enxada ao planejamento, das mãos calejadas ao olhar estratégico, revelando que na Amazônia, produzir também é reinventar-se.

“O que vejo desse estabelecimento é que impactou e movimentou muito a geração de empregos na região, tanto direta como indiretamente. Hoje a gente conta com muitos colaboradores dentro do complexo, mas mais ainda trabalhando nessa coleta”, diz.

Energia limpa

Além da vocação produtiva, o Complexo Industrial do Café do Juruá é um modelo exemplar de respeito ambiental e tecnologia limpa. Com uma estrutura física de 1.640 m², o parque fabril opera com energia 100% renovável, fornecida por 356 painéis solares que geram mensalmente 21.500 kWh, e adota práticas como o reuso inteligente da água da chuva e o uso de lenha certificada.

Toda a cadeia produtiva é feita em áreas anteriormente degradadas, sem abrir novas clareiras na floresta, reiterando o compromisso do projeto com um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

No Acre, onde a floresta dialoga com inovação, forma-se uma aliança concreta com o desenvolvimento sustentável, pauta global que ganha raízes profundas em cadeias produtivas exemplares.

O estado desponta como referência na promoção da bioeconomia, com iniciativas que conciliam conservação ambiental e geração de valor.

Complexo representa um impulso decisivo para a consolidação de um negócio que não para de crescer no Vale do Juruá. Foto: Pedro Devani/Secom

“Quem financiou essa energia renovável foram os próprios produtores. Essa foi nossa contrapartida no projeto, para garantir que nosso café seja verdadeiramente sustentável, de fato e de direito”, destaca Lima, com orgulho.

Em meio à colheita de frutos e conquistas, o presidente da Coopercafé fez questão de reconhecer o papel do governador Gladson Camelí, agradecendo pela condução de uma política plural, que valoriza o diálogo e fomenta parcerias entre diferentes setores comprometidos com o desenvolvimento econômico do Acre.

Para ele, essa cooperação entre Estado, produtores e instituições tem sido vital para transformar potencial em realidade.

“Tivemos uma parceria do governo do Estado na parte do estacionamento, do pátio da indústria, que o governo garantiu que vai asfaltar e também a  Secretaria de Estado de Agricultura, que cedeu caminhões para o nosso uso, então são muitas mãos envolvidas”, enalteceu.

Em Mâncio Lima, o café é mais que cultivo, é herança, afeto e projeto de vida. Foto: Pedro Devani/Secom

Negócios de famílias e sustentabilidade

Em Mâncio Lima, o café é mais que cultivo, é herança, afeto e projeto de vida. É assim que o engenheiro agrônomo Romualdo Marques define a agroindústria familiar que construiu com o filho, Bruno Oliveira, também agrônomo. Juntos, apostaram na cafeicultura artesanal como caminho de conexão com a terra e com o futuro de suas gerações.

Em 3,8 hectares de solo fértil, crescem mais de 12,3 mil mudas de café, que carregam não só aromas intensos, mas a história de uma família que planta seus sonhos com as próprias mãos.

“Nós trabalhamos com o tripé da sustentabilidade porque é um projeto familiar, que leva em consideração a questão ambiental. Nós pegamos as áreas literalmente degradadas e recuperamos o solo e estamos reflorestando. Paralelo a isso, tem a questão do lado social, porque agregamos mão de obra da comunidade, tanto colheita, como plantação de mudas, e, claro, um trabalho que também envolve o lado econômico”, explica.

Na engrenagem que transforma o grão em aroma, Bruno Oliveira assume a responsabilidade pela delicada etapa da torragem, processo que mobiliza diretamente de três a quatro pessoas e exige precisão, conhecimento e sensibilidade.

Pioneiro na cultura cafeeira na região, Marques vê no Complexo Industrial a confirmação de uma convicção que carrega há tempos: a de que a cafeicultura é uma das vertentes mais promissoras e rentáveis para os pequenos produtores do Juruá.

“Costumo dizer que a fase de convencimento de plantar o café praticamente já está para trás, mas continuamos ainda dizendo que é uma boa opção. Se nós pegarmos o projeto do complexo industrial, que foi agora inaugurado, um dos pilares é agregar mais famílias nesse projeto e eu, particularmente, sou um missionário da agricultura familiar”, defende.

Raimundo Fredson da Rocha diz que o café tem mudado a vida de muita gente. Foto: Pedro Devani/Secom

‘O café veio para mudar a vida de muita gente’

Em meio à vastidão verde de Mâncio Lima, Raimundo Fredson da Rocha, o Fredinho, como é chamado com carinho pela comunidade, cultiva esperança sobre sete hectares de terra cobertos por pés de café.

