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Área sob alerta de desmatamento na Amazônia Legal em junho foi a maior da série histórica, aponta Inpe

Foto mostra homem medindo árvore depois de cortá-la em Itaituba, oeste do Pará, no dia 7 de agosto de 2017 – Foto: Nacho Doce/Arquivo/Reuters
A área sob alerta de desmatamento na Amazônia Legal em junho foi de 1.062 km² da floresta, a maior para o mês o início de monitoramento do sistema Deter-B, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 2016.
Junho é o quarto mês consecutivo em que os índices de desmatamento batem recordes históricos mensais. O período também conseguiu ultrapassar o recorde registrado em junho de 2020, quando 1.043 km² ficaram sob alerta (veja gráfico mais abaixo).
O primeiro semestre de 2021 também teve a maior área sob alerta de desmatamento em seis anos.
Além do desmatamento, a Amazônia enfrentou, no mês passado, o maior número de focos de queimadas em 14 anos para o mês de junho.
A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro e engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.
Os alertas de desmatamento foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe, que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²), tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).
O Deter não é o dado oficial de desmatamento, mas alerta sobre onde o problema está acontecendo. A medição oficial do desmatamento, feita pelo sistema Prodes, costuma superar os alertas sinalizados pelo Deter.
Os dados oficiais englobam agosto de um ano a julho do ano seguinte, por causa das variações do clima: com essa divisão do tempo, pesquisadores conseguem levar em conta o ciclo completo de chuva e seca na Amazônia, analisando como o desmatamento e as queimadas no bioma oscilaram dentro dos mesmos parâmetros climáticos.
Os últimos dados divulgados pelo Prodes apontaram que a área desmatada na Amazônia Legal foi de 11.088 km² na temporada de 2019 a 2020 (de agosto de 2019 a julho de 2020).
Desmatamento anual deve superar 10 mil km², dizem entidades
Tanto o Observatório do Clima, rede de 56 organizações da sociedade civil, como a ONG WWF Brasil afirmam, em notas, que os números de junho apontam que o país deve superar os 10 mil km² de desmatamento quando os números oficiais forem divulgados.
“O governo Bolsonaro perdeu duas décadas de combate ao desmatamento em dois anos. Provavelmente precisaremos de outras duas para recuperar o legado desse desmonte”, ressaltou Maurício Voivodic, diretor executivo do WWF-Brasil.
“A destruição da Amazônia e do Cerrado coloca em risco a segurança hídrica do país e, por consequência, nossa segurança energética, com sérias consequências para toda a economia. Essa provavelmente será a herança deste governo”, completou Voivodic.
Para o Observatório do Clima, “não há controle do desmatamento. O governo renunciou à obrigação de combater o crime ambiental. Além de discursos contra o Ibama e o ICMBio, Bolsonaro promoveu mudanças em normas e imobilizou a estrutura de fiscalização”.
O mês passado também marcou a queda do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Salles é alvo de inquérito autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), por ter supostamente atrapalhado investigações sobre a maior apreensão de madeira da história brasileira.
O nome que substituiu Salles, Joaquim Álvaro Pereira Leite, ocupava o cargo de secretário da Amazônia e Serviços Ambientais do ministério. Antes, o agora chefe da pasta de Meio Ambiente foi conselheiro da Sociedade Rural Brasileira (SRB), uma das organizações que representam o setor agropecuário no país.
“Desde o início, o regime Bolsonaro sabota os órgãos de fiscalização ambiental e adota medidas para favorecer quem destrói nossas florestas. Os altos índices de desmatamento não ocorrem por acaso: são resultado de um projeto do governo. Bolsonaro é hoje o pior inimigo da Amazônia”, afirmou, em nota, Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.
Exército na Amazônia é ‘caro’ e ‘ineficaz’, diz ONG
Em nota, o Greenpeace Brasil afirmou que, “apesar dos números crescentes, o governo federal insiste em manter uma operação cara e comprovadamente ineficaz em lidar com o problema, enviando as tropas militares” para combater o desmatamento na Amazônia.
“Esse tipo de operação vem, há dois anos, mobilizando recursos públicos muitas vezes superiores ao orçamento anual do Ibama para fiscalização e um grande número de militares sem efetividade na prevenção do desmatamento e queimadas”, diz a ONG.
“Além de não evitar o desmatamento, o próprio governo divulgou os 26 municípios onde atuarão as Forças Armadas, o que compromete o ‘elemento surpresa’ necessário para encontrar e punir criminosos”, pontuou o Greenpeace.
“Ao invés dos parlamentares estarem focados em conter os impactos da pandemia e combater o crime que avança na floresta, e que não só queima nossas riquezas naturais, mas também a imagem e a economia do país, eles tentam aprovar projetos que irão acelerar ainda mais o desmatamento, os conflitos no campo e a invasão de terras públicas”, afirmou Rômulo Batista, porta-voz da campanha Amazônia do Greenpeace.
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Próximo passo do projeto do novo estádio do Flamengo pode levar quatro anos
Luiz Eduardo Baptista, presidente rubro-negro, detalhou o processo junto à Prefeitura
O presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista (Bap), afirmou que o projeto do estádio próprio no terreno do Gasômetro avançou em segurança jurídica e planejamento financeiro, durante reunião com sócios realizada na sede da Gávea, na última terça-feira (23). O próximo passo, contudo, pode levar até quatro anos.
Segundo o dirigente, o clube já tem a posse documentada do terreno adquirido em 2024, ajustou custos após estudos da FGV e pretende criar uma poupança prévia antes de decidir o modelo da obra, enquanto aguarda a saída da empresa Naturgy — condição necessária para a descontaminação total da área.