Mais que lavoura, a cafeicultura se tornou para ele e tantos outros produtores uma verdadeira ferramenta de transformação: muda vidas, gera renda e fortalece vínculos com a terra.

“O café foi uma cultura que veio para o nosso estado pra mudar a vida de muita gente, quem planta o café tem a responsabilidade de ter uma ferramenta que muda a vida de produtores e de quem está ao redor dele. Por isso que eu digo que não está mudando só minha vida para melhor, mas também de outras pessoas”, analisa.

Para ele, o Complexo representa um impulso decisivo para a consolidação de um negócio que não para de crescer no Vale do Juruá. A cafeicultura, incentivada desde a primeira gestão do governador Gladson Camelí, tem recebido investimentos contínuos do governo do Acre, refletindo em resultados concretos. Hoje, o estado desponta com a segunda maior produção de café da região Norte.

É a colheita de uma política que aposta na terra, nas mãos que nela trabalham e na força da bioeconomia como caminho para o desenvolvimento sustentável.

Secretário de Estado de Agricultura, Luiz Tchê, destaca os avanços na cultura do café. Foto: Pedro Devani/Secom

Seagri como apoiadora

A Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri) tem assumido papel estratégico no fortalecimento da cafeicultura acreana, liderando e articulando ações que impulsionam toda a cadeia produtiva local.

Entre as iniciativas destacadas pelo secretário José Luiz Tchê está o concurso de qualidade do café, realizado no estado, que projetou os produtores vencedores para outros territórios do Brasil, uma vitrine que valoriza o talento regional e consolida o Acre como referência na produção de cafés especiais.

“Isso é muito importante porque é o momento de o Acre dizer ao mundo que produz café e café de qualidade. Isso elevou o nosso estado a um patamar diferenciado, até porque as pessoas conseguem entender a qualidade do café produzido aqui”, destaca.

A tecnologia e a inovação despontam como vertentes promissoras no fortalecimento da agropecuária no Acre e a Seagri tem sido protagonista nesse avanço. Durante a Expoacre Juruá, foi lançado oficialmente o Programa de Análise e Diagnóstico de Solos do Acre, o Solo Fértil, iniciativa que visa melhorar a qualidade dos solos e ampliar a produtividade agrícola de forma sustentável.

Por meio de estudos técnicos detalhados das propriedades rurais, o programa contribui diretamente para a valorização da agricultura familiar e para a conservação dos recursos naturais, moldando um futuro em que produzir e preservar caminham lado a lado.

“O sabor do nosso café vem do solo, então temos que cuidar bastante e acompanhar esse desenvolvimento porque o nosso clima é fantástico e a gente avalia que a inauguração do complexo vai trazer uma outra dinâmica para esses produtores, tornando o Vale do Juruá um polo de cafeicultura, que incentiva, agrega valor ao nosso produto e, claro que o governo vem cuidando disso para que o pequeno produtor seja colocado nesse mesmo patamar”, avalia.

Atualmente, segundo Tchê, a pasta conversa com outros parceiros, como Embrapa, Instituto Federal do Acre (Ifac) e Universidade Federal do Acre, entre outras instituições, que podem contribuir com tecnologia voltada para essas culturas.

“Estamos firmando convênios com essas instituições para que a gente tenha a contraprova das nossas análises do solo. Isso é pra dar garantia, lógico, e acertar no alvo, mas pra isso a gente precisa de parceria com todos e o governo vem fazendo essa parte.”

Além disso, os primeiros colocados do concurso do café devem seguir para Minas Gerais, onde poderão conhecer novos modelos de produção ao mesmo tempo que exibem também técnicas desenvolvidas no estado. “Toda essa gestão e união vem fazendo do Acre o segundo maior produtor de café da região Norte, e falo no sentido de qualidade”, finaliza.

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Acre

Campeão do Norte de Futsal e Tri-campeão acreana Atlético Brasileense busca mais um título após empate espetacular neste sábado

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Campeão do Norte empata com o Quinari fora de casa após estar perdendo por 4 a 0; decisão será no próximo jogo, em Brasiléia ou em outra praça definida pela Fafs

Em um jogo de reviravoltas emocionantes, o Atlético Clube Brasileense garantiu um empate heroico contra o Quinari Sport Clube, na noite deste sábado, pela primeira partida da final do Campeonato Acreano de Futsal 2025. Foto: captada 

O Atlético Clube Brasileense (Selecionado de Brasiléia), primeiro e único Campeão do Norte de Futsal e Tri-campeão Acreana, protagonizou uma virada histórica na primeira partida da final do Campeonato Acreano de Futsal 2025, neste sábado, dia 20. Mesmo perdendo por 4 a 0 para o Quinari Sport Clube, no ginásio José Édson Honorato, a equipe conseguiu reagir e garantir um empate heroico fora de casa, deixando a taça em aberto para o segundo jogo.

O time, que é o primeiro e único acreano campeão do Norte na modalidade Futsal e já possui três estaduais, terá agora a vantagem de decidir o título em sua cidade, diante da torcida. Na semifinal, o Brasileense havia eliminado o Fluminense da Bahia e garantido a melhor campanha da competição, o que lhe deu o direito de jogar a primeira final fora.

Agora, basta uma vitória simples em casa para que o Selecionado de Brasiléia levante a taça de campeão acreano de 2025.

O time, que já é tricampeão estadual e único campeão do Norte de Futsal, chega à decisão com a melhor campanha da competição e a confiança renovada após a reação no primeiro jogo. Foto: captada 

A decisão da Fafs e recursos da Atlético Brasileense

A Federação Acreana de Futebol de Salão (Fafs) divulgou na sexta-feira (19), resposta aos recursos apresentados pelo gerência do Atlético Clube Brasileense (Selecionado de Brasiléia). Em resumo, a entidade decidiu manter até então a perda de três mandos de quadra do time do interior.

A decisão inicial da Fafs ocorreu em virtude da série de ocorrências do duelo de volta das semifinais do Campeonato Acreano de Futsal Série A entre Atlético Clube Brasileense (Selecionado de Brasiléia) e Fluminense da Bahia, na última sexta-feira (12), no ginásio poliesportivo Eduardo Lopes Pessoa, na fronteira.

Na ocasião, a Fafs levou em consideração: tentativas de torcedores em derrubar uma das traves; puxão na camisa do árbitro Talisson Gomes – o que levou a paralisação do jogo – e arremessos de “bomba, latas de cervejas e pedras de gelo” da torcida na quadra.

Atlético Brasileense, que saiu de 4 a 0 para igualar o placar, precisa vencer em casa para conquistar o título estadual de 2025. Foto: cedida 

Apesar do Atlético Clube Brasileense (Selecionado de Brasiléia) alegar que a perda de mandos de quadra não consta no artigo 25 do regulamento da competição, base para aplicação da punição, a Fafs destacou que a pena está prevista no Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), e que entidade – assim como as demais – está submetida.

Veja abaixo o que diz o artigo 25 do regulamento da competição:
  • “Caso venham a ocorrer quaisquer animosidades, agressões, tentadas ou consumadas, física ou verbal, brigas, tumultos de qualquer natureza ou incidentes que venham causar, ou não, suspensão ou paralisação de jogo, arremesso de objetos ou líquidos de qualquer espécie dentro da quadra, independente de serem os autores membros das comissões técnicas, atletas, funcionários, colaboradores, dirigentes ou integrantes das torcidas, as equipes responsáveis, visitantes ou não, são passíveis de apenação, independentemente da ordem ou sequência de aplicação, com as seguintes sanções: Suspensão ou fim do jogo, Exclusão do jogador ou equipe da competição”.

A Fafs considerou ainda que, a perda dos três mandos de quadra, representam uma punição “sevara, de caráter pedagógico”, e “proporcional à gravidade dos fatos”. Na decisão, a Fafs informou ainda que será responsável por definir onde o Atlético Clube Brasileense (Selecionado de Brasiléia) vai mandar o segundo jogo da decisão: Rio Branco, Senador Guiomard ou em Xapuri.

Brasiléia x Fluminense da Bahia – semifinal volta Acreano de Futsal Série A. Foto: Divulgação/Fafs

Desta forma, a Federação Acreana de Futebol de Salão (Fafs) negou o recurso apresentado pela equipe do Fluminense da Bahia, que pedia a exclusão do Atlético Clube Brasileense (Selecionado de Brasiléia) com base no artigo 25 do regulamento da competição do futsal acreano.

Ida da final neste sábado

Quinari Sport Clube e Atlético Clube Brasileense (Selecionado de Brasiléia) se enfrentaram neste sábado (20), o jogo aconteceu às 19h, na cidade de Senador Guiomard, no primeiro jogo da decisão do estadual de futsal, com placar de 4+4. Os detalhes da segunda partida – dia, local e horário – ainda serão definidos pela Fafs.

Em caso de empate no número de pontos ganhos após o término de ambos os jogos, o confronto vai para prorrogação. Se persistir a igualdade no tempo extra, o campeão será definido nos pênaltis.