Imagem do projeto do estádio do Flamengo • Reprodução
“Agora temos um prazo estendido e o compromisso documentado, o terreno (do Gasômetro) é do Flamengo. Os estudos da FGV ajustaram o projeto e custos associados. Vamos criar uma poupança prévia para que na hora certa decida se faz e como fazer o estádio. O próximo passo é a saída da Naturgy do terreno, ela pode sair em até quatro anos. A gente espera que seja o mais rápido possível. A gente só pode fazer uma descontaminação mais profunda (do terreno) quando eles saírem”, afirmou Bap.

Imagem do projeto do estádio do Flamengo • Reprodução
O terreno do Gasômetro foi comprado pelo Flamengo em 2024, na gestão anterior a de Luiz Eduardo Baptista. A direção do presidente Rodolfo Landim havia estabelecido a inauguração do estádio para o dia 15 de novembro de 2029, aniversário de 127 anos do clube.
A ideia, contudo, foi descartada com o início do mandato de Luiz Eduardo Baptista, que não deseja comprometer o desempenho esportivo do Flamengo para a construção do estádio.

Imagem do projeto do estádio do Flamengo • Reprodução
De acordo com os estudos da FGV e Arena, o Rubro-Negro conseguirá reduzir o valor do projeto de mais de R$ 3 bilhões para R$ 2,2 bilhões.
Fonte: CNN
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CBF amplia Série D para 96 clubes a partir de 2026 e Acre terá três representantes
Competição passa a oferecer seis acessos à Série C e mantém 24 datas no calendário nacional
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou o novo calendário do futebol nacional com mudanças significativas nas competições organizadas pela entidade. Entre as principais alterações está a ampliação da Série D do Campeonato Brasileiro, que a partir de 2026 passará de 64 para 96 clubes, além do aumento no número de acessos: seis equipes conquistarão vaga na Série C.
A reformulação beneficia diretamente os clubes que avançaram à segunda fase da Série D desta temporada. Como quatro dessas equipes — Barra-SC, Santa Cruz, Maranhão e Inter de Limeira — já garantiram o acesso, a CBF optou por redistribuir as vagas remanescentes, concedendo quatro vagas extras às federações, com base no Ranking Nacional de Federações, que será divulgado ao final do ano.
Outra novidade é a adoção do Ranking Nacional de Clubes (RNC) como um dos critérios para a definição das vagas na competição. Apesar do aumento expressivo no número de participantes, a Série D manterá o mesmo número de datas, totalizando 24 jogos no calendário.
Com as mudanças, o Acre terá três representantes na Série D de 2026. Pelos critérios de desempenho nos campeonatos estaduais e copas regionais, Independência-AC e Galvez já estão garantidos. A vaga via Ranking Nacional de Clubes ficará com o Humaitá, atualmente o clube acreano mais bem posicionado no ranking da CBF.
A Série D do Campeonato Brasileiro de 2026 está prevista para começar no dia 5 de abril e seguirá até 13 de setembro.
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Chuvas intensas provocam alagamentos em ruas de Rio Branco e deixam capital em estado de atenção
Volume de precipitação já ultrapassa 70 mm e afeta vias importantes, como a Avenida Maria José de Oliveira
As fortes chuvas que atingem Rio Branco desde a noite de quinta-feira (25) continuam causando transtornos à população. Além da elevação do nível do Rio Acre e de outros mananciais da bacia, as precipitações já provocam alagamentos em diversas ruas da capital, incluindo a Avenida Maria José de Oliveira, principal via do bairro Universitário.
Imagens divulgadas por internautas nas redes sociais mostram a avenida tomada pela água, o que dificulta a passagem de veículos e o deslocamento de moradores da região.
De acordo com o coordenador municipal da Defesa Civil, Cláudio Falcão, em entrevista concedida na manhã desta sexta-feira (26), o volume de chuva já ultrapassa 70 milímetros em Rio Branco. Segundo ele, a previsão indica a continuidade das chuvas ao longo do dia, mantendo o município em estado de atenção para a possibilidade de novos alagamentos.
A Defesa Civil segue monitorando a situação e orienta a população a evitar áreas de risco e a acionar os órgãos competentes em caso de emergência.


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