Com informações de Kelton Pinho

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Polícia Militar prende suspeito de agiotagem em agência bancária de Sena Madureira

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A Polícia Militar do Acre, por meio do 8º Batalhão, prendeu um homem suspeito de envolvimento com a prática de agiotagem, na tarde desta sexta-feira, 20, em uma agência bancária localizada no centro de Sena Madureira.

A ação teve início após denúncia indicando que um indivíduo estaria dentro do banco portando diversos cartões de benefícios sociais e realizando saques de forma suspeita. Diante das informações repassadas, uma guarnição foi deslocada ao local para averiguação.

Ao chegar à agência, os policiais identificaram um homem com as características informadas, que realizava saque em um dos caixas eletrônicos e demonstrou nervosismo ao perceber a presença da equipe. Durante a abordagem, foi constatado que o suspeito estava de posse de vários cartões bancários, incluindo cartões de programas sociais, além de uma quantia significativa em dinheiro.

Na verificação, os militares apreenderam mais de 20 cartões bancários, comprovantes de saque, dinheiro em espécie e objetos pessoais. De acordo com a Polícia Militar, os indícios apontam para um possível esquema de usura, no qual cartões de terceiros seriam retidos como forma de garantia para empréstimos de dinheiro com cobrança de juros acima do permitido por lei.

O suspeito foi conduzido à Delegacia de Polícia Civil de Sena Madureira, juntamente com todo o material apreendido, para a adoção dos procedimentos cabíveis. A ocorrência foi registrada como usura pecuniária, conforme previsto na legislação vigente.

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Acre

Plácido de Castro lideram taxa de mortalidade no Acre, já Assis Brasil e Brasiléia lidera na região do alto acre, aponta IBGE

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Município registrou 6,3 mortes a cada mil habitantes em 2024, seguido por Santa Rosa do Purus e Epitaciolândia; dados reforçam tendência histórica no estado

Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) colocam o município de Epitaciolândia, com 6,1 óbitos por mil habitantes. Foto: arquivo

Plácido de Castro, município de pouco mais de 16 mil habitantes, encerrou 2024 com a maior taxa proporcional de mortalidade do Acre: 6,3 mortes a cada mil moradores. Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no último dia 10, colocam o município à frente de Santa Rosa do Purus e Epitaciolândia, ambas com 6,1 óbitos por mil habitantes.

A taxa, que considera a proporção de mortes em relação ao tamanho da população, permite comparar municípios de diferentes portes. Os números reforçam uma tendência já observada em anos anteriores no estado. Em 2021, por exemplo, o Acre havia registrado redução de 5,8% nas mortes em relação a 2020, mas ainda assim permanecia acima da média nacional.

Já entre os municípios mais populosos do estado, Cruzeiro do Sul e Rio Branco registraram 5,2 mortes por mil habitantes em 2024. A capital acreana tem população estimada em 364.756 pessoas, enquanto Cruzeiro do Sul reúne cerca de 91.888 moradores.

Outras cidades com taxas elevadas foram Senador Guiomard, com 5,6 óbitos por mil habitantes, Assis Brasil, com 5,4, Brasiléia, com 5,3, Capixaba, com 5,1, e Feijó, que fechou o ano com 5 mortes por mil habitantes.

Por outro lado, municípios com menor população registraram os menores índices proporcionais de óbitos no estado. Porto Walter teve 1,9 morte por mil habitantes, Jordão registrou 2,2, e Marechal Thaumaturgo, 2,5 óbitos por mil moradores em 2024.

As cidades com taxas elevadas foram Senador Guiomard, com 5,6 óbitos por mil habitantes, Assis Brasil, com 5,4, Brasiléia, com 5,3, Capixaba, com 5,1, e Feijó, que fechou o ano com 5 mortes por mil habitantes. Foto: arquivo

Também aparecem abaixo da média estadual Rodrigues Alves, com 3,3, Acrelândia, com 3,6, Bujari, com 3,8, e Manoel Urbano, que marcou 4,3 óbitos por mil habitantes.

O levantamento integra as Estatísticas do Registro Civil de 2024 do IBGE, que detalham os registros de óbitos em todo o país. Apesar de não representar o número absoluto de mortes, o índice revela a intensidade relativa dos óbitos em cada localidade, servindo como um importante indicador para políticas públicas de saúde e planejamento.

Com taxas elevadas está Assis Brasil, com 5,4 e Brasiléia, com 5,3, que fechou o ano com 5 mortes por mil habitantes, dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foto: arquivo

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